Consequências - Fred E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 1
Maid-sama.


Notas iniciais do capítulo

*Jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
OHAYOO
Bom, primeiro capítulo, não sei se está ficando bom... eu detesto escrever primeiro capítulos... Nhé... Enfim, aproveitem ^~^



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UM:

Ah...

É isso mesmo, começo minha narrativa com um suspiro... Agora imaginem não apenas um suspiro, mas um longo, cansado, exaurido, fatigado. Mas esperançoso. Sim, a situação não é das melhores, mas ainda não desisti.

Acrescente também nesse suspiro uma enorme carga de culpa. Por minha culpa, eu reacendi uma guerra que deveria estar terminada há meses.

Por causa do meu egoísmo... Por desespero... Por amor...

“Amor uma ova! Você é uma egoistazinha miserável!”

ARGH! Aos que ainda não tiveram o prazer de conhecer, apresento-lhes minha Consciência. Insuportável, chata, persistente e mesquinha.

“Mas eu sempre digo a verdade” ela me interrompeu

“Uma verdade distorcida para que eu me sinta mal, e me jogue de uma ponte!” Rebati-a mentalmente.

Bem, como eu dizia antes de ser interrompida, eu tomei algumas decisões que não sei se foram as melhores, contudo, não me arrependo de nenhuma delas. No meu sexto ano, eu era apaixonada por Rony... E sofria muito por isso... Em certa ocasião, o irmão dele, Fred Weasley me convidou para ir ao baile com ele, e a partir daí tudo ficou confuso... Como se a minha vida fosse um livro e de repente, alguém simplesmente arrancasse as páginas e começasse a escrever um novo rumo, aleatório e indisciplinado.

Em determinado ponto, comecei a sair com ele. Não algo banal, acredite quem quiser ele me deu uma biblioteca-casa, sempre do meu lado, nunca tentou me domesticar... Claro, ele sabia ser chato, irritante e perfeitinho... Mas eu o amava. Muito. Embora eu não seja boa nesses quesitos sentimentais e melosos.

Na metade do sexto ano, Trelawney me parou no meio das escadas e recitou uma profecia. Não entendi sobre o que se tratava, nem sei se é legítima ou não...

Uma escolha deve ser feita. Entre dois amores, entre dois inocentes. Entre os de sangue por ele considerado sujo, a última treva será plantada. A última parte deverá ser expurgada para que a história não se repita. A escolha feita com o coração alterará os rumos naturais, mas mesmo assim alguém que se ama lhe será tirado. Uma vida pela outra, a morte não parte de mãos vazias.”

Ah... Sobre essa escolha, deixe-me esclarecer... No dia da batalha original, tudo acabou bem, Voldemort e os comensais caíram, contudo, Fred havia morrido. Eu estava prestes a me matar também, havia me transformado em um pedaço desconfigurado de lama e matéria orgânica em decomposição, quando tive um delírio/sonho/encontro onde descobri que estava grávida (longa história) e que no fim minha escolha seria entre a vida de Fred, ou a vida de meu filho.

Por algum motivo, Dumbledore antes de morrer teve algum tipo de visão, e deixou para mim um vira-tempo, que eu então usei para voltar no tempo, e salvar Fred. Decidi me rebelar e não escolher entre meu filho e Fred, decidi lutar pelos dois.

“Mi-mi-mi ninguém quer saber sobre o seu drama”

“Calma, Consciência! Um pouco mais de paciência, já estou acabando o blá-blá-blá de introdução...”

Sim... Voltei no passado, e salvei Fred... Acabei salvando também Lilá, Creevey, Remo e Tonks. Depois fiquei por saber que por mais que tenha salvado esses poucos, o número de mortos do nosso lado, aumentou em 20. Um grupo com 13 crianças da Corvinal, que estavam escondidas no dormitório foi encontrado pelos irmãos Carrows.  Todos massacrados e seus corpos pendurados pelos salões comunais das quatro casas. Como disse, a culpa me corroia horrivelmente e me assombrava noite e dia. E mais, depois de Harry se sacrificar e deixar de ser uma Horcrux, Voldemort ia o matar, mas eu me lancei na frente do feitiço e como Harry tinha dado sua vida para me proteger naquela noite, quando foi ao encontro de Voldemort na floresta negra, ele criou uma barreira ao eu redor. A mesma que a mãe dele havia criado sobre ele. O feitiço ricocheteou, e Harry está vivo.

