Primeiro Ano Com Você escrita por Dreamy


Capítulo 3
Escória da família




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— Com licença! - reclamou Scorpius quando viu uma ruiva se aproximar a mesa da Grifinória - Esse é o lugar de nossa casa! Sua mesa fica logo ali, ta?

 

Rose se limitou em dar um olhar muito zangado ao garoto antes de bufar e sentar-se ao lado de Albus.

 

— Ei - continuou Scorpius parecendo completamente ofendido - Será que você não me ouviu? Aqui não é seu lugar!

 

Rose amarrou a cara e estava prestes a se levantar quando Albus a segurou pelo braço e a puxou de volta.

 

— Ignore-o - aconselhou.

 

Scorpius revirou os olhos, mas decidiu a encarar Rose com uma cara feia.

 

— Então... - disse Albus cuidadosamente para quebrar o silêncio que havia se formado por vários longos segundos - Ahm... Tem dormido bem? - perguntou a Rose.

 

A ruiva que antes somente observava o amigo do primo com desprezo, virou-se para Albus e deu um largo sorriso como se a poucos segundos nem mesmo tivesse repugnada com a presença do loiro.

 

— Para ser sincera - disse um tanto chateada - dormi bem sim, porque como você sabe eu tenho um sono de pedra. O chato são as garotas com quem estou dividindo o meu quarto. Uma delas ronca mais alto que um elefante, uma parece ser uma nascida-trouxa e tem medo que da escuridão apareça algum tipo de monstro das sombras, o que significa ter que dormir ignorando o lampião aceso na mesa de noite dela e a ultima das minhas colegas é uma idiota convencida super mandona que acha que tem o direito de dizer como os outros devem se comportar.

 

— Tem certeza que não está falando de si mesma? - comentou Malfoy que lhe parecia a descrição da ultima menina muito familiar.

 

— Mas e você? - perguntou a garota radiante ignorando completamente Scorpius que Rose naquele momento gostava de comparar com uma barata grande e desprezível.

 

— Ah, bem, Scorpius e eu estamos dividindo o mesmo quarto, porque um de meus colegas originais tem um irmão gêmeo que parece que pertencia ao dormitório de Scorpius. Os dois queriam muito dividir o mesmo quarto então Scorpius trocou de quarto com o garoto do meu para que assim não somente os irmãos pudessem ficar juntos, mas nós também.

 

— Mas por que você quer dividir o mesmo quarto que ele? - perguntou Rose parecendo por algum motivo irritada.

 

— Você sabe que eu estou aqui não? - interrompeu Scorpius que se sentiu por um momento invisível ao ouvir o quesito da menina.

 

— Claro que sei, mas prefiro ignorar sua presença - respondeu a garota deixando sua educação de lado antes de voltar sua atenção ao primo.

 

— Ele é meu amigo. - falou Albus com simplicidade.

 

— Você o conhece há UM DIA, Al!

 

— É, adivinhe! - rugiu Scorpius a Rose - Algumas pessoas pode se dar bem rapidamente, sabia? 

 

Antes que Rose tivesse tempo de responder o outro, o Salão Principal foi invadido por várias corujas. 

Era o correio.

 

— Ah! - disse Albus satisfeito ao ver a coruja branca a sua frente - Uma carta de papai e mamãe!

 

O moreno abriu rapidamente o envelope, mas não chegou a lê-lo, pois notara que nenhum dos dois amigos pareciam felizes por receber o correio.

Rose segurava os dois envelopes que recebera de uma coruja marrom com uma certa apreensão. Parecia ter medo de abri-la, simplesmente olhava para o nome do remetente da carta que segurava na mão direita: Ronald Weasley.

Já Scorpius estava branco como Nick-Quase-Sem-Cabeça. Dois envelopes brancos estavam jogados em cima da mesa, mas seus olhos estavam fixados no vermelho que tinha em suas mãos.

 

— Ei, Albus! - exclamou de repente uma garota com pele morena que acabara de se sentar do lado do garoto - As aulas nem começara e seu amigo cara de doninha já recebeu um berrador?

