Duas Vezes Amor escrita por Luisavick


Capítulo 6
Capitulo vi


Notas iniciais do capítulo

Vooooooooooooooooolteeiii com a fic gente. Acreditam que faltava 1 capitulo para postar antes de abandonar a história? hahahahha. sou do mal. Quase 3 anos pra postar o ultimo capitulo. LOOOOOOOOL. Ai vai.



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Freddie?

— Mmmm?

— Está acontecendo alguma coisa.

— O que é? O que houve?

— Acho que a bolsa estourou.

— Oh, não. Ainda é cedo demais. Você está no inicio do oitavo meses. Não pode estar entrando em trabalho de parto. É...

— Talvez seja melhor falar com o médico. O número está no mural ao lado do telefone da cozinha.

Freddie desceu a escada aos saltos para dar o telefonema e, quando voltou, encontrou-a sentada na cama.

— Ele disse que irá nos encontrar no hospital.

Por alguns instantes os dois encararam-se em silêncio, tomados por uma mistura de desânimo, medo e ansiedade.

— Preciso mudar de roupa. E também vou precisar de alguma coisa para deter esse...

— Não se mexa. Vou cuidar disso. — Freddie desapareceu além da porta do banheiro e voltou em seguida com a so­lução para o problema. Então abriu o guarda-roupa para apanhar um vestido. — Deixou uma valise preparada?

— Não. Não sabia que precisaria de uma tão cedo.

— Não se preocupe. Iremos para o hospital e depois, quando estiver aos cuidados do médico, eu voltarei para buscar suas coisas.

Apreensivo, Freddie ajudou-a a despir a camisola e colocar o vestido seco. Depois escovou seus cabelos e en­volveu-a com o edredom que apanhou em cima da cama.

— Vou carregá-la até o carro.

— Deve estar brincando! Minha circunferência deve ser duas vezes maior que a área que seus braços podem alcançar!

— Bobagem! Quer ver? — Ergueu-a como se não tivesse peso algum, ajeitando o edredom em torno do corpo volumoso antes de descer a escada devagar, com cautela e atenção.

Freddie tentou manter a calma enquanto dirigia rumo ao hospital. Felizmente o trânsito era inexistente à essa hora da madrugada, ou teria enlouquecido de medo e ansiedade. Depois de estacionar na entrada de emergên­cia, instruiu a esposa para que o esperasse no carro.

— Voltarei num minuto.

— Não precisa ter pressa — ela respondeu irritada. — Não tenho nenhum compromisso para as próximas trinta e seis horas.

Logo os médicos apareceram empurrando uma maca. Com experiência e habilidade, retiraram a paciente do automóvel e a acomodaram sobre o aparato, levando-a rapidamente para a sala de exames. Enquanto isso, Freddie preenchia a ficha com todos os dados da paciente no balcão de internações.

Quando terminou de cuidar da burocracia, virou-se para procurar por Sam e foi interceptado por uma enfermeira.

— Sua esposa foi levada para a ala obstétrica, sr. Benson. O médico que a acompanhou durante a gravidez já chegou e está com ela — e explicou como ele devia fazer para chegar ao andar em questão.

Quando saiu do elevador, Freddie dirigiu-se ao balcão de informações e explicou à atendente do andar por que estava ali. Ela o encaminhou à sala de espera.

— Acho que não entendeu. Devia estar com ela! Sou seu marido, entende? Se minha esposa está realmente em trabalho de parto, meu lugar é ao lado dela.

— O médico virá atendê-lo num minuto, sr. Benson. Por favor, espere na sala indicada até que ele possa vir dar todas as explicações.

Freddie olhou para a sala de espera com o aparelho de televisão, as pilhas de revistas antigas sobre uma mesa de canto e a mobília velha. Eram quase quatro da manhã, cedo demais para telefonar para a casa dos pais. Além do mais, ainda não tinha nada para dizer a eles nesse momento.

Tentando manter a calma e a paciência, sentou-se numa das cadeiras e esperou até que, quinze minutos mais tarde, o médico de Sam apareceu na porta usando parte daquele odioso traje cirúrgico. Freddie o reconheceu das últimas visitas, quando estivera no consultório acom­panhando Sam.

Aflito, levantou-se de um salto para ir ao encontro dele.

— Ainda é cedo demais para os bebês, não? — perguntou.

— Veremos, mas agora não há mais nada que se possa fazer senão ir em frente. Teremos de realizar uma cesariana.

— Ela vai ficar bem?

