Romeo, Oh! escrita por FerLee


Capítulo 1
My Romeo


Notas iniciais do capítulo

A ideia para esta fic surgiu quando eu achei uma apresentação de "Juliette", a qual a fofíssima IU faz uma pequena abertura, cantando o refrão (adaptado para Romeo). Quase morri com tamanha fofura e perfeição ♥
Originalmente era para ser uma Jongkey, mas foi mudada para uma Minkey, porque achei que combinaria mais.
Críticas, sugestões, elogios são e sempre serão bem-vindos ;)
Boa leitura!



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Não fazia ideia de como aquilo havia começado. Primeiro, foi admiração. Quando foi Choi MinHo chegou naquela instituição, há quase cinco anos, o olhar de Key fora atraído como imã para o moreno alto e, naquele tempo, magrelo. Mas nada disso importava, nem o fato de ter apenas treze anos. Meninas não o atraíam. Podia ser amigo delas, até ser confundida com uma, mas seu real interesse eram os garotos. Principalmente aqueles que entravam para o time de futebol. Parecia que uma espécie de magia acontecia, porque qualquer garoto se transformava num homem inexplicavelmente lindo, a ponto de você ter um torcicolo para não perder qualquer passo que ele dê por perto. Eles eram ótimos modelos para os seus desenhos ainda inexperientes.

Depois veio a decepção, logo no ano seguinte. KiBum já havia admitido para si mesmo que estava cegamente apaixonado pelo garoto de olhos grandes, o que fez seu coração se fechar para fatos óbvios. Um deles, o mais impactante, quando a realidade lhe bateu às portas, lhe dizendo que MinHo nunca se apaixonaria por ele, afinal, o moreno mostrara o quão heterossexual era ao beijar meia dúzia de meninas numa mesma festa, num curto intervalo de tempo. O pior nem era isso, mas fora como um chute fortíssimo no seu estômago ao vê-lo entrelaçar a mão grande nos cabelos longos da mais popular do colégio e beijá-la com uma animação sem igual, na frente de todos. A partir daquele dia, Key decidiu se trancar completamente para o amor. Arrancou todos os desenhos do moreno da parede de seu quarto e os guardou de qualquer jeito numa gaveta. Decidiu também que sairia por cima daquela situação, se mostrando superior e mais diva do que nunca. Todos naquele colégio se surpreenderiam com tal transformação.

Com a chegada do colegial, veio a aproximação. Logo no início do ano, sua querida professora de biologia lhe pregou uma peça e praticamente lhe obrigou a fazer dupla justamente com MinHo. Choramingou bastante, alegando que até poderia se juntar com Amber, mas se calou na hora que fora perguntado o motivo. Não poderia dizer que ainda era atraído pelo capitão do time de futebol. Não, ele não jamais saberia disso. O que lhe restara foi aceitar a companhia não tão indesejada do moreno durante todo o ano. Se não pode vencer o inimigo, que se junte a ele! Key via aquilo como forma de se convencer de uma vez por todas que era forte, que poderia ultrapassar qualquer sentimento confuso dentro de si. Que poderia sair ileso do furacão chamado MinHo.

O loiro desejava, mais do que tudo, engolir a própria língua assim que se viu em frente da imponente casa dos Choi. Tinha prometido para si mesmo que jamais colocaria os pés no território inimigo, que todos os trabalhos que eram pedidos por seus professores seriam feitos em sua casa, onde poderia fugir sem dar qualquer explicação plausível para o moreno. Mas, nas últimas vezes, a vida resolveu caçoar consigo e, justamente naquela semana, seus pais viajaram com urgência para o Japão, o deixando sob os cuidados de sua avó, cuja esta não entendia a opção sexual do neto, não permitindo de qualquer forma a entrada de garotos de quaisquer idades em sua casa, com medo de um eventual ataque por parte de Key.

Oras, tinha um ótimo gosto para seus amantes e, acima de tudo, tinha decência e respeito!

Bufou irritado pela demora a ser atendido e cogitou em dar meia volta, quando a porta atrás de si se abriu, revelando uma imagem digna de cinema para KiBum. Ele já imaginava que o moreno possuísse corpo de atleta e também sabia que este enfrentava a academia do colégio quando não tinha treino com o time. Só não fazia ideia do quão perfeito ficavam os músculos revelados pela aquela bendita regata preta colada ao tórax do outro. Poderia ficar horas contemplando o conjunto inteiro, mas recobrou os sentidos quando MinHo estalou os dedos em frente aos seus olhos.

– Hyung, podemos entrar? – perguntou com a voz suave, indicando o interior da casa. Key estranhou aquele bom tratamento, afinal, o moreno nunca demonstrou nenhum indício de que era um gentleman, muito menos consigo. Piscou várias vezes e acenou positivamente, adentrando o tal território do inimigo.

