Never Stop escrita por Sweetmoon


Capítulo 5
5


Notas iniciais do capítulo

Oii ^^ como vocês estão? O capítulo está saindo mais tarde hoje, porque eu lutei para terminar =/
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Mais uma vez, obrigada por todos os reviews e pelo apoio. Eu vou responder tudo agora depois que postar aqui.
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Esse foi o capítulo mais porcamente betado, porque são 18:10 e eu só consigo pensar na foto teaser do Kyu [e pode ser que nem seja a dele que saia, mas enfim]! SUPER JUNIOR IS BACK! Qualquer erro me avisem, por favor kkkkkkkkkk.
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Espero que gosteme e boa leitura.



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5

Choi MinHo cogitou por horas se deveria ou não ir até o hospital visitar KiBum. Talvez a mãe dele pudesse se sentir desconfortável, afinal, nem ao menos o conhecia, mas então ele se lembrara das próprias palavras ”amigos não abandonam amigos”, por isso ele entrou na recepção decidido a só sair dali depois que visse o outro. Ele parou ao lado de um homem realmente alto, ele olhou um pouco assustado, não era comum ele se admirar com altura de alguém, até porque achar uma pessoa mais alta que ele próprio não era realmente fácil.

- Boa noite.

A voz suave da recepcionista chamou sua atenção, Choi olhou para ela, passando a ignorar o mundo ao seu redor.

- Eu gostaria de saber em que quarto Kim KiBum está.

Ela sorriu gentilmente, digitando rapidamente para então olhar para ele de novo.

- E você é?

- Choi MinHo.

O homem ao seu lado imediatamente parecia muito interessado nele, tocando o braço do adolescente para chamá-lo atenção.

- Você é Choi MinHo?

O menino piscou os olhos grandes lentamente, parecendo confuso.

- Sim e quem é você?

O outro parecia realmente empolgado em conhecê-lo, estendeu a mão em um gesto amigável.

- Eu sou Dr. Wu Yi Fan, psiquiatra de KiBum.

O reconhecimento brilhou nos olhos do garoto, que apertou a mão oferecida parecendo, de repente, muito interessado.

-Desculpa – a moça chamou  a atenção deles sorrindo- Sr. Choi qual o seu relacionamento com o paciente?

-  Somos amigos.

O mais velho absorveu a informação, Choi MinHo poderia mudar o quadro de KiBum. Ele suspirou cansado e frustrado, queria ajudar o menino, mas ele era o caso mais diferente que havia pegado.

- Pode me dar sua identidade, por favor?

Assim que toda a burocracia na recepção acabou, ambos seguiram para o elevador. O médico achou melhor não encher o menino de perguntas agora, ele parecia preocupado com o amigo e nervoso de estar ali, o médico pode notar as mãos nervosas do outro, estralando os próprios dedos enquanto o olhar estava fixo na porta e sua respiração presa. O adulto fechou os olhos sentindo-se perdido.

NS

Quando KiBum abriu os olhos achou que estava cego devido a claridade do local, demorou alguns minutos para que ele conseguisse distinguir formas e só então notou que estava em um quarto branco. A janela estava fechada, por isso ele não sabia dizer se era dia ou noite, quanto tempo ele havia dormido?

Sua cabeça doía um pouco e logo as lembranças do que acontecera começaram a passar em flashs em sua mente: os gêmeos, a dor que eles causavam, o desespero, o homem parecido com o seu pai caído no chão, sangue, gritos femininos desesperados e então o nada.

Ele levou a mão à testa, sentindo uma pontada ali, estava enjoado de repente. Ele tinha machucado seu pai? Aquele realmente era seu pai? O fluxo pensamentos estava o deixando confuso, tantas perguntas e ninguém ali para respondê-las.

Passos chamaram sua atenção, ele virou para a porta, seu pescoço doeu com o movimento. Aparentemente a pessoa entrou no quarto ao lado e ele ainda estava sozinho ali. Lagrimas vieram aos seus olhos, a imagem de seu pai sangrando no chão se repetindo em sua cabeça, de repente, seu ar faltou, o rosto foi atingindo um tom mais pálido ao mesmo tempo em que uma enfermeira abria a porta.

NS

A senhora Kim apertou uma mão contra outra, os olhos vermelhos deixavam claro que ela havia chorado muito, mas agora sua expressão estava vazia. Era como se ela nem ao menos tivesse forças para chorar, seu vestido estava sujo de sangue de seu marido, os braços magros marcado pelas unhas de seu filho, sua família estava desmoronando e ela estava ali sem fazer nada. Ela olhou em volta, vendo uma menininha brincando com o cabelo da mãe e sorrindo feliz, não sabia porque elas estavam ali, mas sentiu falta da época que podia pegar seu filho no colo e fazê-lo sorrir daquele jeito.

