Veneren A El Nuevo Líder! Yo! escrita por Casty Maat


Capítulo 8
Bônus: Promessa idiota, mas vinda de quem mesmo?




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Eu já estava aqui na França há 1 semana. Nada havia mudado drasticamente depois daqueles momentos. Eu havia teimado não repetir até o casamento, mais não era apenas isso.

Irremediavelmente eu caminhava para a eternidade. Não que isso me fosse ruim, de forma alguma, pois era a melhor forma de eu estar com ela, com minha amada. Mas eu era um caçador, bem, ainda sou. E eles não haviam sido reportados. Não só isso, eu sou o líder deles, do lendário clã perdido, os Pierdut Lumina.

-O senhor mal chegou e já vai, senhor José? - indagou o mordomo que empurrava o carrinho de chá. Era a hora que Helena tomava o seu chá.

-Serão apenas 2 dias no máximo. Tenho pendências a resolver.

Tomei o carrinho das mãos dele, e eu mesmo levei para Helena. Ela sorriu e eu também. Minha transformação em vampiro ia lenta por conta da minha genética de caçador, acredito eu. Eu via nos olhos dela que ela estava preocupada sobre isso.

-Querida... Vou me ausentar. Vou até meu clã...

Ela se entristeceu, parecia não gostar daquilo. Antes que ela disse alguma coisa, eu beijei seus lábios rapidamente.

-Eu tenho que resolver umas coisas, antes que eu me transforme por completo.

-Então ainda não ocorreu... - ela murmurou, tentando entender. - De fato, seu cheiro ainda está muito.... humano.

-Deve ser pela genética de caçador, talvez nosso organismo lute contra isso.

Bem, minha alma doia em passar pelo portão em direção ao aeroporto. Os problemas a serem resolvidos não eram muitos, e eu dizia também que só voltaria ali com o meu sucessor. Os anciões, claro, não pareceram satisfeitos, mas não seriam loucos de desafiarem o líder.

Durante a viagem de volta, fiz uma promessa, que e saberia que seria muito tola: eu não experimentaria o sabor do sangue de Helena até casarmos. Eu queria que até aquilo fosse especial.

E percebi isso quando um ferimento que ocorrera dentro do clã estava quase fechado em 2 dias. Lá havia feito o básico, como lavar e por um band-aid. E pouco antes de entrar no carro e voltar para casa, o curativo caiu e revelou apenas uma pequena linha boba. Não demoraria muito para minha garganta arder, implorar por sangue.

“Eu tenho que aguentar” - dizia para mim mesmo, como um mantra.

O casamento seria rápido, a paciência de anos havia sido consumida naquele dia em que nos reencontramos. Por sorte, as coisas na Europa podiam ser rápidas, muito mais rápidas que na América do Sul, ainda mais com uma certa “molhagem” de dinheiro.

Quando retornei, o mordomo me informou que Helena havia saído com uma das empregadas e Freya para verem o vestido de noiva.

-E o senhor? Já viu o terno e as jóias?

Bem... terno... eu devia ter algum na mala que eu trouxera, afinal, usei um num dos rastreamentos de Daniel, que parecia que ele iria numa festa chique ou algo assim. Aquele dia foi alarme falso. Terno de segunda mão, mas novo. Ou será que esqueci em Berlim?

Mas jóias... as alianças... Eu as tinha, eram dos meus pais. Estavam em poder da família que me criou. Foi o último lugar onde estive antes de procurar Helena, eu queria estar com as alianças.

Quando Helena retornou, não eram apenas a empregada e Freya. Kairen estava com elas. Eu não podia negar certo receio de frente ao meu sogro. Apesar da aparência jovem dele, dava para enxergar em seus olhos e em sua aura carregada os anos que vivera. Eu podia entender um pouco os vampiros agora, não apenas por que eu estava entrando para aquele mundo noturno, mas apenas por olhar Kairen.

Era uma conversa animada, chás e wisky. Freya me perguntou sobre o terno. No meio de tempo entre minha chegada e a deles eu tinha verificado a roupa. Estava lá, em ordem. Ela insistiu em ver, e foram ela e Kairen para o quarto meu e de Helena.

-É de segunda mão. Parece ter sido comprado as pressas! - resmungou a ruiva.

Dei de ombros, de forma tímida:

-Foi.

-Se pensa que vai casar com minha filha usando um trapo desses, tire o cavalhinho da chuva. - disse Kairen, num tom que eu não sabia se viria um rosnado ou uma gargalhada. Logo, parecendo como uma conexão estranha, meu sogro e sua jovem esposa falaram unissonos.

-Amanhã vamos comprar seu terno!

Senti meu rosto formigar, eu devia estar avermelhando de vergonha. Eu não era rico, nunca fora mesmo sendo o líder do clã, eu tinha grana suficiente para ter uma vida simples e confortável. Eu não poderia simplesmente aceitar, eu tinha meu próprio orgulho.

-Não está em posição de recusar. - resmungou Kairen.

-Não quando está duro, José. Sabemos que financeiramente não está bem. - completou Freya.