– Pretendo não me demorar muito, dongsaeng. Minha avó está em casa e não gosto que ela fique sozinha por muito tempo – avisou, mesmo que a grande maioria fosse balela. Deixou seus tênis no hall de entrada e não se incomodou em retirar suas meias de desenhos infantis, muito menos com a risada discreta abafada de MinHo. – Certo. Onde iremos fazer este trabalho? – indagou enquanto era guiado pelo moreno casa adentro.

– No meu quarto – Key engoliu em seco.

Era só o que faltava...


Até que o quarto de MinHo era apresentável. Não, melhor do que isso. Era perfeito para um garoto de dezessete anos. Espaçoso, de cores claras e uma gigante cama de casal repleta de travesseiros aparentemente fofíssimos. Os olhos felinos de Key brilharam ao vê-la. Se o moreno fosse seu amigo de longa data, como JongHyun, com certeza não hesitaria em se jogar no móvel e ficar por lá durante horas. Mas balançou a cabeça negativamente para resistir à tentação. Seu objetivo ali era fazer aquele maldito trabalho quilométrico de biologia e sair o mais rápido possível, mesmo que parte de seu cérebro gritasse desesperadamente para enrolar o máximo e, assim, poder apreciar mais os músculos marcados sutilmente pela aquela peça de roupa tão inconveniente.

O mais alto apontou para a escrivaninha num canto do quarto, dizendo que poderia ocupá-la como quisesse, enquanto ele ocuparia a cama, dando a desculpa de que se sentia mais confortável ali. E, assim, o Key o fez. Afastou cuidadosamente a cadeira giratória e se sentou, apoiando sua mochila sobre a mesa de madeira, tirando dali seu notebook e os dois livros necessários para o trabalho. Suspirou fundo tentando se acalmar e, quando tudo estava de um jeito simples, mas eficiente para ajudá-lo, fora surpreendido ao ouvir um estrondo atrás de uma porta perto de si.

Movido pela curiosidade e preocupação, o loiro se adiantou em direção ao local de um possível acidente, não conseguindo evitar a risada histérica ao ver MinHo praticamente soterrado pelos os mais diversos livros. Era a cena mais hilária que tinha visto até agora.

– Vai ficar parado aí ou vai me ajudar? – o moreno indagou irritado, tentando, quase em vão, tirar os livros de cima de si.

– Desculpa, mas não pude evitar – Key o ajudou, colocando os livros aleatoriamente de volta nas prateleiras. – Você está bem? – lhe questionou, estendendo a mão para que o mais alto se levantasse com mais facilidade.

– Bom, eu sobrevivi a uma avalanche de livros – MinHo não pode conter a piadinha sem graça. – Obrigado, hyung.

– Claro, depois eu cobro pelo seu salvamento – o loiro retrucou, dando um sorriso de lado. – Vamos logo colocar estes livros no lugar e começar o trabalho.

– Deixe-os aí. Quando você for embora, eu os coloco de volta – puxou seu hyung para fora dali, fazendo-o sentar novamente na cadeira giratória. – Você tem pressa – afirmou mais para si mesmo, acomodando-se entre os travesseiros macios.

Com a atmosfera estranha, os dois trataram de dividir o trabalho em duas partes, para irem mais rápido. MinHo ficou com a parte teórica, já que Key insistiu para que fizesse os desenhos necessários. Cerca de meia hora depois, apenas se ouvia os sons discretos das teclas do notebook do moreno e os lápis de cores se chocando contra a madeira da mesa quando eram trocados.

– Eu não entendo – o mais novo se pronunciou pela primeira vez naquele tempo todo. Key o encarou curioso. – Por que você tem vários desenhos meus em seu caderno?

Naquela hora, o queixo do loiro caiu alguns centímetros. Nunca imaginara que MinHo ainda se lembrara daquele fatídico dia que o pegara desprevenido, admirando o desenho mal feito de si no caderno de KiBum e, pior do que isso, sua reação inesperada.

“Nenhum outro desenho ficara tão perfeito quanto aquele. Os traços suaves contrastavam de maneira harmoniosa com os mais marcantes, revelando o rosto do modelo em questão. Nunca havia sequer pedido qualquer tipo de permissão, apenas se sentava na arquibancada de cimento na grandiosa quadra de esportes após o último horário e se armava de seu inseparável caderno e lápis. Dessa vez não seria diferente. Com os olhos felinos tentando acompanhar os movimentos rápidos, sua mão rabiscava linhas sinuosas, sem alguma expectativa que desse certo. Por fim, o jogo parado era uma ótima oportunidade de ver como ia o progresso. Riu consigo mesmo, tentando ser o mais discreto possível.

Aquilo estava mais parecendo uma obra cubista do que qualquer outra coisa. Um leigo diria que era uma caricatura, já que os olhos e a boca estavam num tamanho extremamente exagerado.