— Ela está bem — o médico sorriu. — Um pouco per­turbada e aborrecida, é claro, mas essas reações são es­peradas nessas circunstâncias.

— O que provocou o rompimento da bolsa? Foi algo que podíamos ter evitado?

— Não, de jeito nenhum. Essas coisas às vezes acon­tecem, e quase sempre sem nenhum motivo especial.

— Gostaria de estar ao lado dela nesse momento.

— Infelizmente será impossível. Voltarei depois do nas­cimento dos bebês para conversarmos. — O médico ace­nou apressado e desapareceu além das portas duplas que levavam às salas de parto.

Freddie jamais sentira-se tão impotente em toda sua vida. Ou mais apavorado. Queria estar com Sam. Queria poder tranquilizá-la e afirmar que tudo acabaria bem, embora não tivesse certeza de nada. Na verdade, não sabia nem se ele mesmo acreditava nisso.

Tivera seis meses de convivência diária com ela. Ape­nas seis meses. E isso não era o bastante. E pensar que perdera tantos anos vagando pelo mundo, anos que po­deria ter passado ao lado dela, feliz!

Ainda a via como aquela garotinha magricela, de cabelos bagunçados e sem os dois dentes da frente. Mas, se alguém era capaz de enfrentar uma situação difícil, esse alguém era Sam. Era uma lutadora, e provaria isso ao mundo.

E quanto aos gêmeos? Sobreviveriam a um parto tão prematuro? Queria essas crianças demais, mas não às custas da vida e do bem-estar da esposa. Não era capaz de imaginar a vida sem essa mulher. Oh, Deus, justo agora que ela começava a acreditar que a amava e estaria sempre a seu lado...

Havia levado muito tempo para convencê-la de seu amor e da total aceitação. A medida que fora engordando, Sam se mostrara disposta a acreditar que ninguém po­deria considerá-la atraente, mas ficara absolutamente deslumbrante com aquela barriga enorme e redonda, como uma flor que, ao desabrochar, alcança o máximo de seu esplendor.

Haviam encontrado uma casa apropriada num bairro antigo de Seatte, um lugar construído nos velhos tempos, de arquitetura harmoniosa e espaços amplos. Discutiram os termos do negócio com os proprietários, um casal apo­sentado que decidira ir morar mais perto dos filhos.

Freddie contara sobre os gêmeos e explicara que, por estarem muito próximos da data prevista para o parto, não poderiam mudar-se imediatamente. Os proprietários entenderam e concordaram em esperar até depois do nas­cimento dos bebês, já que nada os obrigava a desfaze­rem-se do imóvel tão subitamente.

O que ele e Sam fariam se algo acontecesse às crianças? Viveram os últimos seis meses absolutamente voltados para a idéia de criarem dois filhos. Julgava ter conseguido con­vencer a esposa da sinceridade de suas intenções quando afirmava estar disposto a ficar para sempre a seu lado.

Mas, se perdessem os bebês, ela se lembraria disso? Ou acreditaria que ele preferia reconquistar a liberdade?

Liberdade era o que Freddie mais valorizara nesse mun­do. Ainda era. Mas a palavra tinha diferentes significados para diferentes pessoas e, no seu caso, a liberdade re­presentava a possibilidade de escolher entre diversos ca­minhos. E sua escolha havia sido impor mudanças à vida profissional para poder viver ao lado de Sam.

Já não conseguia imaginar-se sem ela, pensar numa rotina diária que não a incluísse. Era como pensar em morar em outro planeta.

Freddie não conseguia ficar quieto. Agitado, percorreu o corredor e parou na lanchonete para tomar um café, tentando não pensar nas possibilidades. Em vez disso, trataria de concentrar-se numa conclusão favorável para essa noite alucinante.

Quase duas horas se passaram antes que o médico rea­parecesse na sala de espera. Parecia exausto, como se hou­vesse acabado de participar de uma maratona, mas um sorriso suavizava os traços do rosto marcado pelos anos.

— Ela está bem? — foram as primeiras palavras de Freddie.

O doutor afirmou com a cabeça.

— Tudo correu bem, dentro das circunstâncias, e os resultados foram melhores do que esperávamos. Acho que seremos capazes de salvar as meninas. Elas são peque­nas, mas têm sinais vitais satisfatórios e muita vontade de viver.

— Meninas? Disse... meninas?

O médico estendeu a mão para cumprimentá-lo.

— De agora em diante terá uma casa cheia de mu­lheres, companheiro. É melhor habituar-se aos laços e enfeites.