Não sei o que aconteceu com Voldemort, mas muitos comensais escaparam.

- HERMIONE, COLOQUE ESSE QUADRO MAIS PARA A DIREITA! – Ao longe a professora Sprout gritou.

Eu estava me equilibrando em uma escada gigantesca e dando os últimos retoques nas paredes, finalizando com uma pintura em homenagem aos nossos mais recentes e brilhantes diretores: Alvo Dumbledore, Severo Snape e Minerva McGonagall.

- AQUI ESTÁ BOM? – Berrei de volta, tentando não pensar muito na altura em que me encontrava.

Energia potencial gravitacional, massa multiplicado pela altura e vezes a aceleração da gravidade, eu devo estar a uns sete metros, vezes cinquenta... Sobe aqui, soma lá, 3500 N... Uma torção no pescoço, adeus futuro e olá paletó de madeira, esquife agourento (vulgo caixão).

A propósito, detesto altura. 

- Sim, sim... Agora me ajude a instalar as ampulhetas dos pontos das casas! – Minerva disse passando por baixo da escada que eu estava.

Ninguém sabia que eu estava grávida, somente Fred e Draco.

 Draco, outra longa história... Resumindo: ele é do bem e namora a Luna.

E quanto a essa movimentação toda: Hogwarts foi destruída, e a reconstrução vai levar tempo. Para que não percamos aula, foi feito um remanejamento, e agora temos aulas em um prédio da Londres trouxa, do lado do caldeirão furado, perto de onde eu costumava passear nas minhas férias. Estamos dando os retoques finais, e amanhã começam as aulas.

- Hermione, diz que você não está trepada em uma escada a sete metros do chão, por favor... – Draco parou em baixo da escada com a mão na testa.

Segurei mais firme na escada ao olhar para baixo, tão firmemente que deixei o nó de meus dedos branco.

- Eu não estou trepada em uma escada a sete metros do chão... – disse com um sorriso amarelo

- Desce daí agora sua infeliz... – ele disse simplesmente.

Comecei a descer, agradecida por me sentir cada vez mais perto do chão.

- Que vergonha Hermione... Você pulou de um dragão em pleno voo, mas tem medo de uma escada? – Rony passou ao meu lado carregando uma pilha de livros.

- Para de encher ela Rony! – Lilá passou logo em seguida, apertando sua bochecha e arrastando-o para longe.

Toquei o chão e Draco começou a me examinar, e me metralhar de perguntas, indagando meu estado físico.

- Draco maldito, para de fazer cena, eu estou recém com dois meses... Não é como se eu tivesse câncer... – eu disse puxando-o pelo braço. – onde está Fred?

- Tudo bem, é nisso que dá tentar ser cuidadoso com alguém, só se recebe patada! Aposto que se fosse o Harry você ia deixar ele cuidar de você e...

- Draco, pelas cuecas listradas de Merlin, parece que a grávida é você! – eu disse revirando os olhos – cadê o Fred?

- Mimimi... Cadê o Fred? – Draco fez uma imitação melosa de minha voz, piscando os cílios – Aquela cenoura ambulante foi para a loja e disse que não voltava mais hoje.

- Certo... Você acaba para mim, eu vou para casa, ainda tenho que arrumar meu material para amanhã.

Sim, eu já tinha 18 anos, mais ainda não tinha completado os NIEMs então completaria o ano letivo para poder me formar. Muitos na verdade fariam isso, afinal, todos saíram prejudicados com essa guerra em época de provas. E eu tinha deixado o colégio no sexto ano, mas minerva consentiu que eu fizesse um período de seis meses letivos e me formasse antes.

Despedi-me de todos ali, e dei os retoques finais no que seria o dormitório feminino. Como o prédio não era grande como Hogwarts, haveria apenas um dormitório feminino para todas as casas. Coloquei meu cachecol vermelho e dourado e saí para o inverno Londrino. Do lado de fora do prédio professor Flitwick ainda trabalhava nos feitiços para que os trouxas não notassem o prédio.

