Os últimos retoques de sua maquiagem estão sendo feitos pelas mãos de Catherine, o vestido bem alongado em seu corpo denunciava suas curvas simétricas, seu sorriso ansioso e incontrolável era brilhante no seu rosto, e o seu coração pulsava descompassado, mostrando-a que o que iria acontecer era real.

- Será que ele vem mesmo, Cath? – Perguntou.

- Não está querendo desistir, não é? – Devolveu com uma pergunta que fez Sara dar um pulo da cadeira.

- Como assim desistir? Cheguei até aqui e vou em frente. – Suspirou encarando seu reflexo no espelho. – Demorei muito pra conseguir isso, não vou desistir agora.

- Você o ama mesmo, não é? – Fala a loira sorrindo.

- Se não fosse amor eu não estaria insistindo nisso, Cath. – Suspirou novamente, passando as mãos por sua cintura, admirando o vestido lindo que comprara com sua amiga hoje cedo. – Obrigada pela ajuda com o... O vestido. – Ficava envergonhada quando falava disso, nunca foi boa para compras. – Ele é lindo.

- Por nada. – Foi guardando suas maquiagens na bolsa. – É... Parece que ele foi feito pra você, Sara. Ficou mesmo perfeito.

Era lilás escuro, bem escuro, colado em seu corpo e na altura certa, ao meio das coxas. Com um salto camurça preto, os cabelos bem escovados... Uma deusa. Catherine terminou de arrumar suas coisas e colocou a bolsa no ombro, segurando-a com uma das mãos. Andou um pouco até a porta e virou-se pra Sara, que tinha os olhos marejados.

- Não estrague essa linda maquiagem, deu trabalho para fazer! – Tinha o poder de sempre animá-la. – Nada de medo, garota. Ele vai vir, você vai ver. Depois você me conta os detalhes... – Piscou e Sara riu.

- Cath! – Retrucou ainda rindo.

- Eu disse detalhes... Todos!

Dito isso ela saiu, confiante de que dessa vez daria tudo certo para sua amiga e para seu amigo. É ele mesmo. Grissom. Deu graças por ele ter criado coragem e aceitado um dos convites de Sara para um simples jantar... Custava muito um jantar? Não. Mas o que ela percebeu dessa vez, foi que ele estava mais seguro de si, um tanto animado, e mais... Parecia disposto á algo mais sério. Pois é, cruzava os dedos para que esteja certa, e que essa sua intuição de que tudo daria bem esteja correta.

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Ainda faltavam dez minutos para ás oito horas e Sara já pensava milhas de bobagens. Sabia que Grissom era pontual, mas vamos combinar de que ainda não era a hora certa. Mas pra quem esperou uma vida inteira, não era problema esperar mais dez minutos. Não para ter o amor da sua vida.

E a campanhia tocou, fazendo-a suspirar.

- Boa noite, Sara... – Disse enquanto admirava-a. – Você está linda. – Se tudo isso era pra ela ficar totalmente vermelha, ele conseguiu. Com louvor. Sara corou rapidamente, e suspirou novamente. Quantos suspiros não?

- Boa noite... E obrigada. – Disse sorrindo.

- Vamos? – Que homem era aquele? Grissom lhe ofereceu a sua mão! Não podia acreditar que ele era tão carinhoso. Iria aproveitar. Estava sendo prazeroso.

- Vamos. – Disse e aceitou sua mão.

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O jantar estava maravilhoso. Ele havia escolhido um dos melhores restaurantes da cidade e Sara estava cada vez mais impressionada com tamanho cuidado que ele teve em escolher um lugar no qual ela se encaixasse. O restaurante tanto era vegetariano como não. Ficaram ali conversando animadamente, numa intimidade incrível, que nem sem perceber o jantar havia acabado.

- Oh... Terminamos e nem percebemos. – Disse Grissom.

- Verdade. – Sara riu.

Estavam pertos demais. Não era daqueles restaurantes que as cadeiras eram uma de frente á outras. Aliás... Nem cadeiras eram. Era um tipo de poltrona que os dois ficavam lado á lado, exclusivamente para casais. Outra coisa que fez Sara se sentir muito feliz. A escolha do lugar para se sentar foi muito útil para fazê-la perceber suas intenções.

Olhou para baixo e sorriu de lado. Uma idéia surgiu em sua mente e estava receosa de colocá-la em prática. Mas uma coisa que aprendeu nessa longa e difícil jornada da vida foi que... “É melhor acordar arrependida, do que dormir com vontade. É melhor tentar e dar errado, do que não tentar e depois ser tarde demais.”

O braço de Grissom estava descansando ao seu redor, na poltrona, e via-se seu corpo bem junto ao dele. Estavam tão íntimos que Sara não viu que sua mão descansava na coxa dele, apoiando-se. Foi então que se virou, olhou no fundo dos seus olhos e se pronunciou. Não falou nada, simplesmente se aproximou mais e mais... Quando se deu conta os lábios já tinham selado um beijo profundo.

E o beijo durou uma eternidade!

Quando se desgrudaram ela permaneceu de olhos fechados, suas testas juntas e com um impulso ela viu-se com medo da reação dele. Separou seus corpos e se afastou.

- Desculpa Grissom, eu...

- Não... – Ele se aproximou novamente e tocou o rosto dela, acariciando a sua pele delicadamente com o dedo polegar. – Eu gostei.

- Yeah? – Porque era inacreditável?

Ele não respondeu. Beijou-a novamente, sem pestanejar. Queria sentir seus lábios para junto com os seus selar uma promessa de amor, algo perfeito. Não conseguia expressar nada mais do que isso. Será que ela saberia que naquele beijo ele dizia que a amava mais que tudo?

- Você não vai dizer nada? – Perguntou Sara.

- Querida eu... – Que dificuldade! – Esse é o problema do amor, veja, ele me deixa sem saber o que dizer. Desculpe... Eu não posso te responder com um beijo?

Sara riu, riu mesmo. Achou engraçado e... Lindo! Nada foi mais lindo do que isso. Abraçou-o fortemente, e beijou toda a extensão de seu rosto. Grissom retribuiu, mas também ria da situação. Sara estava eufórica.

- Eu não posso acreditar que isso está acontecendo comigo, eu... – Suspirou novamente, agora muito feliz. – Ah, tantas pessoas esperam uma vida inteira por um momento como esse e... Você me ama? – Grissom riu. Ela estava estupefata.

- Yeah, baby. Mais que tudo... E olha... Você esperou tempo demais. Vamos aproveitar? O que acha?

Ela ficou em silêncio, olhou bem pra ele, com aquele sorriso de lado que só Grissom sabia dar, sua mão ainda em seu pescoço, tão próximos e então, sua única opção para responder sua pergunta foi... Beijá-lo!

The end.