-E não vai casar com minha filha em trapos.

Que remédio tinha? E no dia seguinte lá foi eu e Kairen numa loja chique ver a roupa...


 

Faltavam 3 dias para o matrimônio. Foi durante meu banho noturno que senti.

Senti uma fraqueza súbita e uma pontada na garganta de princípio. Depois ela parecia arranhada, como ela costumava ficar quando pegava gripe. Arranhada, seca, pegando fogo. Eu sabia bem o que era aquilo.

Sai do box com movimentos vagarosos e tranquei a porta. Puxei um pequeno espelho que eu guardava num armarinho, que usava para fazer a barba (sim, eu buscava manter meus hábitos de pobretão e daí?) e retornei ao box. Tive a impressão que a água quente mantinha uma pequena e quase inútil sensação de alívio, mas a sede estava ali. E meus olhos? Eu pude ver claramente no reflexo o quão vermelhos estavam.

Eu esperava por aquilo, mesmo, mas ainda sim me assustei com o meu próprio reflexo, olhos bestiais. Eu achava incrível como ainda mantinha alguma consciência, talvez por ter bebido o sangue de Helena ainda humano.

Examinei minha boca, as presas já proeminentes, cresceram tão vagarosamente que pude me acostumar a elas facilmente. E de forma inconsciente.

Eu sabia que era inútil, mas não podia fraquejar, eu queria aguentar até o casamento. Eu tinha que aguentar e manter a promessa que fizera a mim mesmo.

Demorei mais que o normal, tanto que Helena bateu a porta. Eu sentia a sede, mas o susto das batidas me fizeram voltar ao normal.

-Está tudo bem? - ela perguntou do lado de fora. Eu reconheci o cheiro dela, mais forte e mais apetitoso, mas não tão diferente do que eu podia sentir quando a abraçava ainda humano.

-E... estou, Helena.

-Irei sair com Freya e Fried para ver umas coisas do buffet, já volto, tá? Está bem mesmo?

-Estou sim, não se preocupe.

Pensei em qualquer outra coisa idiota, eu sabia que ela iria vasculhar minha mente. Logo ela se afastou, e pude ouvir o carro lá fora se afastar. Agradeci. Ao menos por algum tempo, poderia me manter afastado dela, sem lhe causar perigo ou quebrar minha promessa.

Eu cai na cama cedo demais para o normal, ao menos até o dia seguinte, eu teria minha “fuga”.

Faltavam 2 dias para o evento. Eu acordei bem cedo e fiz algo que eu raramente fazia: dirigir. Avisei ao mordomo que queria conhecer cidade e redondezas, afinal, eu iria morar ali. Só conhecia o caminho do aeroporto e outras miudezas, mas não a cidade. Na verdade, eu só queria me manter afastado, enquanto a sede me açoitava cruelmente.

Vi meus olhos avermelharem várias vezes durante as horas que estive fora. Achei um bosque onde senti odores não humanos, mas quentes. Aquilo me era bom, não poderia ficar só na base de Helena para me alimentar. Só não saberia bem como caçar bichos para comer. Digo, beber sangue.

Retornei um tanto tarde, quase anoitecendo. Helena parecia preocupada e eu apenas sorri.

-Me perdi, desculpa. - foi minha resposta antes de subir para um banho.

Eu ainda não havia trancado a porta e senti alguém abri-la. Era Freya. Por sorte eu ainda estava vestido da cintura para baixo, sentado no chão frio do banheiro. Eu sabia que era Freya pelo cheiro delicado e a aura de sangue-puro. Só haveriam 2 daqueles cheiros ali em casa e eu conhecia bem demais o de Helena.

-Você já se transformou não é? - sua voz soava um tom de preocupação, mas um leve apelo maternal.

Eu não teria como mentir a Freya, não quando ela me flagrara daquele jeito mais frágil. Ergui minha cabeça e pude ver pelo reflexo no metal da maçaneta: meus olhos pediam sangue.

-Por que não diz a Helena? - ela entrou e fechou a porta. - Ela está preocupada, você se afastou dela ontem e hoje.

-Eu... Não quero saber do sangue dela... Não até o casamento... - eu suspirei, desviando meu olhar. - Minha transformação foi bem mais lenta que o normal, não sei o porque.... - falar era dificil com a garganta daquele jeito.

Então ela jogou algo para mim, uma caixinha.

-Se quer seguir com isso, sem as pastilhas, você não vai aguentar amanhã. Já acho uma vitória estar assim com tão pouco tempo. - senti ela estalar algo, talvez mexera o pescoço ou algo assim. - Não vai te nutrir tão bem, mas vai aliviar um pouco que seja.

-Não diga nada, por favor... Eu sei que é idiota....

-É, isso é idiota. Acho incrível como tem a mente treinada para ludibriar pensamentos aos sangues-puros. Contornou a nós três. - e então ela saiu.


 

Era a véspera. E eu acordei com uma baita azia por conta das pastilhas, mas parecia estar no nível do dia 1 a minha sede. Algo fácil de controlar, mas sentia que minha garganta pedia sangue. O sangue da Helena.

