Por longos minutos eu deixei me envolver com aquele beijo, com aquela sensação maravilhosa que era ter os lábios dele colados ao meu, e a nossas línguas brincando e se envolvendo de uma maneira deliciosa. Era como se eu estivesse em torpor, quando ele estava assim, tão perto de mim, eu não conseguia pensar, nem agir. Era como se meu corpo precisasse do dele cada vez mais.

Como todo ser humano precisa de oxigênio, tivemos de nos separar e voltei a minha consciência. Justin estava debruçado por cima de mim, logo o empurrei e ele caiu ao meu lado na cama.

- Quem permitiu sua entrada no meu quarto? – disse me recompondo e tomando uma pose seria e brava.

- Você não muda mesmo não é? – disse ele estirado na minha cama com os braços atrás da cabeça.

- Por que mudaria? Agora sai do meu quarto. – disse autoritária cruzando os braços.

- Você não quer que eu saia daqui. – disse ele sorrindo convencido.

- E desde quando você sabe o que eu quero ou deixo de querer? – perguntei.

- Desde quando você corresponde aos meus beijos sem relutar. – respondeu jogando aquilo na minha cara.

E eu não tinha como rebater, era verdade. Eu realmente passei a corresponder aos beijos dele.

- Eu te odeio. – disse me sentando na cama. Emburrada.

- Eu sei que não. Agora vem aqui. – disse e me puxou, fazendo com que eu caísse por cima de seu corpo.

- O que você vai fazer? – perguntei fitando seus olhos que era encantadoramente lindos.

- Nada que você não queira. – disse ele dando um beijo na minha bochecha, depois pelos cantos da minha boca, por todo o meu rosto, menos no local que eu mais ansiava receber aquele delicioso toque.

- Sabe, sua boca, seu beijo, são os mais deliciosos que eu já provei na minha vida. – sussurrou ele surrando seus lábios nos meus.

- Certeza? – perguntei anestesiada com o momento. De um minuto para o outro toda aquela minha “raiva” havia sumido e agora dava espaço para um desejo e uma sede que só sua boca poderia saciar.

- Certeza. – sussurrou com sua voz rouca e sexy. – Mas eu acho que tenho que provar mais algumas vezes para ter certeza absoluta. – disse sorrindo malicioso e o acompanhei.

Em seguida ele grudou nossos lábios novamente e mais uma vez entrei naquele torpor e naquela maravilhosa sensação de borboletas na barriga.

Justin passou sua mão pela minha cintura e me apertou mais contra si, em seguida nos girando na cama e ficando por cima de mim. Sorrimos entre o beijo devido a esse ato de sua parte. Levei minha mão ate sua nuca e puxei levemente seus fios lisos e levemente loiros. Nos viramos novamente na cama, dessa vez comigo por cima dele, sem partir o beijo é claro. Aquilo estava bom demais para ser interrompido e eu não queria que acabasse tão cedo. Justin insatisfeito com a nossa posição nos virou de novo na cama, mas dessa vez acabamos caindo no chão.

Por sorte acabei caindo por cima de Justin, então ele amaciou a minha queda, mas pela careta de dor que ela havia feito, a minha sorte, foi o azar dele.

Aquela cena foi no mínimo épica. Nós dois caídos no chão, por ter rolado na cama enquanto praticamente engolíamos um ao outro. Olhei para Justin e comecei a rir, e como minhas risadas não eram nenhum pouco discretas e sim pelo contrario, minhas risadas saiam sempre altas e escandalosas demais. Justin acabou me acompanhando, e rolei para o lado caído no chão coberto por um carpete fofo.

- Isso foi... – comecei a dizer, mas não consegui terminar pela crise de risadas que estava tendo.

- Engraçado. – completou ele recuperando o ar e sentando no chão, repeti seu ato depois de cessar meus risos.

- Eu gosto de você assim. Rindo, sem ser aquela Miley marrenta. – disse ele passando a mão pelo meu rosto e olhando direto nos meus olhos.

- Bieber não estraga o momento, isso não é pra ser romântico e não vai ser. Agora levanta daí e vamos comer alguma coisa. – disse já em pé.