- Boa noite.

Ela tomou um leve susto quando a voz rouca a tirou de seus pensamentos virou-se e então viu a figura conhecida do Dr. Wu Yi Fan e ao lado dele um adolescente levemente familiar.

- Choi MinHo?

O garoto assentiu rapidamente e então se curvou formando um arco perfeito de 90º com seu corpo.

- Boa noite, senhora. –Ele voltou a posição normal- eu... Eu realmente pensei  se deveria vir ou não – ele confessou baixo, o rosto corando levemente-, mas eu estava preocupado.

- Tudo bem –ela deu de ombros- você e meu filho são amigos, talvez você o entenda mais do que eu. Provavelmente você entende mesmo.

Mesmo que ela achasse que fosse impossível, lagrimas começaram a rolar pelo rosto bonito novamente, inutilmente limpou algumas, porém elas continuavam caindo.

- Desculpa, eu-

- Tudo bem – Yi Fan quem falou- sabemos que é um momento difícil. Onde está KiBum?

MinHo foi até a recepção do andar enquanto o médico sentava ao lado da senhora. A mulher tinha a cabeça baixa, os longos cabelos cobrindo a face triste.

- No quarto 30, deram um calmante a ele.

- Calmante?

- Ele estava muito nervoso, ele – ela foi interrompida quando um punhado de papel toalha entrou em seu campo de visão, MinHo sorria para ela de uma forma reconfortante. Ela limpou o rosto e o garoto sentou do seu outro lado – Obrigada.

- Continue – O doutor pediu, vendo que o outro também parecia interessado-.

- Ele não parecia ele mesmo. Aquele não era um KiBum que eu conheço, ele estava gritando coisas sem sentido, ele esfaqueou o próprio pai.

Os olhos já grandes de Choi se arregalaram, já o psiquiatra não parecia surpreso.

- O que ele disse?

Ela limpou mais algumas lágrimas e respirou fundo, o assunto era obviamente doloroso para ela.

- Que o pai estava fingindo, que fantasmas não sentem dor... Isso não faz sentido, o que está acontecendo com o meu filho? Isso tem haver com a esquizofrenia, não é?

Yi Fan viu uma sombra de reconhecimento passar pelo rosto do adolescente, ele pareceu hesitar um pouco e então um médico se aproximou.

- Senhora Kim?

Os três se levantaram atentos ao que o outro médico falaria.

- Como estão meu marido e meu filho?

- Seu marido está bem, ele perdeu bastante sangue e o ferimento foi profundo. Nós demos ao todo 10 pontos, ele está recebendo sangue do nosso banco, ele é tipo AB positivo, o que facilitou bastante.

- Ele está acordado?

- Sim, ele está consciente e se a senhora quiser pode vê-lo.

Ela parecia claramente mais tranquila após ouvir isso, mas ainda assim suas mãos tremiam.

- E meu filho?

O médico observou todos prenderem a respiração ao mesmo tempo.

 - O caso de KiBum é complicado, ele parecia em choque quando as ambulância foi busca-lo, o calmante funcionou, mas agora ele acordou parecendo muito perturbado. Creio que toda a situação tenha o afetado muito.

- Boa noite – Yi Fan se intrometeu, estendendo a mão – eu sou o psiquiatra de KiBum, Doutor Wu Yi Fan.

- Isso é uma surpresa –o outro apertou a mão dele e então sorriu- já ouvir falar do senhor.  Prazer, Park JungSu.

- Já ouvi falar muito do senhor também, sua fama é maior que a minha.

- Eu posso vê-lo? – A mulher perguntou, atraindo a atenção dos outros dois.

- Eu não acho que seja uma boa ideia – Doutor Park falou novamente sério- ele parece realmente nervoso, sua presença agora pode perturba-lo, o fazê-lo pensar ainda mais no que fez ao pai...

- Eu concordo – Wu Yi Fan falou e então apontou para MinHo – você deveria ir.

Ele afirmou com certeza em sua voz, lembrava-se de como KiBum disse que a presença do amigo o acalmava.

NS

Quando a porta do quatro abriu e a pessoa que entrou foi MinHo, KiBum não sabia o que pensar.

- Oi – o outro falou baixo- eu ia trazer café, mas não deixaram.

- O que você está fazendo aqui?

Ele não queria soar rude, mas ainda assim, sua mente tinha dificuldade de acreditar que apesar de tudo o outro continuava disposto a vê-lo.

