Segredos Em Família escrita por Carol Bandeira


Capítulo 18
Ação de Graças: o encontro


Notas iniciais do capítulo

Olá e bem vindos a mais um capítulo!

Nem vou tentar pedir desculpas aos meus leitores por esses lapsos de tempo entre uma postagem e outra, pois isso já virou rotina :/
. Mas espero que vocês continuem a ler e a curtir, pois sempre posto com muito carinho
Antes de começar, gostaria de agradecer a querida Yumi por sua mensagem, você não sabe o quanto é gratificante ter esse apoio!

Boa leitura!



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Na semana do feriado de Ação de Graças Grissom e Sara começaram a sentir os nervos mais uma vez a flor da pele. Afinal, eles teriam sob o mesmo teto, pela primeira vez, três pessoas que, apesar de serem ligadas por sangue, não se conheciam. E uma dessas pessoas era ainda muito pequena para conseguir entender o que se passava ali.

Sara e Grissom conversaram muito tentando encontrar um jeito de explicar a Cássia o que aconteceria naquela casa a essa semana. Eles teriam que contar a ela que ganharia dois irmãos, e que um deles era bem mais velho que ela. Grissom não queria contar sobre o bebê, achando que seria novidade demais para o pequeno coração de sua filha, mas Sara não estava certa sobre isso. Ela pensava que seria melhor contar tudo agora para que Cássia pudesse se acostumar com a ideia . A indecisão era tanta que só conseguiram sentar para conversar com a garota na terça-feira.

Logo que Sara chegou a casa naquele dia o casal se sentou com a filha na sala, a fim de tentar explicar a situação. Gil acomodou Cássia em seu colo, enquanto Sara se sentou ao lado deles no sofá.

–Filha, lembra quando sua amiga Emily ganhou uma irmãzinha?- Sara começou, e Cássia respondeu que sim- Lembra que você pediu a mãe e ao pai um também?

A garota acenou com a cabeça, mas em seu rostinho já se via um ar de dúvida.

–Então, nós dissemos que teríamos que esperar um pouco para isso acontecer- continuou Grissom- Mas agora...bem, querida.

–Eu vou ganhar uma irmãzinha?!- Cássia meio que perguntou e gritou , pulando do colo do pai de alegria.

–Ei, calma aí!- Sara falou enquanto tentava acalmar sua filha- Cássia, pare de pular, você sabe que não gosto quando faz isso.

A menina logo parou, se lembrando que da última vez que pulara daquele jeito no sofá conseguira um galo doloroso.

–Agora sim. Princesa, sim, você vai ganhar um irmão sim...sua mãe e eu criamos um bebezinho...assim como criamos você. E nós não sabemos ainda se vamos ter um menino ou uma menina.

–Por quê?

–Porque não podemos escolher, é uma surpresa...

–Mas eu quero uma irmãzinha! A Emily disse que ela podia escolher as roupas dela, e que ela ia brincar com a irmãzinha de Barbie e...

–Princesa, nós não podemos escolher o que vamos ganhar. Você ainda vai poder brincar de vestir se for um irmão. Eu tenho um irmão e o amo muito. Você vai ver.

Cássia não parecia muito satisfeita com aquela história. Grissom e Sara trocaram um olhar, os dois preocupados com o que viria a seguir.

–E olha só, você é uma menina tão sortuda e boa que vai ganhar também um outro irmão, só que...-Gil tentou mas não conseguia mais palavras para dizer o que precisava.

–Esse outro irmão é especial, filha...ele é o seu irmão mais velho.

Cássia não entendeu direito o que os pais tentaram explicar. Afinal, quando Emily ganhou sua irmãzinha ela virou a irmã mais velha. Se ela ganharia mais um irmão ela teria que ser a mais velha, ou não? A menina coçou a cabeça e perguntou a seus pais

–Mas se seu vou ganhar um irmão, por que ele é mais velho?

Gil e Sara se entreolharam, era sempre bom ver como sua filha raciocinava direitinho. Seria duro explicar essa agora.

–Bem filha, isso é por que eu tive esse filho bem antes de você nascer- Gil disse

– Por que ele não mora com a gente?

