Uma Estranha No Meu Quarto escrita por Damn Girl


Capítulo 28
Mini Capítulo Bonus - Parte 02


Notas iniciais do capítulo

Olá Leitores (as)!! Só to passando aqui pra postar animar o Domingo de vocês!! Enquanto o Capitulo 27 não saí fiquem com a segunda parte (de quatro ou cinco acho) do capitulo bônus sobre o Roosevelt. Só relembrando que estes mini capítulos são totalmente opcionais e não interferem no entendimento da história :)



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 Magda correu os dedos pela porta grossa do escritório de forma receosa, abrindo uma pequena fresta e espiando o rapaz que era quase como um filho para ela. No interior do aposento de costas para ela, Roosevelt dedilhava o piano de forma hábil numa harmoniosa numa tocante e trsite sinfonia. Suspirou ao constatar que cinco garrafas inteiras de Whisky repousavam sob o belíssimo instrumento. Observou ele pegar a única que ainda continha algum liquido e virar o conteúdo repleta de preocupação. Os escoceses possuíam a fama de serem fortes para bebida mas seu senhor andava bebendo tanto que todo o dia ela esperava o pior. Baixou os ombros se sentindo impotente e triste, nem parecia o mesmo garoto de um ano atrás. Mesmo antes de seu pai falecer ele já não era mais o mesmo, contudo a morte de seu pai há uma semana havia quebrado algo dentro dele. Ele havia se entregado de vez.

Agora ela sabia por que seu patrão havia insistido que seu primogênito casasse, ele estava muito doente. Alguém precisava seguir com os negócios de família e um rapaz de dezoito anos não transmitia muita credibilidade. Casá-lo fazia dele um homem perante a sociedade. Mas não fazia dele um homem feliz.

De onde estava podia ver seus dedos trêmulos, e ouvir um soluço baixo. Pensou em deixa-lo em paz e retornar em um outro momento, quando ele parou de tocar abruptamente, fazendo-a pular de susto. Ele pigarreou, limpando a garganta.

— Alana já retornou? — Perguntou sem se virar, a voz rouca.

         Alana havia sumido desde que o pai dele falecera, provavelmente não estava a fim de lidar com o tristeza do marido. Magda fechou as mãos em punho, odiava sua senhora com todas as forças.

— Não, senhor.

         Ele deu de ombros, voltando a tocar.

— Certo. Pode se retirar por favor.

— Senhor... — Ela deu uma passo a frente relutante.

— Ordenei que se retire. — Falou com os dentes trincados mais alto do que pretendia. Depois baixou o tom. — Por favor.

         Magda fechou a porta atrás de si repleta de medo e Roosevelt voltou a tocar arrependido pela forma ríspida com que falara com sua governanta. Passava quase todas as noite em claro tocando e bebendo era a única coisa que o distraía de seus pensamentos horríveis. Além de estar desolado com a morte do pai ainda se sentia preocupado com sua esposa, com a segurança dela, ao ponto de quase enlouquecer. Não sabia se estava viva, se estava morta, não sabia sequer onde estava. A cada hora milhões de imagens horríveis passavam por sua cabeça.

— Eu sou um idiota por preocupar-me com esta.... esta mulher promíscua!

         Xingou atirando uma das garrafas e reprimindo um soluço.

Seus pais e seu irmão haviam se mudado para a Escócia desde que se casara, e desde então sentia muita falta deles mas fingia que estava tudo bem. Roosevelt se levantou com uma das garrafas na mão e caminhando até a janela, ficou a admirar os finos e delicados flocos de neve que caiam sob o chão de seu jardim.

Vocês precisam de mais privacidade, precisam se conhecer. Todo casamento precisa de tempo.Lembrou-se das palavras do pai ao lhe entregar a casa principal e os negócios da família em Londres.

Tempo, cerrou os punhos com raiva. Havia dado muito tempo a Alana, havia atendido todas suas exigências, tratava-a com respeito, mal chegava perto dela. E o que ganhara em troca? Nem uma palavra afetiva, nem ao menos um abraço. Aos olhos de todos Alana era uma excelente esposa, leal, dedicada ao marido. Só ele sabia o quão inverdade isso era.

