“E nós vamos te matar”.

Ela havia dito nós, e não eu.

“I wanted you to know that I love the way you laugh I wanna hold you high and steal your pain away…”

O coração do garoto do Distrito 2 tinha batidas rápidas. Cato corria o máximo que podia com todas aquelas armas sobre si, ele cogitou a ideia de abandoná-las, seria mais fácil para alcançar a garota, mas então, seria mais fácil para ser morto.

- Cato! – escutou a voz de Clove o chamando.

Ele arfava devido aquela corrida.

- Cato! – novamente o chamado de Clove, agora mais próximo.

- Clove! – Cato gritou em resposta, apenas para a garota saber que ele estava ali, aproximando-se dela.

Cato continuava a correr, ao aproximar-se do fim daquela floresta um sorriso iluminou o seu rosto.

Ele já estava próximo do que era a Cornucópia. Ele lembrava-se do rosto angelical da garota, que era muito sarcástica e poderia ser o pior pesadelo daqueles que ela odiasse. Ele lembrava-se do riso melódico que somente ela possuía e que chegava a parecer música aos seus ouvidos.

Todos os bons momentos que tiveram juntos passaram por sua mente, por algum motivo sem razão, mas todos eles esvaíram-se ao ver a garota ali no chão.

- Clove?! – Cato chamou.

Ele voltou a correr para aonde a garota estava. Ele caiu de joelhos no chão e colocou sobre os seus braços.

- Clove? Você pode me escutar? – ele chamou em sussurro.

- Cato... – a voz áspera da garota falou – está doendo, faça parar.

Cato abraçou aquele pequeno e frágil corpo contra si, tentando segurar todas as suas lágrimas. Era justamente isso que ele queria, a abraçar e afastar toda a dor que ela sentia.

- Então é assim que a morte parece? Como uma profunda escuridão? – Clove perguntou.

- Pare de falar como se fosse morrer, Clove! – Cato a repreendeu com um sorriso, fazendo a morena sorrir.

“There's so much left to learn and no one left to fight I wanna hold you high and steal your pain”

- Eu queria poder tirar toda a dor que você está sentindo – Cato confessou.

- Você já está fazendo isso – Clove respondeu fazendo o garoto a olhar.

Por alguns segundos, Clove teve certeza de que aquele era o mesmo Cato que ela conheceu quando pequena, e consequentemente se apaixonou.

Ela sentia suas pálpebras pesando e a sua respiração ficando cortada, ela apenas descansou ali e fechou os olhos para nunca mais voltar a abri-los. No segundo seguinte o som do canhão fora escutado.

- Permaneça comigo, Clove! – ele gritava.

Cato tinha lágrimas nos olhos e uma espécie de fúria também.

- Eu juro, eu vou vingar a sua morte – Cato disse acariciando os cabelos negros da garota.

Seus olhos estavam escuros, Cato saiu dali a passos largos, ele iria cumprir a sua promessa. Ele iria vingar a morte de Clove.

“You've gone away...”