POV Edward

Eu estava furioso. Bella só poderia estar armando pra cima de mim. De tantas estudantes que a UCLA possui por que ela foi justamente escolher a nerd esquisita da Ângela? Só podia ter algo por trás disso tudo! Liguei pro Jasper pra perguntar se ele sabia onde ela estava e BINGO! Ela estava na casa dele como imaginei. Por sorte estava nas mediações e em poucos minutos chegaria lá, Bella não tinha pra onde correr e iria me explicar direitinho o motivo de sua escolha.

Dirigi umas duas quadras e logo avistei a casa de Jasper e o carro de Bella estava estacionado na frente, me apressei e quando mal cheguei na porta ela se abriu e uma Bella ofegante apareceu. Ela arregalou os olhos e deu meia volta pra correr pras escadas, mas segurei seu braço.

– Hey, aonde pensa que vai?

Sorriu amarelo.

– A nenhum canto, sabe... Vi que você estava chegando e vim correndo pra abrir a porta pra você! Olha como sou uma amiga legal! – soltei seu braço.

– Sinto muito, mas você não me engana, estava tentando fugir de mim!

Fez cara de ofendida.

– Como assim fugindo de você? Assim você até me ofende Ed! Por que eu fugiria?

– Você sabe muito bem! – ela só podia estar brincando com minha cara – Por que você escolheu a Ângela pra ter um encontro comigo? Poxa, Bella! De tantas garotas você poderia ter escolhido uma melhorzinha, né? Posso saber o motivo de ser ela?

– Ahhh, isso? – pareceu relaxar mais – Não precisa ficar assim, escolhi ela porque...porque... Ah! Uma boa ação sempre é boa, não é? Imagine, ela o vendo de longe e triste sabendo que nunca poderia ter um encontro com você, quem sabe não daria certo? Resolvi arriscar, nunca se sabe... – deu de ombros.

Vendo por esse lado ela tinha razão. Nunca fui do tipo de gostar de excluir os outros, e como ela disse, quem sabe não daria certo?

Hmmm...

NÃO, NÃO, NÃO!

Não daria certo mesmo! Bella me conhece, sabe que eu não tenho absolutamente nada a ver com Ângela. Ela estava querendo me confundir!

– Bella, você sabe muito bem que ela vive em um mundo diferente do meu! Não adianta que essa história não vai me convencer.

Ela ficou tensa por um momento e depois bateu a mão na testa.

– Ah Ed, você é muito devagar mesmo! Nunca ouviu a frase que diz que os opostos se atraem? – sorriu.

– Por mais que você tente não vai conseguir me convencer, Bella! CHEGA!

Ela deu um pulo surpresa e suspirou. Eu não sabia mesmo o que fazer, se acreditava no que ela dizia ou não. Isso estava me matando.

– Hey, algum problema aqui? – a baixinha da minha irmã apareceu acompanhada de Rose e Jasper.

– Reunião? – perguntei.

– Nada que te interesse! – rebateu – Porque estava gritando com a Bellinha?

– Não é nada não, Allie – Bella tentou sorrir pra acalmá-la.

– Ora, que você pensa que me engana! Pode ir contando! Anda!

Bella me olhou e eu respirei fundo pra começar a explicar.

– Olha, não me levem a mal, só estou confuso com tudo. Bella se oferece pra me apresentar umas garotas...

– Epa! Peraí, você está se esquecendo da parte que você pediu isso a ela! – Rose interrompeu.

– Enfim – continuei – Bella aceitou minha proposta de boa, a escolha estava sob a responsabilidade dela e, no entanto ela escolheu uma nerd que não falava coisa com coisa e que ainda armou o maior escândalo me fazendo passar a maior vergonha! Isso parece “meio” estranho, não acham?

– Coincidências acontecem, Edward! Relaxa! – Jasper resolveu me acalmar. – Mas só não sei como você vai lidar com as mulheres agora que todo mundo já viu seu vídeo. – sorriu maroto.

– Sobre o que você está falando? – será que Jasper resolveu adotar o lado nerd da Ângela e agora falava coisas sem sentido?

– Vai dizer que você ainda não viu o vídeo que está rolando na internet de você com a Ângela?

Nesse momento imagens da confusão que aconteceu na biblioteca começaram a tomar minha mente e tudo fez sentido. Alguém que gravou a cena postou o vídeo na internet e só Deus sabe quantas pessoas tinham visto ele. Ótimo! Agora passaria um ano inteiro sem pegar ninguém!

Olhei feio pra Bella e ela desviou o olhar. Alice percebeu tudo e interviu.

– Vamos fazer uma coisa. Pra você parar de desconfiança com a Bellinha eu mesma vou escolher a próxima candidata, ok?

Assenti. Nada mal a ideia dela. Alice pegou o celular e começou a discar um número.

– O que está fazendo?

– Ligando pra candidata, oras!

– Mas o meu primeiro encontro foi hoje! Fora que com esse vídeo rolando ninguém vai querer sair comigo! É melhor esperar a poeira baixar...

Recebi um peteleco na cabeça.

– Ai!

– “Ai!” coisa nenhuma. É pra você aprender a ser homem! Você pediu pra conhecer gente nova e é isso que você vai fazer.

Nossa, a baixinha estava possuída!

– Ok – disse. E tinha outra escolha?

– Alô?... Lauren?... É a Alice, tudo bem? ... Hey, você topa um encontro com meu irmão? ... Sim... Ele mesmo!... Ok então, eu aviso! Tchau!

– Já? – perguntei espantado.

– Não, ainda estou falando com ela no telefone, não vê? – bufou e revirou os olhos – Ela disse pra você encontrá-la na praça de alimentação do shopping às 19h.