-Ta legal, eu gosto dessa Miley também. – disse e se levantou em  um pulo. – Dessa vez eu escolho o restaurante. – disse ele, enquanto eu calçava meus tênis.

- Haha. Não. Dessa vez eu escolho. Quem sabe na próxima eu não deixo você escolher?  – disse e peguei minha bolsa.

- Então vai haver uma próxima? – perguntou sorrindo feito retardado enquanto  saímos do quarto.

- Só se você tirar esse sorriso idiota do rosto. – disse sorrindo cínica e ele me obedeceu. Bom garoto.

- Se eu não estivesse de muito bom humor hoje, eu te responderia mau. Mas eu estou de bom humor. Então... – disse apertando o botão e chamando o elevador.

- Ah, claro que você esta de bom humor. Você se livrou de um encosto, ate eu estaria feliz. – disse me referindo a Selena.

Justin ficou quieto.

- Qual é, você sabe que isso é verdade. Aquela garota era um saco, ate mesmo pra você. Você merece coisa melhor. – disse e em seguida entramos no elevador.

- E quem seria melhor para mim Miley? – perguntou com as mãos no bolso e um sorriso no rosto.

- Seila... Na escala evolutiva, qualquer coisa acima de uma bactéria esta valendo. – disse dando de ombros e ele rolou os olhos.

- Cala a boca. – disse ele e me empurrou contra a parede do elevador e me calou com um beijo.

Em outros tempos eu o empurraria, daria um belo de um tapa na cara e o xingaria. Mas agora... Ah, agora eu estava concentrada em apreciar aquele beijo.

(...)

Como eu havia dito, eu escolhi o restaurante, escolhi um restaurante chinês que era bem legal. Saimos escoltados por Moshe, ele pelo menos era mais legal do que o brutamontes que papai havia colocado para me seguir. E Moshe também era mais reservado, ele – graças a deus – não se atreveu a incorporar nenhum cantor , como Kenny havia feito.

Justin teve a ideia de ir ao cinema depois, e aceitei. Dessa vez, deixei que Justin escolhesse o filme, e ate que ele servia para algo. Ele escolheu Batman. Parecia legal, pelos cartazes que estavam espalhados por ali. Ele comprou nossas entradas e o cinema não estava muito lotado, comprou pipoca e refrigerante, alguns doces também. Agora não me perguntem onde ele enfiaria aquilo, pois havíamos acabado de comer, e comer muito.

 Não tivemos problemas com multidões de fans nos perseguindo, algumas pediram para tirar fotos e autógrafos. E assim fizemos. Algumas nos questionaram se estávamos juntos ou se ele havia terminado com Selena, ele, muito espero mudou de assunto distraindo-as com abraços e beijinhos.

- Vamos, o filme já vai começar. – disse Moshe.

Nos despedimos delas e seguimos para a sala. Por alguma razão que eu desconheço, Justin pegou na minha mão e caminhou para a sala junto comigo. Não nego que gostei daquilo.

Nos sentamos bem no fundo, para não sermos percebidos. Mas como eu disse, a posição de nossos lugares, não interferiria em nada, pois estaria escuro do mesmo jeito.

Moshe sentou a algumas fileiras a nossa frente, a pedido de Justin.

O filme era longo e não consegui prestar atenção pois ou Justin ficava comendo aquela pipoca, fazendo o maior barulho possível.

- Dá pra você calar a boca? – perguntei já farta.

- Dá ate que dá, mas preciso da sua ajuda pra isso. – disse ele e o olhei confusa.

- Hã? – perguntei.

- Assim ó. – disse e me puxou, beijando-me novamente.

Já tinha perdido a conta de quantas vezes já tínhamos nos beijado naquele dia, mas não me pareciam vezes demais. Sorri com aquele ato dele e o beijei de volta, nossas posições não estavam as mais confortáveis, e Justin pareceu perceber isso, pois, não sei como, me pegou puxou para seu colo sem partir o beijo.

Eu não sei o que era isso que eu estava sentindo naquele dia, mas e gostava e queria sentir mais vezes. Era uma sensação que só sentia com ele, e não queria sentir com mais ninguém.