 

— Berrador? - perguntou Rose que por estar presa em seus pensamentos não havia notado que Malfoy havia recebido um. 

 

— Eu recebia milhares deles antigamente - comentou Roxanne com um sorriso maldoso - Acredito que meus pais se cansaram de enviarem quando notaram que não faziam efeito em mim. - a garota riu pelo nariz - Ah, acho que o melhor Berrador foi aquele que recebi depois de ter conseguido fazer com que a Lula Gigante saísse do lago e se arrastasse até as masmorras no meio da aula de poções. 

 

— Como é que você...

 

Roxanne colocou o dedo indicador nos lábios do primo.

 

— Nem pergunte meu caro primo. Minha arte é única e não pretendo dividi-la com ninguém.

 

Roxanne colocou seus pés com seus sapatos sujos em cima da mesa sem sequer tomar cuidado com a comida, enquanto conseguia se inclinar para trás incrivelmente sem sequer cair do banco parecendo como se estivesse quase flutuando no ar, tendo somente seus pés como apoio (sendo que um deles estava em cima da manteiga).

 

— Ei, menino pérola - tentou Roxanne chamar a atenção de Scorpius que realmente estava tão pálido como uma pérola - Se eu fosse você abriria isso aí logo antes de pegar fogo.

 

As mãos de Malfoy tremiam e ele não parecia ser capaz de abrir o Berrador.

O garoto já tinha um ideia do que estava prestes a acontecer, já podia ouvir os altos gritos.

Não esperaria menos vindo dele, só não pensava que as noticias teriam chegado a seus ouvidos com tanta rapidez.

 

— Não, sério! - continuou a morena ao notar que agora a carta estava fumegando - Essa coisa vai gritar com você de qualquer jeito.

 

Scorpius suspirou nervosamente, e quando finalmente estava prestes a abrir, o envelope pegou fogo.

 

— Oh bem - disse Roxanne tranquilamente enquanto tapava os ouvidos, já sabendo o que aconteceria.

 

"MALFOY!

O SENHOR É UM MALFOY!" 

 

Scorpius fechou os olhos com muita força, enquanto a voz alta de seu avô chamou a atenção de todos os alunos que antes estavam entretidos com seu café da manhã.

 

"VIEMOS DE UMA LONGA LINHAGEM DE SONSERINOS!

O SENHOR NÃO SABE COMO DECEPCIONA O NOME DOS MALFOYS!

ESPERO QUE MEU FILHO TENHA CONSCIÊNCIA DE LHE DAR UM BOM CASTIGO POR NOS DECEPCIONAR!!!

ESPERAVA MUITAS COISAS DO SENHOR!!!

DESDE PEQUENO JÁ SE MOSTROU UMA VERGONHA, MAS AGORA É A GOTA D'ÁGUA!

O SENHOR MANCHOU O NOSSO NOME! E AINDA POR CIMA; NAO PENSE QUE NAO SABEMOS DE SUA AMIZADE COM POTTER.

MEU NETO, FAZENDO AMIZADES COM ESSE TIPO DE GENTALHA, JÁ NÃO PERTENCE MAIS A MINHA FAMILIA!

ESTEJA CONTENTE QUE EU SEJA SOMENTE SEU AVÔ E NAO SEU PAI, PORQUE EU JURO MEU CARO QUE SE VOCÊ FOSSE MEU FILHO, EU JÁ TERIA TE JOGADO PARA FORA DE CASA! 

NUNCA PENSEI QUE MINHA FAMILIA UM DIA TERIA SEU NOME ESTRAGADO, MUITO MENOS PELO FILHO DE MEU FILHO! PELO MEU PRÓPRIO NETO!

GRIFINÓRIA! COMBINA MUITO COM O SENHOR QUE SE MOSTROU SER DESDE PEQUENO UM VEXAME, UMA CORJA, SEMPRE SE METENDO EM ENCRENCAS E PRINCIPALMENTE NUNCA DEMONSTRANDO O ORGULHO QUE DEVERIA TER DE SEU PRÓPRIO SANGUE!