–Por que ele tem uma mãe diferente, filha. Seu pai conheceu a mãe de seu irmão bem antes de conhecer a mamãe, e ele juntos fizeram o Noah, seu irmão.

–Mas.. você ama essa mamãe também?

Gil e Sara se entreolharam. O que dizer para essa menina para tirar a confusão da cabeça dela. Uma vez, quando Cássia perguntou como bebês eram feitos, Sara respondeu com aquele velho conto: quando duas pessoas se amam muito...etc. É claro que Cássia iria se perguntar se o pai dela amava outra mulher! Não do jeito que um adulto o faria, mas os pais não conseguiam pensar de que jeito isso a afetaria.

–Bem... isso foi bem antes de eu conhecer sua mãe, princesa. Eu gostava muito da mãe do Noah, sim. Mas não do jeito que eu amo sua mãe.

Cássia só tinha mais uma dúvida

–Pai...você ainda vai me amar? Depois que os meus irmãozinhos chegarem?

–Cássia...- Gil puxou Cássia para seu colo e a apertou contra o peito- Nada nesse mundo vai me fazer deixar de te amar, ok? Nem que você tenha bilhões de irmãos, ou que você cresça ou que deixe de gostar de insetos. Nada, meu amor, nem ninguém podem diminuir o que eu e sua mãe sentimos por você, ok?

Cássia simplesmente abraçou o pai e deu um beijo em sua bochecha.

–Eu também vou te amar pra sempre, papai!

*~*~*~*CSI*~*~*~*

Naquela quarta-feira Gil dirigiu sozinho até o aeroporto para buscar seus convidados, enquanto Sara e Cássia ficaram em casa esperando. Gil queria que a família toda fosse, mas sua esposa afirmou que seria melhor somente ele ir, isso porque dessa maneira ele poderia dar atenção exclusiva à Noah, nem que fosse por poucos momentos.

Gil somente percebeu como sua mulher estava certa quando Noah e Angie apareceram no portão de desembarque. Muito nervoso de início, foi só o garoto perceber que o pai estava sozinho para ele relaxar e ser aquele menino que Gil conhecera um mês antes. Ângela parecia muito tranquila, como se aquela situação fosse corriqueira para ela. Gil sempre invejou as pessoas que podiam lidar sem muitos constrangimentos com as inteirações sociais. Sua vida seria muito mais fácil de navegar desse jeito.

–Pai!

Noah deu um abraço apertado em seu pai, ao que Gil respondeu com a mesma intensidade. Ele sabia o quão raro era este tipo de comportamento para um adolescente, se pensasse como exemplo na relação de Catherine e sua filha, Lindsay. Sara uma vez lhe disse que com meninos era muito pior, e terminou lhe dizendo: você não está feliz de ter uma menina? Gil então jurou para si mesmo que aproveitaria o máximo esse início de relacionamento com seu filho, já que o encanto se quebraria uma hora ou outra.

–Então, como foi o voo?

Os três conduziram uma conversa amigável no trajeto para casa, sem nem mesmo tocar no assunto mais sensível, até que, bem perto de chegaram ao destino, Gil falou.

–Sua avó deve chegar daqui à uma hora. Ela não pode esperar para te conhecer.

–É...pai, minha mãe disse que minha avó é...que ela não pode ouvir...

Gil não pode acreditar que se esquecera de dar esta informação a seu filho!

–Sim, mas não se preocupe, ela sabe ler lábios e eu posso interpretar para vocês.

Noah não pareceu relaxar muito com essa informação, então Gil tentou de outro ângulo.

–Noah, não se preocupe com isso. Sua avó já está feliz demais em te conhecer. Ela sabe da nossa situação, não vai encrencar por causa disso.

Noah concordou com a cabeça, mas ainda assim estava preocupado. Ele não sabia o porquê, mas queria causar uma boa impressão ao conhecer sua avó. E não conseguir falar com ela sozinho não era o jeito certo de fazê-lo.