– Certo, vou indo agora. Hmmm... Bells, você vem?

– Não, vou ficar aqui mais um tempo. – ela estava triste e eu tinha sido a causa disso, droga! Precisava descobrir um jeito de me desculpar com ela. Lembrei de um assunto que queria falar com a anã.

– Err.. Alice? – disse e Alice me olhou cerrando os olhos – Eu estava pensando há um tempo em falar com você e perguntar se eu e o Emm podemos ir morar com vocês, sabe, a gent...

– Tá, tá, podem ir! Vocês passam a maior parte do tempo lá mesmo, não vai fazer quase nenhuma diferença. – deu de ombros.

– Ok então, obrigado. – acenei me despedindo e fui para casa.

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Eram 19h em ponto e eu já estava esperando pela tal da Lauren. Eu não fazia a mínima ideia de quem ela era, mas esperava que não fosse nenhuma louca e que não fosse escandalosa, porque se mais um vídeo meu fosse postado juro que arrumaria minhas malas na mesma hora e voltaria a morar com meus tios.

Esperei por meia hora... uma hora... uma hora e meia até que vi, como posso dizer? Ela parecia ter saído de algum filme, de alguma passarela, não sabia como definir, era alta, cabelos loiros acinzentados, olhos azuis e enquanto andava muitos olhares se viravam pra ela. Quem dera se essa fosse a Lauren... Eu estaria feito! Já passavam em minha cabeça milhares de coisas que eu poderia fazer com ela, e seria tudo muito divertido... - sorri internamente.

A loira foi se aproximando até que parou na minha frente.

– Edward? Sou a Lauren, desculpa pelo atraso! – sorriu lindamente e eu só faltei babar. Que sorte! Fiquei de pé e dei um beijo em sua bochecha.

– Prazer! E não se preocupa, nem demorou tanto assim! – Não poderia dar uma de mal educado, ainda mais com uma mulher dessas! Afastei a cadeira pra ela se sentar e em seguida me sentei também. Reparei que ela tinha uma postura muito certinha, chegava a parecer um robô.

– E então? Como está lidando com seus 5 minutos de fama? – piscou.

– Na verdade não estou lidando bem, foi tudo uma confusão, complicado de explicar e difícil de acreditar. – ela riu.

– Entendo. Não deve ser fácil ser Edward Cullen.

– Por que diz isso?

– Ah, não se faça de bobo! Sabe que no pouco tempo que chegou, já é considerado o cara mais cobiçado da UCLA.

– Não me diga...

Ela apenas sorriu mordendo seus lábios de maneira sexy. De repente me lembrei de Bella, ela tinha o mesmo costume, mas minha amiga o fazia naturalmente, uma mistura de inocência com travessura que acabava por dar o mesmo efeito sexy. No que eu estava pensando? Esse momento era pra me focar na Lauren e não pensar em Bella!

– Que tal pedirmos algo? – perguntei.

– Hmm... Não estou com fome – franziu o nariz.

– Tem certeza? Não precisa ficar envergonhada...

– É que estou em dieta, sou modelo. Se engordar um pouco posso perder meu emprego e aí já viu, né? – sorriu desconfortável.

– Entendi. Bem que imaginei que fosse modelo, você tem presença e é muito linda, devo acrescentar.

– Muito obrigada, eu sei disso. – era impressão minha ou ela se achava? Ela não falou em um tom de quem estava brincando, estranha!

– Já que está de dieta, vou te acompanhar e também não pedirei nada. Mas me fale mais sobre você! – sorri.

– Claro, ser modelo é ótimo! Sou muito requisitada, uma das melhores. O chato é sempre ter que aguentar as invejosas, sempre querendo me derrubar porque sabem o quanto eu brilho. Se é difícil ser Edward Cullen, imagine o quanto é ser eu! Você nunca conseguirá fazer ideia!

Saco! Quando finalmente encontro uma que aparenta ser perfeita, ela tem que possuir algum defeito que não suporto. Essa era narcisista e só sabia falar de sua vida de modelo, e nas viagens a trabalho e nas comidas que faziam parte de seu cardápio. Já fazia pouco mais de uma hora que começamos a conversar e eu não suportava mais. Nem sequer estava me esforçando pra demonstrar interesse em sua conversa e ela parecia nem se importar, até que falou um nome conhecido que me chamou a atenção.

– Como? – perguntei.

– Você. Por que anda com a sem sal da Swan? Você é lindo, daria um excelente modelo, minhas amigas morrem de vontade de ter um tempo com você, mal elas sabem que eu fui a sortuda de conseguir esse tempo. – sorriu se gabando. Mas quem parece ser a privilegiada nisso tudo é a Swan, que graça ela tem? Sinceramente, a enxergo como um mascote que vai aonde você vai. – riu colocando a mão na boca. Aquilo pra mim foi o limite. Quem ela pensava que era pra falar mal da Bella?

– Retire o que disse. – respirei fundo.

– Calma, Edward! O que tem de mal? Vai dizer que você não pensa o mesmo a respeito dela? Estamos só nós dois aqui, não precisa fingir!

– A Bella é uma garota incrível ao contrário de você. Você não é ninguém pra poder falar dela desse jeito. Se tem alguém pra ser comparado a um mascote esse alguém é você, até porque as cobras já estão sendo domesticadas. Com licença.

Me levantei e saí furioso do shopping, não aceitava que ninguém falasse mal da minha amiga. Podia ser o papa, quanto mais uma modelinho metida. Nesse momento percebi que Bella nada tinha a ver com o acontecido da biblioteca, eu fui injusto com ela e precisava pedir desculpas. Entrei em meu bebê (meu volvo prata que chegou dias atrás) e dirigi para casa. Precisava consertar as coisas.