Andei pelas ruas movimentadas da grande cidade até a cafeteria-biblioteca da Cleveland Street, no centro da cidade, no bairro Fitzrovia. Os prédios antigos apresentava um cenário Oscar Wilde, trouxas passavam por ali, apressados, atarefados, sequer parando para reparar na neblina londrina mais tensa que o comum. Não era a simples neblina retratada nos contos de Sherlock Holmes, ou nos filmes das criaturas da noite que se esgueiravam pelas ruas úmidas e turvas. Era uma Neblina densa, e carregada de agouros. Aquilo não era normal.

- Oi Mione! – Lena me recebeu com um sorriso de orelha à orelha.

- Oi Lena... pode ir que eu assumo daqui.

- Valeu Mi, prometo que eu te retribuo depois.

Lena era minha colega de trabalho. Sim. Eu estava definitivamente falida, minhas economias tinham ido pelo ralo, e eu precisei começar a trabalhar. Onde? Em uma biblioteca-café que eu costumava frequentar.

Eu trabalhava como garçonete e organizando a livraria, dando pequenas consultorias, atendendo cliente, fazendo entregas... Sim, foi conveniente uma sabe-tudo como eu arrumar um emprego em uma biblioteca.

- Mione, Oi... Aproveita que não tá fazendo nada e veja se nós temos O Principe Feliz... – Ian disse me chamou do mezanino, lindo felino como sempre.

Ian Feline. Irmão gêmeo de Cameron Feline. Os irmãos Feline são a encarnação da beleza. Cabelos negros e sedosos e olhos verdes cintilantes. Cameron é uma desequilibrada que acabou por se tornar uma comensal da morte, matou a namorada de Ian na frente dele, Liza Spicy, tem um amor meio doentio, possessivo e patológico pelo irmão. Ah, ela foi a primeira paixão do Fred, e parece que criou um ódio doentio por mim também. Ian é uma pessoa maravilhosa, mas está determinado a vingar Liza e matar sua irmã. É complicado.

Subi as escadas correndo com o livro em mãos.

- Aqui. – eu disse sorrindo amplamente, cumprimentando o cliente que Ian estava atendendo.

Ah, você já deve ter deduzido que Ian é meu colega...

- Obrigado Mione... Você fica na cafeteria hoje?

- Sim. – respondi-lhe sorridente.

Ajeitei o avental na minha cintura. O uniforme era semelhante aos das Maids japonesas. Não, nada indecente com cinta liga, nem babados. Apenas tinha que usar aquela tiara engraçada, Um vestido preto com detalhes brancos que ia até o joelho, tudo muito comportada, e muito tradicional. Mesmo que não fossemos Maids de verdade, mas a Livraria era point de encontro de otakus e otomes (esse povo todo que lê mangás, assistem animes, gamers, fazem clospay e amam a cultura japonesa).  Era um trabalho puxado, mas o salário era bom e eu além de gostar do que fazia, podia ler no tempo livre.

- Você bem que podia falar com ele né... Passar uns toques... – Lígia, uma garota loirinha fofinha patricinha queridinha que trabalhava comigo disse se debruçando ao meu lado.

- Hein? – disse distraída preparando um chocolate quente, um capuccino, esquentando um pão de queijo e monitorando uma criança que estava lambuzada de chocolate e ia para cada vez mais perto da sessão de livros de medicina.

- Ian... Você podia...

- Aham, tira o pão de queijo e leva na 08... Hey, pequeno! – eu disse saindo detrás do balcão, deixando o capuccino na mesa 03, e entregando o chocolate quente na 05, corri até o pequeno garoto moreno e toquei levemente seu ombro. – Er... É melhor você não mexer nesses livros...

Ele me analisou de cima a baixo e empinou seu nariz.

- Esses livros nem são legais... – eu disse sorrindo – mas se você for lavar suas mãos eu te mostro a sessão de gibis que agente tem. – eu disse abrindo um sorriso meio desajeitado.

O garoto novamente me analisou dessa vez sorrindo. Eu continuei a atender as mesas, enquanto o garoto corria até o banheiro para lavar as mãos. Ele voltou rapidamente e eu o mostrei a sessão de gibis/mangás/HQs que ficavam no fim do primeiro andar.

- Você leva jeito com crianças... – Ian disse repentinamente aparecendo ao meu lado, fazendo com que eu quase derrubasse a bandeja com canecas e pratos.

