Adivinha quem tem um encontro..., dizia a mensagem que Blaine mandou para Rachel.

No idea... Quem?. Rachel estava no meio da aula de trigonometria encarando a parte de trás da cabeça de Finn, que estava sentado a duas cadeiras à sua frente.

Blaine Theodore Anderson.

:o Sério?? Com quem, Mr.?

Com ninguém menos que Kurt Hummel.

Rachel adorava quando Blaine se apaixonava por alguém. Ele virava outra pessoa. Ele ficava mais gentil e otimista com tudo. Rachel não sabia, mas ele achava a mesma coisa dela. Só que mais intenso. Bem mais intenso.

Em uma antiga escola deles, a que eles estudaram antes da última, houve um incidente bastante delicado.

Era noite do Show de Talentos e, obviamente, Blaine e Rachel fariam um número. Como no ano anterior ela havia escolhido a música, esse ano ela o deixou escolher.

Naquela época eles estavam na sétima série, mas ele sabia que se sentia atraído por garotos. Na verdade, ele estava apaixonado por um garoto.

Chris tinha a mesma idade que os irmãos e andava com as mesmas pessoas. Um dia, Blaine simplesmente olhou para ele e percebeu que estava apaixonado.

Simples, não é?

Bom, nem tanto.

Blaine sabia que estava apaixonado por Chris, mas ele não admitia para si mesmo. Era difícil aceitar sua sexualidade.

Ele passou um tempo depressivo, desanimado, até que um dia Rachel resolver dar um basta nessa história. Ela simplesmente chegou para Blaine e falou, com o máximo de delicadeza possível:

Supera isso, Blaine. Sério, qual é o grande problema? É a mesma coisa que se apaixonar por uma menina!

Não é, Rach, ele disse, decepcionado.

E por que não?

Blaine ficou um tempo calado, pensando em como responder. Bom, porque a maioria das pessoas acha que não.

Hm... Me diga porque você concorda com a maioria? Blaine, eu já te disse. Isso é burrice.

Eu... Não sei. Eu só não quero ter problemas.

E desde quando ser você mesmo te traz problemas?

Desde nunca, mas se eu admitir para a escola que eu sou gay eu tenho certeza que elas não vão aceitar bem!. Blaine estava começando a ficar irritado com a realidade que ele vivia.

Bom, quer um conselho?, disse ela, docemente, passando a mão por seu cabelo.

Ele acenou, respirando fundo para se acalmar.

Mande eles pro inferno e pare de se preocupar com o que eles pensam. Você deve ser exatamente quem você é, independente do que os outros vão achar.

Ele a abraçou com força, se permitindo, finalmente, a chorar.

Devido a essa conversa com Rachel, ele resolveu que largaria a depressão e cantaria uma música -secretamente- dedicada a Chris no Show de Talentos.

Ele queria cantar algo da Katy Perry, mas Rachel recomendou que ele não fizesse isso porque a música dela era um pouco adulta demais. Ele entrou em desespero, sem saber o que cantar, até que, de repente, Rachel sugeriu Silly Love Songs, do Paul McCartney.

Na minha opinião se encaixa perfeitamente na sua situação, ela disse, enquanto continuava a revirar discos e mais discos no quarto dele.

Você tá totalmente certa.

Ela sorriu antes de responder. Obrigada.

Congrats!, Rachel respondeu.

Que roupa você acha que eu deva vestir? A gente vai para o boliche e eu não tenho a menor ideia de que roupa usar...

Bom, use uma roupa que você usaria para ir pro shopping.

Hm... Mas as roupas que eu costumo usar para o shopping são muito arrumados. Culpa de New York.

Blaine, se vista normalmente, ignorando o fato que você está em Ohio. Agora eu vou voltar minha atenção pra aula. Até depois.

Até...

Blaine estava atrás das cortinas, prestes a entrar no palco. Se ele estava nervoso? Nervoso era pouco. Ele tremia dos pés a cabeça e estava começando a suar frio.

Hey, a gente entra depois das gêmeas. Preparado?, Rachel perguntou, se aproximando, sorridente, do irmão.

Eu estou prestes a desmaiar..., disse Blaine, de cabeça baixa.

Mas por que?? A gente já se apresentou tantas vezes com plateias ainda maiores.

Porque eu vou cantar para o Chris. E tem que ser tudo perfeito...

E será, Blaine. Você só precisa acreditar que você é capaz. Porque você é., ela sorriu, colocando a mão sobre o ombro do irmão.

Era a vez deles de entrar no palco. Ele respirou fundo algumas vezes e saiu pela coxia do lado direito ao mesmo tempo que Rachel saia pela coxia do lado esquerdo.

Senhoras e senhores, eu sou Rachel Berry e esse é meu irmão, Blaine. Espero que gostem!, disse Rachel, que sempre fazia as apresentações.

A música começou a tocar e Rachel começou a cantar frases soltas da música, antes do momento de Blaine iniciá-la. Respirou fundo antes da sua hora de cantar, para que a voz não saísse ruim, ou pior, desafinada.

Enquanto o momento não chegava, Blaine procurava Chris pela plateia. Por sorte, no segundo que era para começar a cantar, o garoto de cabelo encaracolado encontrou o outro na plateia e começou a cantar, sorridente.

Durante os primeiros momentos, Chris ficou chocado para sequer reagir. Pelo menos era o que sua expressão afirmava. Mas depois do primeiro minuto mais ou menos, o garoto da plateia começou a sorrir de orelha a orelha, um pouco... ruborizado? Era difícil dizer a distância que eles estavam.

Quando a música acabou, todos aplaudiram os irmãos. Rachel havia feito um trabalho incrível como backing vocal, mas Blaine havia simplesmente brilhado no palco.

Os dois agradeceram e se dirigiram para a parte de trás do palco mais uma vez. Chegando lá, começaram a gritar e a pular de entusiasmo. Eles ganhariam esse concurso sem dúvida nenhuma! E, além do mais, Blaine havia conseguido a atenção de Chris. Isso ninguém podia negar.

Eles ficaram rindo por mais alguns minutos, até que Rachel falou que tinha que cumprimentar algumas pessoas e falar com algumas amigas. Blaine falou que encontraria com ela depois. Ela concordou e saiu pela parte de trás, que tinha um corredor que guiava até a entrada do lado de fora do auditório.

Logo depois que ela saiu, outra pessoa entrou. Ninguém menos que Chris. O menino para quem Blaine tinha acabado de se declarar.