Ângela pode ver o quanto o filho estava incomodado com aquela situação, mas não sabia muito bem o que fazer para que ele se sentisse melhor. Ela mesma estava muito nervosa em reencontrar Betty Grissom. Afinal, se havia algo que ela se lembrava da mãe de seu amigo era o quanto Betty era protetora em relação à Grissom. Sabia que a senhora não deveria ter aceitado de bom grado esse novo neto. Não por conta de Noah, é claro, mas pela circunstancia envolvida na situação. Betty devia acreditar que era uma falta enorme por parte de Angela de não ter contado a Gil sobre o filho. Angie conseguia agora entender o quanto estava errada esse tempo todo, mas em sua defesa na época ela imaginou estar fazendo a melhor das decisões. Nunca agira de má fé, mas fazer com que Betty entendesse isso seria tarefa difícil.

–Bom, chegamos! Lar, doce lar!

Gil chamou a atenção dos outros ocupantes do carro enquanto se dirigia à mala para pegar as bagagens. Mãe e filho ficariam hospedados no quarto de hóspedes da casa. Angela relutara muito em aceitar, pensando em já ser imposição demais dela ter vindo junto com o filho. Sara não quis ouvir, dizendo que seria indelicado da parte deles que ela fosse para um hotel. Afinal, ela estaria em Vegas sozinha naquele dia de “Ação de Graças”. Para Grissom, aquela insistência de Sara veio como uma surpresa, afinal ela mesma reclamara em alto e bom tom quando Gil lhe contou que Ângela viria. Gil pensou que nunca entenderia as mulheres. Só de pensar que em breve ele teria três sobre o mesmo teto...bom, ele teria que aturar.

Abrindo a porta da sala o homem deixou mãe e filho passassem primeiro, e estranhou a ausência de seu fiel companheiro.

–Sara deve ter prendido o Hank- ele se dirigiu a sala, mas ela também se encontrava vazia- Sara, querida, chegamos!

A mulher não respondeu, então ele imaginou que suas princesas estariam no quintal da casa. Falando para Angie e Noah deixassem as malas ali por enquanto, Gil abriu a porta da varanda, e foi aí que quase foi atropelado por seu amado boxer.

–Hank, senta!- mas o animal estava animado demais, ao ver mais duas pessoas perto de seu dono, e foi logo pulando em cima deles.

Noah não se importou muito, sempre quis um cachorro mas sua avó era alérgica, e como eles viviam na casa dela não tinha como pedir um. O garoto se abaixou e começou a acarinhar o boxer, que logo virou de barriga para cima, aproveitando o carinho do menino. Nesse momento, Sara aparece juntamente com Cássia, que se escondia por detrás das pernas da mãe.

–Olá, Ângela- Sara começou com uma voz amigável- E você, Noah, muito prazer.

–Ah, senhora Grissom, muito prazer!- o rapaz se levantou rapidamente e estendeu a mão para Sara.

–Por favor, me chame de Sara- ela disse- Não tem porquê ser tão formal, ok?

Noah balançou a cabeça em acordo, e o grupo ficou se encarando em um silêncio constrangedor. Ângela, a pessoa menos inibida da casa, então resolveu tomar as rédeas da situação. Abaixou-se para falar com Cássia, que ainda estava escondida.

–E você, princesa? Deve ser a Cássia, não é? Ouvi falar muito de você.

A menina simplesmente escondeu mais o rosto na perna da mãe e a abraçou com mais força.

–Vamos, Cássia, ela te fez uma pergunta- Sara incentivou sua filha, tentando fazer com que ela se desgrudasse das pernas- Você não quer dar um oi para o seu irmão

A garota balançou a cabeça negativamente, e continuou a se esconder.

–Poxa- continuou Angie- Uma pena, porque ele tem algo pra dizer pra você, não é Noah?

O adolescente então abriu sua mochila e retirou um presente embalado em papel rosa.

–Aqui, Cássia- Noah se aproximou da irmã- Eu te trouxe um presente.

Cássia mordeu os lábios e olhou para o embrulho com os olhos cheios de expectativa, como qualquer criança. Sara mais uma vez tentou levar Cássia a largar dela, e dessa vez a menina aceitou, embora um pouco relutante

–Toma- Noah deu a ela o embrulho quando ela se aproximou.

–Como nós dizemos Cássia, depois que ganhamos um presente?- foi a vez de Grissom falar

–Obrigada...

–Você quer que eu te ajude a abrir?- Noah perguntou, e Cássia aceitou.

Os dois se sentaram no chão para abrir o presente, e os adultos finalmente relaxaram.


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