- Eu fiquei preocupado, eu vi você saindo com a ambulância... Falaram que você deu uma facada no seu pai.

Uma sombra passou pelos olhos felinos enquanto ele concordava silenciosamente. MinHo sentou na cadeira posicionada ao lado da cama.

- Por quê?

KiBum suspirou fitando suas mãos.

- Eu achei que não fosse ele.

O colega olhou para ele parecendo confuso, e então ele cogitou por alguns segundos antes de decidir contar tudo.

- Eles podem fingir que são outras pessoas.

- Como?

- Eu não sei, mas eles podem – o menino olhou para o mais alto com visível desespero- muitas vezes eu estava sozinho e então ouvia a voz da minha mãe e quando eu chegava lá não era ela.

- Como você sabia que não era ela?

-  Eu não sabia.  Eles me mostravam quando queriam, depois de um tempo, eu comecei a notar que alguns não imitavam bem ela.

- Isso é... Horrível. – MinHo sentiu seu coração apertar levemente – como você vive assim?

O menino na cama coçou o nariz, fungando depois, ele parecia prestes a chorar novamente. Falar sobre aquilo era difícil, nunca tinha contado aquilo para ninguém e aquele olhar de pena que recebia doía como se tivesse sendo atravessado por mil facas.

- Eles não apareciam há um tempo. JongHyun afastava eles.

- E então ele foi embora.

O garoto assentiu, parecendo mais do que nunca como uma criança perdida da mãe no shopping, MinHo não pensou duas vezes antes de tocar uma das mãos dele, que estavam em seu colo.

- E eu os afasto agora?

O “sim” não foi mais do que um sussurro, o mais alto entrelaçou seus dedos com os do mais novo. Eles não precisavam de palavras, KiBum soube que ele ficaria ali para protegê-lo e finalmente descansou.

NS

- Ele não parecia ele mesmo.

O Senhor Kim falou, ignorando completamente a comida colocada a sua frente por uma enfermeira.

- Ele estava em outro lugar na mente dele –Doutor Wu Yi Fan falou- não é comum pacientes portadores de esquizofrenia serem violentos,  mas existem casos.

- Ele tentou me matar!

O homem exaltou-se e imediatamente sua esposa tocou seu ombro carinhosamente, em um pedido mudo de calma.

- Para ele não era você, ele criou alguma ilusão e nela o senhor era outra pessoa, alguém ameaçador. Ele só reagiu a isso.

- Talvez – o homem na cama começou hesitante- devêssemos interná-lo, você sabe, em algum hospício.

- Não! – A mulher reagiu imediatamente- nosso filho não é louco.

- ELE ESFAQUEOU O PAI DELE!

- ELE SE ARREPENDEU!

- E DAÍ? AMANHÃ ELE TEM OUTRO SURTO E MATA ALGUÉM, ARREMPENDIMENTO NÃO VAI MUDAR NADA NESSE CASO!

A mulher parou visivelmente ferida pelas palavras do marido. Yi Fan se sentiu desconfortável assistindo aquilo.

- Eu não acredito que você está cogitando isso, pelo amor de Deus, é o nosso filho! O NOSSO FILHO! O MENINO QUE VOCÊ SEGUROU PELAS MÃOS PARA DAR OS PRIMEIROS PASSOS! CADÊ O SEU CORAÇÃO? VOCÊ QUER SIMPLESMENTE LARGAR ELE ASSIM?

- Licença – o psiquiatra chamou a atenção dos dois- gritar aqui perturba os outros pacientes.

Os dois pararam, procurando se controlarem, afinal estavam em um hospital, como o outro havia lembrado.

- Ele não precisa ficar internado – Yi Fan continuou- ele pode estar tendo problemas agora, mas esquizofrenia tem tratamento, ele poderia viver normalmente.

- E ele não ia mais esfaquear ninguém? – O homem perguntou descrente.

- Não, nunca mais.

NS

- Eu sei, mãe – MinHo apertou o celular contra ao ouvido-eu vou para a escola amanhã. Eu já disse, no hospital – sua mãe tinha ligado há meia hora, ele olhava para a porta do quatro 30 receoso que o menino acordasse sozinho-não precisa vir. Já falei, meu amigo. Ele está dormindo. Nada demais, uma gripe –ele mentiu- certo, qualquer coisa eu ligo. Não fique preocupada.

Ele desligou o aparelho, se virando para imediatamente entrar novamente no quarto, mas foi impedido quando a voz vagamente conhecida de YI Fan o chamou.

- Choi, posso falar com você?