- AH! Seu maldito silencioso... Faça um pouco mais de ruído quando for se aproximar das pessoas... – disse-lhe reequilibrando as canecas.

- Certo, certo... Quer que eu te leve para a loja hoje? – ele disse descontraído.

- Não, vou direto pra casa... Se passar por lá e vir Fred, avise-o...

- Sim senhora... – ele disse batendo continência.

- Ao trabalho marujo. – eu disse contornando-o e indo rumo à cozinha interna.

- Sim capitã. – ele seguiu caminho oposto, indo atender à um grupo de garotas que passara a frequentar o local depois de serem atendidas por Ian... Ele era ótimo para os negócios com certeza.

O resto da tarde se passou, Lena voltou e tomou meu turno da noite.

Andei até um beco na Mortimer Street onde pude Desaparatar para casa.

Parei em frente a porta antiga de madeira, da nossa casa. O jardim estava belíssimo, ainda coberto de neve, com as janelas de vidro, os traçados meio irlandeses, o tapete felpudo de boas vindas. A vila no final da estrada com traçados quase feudais. Eram os limites de Londres, onde a cidade urbana morria e o cenário se tornava rural.

Abri a porta e tirei os sapatos. Tranquei-a e adentrei a casa que estava quente e aconchegante. Na sala o videogame estava ligado, o computador jogado em um canto, a mesa por tirar. A sala tinha as paredes azuis, eu e Fred havíamos pintado, e inúmeras prateleiras, que cada vez mais se abarrotavam de livros. Era a minha biblioteca particular. Minha e de Fred, ele também tinha seus inúmeros livros de física trouxa. Fui até a cozinha e preparei um chocolate quente, a cozinha simpática com móveis de madeira azul estava organizada. Peguei o computador, a bebida fumegante e subia pelas escadas ruidosas até o andar de cima.

Acabei de organizar meu material, e guardei os inúmeros livros que estivera estudando pela manhã. Me ajeitei na cama e observei o vento soprar voraz do lado de fora, Bichano acomodado na janela, também observava com interesse as folhas voarem do lado de fora. Comecei a assistir Anime (sim, eu sei, bem maduro) e bebericar meu chocolate.

- Sebastian seu maldito, pare de brincadeira e mostre à esse filhote de bicho de goiaba quem é você! – eu disse irritada, empolgada e envolvida com o anime.

- Kuroshitsuji? – uma voz brotou na porta, fazendo com que eu quase virasse o chocolate quente (MUITO QUENTE) em mim.

- Fred seu maldito, quase me mata do coração!

Ele apenas deu risada. Pausei o episódio e coloquei o computador de lado. Fred felinamente tirou seu cachecol azul, e tirou o moletom, ficando apenas com um suéter verde e sua calça preta.

- Já chegou na parte do labirinto? – ele disse se jogando ao meu lado na cama, tirando a caneca da minha mão e bebericando meu chocolate.

- Sim, o Alois já tá no corpo do Ciel... Eu deixei tomar meu chocolate? – eu disse fingindo irritação.

- Mimimi, deixei tomar meu chocolate... – ele deu outro gole e colocou a xícara sobre o criado mudo.

- Você está andando demais com o Draco pro meu gosto... – murmurei de esguelha.

- Não estou não... Esse é o meu estilo, aquela doninha que me plagiou – ele disse enlaçando minha cintura e me puxando até que eu ficasse debruçada sobre seu peito. – como foi seu dia? E o meu filho?

- Meu dia foi cansativo, mas finalmente acabamos os preparativos para a Hogwarts temporária. E quanto ao seu filho eu não sei... Ele não faz absolutamente nada, nem parece que eu estou grávida...

- Mas você está, quando o médico tirou aquela adaga do seu diafragma (presentinho de Bellatrix Lestrange) ele teve que fazer o exame, e o exame deu positivo...

Comecei então a rir, bagunçando seus cabelos e revirando os olhos.

- Eu sei disso... E eu não podia estar mais feliz... 

Ele então me olhou daquele jeito estranho dele, com um sorriso fraco e um olhar intenso, como se ele quisesse memorizar cada milímetro do meu rosto... Aquele olhar que fazia meu rosto queimar em vergonha.