ESPERE SOMENTE O NATAL CHEGAR, MEU CARO.

ESPERO QUE SEU PAI TOME BOAS PROVIDENCIAS A SEU CASO ATÉ LÁ E QUE VOCÊ NÃO ACABE IMUNE COM ISSO!"

 

— Uou... - disse Roxanne quebrando o silêncio do local - Essa foi uma bem dura.

 

Tanto quanto Albus, Rose também olhava para Scorpius com a boca aberta e com um olhar confuso.

Scorpius tinha a respiração pesada e olhava para o envelope rasgado em cima da mesa. Quando o choque passou, o garoto agarrou ferozmente suas outras encomendas e se foi.

 

— Scorpius, espera! - exclamou Albus seguindo o amigo que tinha uma expressão dura no rosto.

 

— Oh, bem... Espero que seu amigo fique bem - comentou a garota da trança negra, colocando uma mão nos ombros de sua prima.

 

— E-ele não é meu amigo - respondeu Rose, finalmente conseguindo voltar a falar.

 

— Que seja - disse Roxanne levantando e esticando seus braços - Tenho um dia duro adiante e não, não me refiro por causa das aulas - terminou dando um piscadela antes de sair do salão.

 

Rose acenou para a prima e depois encarou os pedaços que restara da carta do Malfoy. Respirou bem fundo e abriu seu próprio envelope.

 

"Minha pequena Rosie,

 

HA; CORVINAL HEIN?

Minha filha uma Corvinal! Sabia que a senhorita era mega esperta e não poderia esperar menos vindo de você, minha pequena gênio!

Sei que irá mostrar seus talentos rapidamente e ensinar a todos os outros como realmente se faz hein?

Provavelmente vai ser a primeira em tudo, não tenho dúvidas nenhuma!

Não tenho palavras para descrever como estou feliz!

Já sabia que a senhora era inteligente e agora, posso provar ao resto do mundo isso.

"Minha filha é da Corvinal" <- Isso soa tão bem, não acha?

Estou aqui te escrevendo pra te dizer que estou orgulhoso de você, minha pequena Rosie.

 

Espero que tenha um ótimo ano, minha linda.

Já estou com saudades de ver você aqui em casa todos os dias lendo sem descansar.

Acho que nunca me acostumarei com isso, para ser sincero.

De qualquer modo, te desejo tudo de bom e espero que você ande pelos corredores com orgulho vestindo essa sua gravata azul e bronze!

Você merece estar nessa casa, filha.

 

Com todo amor,

 

Seu pai"

 

 

Rose releu sua carta várias vezes com um grande sorriso. Sabia que seu pai estava na realidade torcendo com todas as forças de que ela fosse entrar na Grifinória.

Sentia uma grande alivio de ver que não o decepcionara, muito pelo contrário, ele tinha orgulho de poder dizer que sua menininha pertencia a casa do corvo.

Mas seu sorriso desmanchou rapidamente quando seu olhar se voltou ao berrador rasgado.

Era difícil admitir a si mesma, mas ela sentia pena do Malfoy

 

x-x-x-x

 

— Ei, colega, ta tudo bem? - perguntou Albus cuidadosamente entrando no quarto.

 

Scorpius não disse nada, nem sequer olhou seu amigo quando este entrou ao dormitório.

Malfoy estava sentado em cima da cama com pernas cruzadas, uma de suas cartas aberta em cima dos lençóis e a outra este estava lendo. Seus olhos cinzas moviam rapidamente da esquerda para direita, lendo cada palavra cuidadosamente. Albus não sabia muito bem o que dizer, achava que suas palavras seriam desnecessárias.

Sem realmente saber o que fazer, o garoto simplesmente sentou-se na ponta de sua cama que era do lado a de seu amigo.

Assim que Scorpius terminou de ler sua carta, finalmente era possível ler a expressão de seu rosto.

