Atashi To Tenshi To Akuma escrita por Mel Devas


Capítulo 33
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Bem, estou achando que Atashi já deu o que precisa pra dar e estou começando com o final, mas não se preocupem que ainda tem MUUUUUUUUUUUITA coisa MESMO pra acontecer antes de Atashi acabar XD. Enfim, BOA LEITURA!!!!



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            Não posso nem vou negar. Foi um choque. Sim, eu estava totalmente chokita (caramelizada, com flocos crocantes e delicioso chocolate Nestlé. Olha que eu quero ser paga por essa propaganda, hein!!)

            Eu devo ter cambaleado, porque senti o aperto firme da mão de Carlos em meu braço. Recobrando os sentidos, me obriguei a ir pra frente, apesar de não ter deixado de observar a morena me olhando com nojo e dando de ombros, indo falar com o professor. Senti um grande desespero.

            Levei um puxão no braço e despertei, Carlos agarrara minha mão, me levando pra longe apressado. Deixei um leve sorriso se esboçar no meu rosto. Precisava agradecer muito ao garoto, ele me salvara muitas vezes naquele período de tempo. Fico agradecida e até aliviada por Lion ter tão bons amigos.

            Quando estávamos longe o suficiente ele olhou para mim e sorriu.

            - Que tal jogar futebol? – Sugeriu.

            - Acho melhor não. – Abanei as mãos. – Questão de segurança.

             - Entendo. – Ele riu. – Apesar de você ter sido inútil, não perigosa no último jogo.

            - Não fui inútil nada!! Quem foi que pegou a bola mesmo?

            - Você FOI pegar. Nem voltou. Ah, é. O que aconteceu naquele dia?

            - Uma história longa. – Suspirei, sentindo um arrepio percorrer minha espinha ao me lembrar do sorriso desfigurado se abrindo no chão. Com surpresa, percebi que estava tremendo que nem vara verde, eu morria de medo com a ideia de que eles voltassem.

            - Está tudo bem, Reny? – Carlos perguntou, acariciando meus cabelos.

            - Tudo bem. – Sorri forçadamente. Agradeci por ele não ter perguntado mais nada.

            - Então... Se não quer jogar futebol, que tal ir... – Ele arregalou os olhos pra mim, com um sorriso divertido.

            - No parque!! – Completei.

            - E brincar na...

            - Gangorra!!

            O moreno gargalhou e pegou minha mochila, dirigindo-se pra fora do prédio principal.

--x--

Esses dias percebi o quanto a Lorene consegue sumir do nada. Na verdade ela sempre fez isso, mas nunca reparei de verdade. Quando o sinal tocou corri pra sala dela, mas não havia ninguém e dei meia-volta quando quase dei de cara com Sin. Voltei pro quarto e encontrei Sam e Taus que estavam discutindo a importância ou não de algo relacionado à Revolução dos Pães com Mortadela que Usam Gel (?). Enfim, eles também não sabia onde a albina tinha se enfiado.

Caminhei a esmo. Quem sabe eu encontrava ela? Aos poucos fui lembrando das bizarrices que aconteceram com a gente. Parecia ser tanto tempo... Mas não era... E aquela vez em que ela me olhou desesperada pra brincar no parquinho? O parquinho!!

Com a súbita epifania, me apressei pro parquinho ao lado do bosque. Era muito a cara dela. Comecei a destinguir vozes e senti como se um peso estivesse sido tirado dos meus ombros quando eu reconheci a de Lorene. A outra era de homem, sem comentários, pelo menos era familiar e sorri ao ver Lorene brincando na gangorra com Carlos, este tinha prendido-a em cima.

- Tá de castigo!!! - Falou, zombeteiro.

- Deixa eu descer!! - Lorene agitava as pernas no ar desesperadamente.

- O próximo sou eu. - Me prontifiquei.

Então, você acha que lêmures têm olhos arregalados? Isso é porque você não viu os de Lorene. Sério, ela estava parecendo uma montagem, epalicideu e as pernas pararam de se agitar.

- Me baixe. - Ela babulciou. Carlos, um pouco alarmado, deixou-a descer e levantou, me encarando desafiadoramente, apesar de um pouco duvidoso. Dava para entender. Eu tinha que explicar o mais rápido o possível.

- Lorene... - Estendi o braço e fiquei um pouco magoado ao ver que ela dera um passo para trás. - Não... Me deixa explicar, não é o que você pensa.

A mudança foi totalmente espantosa. Quando terminei de falar ela me mandou um olhar incrédulo e um pouco irritado. Até onde ouvira minha conversa com Sin? Olhei pra Carlos e mandei um olhar para que ele nos deixasse à sós. Ele saiu desconfiado, Lorene parecia mais acuada e nervosa ainda sem a presença do garoto.

Tinha que ser rápido. Corri até ela, apertando-a contra meu peito.

- Desculpa por te deixar assim, Lorene... - Minha voz falhou. - Eu te amo, muito, mais do que tudo. Você foi que me deu esperanças de ser eu, por favor, me escute... - Senti o corpo dela relaxar sob o meu.