Estava bebendo o resto da garrafa, quando ouviu a porta abrir e o som estridente de um par de saltos-altos perpetuar pelo escritório, junto com o arrastar de um vestido e se virou fixando os olhos na mulher a sua frente, que não possuía uma aparência nada agradável. Alana tinha os cabelos levemente desgrenhados e a barra do vestido suja, sua face repleta de desprezo. Roosevelt tentou manter uma expressão indiferente em sua face e sentindo o cômodo rodar depositou a garrafa na mesa discretamente se apoiando nela. Observou sua esposa retirar as luvas de suas delicadas mãos e jogá-las na mesa próximo a ele com raiva.

— Essa neve insistente estragou meus cabelos... Poderia se retirar por favor? Preciso resolver alguns assuntos no escritório.

— Acredito que a neve não seja a única causadora de tamanho desleixo. — Respondeu de forma sarcástica ignorando seu pedido. — Aliás por onde andastes Alana? O mesmo amante de sempre ou arrumou um para cada dia de sua ausência?

— Não tenho tempo para suas loucuras Roosevelt, estava visitando minha mãe e resolvendo assuntos dos seus negócios enquanto você se debulhava em lágrimas feito um garotinho. — Ela estendeu a mão em direção a porta sem olhar em seus olhos. — Peço pela segunda vez que se retire, amado marido.

         Roosevelt rompeu o espaço entre os dois e segurou o braço de Alana com força. A cabeça dele latejava pelo excesso de álcool e pelo ano inteiro em que passou aguentando suas grosserias. Ela grunhiu e protestou em resposta mas ficou assustada, ele era sempre uma pessoa tão controlada, vê-lo assim lhe causava medo. Ele por outro lado, ia brigar com ela contudo assim que seus olhos se prenderam nos azuis da esposa esqueceu tudo que estava para dizer. Alana tentou desviar o olhar mas ele segurou seu queixo com a mão livre, forçando-a a encará-lo.

— Roosevelt! Me largue!

— Estou cansado de ser paciente com você Alana.

         Vê-la ali tão próxima fez com que Roosevelt perdesse o resto da sanidade que o alcool já havia lhe tirado. Fechando os olhos lentamente baixou o rosto até encontrar os lábios dela, pressionando-os com avidez. Ainda prendendo-a pelo rosto forçou entrada com a língua saboreando cada pedaço, sentindo seu coração bater mais forte por aquela mulher horrível. Proferindo um gemido baixo ele a desprendeu e fazendo com que ela abraçasse seu pescoço a enlaçou pela cintura, os pensamentos enuviados. Queria tanto que ela largasse o amasse, queria tanto esquecer a dor que estava sentindo.

Alana o encarava de olhos bem abertos, repleta de surpresa. Permaneceu o tempo todo imóvel e não correspondeu ao beijo, não conseguia se afastar e não queria trair seu verdadeiro amor. Não quando havia acabo de voltar dos braços dele. Roosevelt a ergueu do chão e a deitou na mesa do escritório prendendo-a pelos pulsos. Alana gritou e se debateu assimilando o que ia acontecer, tentando acordar desse pesadelo.

Se tinha raiva por ter de casar com ele, agora ela sentia o triplo.

— Assim que vai ser? Vai me tomar a força? — Ela virou o rosto de lado, escondendo uma lágrima que teimou em rolar por seu rosto. — Então faça logo. Mas saiba que eu te odeio.

         As palavras duras lhe recobraram a consciência. Roosevelt a soltou e saiu de cima num pulo. Esfregou as têmporas e respirou fundo tentando se manter são. Estava repleto de vergonha e nojo de si mesmo.

— Me desculpe, não foi minha intenção... Eu.. Eu..

— Nunca, nunca mais faça isso...

         Alana lhe lançou um olhar duro. Sentindo seus lábios formigarem pelo beijo roubado, segurou a parte de baixo do vestido e correu. 


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Notas finais do capítulo

Na minha humilde opinião os dois são loucos rsrsrs

Beijos e até o proximo capítulo ♥