Não parecia feliz, ainda assim não estava triste ou arrasado, parecia mais como um alivio.

Quando a sensação de tranquilidade passou, o loiro virou seu rosto para o amigo.

Seus olhos cinzas encarando os verdes esmeraldas de Albus.

 

— Incrível como as noticias correm, não? - comentou procurando dar uma risada leve, mas falhando terrivelmente.

 

— O que foi aquilo? - perguntou Albus.

 

Scorpius suspirou e de repente seu olhar caiu-se em seus dedos, que pareciam muito interessantes.

 

— Eu te disse que minha família era composta principalmente de Sonserinos. Bem, eu quebrei a tradição. - explicou simplesmente, agora olhando para a janela. O tempo mostrava exatamente o contrário de seu humor, estava ensolarado e livre de nuvens.´- Meu avô não ficou nem um pouco contente que eu tenha caído na casa rival, sabe?

 

— Ahm... mas o que, bem - Albus não sabia como perguntar. Estava na realidade se sentindo inútil, principalmente porque na verdade sentia-se chocado com o comportamento do avô do outro. Ele sabia como Grifinória era importante para os Weasley e Potter, mas duvidar que alguém de seus tios ou pais reagiriam daquele modo caso um de seus filhos por acaso fossem da Sonserina - O que ele quis dizer sobre nossa família?

 

Scorpius deu de ombros e deitou-se na cama mirando o teto.

 

— Para ser sincero, não sei direito. Sei que meu avô não é muito fã de Harry Potter, o que exatamente ele tem contra não faço ideia.

 

— Mas nós nos conhecemos ontem, como é que ele -

 

— Estamos em Hogwarts meu caro - interrompeu Scorpius antes mesmo que Albus tivesse oportunidade de terminar sua questão. - As noticias correm mais rápido que um duende raivoso a procura de seu ouro. Quero dizer, não é surpresa ou sim? Um Malfoy caindo na Grifinória? A maioria dos filhos dos amigos de meu pai ou os netos dos parceiros de meu avô são da Sonserina, talvez algum deles escreveu a seus pais que mandaram a noticia para meus familiares. Para minha alegria, como pode ver - acrescentou sarcasticamente.

 

— Em menos de 24 horas? - exclamou Albus incrédulo.

 

— Como disse, colega - Malfoy virou-se de lado para encarar o outro - Estamos em Hogwarts agora. Melhor acostumar-se. 

 

x-x-x-x

 

— Sabe, é uma boa vassoura a que você tem. - comentou Rose segurando a vassoura com mais força do que realmente precisava.

 

Scorpius olhou para ela confuso.

 

— O que?

 

— Você sabe, é bem... boa.

 

O loiro a olhava como se esta estivesse louca.

Não era para menos, os dois na realidade possuíam exatamente a mesma vassoura, pois era a primeira aula de voo, o qual todos os alunos eram obrigados a voarem com a mesma marca.

A velha marca escolar que fora usada de ano por ano, por ano, por ano.

Tão acabadas que até pareciam frágeis e fáceis de se quebrar com apenas um tombo. Obviamente somente pareciam ser fracas, mas na realidade eram fortes os suficiente para serem reutilizadas todo ano.

 

— Ta, Weasley - cortou Scorpius quando Rose nervosamente procurava encontrar elogios para uma vassoura que nem sequer pertencia a ele. - O que você está tentando fazer?

 

— Ahm, bem, sabe... Eu só...

 

Albus olhava de um ao outro satisfeito. Parecia aliviado por ver que sua prima procurava deixar sua postura brusca de mandona e tentava parecer mais gentil e vulnerável.

Scorpius por outro lado, ao perceber do que aquilo se tratava. Não parecia muito contente com a ruiva.

 

— E bem, vocês estão nervosos? - ela continuou dando um sorriso um tanto fraco ainda assim amável - Espero não ter herdado o talento de voo da mamãe, pois...

 

— Pode parar com tudo isso. - interrompeu Scorpius chateado.