Freddie riu, emocionado e eufórico.

— Laços? Se elas forem como a mãe, logo estarão pe­dindo estilingues e baldes de frangos! — brincou, tocado por um imenso alívio. — Posso ver minha esposa?

— Agora não. Terá de esperar mais algumas horas, sr. Benson. Sam está na sala de recuperação, e só será transferida para o quarto quando estiver consciente.

— Ela sabe sobre as meninas?

— Não. Contaremos tudo assim que ela recobrar a consciência. — O médico consultou o relógio. — Terá algumas horas livres antes de poder ver sua esposa, sr. Benson. Se quer um conselho, vá para casa e durma. Sim, isso mesmo! Descanse enquanto puder, porque em breve terá a impressão de que não se coloca na horizontal há séculos!

Freddie seguiu a sugestão do médico, especialmente por­que estava a menos de quinze minutos de casa. Lá che­gando, telefonou para os pais e contou as novidades. De­pois deitou-se e só então se deu conta de que a espera havia terminado. De agora em diante começava o futuro, e precisava estar preparado para ele. Exausto, adormeceu minutos depois com um sorriso nos lábios.

— Você as viu? — Sam perguntou assim que ele entrou no quarto.

— Acabei de conhecê-las. É bom ir se preparando, por­que uma delas tem o seu temperamento. Está gritando como se não aprovasse o tratamento que vem recebendo no berçário, e não parece disposta a parar tão cedo. — Aproximando-se da cama, beijou-a rapidamente nos lá­bios e sorriu mais uma vez. Ela estava pálida, mas os olhos brilhavam intensamente e o sorriso lembrava o de uma criança na manhã de Natal.

— Oh, Freddie! Onde conseguiu essas flores?

— Na floricultura do saguão — ele respondeu, olhando para o arranjo delicado de violetas. — Precisa de alguma coisa para lembrar que agora é mãe. — Depositou o vaso sobre a mesa ao lado da cama.

— Já decidiu que nomes daremos às meninas?

— Ainda não. Discutimos tantas possibilidades!

— Que tal Tiffany e Crystal?

Sam encarou-o com uma sobrancelha erguida.

— Não sei... Parecem duas rainhas burlescas.

— Pensando bem, acho que foi essa minha inspiração — foi a resposta bem-humorada.

— Freddie, você é incorrigível, sabe?

Ele segurou sua mão e fitou-a nos olhos.

— Tudo que sei é que nunca senti tanto medo em minha vida.

— Também senti muito medo. Elas são tão pequenas!

— Mas saudáveis. O médico disse que apresentaram sinais vitais satisfatórios e garantiu que demonstraram uma enorme vontade de viver. Portanto, relaxe, meu amor. Logo estaremos voltando para casa com nossas pequenas rainhas. Quer que eu telefone para alguém? Talvez os colegas do escritório, ou algum vizinho...

— Oh, não, posso fazer isso sozinha. Há um aparelho de telefone bem aqui, ao lado da cama, e vai ser divertido surpreender as pessoas com as novidades.

— O médico disse que sua recuperação será mais lenta, já que foi sumetida a uma cirurgia. Não poderá retomar suas atividades tão depressa quanto planejava.

— Isso não tem nenhuma importância. Afinal, tenho um marido competente que sabe aspirar um tapete como ninguém, prepara jantares deliciosos e ainda é carinhoso, dedicado, companheiro e... um ótimo amante. Lamento informar, sr. Freddie Benson, mas conseguiu me convencer de que pode cuidar de nós, e agora terá de cumprir sua promessa.

— Será que as surpresas nunca terão fim? Por acaso isso significa que a independente e corajosa Sam Puckett abandonou oficialmente as últimas reservas e decidiu con­fiar em mim? Caramba, devo ter feito um bom trabalho!

— Pode apostar nisso. Você me fez ver que existem pais maravilhosos nesse mundo, homens muito diferentes daquele que me abandonou antes mesmo de saber que eu havia nascido. Minhas filhas têm muita sorte por poderem contar com alguém tão dedicado e amoroso em suas vidas.

— Então não vai ficar aborrecida se eu ensinar as meninas a mexer em câmeras e levá-las comigo quando sair viajando em busca de locais exóticos para um grande trabalho?

— De jeito nenhum... desde que eu seja incluída nesse grupo.

— Não se preocupe, meu amor. Não posso mais viver longe de você.


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Notas finais do capítulo

E AIIIIIIIIIIIIIIIII? GOSTARAM? ESSE FOI O FIM DA FANFIC.



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