Uma Estranha No Meu Quarto escrita por Damn Girl


Capítulo 15
Capítulo 15 - Entre as sombras


Notas iniciais do capítulo

Gente ainda não tenho uma certeza de quantos capítulos irão ser mas acho que finalmente chegamos na metade... Este capítulo é descrito pela Jaynet (que é a minha favoritismo) e espero que gostem... Sem mais delongas vamos lá



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Eu estava sentada no sofá da minha sala assistindo Adotada na TV quando Michael entrou no cômodo com uma loira oxigenada, ele a beijava com desespero e os dois ofegavam, então sua mão começou uma carícia pela coxa da moça, subindo por de baixo da saia. As coisas foram esquentando mais e ele a jogou no sofá deitando sobre ela e levantando sua blusa. Eu me encolhi. Constrangedor.

— Pelo amor de deus vão pra o quarto!!!!!

Logo Michael desafivelou o cinto e tirou a blusa, exibindo o abdômen bem definido. De todos os garotos da casa ele é o que aparenta ser mais velho, usando um cabelo preto bem curto e uma barba cuidadosamente aparada, até sua voz era mais grossa que os outros meninos e ele também era mais alto. Embora homens com o corpo muito definido não fossem meu tipo, essa estranha combinação atraia muitas mulheres, ele aproveitava o máximo. Estava tentando lembrar quantas mulheres já haviam vindo pra casa com ele na madruga, quando ele começou a desabotoar o zíper. Eu tapei os olhos e tentei sair da sala o mais rápido possível, desejando ter mais duas mãos para tapar os ouvidos também. A voz de Nick ecoou de repente, me fazendo parar.

— Que palhaçada é esta aqui?!!!

Ufa, graças a Deus!! Tirei as mãos do rosto esperando poder continuar a ver a minha TV, única coisa que me distrai ultimamente. Mas revirei os olhos ao ver que o Nick também estava acompanhado de uma mulher morena com roupas curtas e fora de moda, e mantinha um sorriso malicioso no rosto. Sua franja loira tapava seus olhos verdes claros. Ele não era tão definido de corpo quanto o Michael mas eu o via malhar com bastante frequência. Eu me senti corar levemente, dos amigos do Chris ele era o que mais me atraia.

— Dá um espacinho aí pra gente também — Nick se jogou com a menina no outro sofá — Tem camisinha ai cara??

Aff, socorro.

O comportamento promiscuo dele por outro lado cortava qualquer tipo de sentimento que eu poderia ter por ele. As meninas riram e eu deslizei pro corredor com o rosto queimando, desejando que Kevin chegasse em casa pra acabar com a festinha.

Eu gostava muito do Kevin, principalmente por eu ele não trazia muitas garotas, ele é um rapaz muito reservado e bondoso, quando está em casa passa a maior parte do tempo estudando, porém ultimamente ele leva seus livros pro hospital e passa o dia inteiro lá conversando com o Chris fantasma e brincando com a Kristen. Eu costumava ir atrás dele e ficar olhando pelo lado de fora, pra me assegurar de que o Christian ainda estava vivo, mas eu nunca entrava lá, embora eu quisesse desesperadamente.

Quando me dei conta eu tinha subido as escadas principais e estava de frente pro quarto que um dia foi meu. Eu encarei a maçaneta e suspirei, entrando no cômodo pela primeira vez depois do acidente. Passei pelo espaço de jogos e subi as escadas, fitando a cama impecavelmente arrumada com tristeza. Me joguei nela e fiquei encarando o teto, sentindo o perfume maravilhoso de Christian por toda parte, desejando que ele estivesse conversando comigo ou reclamando comigo o quanto minhas piadas de morte são sem graça.

— Se eu não tivesse insistido pro Christian ir investigar a escola o Marcus não teria feito isso com ele. Eu sou uma babaca.

Eu rolei pro lado abraçando o travesseiro dele com força, lembrando de sua cara de espanto a primeira vez que me viu, seus lindos olhos verdes esmeraldas me encarando com um intensidade e sua boca rosada meia aberta no seu rosto fino e bem esculpido. Ele tinha acabado de sair do banho, seus cabelos estavam bagunçados de um jeito bom e sua pele branca se confundia com a tolha que ele vestia, as gotas de água escorrendo todo seu braço definido na medida certa, ele era um pouco mais alto que eu. Ele era perfeito. Eu devia ter colocado ele numa caixinha e ter um mediador gato só pra mim ao invés de insistir que ele ajude as pessoas. Agora eu vou ter que deixar ele em paz e torcer pra um dia ele acordar.

— Ele vai viver melhor sem mim.

Eu ignorei o aperto no meu coração e olhei uma última vez pro quarto, me desmaterializando.

Apareci numa rua qualquer próxima a escola e caminhei sem rumo de cabeça baixa. A noite estava tão negra quanto minha alma despedaçada e quase não se via ninguém vivo na rua. Eu comecei a procurar pela rua que ficava a casa abanada em que Ana, a moça que salvou o Chris, disse que morava. Eu havia dito a ela que não poderia morar mais com o Christian e ela prontamente me convidou pra morar com ela e agora eu estava pronta. Pronta pra deixar de uma vez por todas a casa onde eu cresci, vivi com meus pais uma vida curta porém feliz, e onde eu também morri, assassinada.