 

— Parar com o que? - perguntou Rose sem entender.

 

— Com esse papo. Não preciso disso, ok? - explicou grossamente - Não preciso de sua pena!

 

Rose arregalou os olhos por um momento antes de seu rosto franzir e suas orelhas ficarem vermelhas.

Albus por outro lado, estava batendo sua testa contra o cabo da vassoura, perguntando a Merlin se era possível que lhe desse paciência, pois sabia o que estava prestes a vir.

 

— Qual é o seu problema? - exclamou Rose em voz alta, chamando a atenção dos outros grifinórios e corvinais. - Eu aqui tentando ser legal com você e você... você... Ahhh!- ela gritou achando incrível como aquele garoto conseguia lhe tirar do sério.

 

Scorpius estava aparentemente surpreso.

 

— Meu problema? Eu só disse para que você parasse de falar comigo por pena, ta? Não tenho culpa se você perde a paciência com somente isso!

 

— Pena? Você acha que eu estava falando com você por pena?

 

— Oras, não foi?

 

— Bem, isso não vem ao caso! O caso é que você -

 

— Isso vem ao caso sim! Você praticamente acaba de admitir que estava conversando comigo exatamente por-

 

— Não me interrompa! É por isso que eu perco a minha paciência com você! Você parece não saber o significado de boa educação, sempre está fazendo coisas ultrajantes e sem compostura! Como por exemplo, acusar alguém por algo sendo que esta pessoa está tentando ser boa gente com você!

 

— Oras! Você chama aquilo de acusação? Sério? E se mesmo que fosse uma acusação, não estava errada, ou sim?

 

— Vocês dois poderiam se acalmar? - interrompeu Albus ao perceber que todos agora olhavam para eles como se fosse algum tipo de peça de teatro e uma muito interessante, para constatar.

 

— CALE A BOCA! - gritaram os dois ao mesmo tempo sem sequer olhar para o moreno.

 

Albus suspirou e sentou-se na grama parecendo extremamente entediado.

 

— Não preciso que você venha a mim e tente ser minha amiga, ta legal? - continuou Scorpius a gritar com a garota- Não preciso que você se sinta mal somente porque meu avô me mandou aquele Berrador. Não preciso de nada vindo de você, ok?

 

— Oh, não se preocupe! Nunca mais tentarei me sentir mal por você e sabe por quê? Porque você nem sequer merece minha pena! Que seu avô te odeie, eu não me importo! 

 

Antes que Scorpius tivesse a chance de exclamar algo, Rose virou os pés e seguiu em direção a Harvey que observava com muito interesse um pedaço de grama perto de seus pés.

Scorpius estava vermelho de raiva e sentou-se do lado de Albus.

 

— Você realmente pretende odiar minha prima não importa o que?

 

— Oh, cale-se!

 

— Não, não irei! Isso aqui foi ridículo! Dessa vez ela não fez nada demais!

 

— Não? Ela não veio falar comigo normalmente? - perguntou Scorpius olhando com uma sobrancelha erguida.

 

— Sim.

 

— Certo, ontem e hoje de manhã, ela nunca veio falar comigo dessa maneira, ou estou enganado?

 

— Não, mas...

 

— Mas dessa vez sim! - concluiu Scorpius como se aquilo encerrasse o assunto - Ela veio falar comigo como se fossemos companheiros por causa de meu Berrador. Não preciso disso, não quero que as pessoas sintam pena de mim nem nada. Se elas forem gostar de mim, seja pelo que sou e não porque acham que sou um coitado. Assim como se elas forem me odiar, que seja pela minha personalidade e não... - por um momento ele pareceu hesitar, mas então continuou olhando para o chão - Pelo nome de minha família.

 

x-x-x

 

— Muito bem. - disse o professor.

 

Todos os alunos tinham posicionado suas vassouras a seus lados e seus braços estendidos.

Steinweich que era o educador da aula, tinha cabelos brancos e olhos extremamente vermelhos. Na realidade, ele poderia ser facilmente confundido com uma espécie de coelho se não fosse humano.