Ele então, para me deixar mais vermelha ainda beijou meu pescoço, desencadeando calafrios, borboletas no estômago, tremedeira, vermelhidão, nervosismo taquicardia e falta de ar.

- Você é tão fofa assim... Parece essas meninas delicadas de Animes... – ele sussurrou contra meu ouvido.

- S-seu Físico tarado... Fofa é uma pinoia, você não tirou a mesa né seu lazarento? Você vai ver só, eu vou me tornar violenta e vão criar uma delegacia do homem com o seu nome, de tanto que você vai apanhar – rebati mergulhando meu rosto na curva de seu pescoço, sentindo o cheiro almiscarado de maçã que ele tinha.

- Analista irritadinha... E quem vai me bater? Você e mais quem?

- Eu e meus músculos...

- Você e seus 47 quilos de osso? – ele levantou a sobrancelha.

- AAAH, EU ENGORDEI OK? TO COM 50KG!

- Mentirosaaa... – ele cantarolou.

- E você ai ta falando de quem, hein sua lobriga ruiva? – eu fiquei mais vermelha ainda.

- Você está andando demais com o Draco pro meu gosto... – ele me olhou de esguelha.

- Não estou não... Esse é o meu estilo, aquela doninha que me plagiou – eu imitei sua voz e fiz uma cara de mau.

- Essa não é minha voz! – ele protestou. – minha voz é muito mais sensual, sua magricela Energúmena!

- Eu já disse que engordei sua lombriga Neandertal!

- Ah não! – ele disse se levantando e ficando por cima de mim, apertando minha barriga e assoprando meu pescoço, fazendo-me chorar de cócegas.

- Retire o que disse! – ele dizia rindo também, observando eu me contorcer na cama.

- Jamais! – consegui gritar em meio as risadas.

Ele passou a beijar meu pescoço, ainda me fazendo cócegas, e eu era preenchida por um misto de desespero, felicidade e excitação.

***

Era tarde da noite, e eu ouvia a respiração profunda e melodiosa de Fred ao meu lado. As corujas soavam do lado de fora, o mais denso breu se instalava em meu quarto e eu sentia o calor de Fred ao meu lado, atirado de bruços com as costas expostas ao frio da noite, os ombros rijos, peito largo; não de um modelo espartano, mas do jeito de um garoto de 20 anos, ainda meio desajeitado, engraçado e seu todo provocador.

Isso seria perfeito, se eu não tivesse essa sombra grudada em mim. Mal fechei os olhos e as imagens de todos os mortos inundaram minha mente. E isso acarretava uma corrente de más lembranças, que me faziam encolher diante do escuro do quarto, com um medo anormal, e uma fobia me atingir.

Uma escolha deve ser feita. Entre dois amores, entre dois inocentes. Entre os de sangue por ele considerado sujo, a última treva será plantada. A última parte deverá ser expurgada para que a história não se repita. A escolha feita com o coração alterará os rumos naturais, mas mesmo assim alguém que se ama lhe será tirado. Uma vida pela outra, a morte não parte de mãos vazias.”

O rosto ofídico invadia minha mente quando eu fechava os olhos, e eu lembrava das torturas de quando eu, Harry e Rony fomos capturados e presos na mansão Malfoy. A tortura de ter tudo retorcido, feridas que não existiam exalavam pus e insetos, cortes profundos e imaginários deixavam a mostra a gordura de uma mão fétida, e eu me começava a me decompor em vida.

As escolhas do meu passado me assombravam, agora mais do que nunca.

Abri os olhos ofegantes, e procurei pelo quarto qualquer indício de delírio ou de um certo ser vil e atroz, de olhos sanguinolentos e rosto serpentiforme. Nada. Minha respiração irregular. Eu engolia em seco, escutando a razão, e controlando meu medo idiota.

 - Está tudo bem... – Fred sussurrou, passando os braços ao meu redor, e me aconchegando enquanto murmurava alguma coisa tranquilizadora.

- Boa noite Físico.  – disse agora calma como uma ovelha.

- Boa noite Analista. – ele respondeu me fechando em seu casulo aconchegante e carinhoso.


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Notas finais do capítulo

TCHANS!
Então, por hoje é só pessoal ")
Jay Ne
"Malfeitofeito"