A garota enlaçou os braços no meu pescoço e enterrou a cara no meu peito.

- Você sabe que não pode ser uma justificativa qualquer, certo? - Ela soluçou. Levantei seu rosto e limpei suas lágrimas.

- O meu sentimento por você não PERMITE uma justificativa qualquer, Lorene. - Aproximei meu rosto do dela e rocei os seus lábios macios com a minha boca. Lorene ficou rígida e se afastou. Devia ter adivinhado. Segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos e embrenhei no bosque, explicando que Sin também era minha prima e que era tudo um mal entendido.

- Entendeu? Me perdoa? - Perguntei, voltando a abraçá-la.

- Sim, desculpa pela confusão. - Ela correspondeu o gesto.

Feliz, sorri e me abaixei pra beijar Lorene sem ser interrompido. Ela me empurrou novamente.

- Lorene...? Tá tudo bem?

- Ah, sim. - Ela corou e ficou meio confusa. - É que aconteceram tantas coisas... - Lágrimas se afloraram em seus olhos, me passando uma sensação de agonia.

- Quer que eu te dê um tempo? - Ouvi as palavras saindo involuntariamente da minha boca. Doía. Lorene só assentiu com a cabeça, fazendo força pra não deixar as lágrimas rolarem.

- D-Desculpa, Dan. - Ela conseguiu falar fracamente.

- Não tem problema, eu entendo, também pediria um tempo. - Senti meus olhos arderem e mordi meus lábios, olhando para Lorene. Ela não era mais minha. Pelo menos não por ora, mas eu conseguiria ela de volta. Sim, de jeito nenhum eu ia deixar nosso amor parar por aí.

Apertei as mãos dela, afaguei seus cabelos e fui embora.

- Qualquer coisa é só me chamar, ok? - Sorri.

--x--

 AH! IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA!!!! POR QUE SOU TÃO IDIOTA???? Cérebro, por que você não deixa eu simplesmente voltar com Dan em paz? Você e eu sabemos muito bem que ainda amo ele. Por que você me fez magoar ele? Por que? Por que? POR QUE, CARACOLES??

Sim, cara pessoa sobrenatural que pode estar lendo minha mente no momento, sou uma idiota, pode me odiar e me bater. Fiquei observando as costas largas de Dan enquanto ele desaparecia pra fora do bosque. Quando eu não conseguia mais destinguir o brilho de seus cabelos dourados, me deixei cair numa raiz de árvore, arrasada. Deus, quase não tinhamos ficado juntos e aí, quando tudo dá certo, eu consigo estragar tudo? Fala sério, né?

Ignorei o gosto salgado de lágrimas na minha língua, meu nariz entupido e o rosto que tinha certeza que estava vermelho, assim como os olhos. O que alguém maravilhoso como Dan tinha visto em mim? Era idiota, covarde, burra, feia, ridícula e sem-coração. Dan era um demônio foragido, cheio de pensamentos assustadores e experiências vividas horríveis. Não era para eu estar ajudando ele? Por que eu estava aqui chorando enquanto ele aguentava tudo? Quanto tempo vou demorar para esquecer o que acontecera?

Encostei o rosto no tronco da árvore úmido, era uma sensação gostosa, tenho certeza que Dan gos... Sacudi a cabeça pra afastar o pensamento. Senti meu corpo mole, ser uma chorona era cansativo. Por que havia virado uma?

- Ei, Lorene, acorde. - Tive a impressão de ouvir a voz de Carlos, confirmada pela sacudidela que ele me deu - Que bom que acordou!! Por que demorou tanto? Fiquei preocupado... - Ele me ajudou a levantar.

- Ah, desculpa. Carlos, obrigada por me achar. - Estranhei algo, mas acho que tenho ficado paranoica por causa dos acontecimentos, então ignorei.

- Sem problemas. - Ele sorriu. - Olha, seus pais pediram para a gente comprar umas coisas. - Ele mostrou uma lista, fiquei desconfiada de novo.

- Ok, vamos lá. Mas... Não é proibido sair dos limites da escola?

- Eles deram uma permissão temporária, não esquenta. - Fomos caminhando na direção da saída da escola. Reconheci a rua onde a garotinha chamara o Dan de unicórnio de longe. Dei uma risada, pra qual Carlos fez uma cara confusa. 

Atravessando a rua, fora do colégio, Carlos estacou.

- O que foi? - Perguntei.

Ele baixou a cabeça olhando para o chão. Espera, raciocinei, por quê Carlos me chamara de Lorene, não Reny? Como ele sabia dos meus pais?

Arregalei os olhos.

- Não. 

Só tive tempo de ver a imagem da mulher de cabelos pretos e olhos lilázes tremulando junto com a imagem de Carlos antes de apagar. Merda.


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Notas finais do capítulo

SIN VADIA!!! DEVOLVE A LÔ, DEVOLVE!!!! Bem, espero que tenham gostado!! Qualquer crítica é só falar!!!



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