Apesar da cor de seus cabelos, o professor possuía uma aparência muito jovem.

 

— Agora digam "em pé".

 

— "Em pé" - gritaram todos os alunos.

 

Nada acontecera. O professor olhava para os alunos confuso.

Cada um deles gritava "em pé" como loucos, mas as vassouras nem sequer mexiam-se um centímetro.

O professor cara de coelho coçou sua cabeça perplexo antes de apitar.

Todos ficaram em silêncio.

 

— Bem, tentem mais uma vez - aconselhou.

 

E assim os alunos fizeram.

Desta vez, acontecera algo, mas fora algo fora do comum.

Quando Rose gritara em pé, sua vassoura não foi em direção a sua mão direita, em vez disso voou para o alto, seguida pela vassoura de Harvey, que foi seguida pela vassoura que pertencia a um aluno parado a seu lado e assim por diante.

 

— ATAQUE! - gritou alguém do alto.

 

Surpresos, as cabeças dos estudantes se viraram para os céus a tempo de ver Pirraça com uma bola apoiada em seu ombro. O poltergeist tirara como umas dúzia de bombas de bosta e começara a jogar nas pobres crianças indefesas que foram em direção ao portão trancado do castelo a procura de proteção.

 

— Pirraça! - gritou o professor - CHEGA!

 

Em resposta, em vez de para, o fantasma atingira uma de suas bombas bem na cara de Steinweich.

O professor ficara vermelho de raiva enquanto Pirraça dava altas gargalhadas e cambalhotas no ar.

 

— Já sabem o que fazer. - disse o poltergeist achando aquilo tudo muito engraçado.

 

As vassouras que antes estavam voando em fila, pararam no ar e viraram seus cabos em direção aos pobres alunos.

Sem aviso nenhum, todas elas voaram em direção de um estudante, passando por baixo e os erguendo no ar.

 

Nenhum aluno conseguira escapar, todos estava montados em suas vassoura, a maioria da forma errada e tendo que aguentar a vontade própria delas.

Scorpius estava sentado ereto, segurando sua vassoura com toda força e torcendo para que não caísse quando esta desse uma curva fechada.

 

— ALUNOS VOANDO SEM PERMISSÃO! - gritou Pirraça tirando uma bomba desta vez de tinta e atingindo Scorpius bem na cabeça. Seus cabelos loiros agora misturados com a cor verde. - Cooooisa FEEEIA! ALUNOS FEEEIOS!

 

Rose não estava segurando sua vassoura da forma apropriada, muito pelo contrário, estava abraçada contra o cabo, com os olhos fechados e torcendo para que fosse para o chão.

Sua vassoura dava cambalhotas e ela estava começando a sentir-se extremamente enjoada.

 

"Não importa o que aconteça, não vomite" - aconselhava a si mesma - " Não vomite!"

 

Ao sentir que estava pegando ainda mais altura, a ruiva fez o erro de abrir os olhos. Estava a mais de 50 metros de altura.

 

"Pensando melhor... Não importa o que aconteça, não morra!" - pensou desesperada abraçando o cabo com ainda mais força - "Não morra!"

 

— AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

 

Qualquer um que ouvisse esse grito pensaria que vinha de uma garotinha de sete anos indefesa, quando na realidade pertencia ao pobre Albus Severus Potter.

Se a posição de Rose já era considerada errada, a posição de Potter era patética.

Assim como a ruiva, o garoto estava de olhos fechados, estava de cabeça pra baixo e estava voando ao contrário, sua boca contra a palha da vassoura com a qual os trouxas usam para limpar o chão. Ele na realidade lembrava um bicho preguiça, se este bicho estivesse voando a noventa quilômetros por hora e estivesse gritando por sua vida.

Albus diferente de sua família não gostava muito de Quadribol nem sequer estava ansioso para ter sua primeira aula de voo como a maioria dos outros. E agora estava ali, sentindo que sua vida dependia em não cair da vassoura que ele não tinha controle nenhum.

