Aquela mensagem me assustará, mas o que mais me horrorizará foi à forma que aquela mensagem fora escrita. Aquilo seria sangue? Toquei o espelho e ainda estava fresco. Decidi cheirar e logo me senti tonta, enjoada e meu temor foi confirmado. Aquela mensagem foi escrito com sangue. O cheiro de sangue começou a se espalhar pelo ar. Cheiro de sangue fresco. Tive vontade de vomitar. Comecei a ficar tremula e zonza.

Abri a torneira da pia, peguei um pouco de água nas mãos e joguei no espelho. O sangue se misturou com a água e começou a escorrer mais. Joguei mais água até que o espelho ficasse limpo. Mas isso não melhorou o cheiro de sangue que se espalhará pelo banheiro.

Corri até o quarto e comecei a borrifar perfume pelo apartamento. O cheiro de sangue foi mascarado pelo do perfume. Suspirei aliviada até que olhei para o espelho novamente e vi. A mensagem voltará aparecer. Não adiantaria jogar água. Desesperada, peguei algo que parecia ser de ferro que achei na cozinha e comecei a socar o espelho.

Primeiro uma rachadura, depois outro golpe e mais uma rachadura. Depois de mais dois golpes o espelho se quebrou caindo no chão, machucando os meus pés. Com cuidado fui até a cozinha pegando uma vassoura e uma pá e comecei a varrer os cacos e os jogando em um saco.

Depois de limpar os cacos, fui até o armário e peguei um kit de primeiros socorros. Sentei-me no chão e peguei o meu pé. Analisei o estado do pé. Não estava tão ruim assim. Limpei o sangue tapando o nariz e respirando pela boca. Depois passei algo para desinfetar e com cuidado tentei tirar os cacos que haviam perfurado a pele e se fixara ali. Cada vez que eu tirava um caco, eu gemia de dor. Analisei mais um pouco o pé e vi que não tinha mais cacos. Então lavei um pouco o pé, passei remédio e depois o enfaixei.

Levantei-me mancando e me apoiando na vassoura juntei os cacos e joguei-os fora. Rapidamente limpei o apartamento. Depois de limpo me dirigi a cama, me joguei nele e comecei a pensar. Quem será que invadirá o meu apartamento? Será que foi a falsa-Lucy? E o que será que aquela ameaça queria dizer? Eu deveria leva-la a serio? Tive vontade de gritar. Até que lágrimas começaram a cair. Eu estava com medo. Com muito medo.

Eu tinha que descobrir logo a verdade! Na qual o porquê daquela falsa-Lucy aparecerá. E aparecerá justamente quando eu revelaria a Natsu que eu era a Lucy.

Enxuguei as lágrimas.

Mais que diabos eu ainda estou fazendo aqui? Se eu tinha certeza de que eu era a Lucy por que não ir agora dizer a todos da guilda? Mas será que eles iriam me escutar? Mas eu tinha a Wendy e a Charles do meu lado!

Começou a clarear olhei as horas. Eram 05h30min da manhã. Não acredito que eu tinha ficado esse tempo todo acordada! Fazer o que, fui até o banheiro, tomei um banho, tomei um café e me senti na escrivaninha fechando os meus olhos por um segundo. Quando tornei a abrir o sol ja estava no ponto alto. Assustei-me e olhei novamente para o relógio. Ja eram meio-dia e meia. Assustei-me de novo. Eu havia dormido naquela posição por 6 horas? Era serio aquilo? Podia ser consequência de ter ficado a noite toda acordada. Decidi deixar isso de lado.

Eu ja havia me decidido. Eu desmarcaria a Falsa-Lucy de uma vez por todas!

Fui até a janela e literalmente pulei da janela a baixo. Nessa hora a guilda deve estar cheia. Corri o mais rápido que pude, mesmo mancando e sentido dor nos pés, eles teriam que acreditar em mim. Eu levava as minhas chaves comigo. Eles definitivamente teriam que acreditar. Corri desesperadamente

Eles teriam que acreditar em mim.

Cheguei a guilda correndo meus olhos por todos. Ótimo a falsa-Lucy estava lá. Avistei a Wendy sentada em uma mesa com Charles, Happy, Erza e a Levy. Aproximei-me ainda mancando.

– L-san! – disse Wendy quando me avistou – O que houve? Por que está mancando?

– Nada demais – respondi ofegante.

– Ora, me deixe cura-lo.

Wendy se agachou e usou a sua magia para poder meus pés melhorarem.

– Obrigada – sorri e depois fiquei séria. – Wendy, Charles, está na hora.

Elas olharam para mim bastantes surpresas. Levy, Erza e Happy olharam de Wendy e Charles para mim.

– O que você quer dizer? – perguntou Erza.

– Wendy e Charles, vocês sabem não é? Eu sei que vocês sabem que aquela não é quem dizer ser e sim eu!

– Sim, não podemos deixa-las enganar a todos – falou Wendy

– Então você se lembrou? – perguntou Levy.

– Não, mas...

– Espera ai! Expliquem-se melhor! – falou Erza.

Suspirei e comecei a contar. Wendy se juntou e ainda falou da visão que a Charles teve. Levy abriu um sorriso contrafeito.

– Eu sabia que era você! – gritou.

Erza concordou.

– Agora me intriga você não se lembrar de nada – falou, depois suspirou – Depois falamos sobre isso. Temos que revelar a verdade para todos da guilda e desmascarar aquela Lucy.