Eu tinha medo de encara-la. Certamente, fraco como eu estava, ela acharia uma brecha e leria minha mente. Descobriria tudo e me faria beber o sangue dela. Minha surpresa foi ver um bilhete no café, que o mordomo entregara com uma letra delicada, mas desconhecida. Freya. Havia levado Helena para um passeio ou algo do tipo. Agradeci quase me jogando ao chão e gritando glórias.

Não que eu quisesse ficar longe de minha amada, mas Freya entendera de alguma forma minha falta de lógica na promessa.

O dia inteiro foi assim. Tomando as pastilhas que Freya me dera escondido dos empregados. E fui dormir, mas percebi Helena chegar tarde. Fingi estar dormindo, colocando cenas de falsos sonhos na cabeça. Ela me abraçou por trás, de forma tão doce e delicada, tão longe daquela Helena arrogante que ela mostrava para fora. Uma Helena só minha.

Ela não dizia nada, apenas ficou daquele jeito comigo, a respiração dela me dizia que ela também parecia se conter para me morder. Então adormeci.


 

Eu acordei sem ela do meu lado. o mordomo dizendo que Freya novamente a raptara, mas dessa vez para prepara-la. Na verdade os convidados seriam quase todos do lado dela e vampiros que certamente só iam por receio de Kairen. Da minha parte, só minha família adotiva e provavelmente algum representando dos caçadores.

Mas devo admitir que fiquei surpreso ao ver alguns colegas de escola do Chile ali. Meus tutores os trouxeram, eram pessoas que eu não via faziam tempos. Estar com eles me distraiu, como uma despedida de solteiro inocente.

Então chegou o momento, eu de terno, me sentindo idiota e pinguim na roupa. A igreja lotada, ansiosos por verem como seria o vestido de Helena. E eu, mais ainda.

Então as portas se abriram, e a luz criava a sombra de Kairen e Helena. Quando pude ver melhor, eu achei que iria vacilar e perder a força nas pernas, ela estava linda, divinamente linda. O vestido parecia classico, tradicional, mas ainda sim tão perfeito. Alvo, delicado. Ela quase não tinha maquiagem, nem precisaria. Só serviu para realçar ainda mais para os olhos que não a enxergassem linda nos dias normais.

Foi impossível conter um sorriso, mesmo quando Kairen a entregou e tentou se passar por mal e me amendrotar. Se achavam que eu ligava pro padre tagarelando, errado. Só a via, não tirava meus olhos dos dela. Só esperava o pároco dizer que era para repetir, as alianças e o beijo.

Iriamos para casa trocar as roupas, eu admitia que estava irritado com aquela roupa nova. Kairen que me perdoe, mas queria meu terno de pobre mesmo. E que me perdoasse de novo, eu não tinha intenção de ir a festa sem uma pequena demora.

Invadi o quarto, a pondo contra a parede de surpresa, suas costas tocando a parede fria. Meu cabelo caia no rosto, cobrindo meus olhos, mas eu podia vê-la bem.

-O que foi José...? - ela tocou meu rosto, não queria atacá-la de forma cruel, ainda tinha consciência para isso, mas não para sair do cômodo sem saber o sabor dela.

-Me perdoa... - murmurei, quase sem conseguir falar. Eu podia sentir o cheiro dela me inebriar, as veias ali tão fáceis. Retirei os botões de trás, quase grosseiramente, e fiz o vestido dela cair. Minha sangue-puro, minha!

Não sei explicar como eu sabia o que fazer, mas lambi o pescoço dela, de forma devagar. Minhas mãos, meu corpo todo tremia. Então ela enroscou seus dedos no meu cabelo. Ela... ela tinha percebido...? Minha vista ficou confusa, sentia meus olhos se encherem de lágrimas. Ela me acalmava e me incentivava a continuar.

-Eu estava esperando... isso... - ela murmurou.

A sede falou alto, gritou em mim. Finquei minhas presas naquele pescoço alvo, delicado, parecia um pecado eu morder alguém tão perfeito. O sabor me invadiu por completo, me deu ânimo, era perfeito, único.

Eu não podia combater a sensação de querer mais e mais. Esse era o amor dos vampiros, o desejo de querer mais e mais de quem ama?

Eu recuperava aos poucos a consciencia, e sentia outro lado animalesco e insano surgir, com o calor do corpo, os desejos profanos e sacros. Fechei o ferimento dela e busquei os lábios dela com fervor.

Eu a amei naqueles minutos, amei-a com meu corpo e com nossos sangues. Ela me mordera também, uma explosão de novas e velhas sensações. Minha alma parecia tão plena ao lado dela, sua presença saciava minha alma.

Certamente retornamos a festa com muito atrasado, os mais próximos já imaginavam. E quando a festa acabou, segundo round!

Era tudo tão perfeito...

Não demorou muito tempo depois daquilo para descobrir que Helena esperava uma criança.

-Se for menino ele se chamar...

-Jacob. - Helena falou, me calando. - Ele se chamará... Jacob.


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