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– Princesa, por favor, antes de eu explicar tudo, é melhor descansar um pouco – falou Virgo.

– Mas...

– Ela tem razão – interviu Ikari – Eu estava assistindo o seu treinamento de longe. Você gastou muita energia.

– C-certo.

– Então – falei 20 minutos depois – pode-me explicar está história de eu ser sua dona?

Estávamos dentro da guilda, reunidos em uma mesa longe de todos os outros. Ikari, Rose e Alice estavam comigo.

– Princesa – começou Virgo – Como já te foi dito, você é uma maga dos espíritos estelares. A princesa já “foi” minha dona e de mais outros nove espíritos do zodíaco e de três chaves de prata.

– Onde estão os outros? – perguntei – P-por que só você me encontrou?

– Quando Ikari-san a encontrou, ele disse que você estava quase morta, certo?

– Sim – Ikari confirmou – Ela quase não respirava.

– Então supostamente a princesa ficou “morta” durante alguns minutos fazendo com que assim os contratos com que a princesa tinha com nós tivessem acabados.

– N-nossa! – exclamou Rose

– Eu fui a única a sentir o seu poder mágico de novo nesses últimos dias, então vim atrás da princesa.

– Os dias que estávamos treinando – falou Alice impressionada.

– O poder mágico da princesa vem se agitando e aumentando, então eu conseguir localiza-la. Foi quando a princesa me chamou.

– M-mas espere ai – falei agitando a cabeça – Por que você fica me chamando de princesa?

– Foi um pedido da princesa. Deseja me punir? – falou Virgo.

– Não! Virgo, você sabe sobre o meu passado? Pode-me dizer? – pedi.

– Princesa, você pertencia a uma das famílias mais ricas que existe. Na verdade que já existiu. A princesa não se dava bem com o seu pai, então acabou fugindo de casa. Em resumo a princesa encontrou seu companheiro de equipe enquanto estava fugindo. Ele a convidou para entrar a uma guilda na cidade de Magnólia.

Eu congelei.

– Shine – Ikari virou-se para mim – Se você quiser voltar...

– Não – interrompi – Eu não quero voltar. Eu vou esquecer essa história. Pularei este capitulo da minha vida. Eu quero continuar aqui junto com a Alice-san, a Rose e com Ikari-kun. Por que vocês são a minha família agora.

Rose começou a chorar, enquanto Alice sorria.

Ikari suspirou.

– Virgo, me chame de Shine, por favor.

– Certo Shine-san. Se me derem licença – Ela se curvou e sumiu.

Eu me levantei. Rose olhou para mim preocupada.

– Eu não quero ficar igual à “outra eu” – falei.

Sai caminhando de lá enquanto os outros olhavam para mim. Eu me recusava àquela realidade, realmente aquela historia me abalou muito. Eu não queria voltar. Depois daquela historia minhas lembranças ficaram confusas. Eu não queria me reconhecer como a “outra eu”. Eu queria viver como a Shine.

Eu segui para o meu quarto enquanto Rose vinha atrás de mim.

– Ne o que você vai fazer, nee-chan? – perguntou Rose preocupada

Não respondi e inicio. Continuei a caminhar até o meu quarto. Cheguei lá escancarando a porta. Comecei a procurar nas gavetas.

– Ne, me responda Shine-nee.

– Achei – falei aliviada.

– O quê... – Rose se interrompeu

– Isso – mostrei a tesoura a ela.

– Shine-nee o que você vai fazer com essa tesoura? – perguntou ela assustada.

Suspirei e fui para frente do espelho.

– Isso! – levantei a tesoura.

Comecei a cortar o meu cabelo enquanto algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Rose me observava assustada.

– Shine-nee seu cabelo era tão bonito... Você tinha certeza que queria fazer isso com o seu cabelo? – perguntou preocupada.

Larguei a tesoura no chão como se fosse algum tipo de coisa repugnante.

– Sim – suspirei caindo de joelhos no chão.

– Ora até que não ficou feio – falei a Rose.

– Claro, depois que você lavou e arrumou – disse ela.

– Sabe, eu me sinto melhor assim – mexi no meu cabelo e sorri para Rose.

– Que bom – suspirou.

Joguei-me na cama escondendo meu rosto, quando alguém bateu na porta.

– Pode entrar – falei com a voz abafada.

– Shine, você está bem? – perguntou Ikari – Preciso falar com você.

Levantei a cabeça e sorri para ele.

– Estou sim.

Ikari me encarou confuso.

– O que? –falei sem entender.

– O seu cabelo – murmurou ele.

– Ah sim... eu cortei você não gostei? – perguntei.

– N-não é que você está diferente – ele falou corando – Está mais bonita.

– Uhm, obrigada – sorri.

– Ne, ne a nee-chan cortando o cabelo me assustou.

– Ah, por quê?

– Você pegou a tesoura com o olhar feroz no rosto. Pensei que ia se matar.

– E-eu? – comecei a rir – não, não, não. Eu não sou capaz de algo assim.

– Eu não ia querer que você morresse – comentou Ikari.

– Tanto que você a salvou e quase saiu correndo atrás dela no treinamento. Se não fosse a Alice que te segurou – disse Rose inocentemente.

– F-Foi? – corei.

– N-não seja idiota – Ikari bateu na cabeça de Rose.

– Desculpa...

Eu ri.

– Vocês dois parecem irmão e irmã.

Eles riram.

– A proposito Ikari, o que você quer falar comigo? – perguntei.

Ele olhou para Rose. Ela levantou-se, sussurrou algo para Ikari e depois piscou para mim, saindo do quarto.

Ikari fechou a porta do quarto e foi se sentar ao meu lado, na cama.

– Sabe Shine, eu sei que esse não é o momento – disse nervoso – Mas...

– Ikari? – Meu coração começou a disparar.

Ikari pegou na minha mão e a segurou firme, me encarando com um olhar determinado. Em um segundo eu estava olhando para ele e no outro para um garoto que estava com curativos no rosto, de cabelos cor de rosa e usava um cachecol.

Eu pisquei. Isso foi uma lembrança?

– Shine a tempos que eu quero dizer que eu gosto de você – falou ele – Desde o primeiro dia que eu te vir. E eu não quero que você vá.

– Eu sorri.

Pode deixar que eu não vou te deixar.

Ikari colocou a mão na minha nuca e começou a levar o meu rosto para si mesmo. Quanto mais nos aproximávamos, mais eu sentia a sua respiração. Meu rosto estava quente. Quando nossos lábios estavam a pouco centímetros de distância fechei os olhos deixando os meus instintos me levarem. Primeiro foi só um toque inocente, depois o beijo se tornou suave e doce. O beijo era lento.

Minhas mãos estavam nos seus cabelos, enrolando-os nos meus dedos. Enquanto a mão direita de Ikari se mantinha na minha nuca, a esquerda segurava minha cintura.

Quando nos separamos Ikari encostou os lábios no meu ouvido e sussurrou.

– Eu te amo.

Antes de eu responder a imagem de um garoto de cabelos rosa com cachecol apareceu em minha mente. Outra lembrança?

– E-eu também...

O semblante dele ficou serio. Então ele se ajoelhou.

– Shine você gostaria de me dar a honra de ser minha namorada? – perguntou

– Sim – sorri