Eu estava tão perdida em pensamentos que percebi tarde demais que a atmosfera em volta tinha mudado. A escuridão se tornou mais intensa, e uma névoa cobriu a calçada. Mas a frente um fantasma todo de preto sorria de forma macabra. Ele estava parado observando um humano vivo que caminhava na calçada do outro lado da rua. Apesar de ser novo ele vestia roupas pretas de época, e me dava um medo surreal. Ele cruzou a rua com rapidez e elegância e tocou o homem, que ficou literalmente paralisado. O homem se esforçou pra mexer as pernas mas o fantasma ergueu o braço, o erguendo do chão com facilidade. Ele olhou pro seu corpo saindo do chão e começou a gritar aterrorizado.

— Socorro!!!!

Eu fiz menção de ir ajuda-lo mas ao mesmo tempo o fantasma girou ele de cabeça pra baixo e o encostou com força contra a parede, mantendo distância do alvo. O homem gritava histericamente agora. O fantasma bufou e revirou os olhos. Então sua voz soou macia.

— Silêncio.

E com agilidade traçou uma linha horizontal imaginária com o indicador e o pescoço do homem foi cortado. Eu parei no meio da rua e abafei meu grito com a boca enquanto ele cortava o ar em várias direções e o corpo ia sendo cortado de acordo com os gestos que ele fazia. O sangue manchava toda a parede e o chão em volta e ele parecia se divertir. Depois de cortar bastante ele estendeu a o outro braço e fechou as duas mão em punho, e o corpo abriu de dentro pra fora expondo todos os órgãos. Cada pedaço foi ficando irreconhecível, exceto do pescoço pra cima.

— Menos um.... —Sussurrou — Os vivos são tão fracos, nem tem graça, tomara que sua alma vague... — Ele virou o rosto e me encarou diretamente. — Eu prefiro lutar contra outros fantasmas.

Puta Merda.

Ele percorreu com os olhos vagarosamente todo meu corpo até parar no meu rosto, então me lançou um sorriso. Ele me encarava com uma misto de curiosidade e fascínio.

— Não concorda Jaynet?? Vemos o quanto os vivos são fracos pelo seu mediador, coitado... Lutou contra um fantasminha medíocre que eu matei e ficou à beira da morte. Esperava mais dele. — Ele me mostrou o indicador — Eu poderia ir no hospital e mata-lo com um único dedo, mas nem sei se vale a pena.

Eu cerrei os punhos.

— Não ouse tocar no Christian!!!!!! Se não eu vou...

— Se não? — Ele me interrompeu e deu um passo à frente — Vai fazer o que?

Tudo em mim queria recuar mas eu me mantive firme, Christian já havia sofrido demais.

— Se não eu vou te impedir e te perseguir por toda eternidade, serei sua assombração particular, nenhum lugar na Terra que você for será seguro. Eu não sei quem você é mas vai desejar nunca ter cruzado nosso caminho..

Eu esperei ele me atacar, mas ele só sorriu me encarou com luxúria. Caminhou até mim e segurou meu rosto com delicadeza se aproximando demais da minha boca e por um momento eu torci que ele me beijasse ......

Que?!?!?!

— Eu iria adorar... “Minha assombração”, por toda eternidade — Sussurrou. E eu balancei meu rosto me livrando do seu toque. — Eu tenho que ir. — Falou abruptamente. — Aproposito me chamo Roosevelt.

Ele beijou minha mão e desapareceu, levando consigo todo seu encanto. Eu olhei pro corpo grudado na parede e Ana apareceu do meu lado. Ele segurou meus dois ombros com os olhos arregalados.

— Tudo bem com você??

— Sim.... — Respondi tentando não demostrar minha confusão.

— Que bom — Ela soltou meus ombros e soou ainda mais apavorada.. — Você precisa falar com o Christian, ele está preocupado com você e vai acabar fazendo uma besteira..

Eu recuei um pouco.

— Preocupado comigo??

Ela pôs as mãos na cintura.

— Obvio, você sumiu.. Você vai no hospital sempre mas ele não sabe, ele pensa que aconteceu alguma coisa com você.

— O Christian me odeia.. — Sussurrei e ri baixinho — Ele está de coma por minha causa, lembra? Eu não posso falar com ele, tenho que deixar ele viver sem ser um mediador...

— Ele nunca vai deixar de ser um mediador Jaynet, você estando com ele ou não.. E agora ele corre mais perigo ainda se você não aparecer

Senti meu estômago revirar de medo e ao mesmo tempo uma determinação me invadir.. Queria falar com ele, precisava falar com o meu Christian. Corremos para o hospital, mas ele não estava, somente um Kevin nervoso e um corpo vazio.


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Notas finais do capítulo

Bom amadas e amados por hj é isso, vou entrar de férias esse mês e a minha meta é postar mais rápido pra começar outra fanfic, afinal essa aqui já tem oito anos..O primeiro capítulo da nova já está disponível no nyah, vai ser uma história de vampiros, mas não como o Edward kkkkkk porém só vou começar realmente depois que terminar essa acho que vcs merecem um fim logo depois de tantos anos... Beijos e até o próximo capítulo