Quando o garoto fez um sinal positivo, ele continuou:

- KiBum conversa muito com você, não é?

- Pode se dizer que sim.

- Você sabe quem é JongHyun?

- Sei, é um amigo dele. – Ele deu de ombro, como se fosse uma resposta fácil.

- Você já o viu alguma vez?

- Já, KiBum desenha ele o tempo todo.

De repente, as palavras do garoto voltaram a cabeça do médico “Porque assim todos podem ver também”.

- Você já o conheceu ele pessoalmente?

- Não.

- Ele falou algo sobre fantasmas ontem... Você sabe algo sobre?

MinHo parou um pouco, ele deveria falar sobre suas conversas com o outro para seu psiquiatra? Não importa que ele fosse um profissional, o menino havia contado a ele segredos e se ele nunca havia mencionado nada para Yi Fan, quem era ele para contar?

- Não.

A mentira escorregou pelos lábios do adolescente antes que ele notasse, ele não gostava de mentir e já era a segunda vez que fazia isso em cinco minutos. Os dedos dele brincaram nervosamente com a barra da camisa.

- Tem certeza?

- Eu não acho que deva te falar a respeito – ele desabafou- KiBum contou isso para mim porque ele confia em mim, se ele não se falou é porque ele não confia em você. O senhor deveria trabalhar isso e esperar que ele te conte e não vir atrás de mim e me colocar em uma situação assim.

MinHo se virou, pronto para entrar no quarto e escapar daquele assunto, porém foi impedido novamente pelo mais velho.

- Entenda, Choi, eu acho que seu amigo tem esquizofrenia. Para ele tudo isso é verdade, ele não vai simplesmente virar para mim e dizer que está alucinando! Eu preciso ter certeza para começar o tratamento e somente você tem essas respostas, ele falou o que sente para você e eu sei que quebrar essa confiança é difícil, mas o que importa mais a saúde mental dele ou a confiança dele em você?

O garoto piscou confuso, fitando a maçaneta da porta sem saber o que pensar.

NS

Quando KiBum acordou novamente sentiu falta dos dedos do outro entrelaçados aos seus. Talvez, ele cogitou, o outro tivesse tido que ir ao banheiro ou algo assim. Sabia que MinHo tinha ficado ali a maior parte do tempo, pois há tempos não se sentia tão seguro enquanto dormia. Finalmente depois de dias desde que JongHyun havia ido embora, ele realmente descansara.

Ele sentou-se na cama, sentindo-se menos sonolento, provavelmente o efeito do calmante estava perdendo o efeito. Uma respiração chamou sua atenção e imediatamente ele virou-se para ver, parado ao lado da janela com uma expressão vazia, o sumido JongHyun.

Seu rosto assumiu uma expressão de surpresa quando o outro deu passos rápidos e largos até ele, envolvendo-o em um abraço carinhoso.

- Mas você... –Ele sussurrou sem se mover- eu achei...

- Não importa – JongHyun o apertou levemente- eu não deveria ter de deixado sozinho.

- Eu descumpri o trato. Eu não deveria falar com ninguém como MinHo, porque eles sempre vão embora, mas Jong –ele se afastou um pouco para fitar o outro com um leve brilho nos olhos – ele não foi. Ele continua aqui.

O mais baixo segurou o rosto do outro entre mãos.

- A troca foi: proteção por companhia, KiBum. O combinado seria que você só falaria comigo e eu te protegeria dos outros, mas você deu sua atenção a ele.

- Eu não... Jong, MinHo continua aqui.

- Você não entende, não é? Você contou a ele e agora eles vão me fazer ir embora.

KiBum parecia sobrecarregado, as mãos tremeram levemente, queria somente que o outro o abraçasse e fizesse tudo ir embora como ele sempre fez. Como se lesse seus pensamento, JongHyun se aproximou, envolvendo-o novamente em um abraço forte enquanto murmurava um “tudo vai ficar bem”.

NS


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Notas finais do capítulo

E JongHyun voltou para a alegria geral... Ou não.
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Pequeno disclaimer: tudo que eu falar a respeito de espíritos/fantasmas/como você quiser chamar é FICÇÃO! Eu não pesquisei nenhuma religião ou algo do tipo para escrever, porque eu morro de medo [podemrir]. Eu fiz uma junção de coisas que eu já vi/li por ai. Portanto, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência :)
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Espero que tenham gostado, foi um cap bem mais calmo esse.
Reviews são ♥ ♥
E até próximo sábado ^^
PS; vou parar de dizer "o próximo pode ser o último" porque sempre que eu falo isso acaba não sendo :)