– Aye! – fez Happy.

Sorri para Erza.

– Você é tão legal – disse a fazendo corar.

– Certo! Vamos lá – falou Levy se levantando acompanhada pelos outros.

Concordei sorrindo e caminhei até a falsa-Lucy. Meu coração disparava e eu sentia a adrenalina ferver na minha veia. Era agora. Desmascaria aquele clone oxigenado falsificado.

– Hey! – chamei alto fazendo os outros que estavam presente se calarem e analisaram a situação.

Estava eu, rondeada pela Erza, Levy e Wendy. Happy flutuava ao meu lado e Charles estava nos braços de Wendy.

A Falsa-Lucy virou-se para mim.

– Sim? – falou displicente.

– Responda-me que tipo de pessoa que some e depois volta. Não mora no próprio apartamento?

Ela me olhou sem entender.

– O quê?

– Você não me engana. Você é uma maga estelar não é? Cadê as suas chaves?

A falsa-Lucy olhou ao redor. A guilda se encheu de sussurros.

– Diga-lhes a verdade! Que você não é a Lucy-san – falou Wendy

– Como assim ela não é a Lucy? – perguntou um.

– Temos três evidências – Charles contou – Eu tive uma visão sobre você.

Todos engoliram em seco.

– Segunda evidência – disse Wendy – Seu cheiro não é igual ao da Lucy-san. Seu cheiro está mascarado por magia.

– Aye! O Natsu disse a mesma coisa – concordou Happy.

– E terceira evidência – falei parando em frente a ela e a encarando.

Ela soltou uma risadinha.

– Você? – questionou.

Sorri para ela e levei a minha mão a cintura. Peguei a chave da Virgo e a chamei.

– Abra-te o portão da Virgem – falei fazendo os outros se surpreenderem – Virgo.

Novamente a guilda se encheu de sussurros.

– A sua disposição – falou Virgo.

– Virgo explique a eles – pedi.

– Entendido, princesa.

Então a Virgo começou a falar tudo a eles o que ela tinha me dito no dia em que encontrei a chave dela quando eu estava fazendo o treinamento de magia com a Alice.

– Eu não entendi o porquê da princesa não se lembrar de quem era, muito menos o porquê de não querer aprofundar mais sobre o seu passado, mas eu decidi respeita-la. A princesa era inteligente o bastante para descobrir sozinha a verdade sobre si mesma.

– E como vamos saber se ela não mandou a Virgo inventar essa historia? – questionou uma mulher.

– Simples. Espíritos Estelares não mentem – falei.

– Então você é mesmo a Lucy? – perguntou Cana – E por que você nos disse ao contrario?

– Por que...

– Por que ela estava confusa e tinha medo – falou alguém atrás de mim – Mas o que importa é que ela é a verdadeira Lucy – sorriu para mim.

Era incrível o poder dele de ser incrivelmente fofo.

– Natsu... – sorri para ele.

Observei todos tirarem as suas próprias conclusões de que aquilo era verdade ou não. Percebi que eles estavam aceitando o que nós contamos.

– Agora, nos diga quem é você – se pronunciou Erza apontando uma espada para a falsa-Lucy.

Ela abriu um sorriso largo, maníaco e começou a rir. Sua voz mudou. Uma hora era uma voz fina, feminina, outra era grossa e outra era a junção das duas.

– Então você descobriu – disse – Eu te avisei que não devia ter voltado Heartfilia.

Arregalei os olhos, e senti um arrepio na espinha.

– Foi você que invadiu o meu apartamento a noite passada e escreveu aquela ameaça no espelho.

Ela/ele começou a gargalhar. Sua aparência oscilava como uma gravação ruim.

– E você não percebeu que aquilo que você usou para se apoiar para poder se levantar do chão era a minha perna – tornou a gargalhar.

– O quê? – me perguntou Natsu.

– Foi logo depois que você saiu – respondi começando a tremer.

– Fique sabendo Heartfilia que você ainda não se livrará de mim tão fácil – ameaçou me olhando nos olhos. Seus olhos que também mudava de cor, de azul escuro para o vermelho – quem faz as regras desse jogo sou eu.

– O que você quer dizer? – gritou Natsu – Deixe a Lucy em paz.

A figura olhou para Natsu com ódio.

– Lucy, Lucy, Lucy – gritou agora com a voz feminina que me pareceu bastante familiar – Você só pensa na imprestável da Lucy!

Natsu estava tremendo de raiva e ódio. Eu sentia isso. A figura tornou a me olhar.

– Preste bem atenção, Lucy Heartfilia, é melhor você ter cuidado, pois eu adoro mexer com as mentes dos outros – falou sorrindo de um jeito macabro me fazendo pender pro lado.

– Você não vai tocar na Lucy, pois não vamos deixar! – gritou Erza atirando a espada na figura.

Antes de a espada fazer contato, a figura sumiu. Então uma gargalhada sinistra entoou pela guilda e depois sumiu.

Cai no chão. Eu não percebi que estava tremendo até aquele momento. Senti um bolo se formar na minha garganta. Um som esquisito estava saindo dos meus lábios. Natsu se sentou ao meu lado e me abraçou. Comecei a chorar.

– Vai ficar tudo bem – sussurrou para mim – Não deixarei que nada aconteça com você.

Agarrei os braços de Natsu. Com ele eu me sentia mais segura. Eu sabia que ele iria me proteger.

Pelo menos era o que eu pensava.