 

"Eu vou morrer, vou morrer, vou morrer, vou morrer"— pensava o garoto - "Vou morrer, vou morrer, vou morrer, vou-"

 

— Potter, quer descer logo dessa vassoura? - a voz impaciente da diretora McGonagall fez com que o moreno abrisse os olhos.

 

Estava tão preocupado com sua vida que nem notara que sua vassoura estava parada no ar com apenas alguns centímetros distante do chão.

Albus sentiu seu rosto vermelho quando soltou suas pernas da vassoura e sentiu seus pés contra o chão.

Muitos alunos teriam rido do vexame do menino se estivessem a chance, mas infelizmente ou felizmente para o garoto, estavam preocupados demais consigo mesmos.

Rose estava apoiada na parede com um tom azulado no rosto enquanto Harvey estava sentado ao seu lado, com as palmas juntas viradas ao céu, parecendo agradecer a Deus por ter sobrevido a tal aula.

Scorpius estava ajoelhado ao chão e abraçado a grama de tal forma que parecia que nunca a soltaria. Seus cabelos ainda estavam esverdeados e eram facilmente confundido com o gramado.

 

— Agora a pergunta é - Podia-se a diretora perguntar ao professor - Onde está Pirraça!

 

x-x-x-x

 

 

— hahahahahahahahaha!!! - o fantasma gargalhava alegremente - Plano completo.

 

— Sim , eu vi - disse em um tom de satisfação. Sua cabeça acenou para a janela onde observara o primeiro dia de aula de voo dos alunos do primeiro ano - Sucesso total.

 

— E agora hein? Hein? - perguntava o poltergeist entusiasmado - Que tal... que tal EXPLODIR o lago negro.

 

— Ah não - discordou sentando no primeiro degrau da escada da alta torre - Já fiz isso a dois anos atrás e acredite, não é tão divertido quanto parece ser.

 

— Mas... - Pirraça parou de dar cambalhotas no ar e parecia extremamente decepcionado. - O que iremos fazer agora?

 

A aluna tirou de seus bolsos um pergaminho e riscou o primeiro item.

 

— Não se preocupe, meu amigo - consolou enquanto voltava a enrolar o pergaminho e a guardá-lo - Ainda tenho muitas ideias para realizar nesses meus últimos anos em Hogwarts ou não me chamo Roxanne Weasley

 


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Notas finais do capítulo

N/B: "Pensando melhor... Não importa o que aconteça, não morra!" eu rii muitoooooooooooooooooooo nesse capítulo, isso é fato verídico. Ahahahah
Quem ama o Rony por ser o melhor pai do mundo levanta a mão *estica os braços no ar*
Cara, tadinho do Scorpius, ter um avô como Lucius
Enfim, desculpem a demora foi culpa minha pra postagem do capítulo...
Comentem né?, beijosss
N/A: Roxanne é realmente a filha de George, acreditem, essa morena de cabelos negros é ainda pior que Fred e George juntos ;)
Pessoal, um aviso... Vou viajar por 6 semanas e escrevi essa fic até o cap. 6.
Como nao será possível postar, Winnie, minha querida beta maravilhosa, vai colocar os capitulos para vcs poderem ler aqui. Ela provavelmente é a única pessoa que eu confiaria fazer isso por mim.
Entao a cada duas semanas ela irá entrar na minha conta e postar por mim, ok?
Agora, comentários sobre esse cap: Nao sei escrever cartas... Nao importa se revoltadas como o berrador ou calmas como a do Rony hahaha. Sério, nao é meu forte.
No próximo capitulo teremos uma apresentacao especial da familia Weasley/Potter que estuda em Hogwarts o/
E talvez vcs irao perceber logo de cara, mas já vou avisar que minhas personagens prediletas para se escrever sao: Roxanne, Lucy e obviamente Dominique.
Bem, é só isso que tenho a dizer.
Nao esquecam de deixar um review, ok? Nao importa se forem criticas boas ou ruins.
Beijos a todos ;*



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