– Você precisa parar com isso, KiBum-sshi – foi apenas uma pequena distração para apanhar a borracha dentro do estojo e tinha seu precioso caderno nas mãos da última pessoa que poderia ver o seu conteúdo. Franziu o cenho ao identificar a figura alta e morena.

– E você precisa parar de querer enfiar o focinho aonde não deve MinHo – retrucou azedo, praticamente arrancando o caderno da mão do mais novo, levantando-se com a mochila pendurada num ombro. – Aliás, você não deveria estar com seu time? – indagou, apontando com a cabeça para a quadra.

– O treino acabou princesa – o moreno se aproximou de Key, tocando o rosto fino e de pele macia. – E você, de novo, se distraiu me desenhando – e riu das bochechas avermelhadas do outro.

– Aish! Não diga bobagens! – se afastou de MinHo, indo em direção à única saída do local, com o corpo formigando pelo simples toque do Flaming Charisma.”

Não saberia o que responder. Poderia inventar qualquer desculpa, dizer que o escolhera de maneira aleatória, que era apenas uma distração. Também tinha vários desenhos de seus amigos, não tão bem detalhado, mas tinha.

– Oras, qualquer pessoa pode servir de modelo para os meus desenhos – começou, sem sequer olhá-lo diretamente. Se o fizesse, com certeza gaguejaria. – Não é porque eu tenho um ou outro desenho seu que significa que você seja especial ou, o que seria engraçado, eu esteja apaixonado por você. São apenas desenhos, MinHo.

O moreno suspirou alto. Ele não estava sendo sincero consigo pelo simples fato de não encará-lo tão cheio de si, como todas as vezes. Podia aparentar ser um idiota que só pensa em futebol e outras futilidades, mas, a verdade era que sempre fora um ótimo observador e desde seu ingresso no time notou a presença excêntrica de Key nas quadras, com seus olhos o seguindo discretamente enquanto rabiscava alguma coisa num caderno de capa desgasta. Assim que teve a oportunidade, perguntou a um garoto se era normal sua presença ali. Quando obteve uma resposta negativa, não custou muito para que ligasse todos os pontos e chegasse à conclusão de que Key se apaixonara por si, não acreditando na primeira vez.

Claro, era bem mais do que óbvio! O loiro começou a enfrentá-lo descaradamente desde o dia que beijara algumas meninas numa dessas festas que davam durante o final de semana. Justamente naquele dia, ficou irado ao ver ele e, aquele que viria depois descobrir que era melhor amigo de Key, sussurrando um no ouvido do outro, rindo discretamente e JongHyun segurando firmemente a cintura fina.

Todas as atitudes de Key, desde então, estavam justificadas. E tudo por causa de um mal-entendido! Um mal-entendido que ele próprio havia criado em sua imaginação. Riu. Nunca havia sido tão bobo para não perceber que era correspondido. Até garotas tinha beijado!

– O que deu em você? – o mais velho perguntou assustado pela reação de MinHo. Ele passara os últimos cinco minutos numa quietude quase palpável e, de repente, estava gargalhando. – Andou fumando?

– Aish, não – o moreno respondeu ainda com dificuldade, tentando regularizar sua respiração. – Eu só percebi o quão idiota fui durante todo este tempo – encarou o loiro à sua frente. – E, cara, tudo estava tão transparente quanto água!

– Mas o que foi que eu perdi? – Key sentou-se ao lado do mais alto e colocou a mão em sua testa, medindo a temperatura. – Com febre você não está. O que aconteceu durante este seu silêncio, hum?

– Você...

MinHo avançou sobre seu hyung, entrelaçando o cabelo macio entre seus dedos longos e, finalmente, colando sua boca aos lábios rosados de Key. Não estava esperando qualquer reação vinda do loiro, afinal, ele poderia ter superado seu amor por si e estar brincando com os seus sentimentos. Abriu os olhos vagarosamente e se surpreendeu ao encontrar os orbes escuros do loiro, assustados.

– Desculpa... Eu pensei... – se afastou depressa, atrapalhado e confuso. Fixou seu olhar na janela aberta de seu quarto, contemplando o crepúsculo tímido.

– Eu esperei durante cinco anos por este momento – Key sussurrou com a voz aveludada ao ouvido do moreno, roçando discretamente seus lábios ali, provocando arrepios na pele levemente bronzeada. – Pensei que eu tivesse que ser mais óbvio para você me dar alguma bandeira – riu quando seu plano mirabolante passou pela cabeça.

E, novamente, naquela tarde, teve seus lábios tomados pela boca ansiosa de MinHo. As desesperadas mãos grandes do moreno percorreu seu corpo com cautela, fixando-se em sua cintura. Key sorriu discretamente ao morder o farto lábio inferior, puxando-o para si e arrancando um grunhido baixo de seu dongsaeng. Então, aproveitou a oportunidade de invadir a cavidade quente com a língua, explorando-a com afinco.


“Eu vou te entregar minha alma.

Por favor, me aceite!”














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