Kolybelnaya escrita por themuggleriddle


Capítulo 44
The Battle of Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Eu reescrevi e recortei esse capítulo várias vezes e ainda não sei se está como eu queria que ficasse. Acho que não... Não sei se ficou muito corrido, mas não estava com vontade de enrolar muito, porque né, já enrolei demais.



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Hermione Granger não gostava de voar. Todas as experiências que tivera até então não haviam sido agradáveis e, assim, não estar com os pés no chão lhe causava um certo desconforto. Não estar com os pés no chão e sentir-se caindo era ainda pior.

O vento zunia pelos seus ouvidos e seus olhos não conseguiam se manter abertos. Ela caía e caía, seu estômago parecendo grudar-se em sua coluna, até se sentir bater contra algo e um estrondo mais alto ecoar a sua volta. Mas, ao invés do esperado, a garota continuou caindo e, de repente, não estava mais. De uma hora para a outra, não havia mais o vendaval à sua volta e tudo o que restara era a dor em seu corpo e a sensação de estar com o rosto contra a terra, o cheiro úmido desta embrenhando-se em suas narinas.

Ela abriu os olhos. Havia árvores à sua volta e o chão era poeira e terra e folhas. Não havia raios de sol se esgueirando por entre os galhos e estava frio. A garota tateou o chão, como que para ter certeza de que não estava imaginando coisas, antes de empurrar-se para se sentar. Sua cabeça girou e seu estômago se revirou. A ânsia de vômito veio subitamente, dando tempo apenas da bruxa virar-se para o lado e apoiar-se nas mãos antes de vomitar o pouco que havia comido naquele dia.

As lágrimas vieram depois. Silenciosas e fazendo a sua cabeça doer. Ollivander não estava mais ali e o calor fresco do verão havia sido substituído pelo ar mais frio do início da primavera. Hermione não queria se mexer, não queria se levantar e aparatar, não queria saber onde estava.

Mas ela sabia que precisava fazer isso. Então, forçou-se a ficar de pé, puxou a varinha do bolso e firmou a bolsinha de contas ao seu lado. Tentou se lembrar das coordenadas que havia ouvido sobre o Chalé das Conchas e das fotos que Molly havia lhe mostrado... Só então, girou no lugar e sentiu tudo virar um borrão.

Quando seus pés tocaram terra firme outra vez, um soluço escapou de sua boca, pois a primeira coisa que notou fora o som. Um vai e vem calmo e incessante, algo que seria capaz de acalmar qualquer um, como uma canção de ninar natural. Ondas. A maresia se grudava em seu rosto e a menina permaneceu de olhos fechados. Por um curto momento, pôde lembrar-se da praia de Hornsea com suas ondas calmas e sua maresia. Mas a fantasia não durou muito tempo, pois ela sabia que não ajudaria em nada se perder em memórias, não naquele momento.

A praia que encontrou era cinzenta e maior do que Hornsea. A bruxa olhou em volta e sentiu o coração acelerar ao ver um pequeno chalé de paredes acinzentadas e com uma textura estranha.

A garota apenas correu. Tropeçando no terreno irregular da areia, ela conseguiu chegar até a casa e bater com toda a força que conseguia na porta. Não demorou até alguém abrir e Hermione se deparar com os olhos azuis arregalados de Fleur Weasley.

“O que?” a mulher murmurou, encarando-a por alguns segundos. “Hermione? Como...?”

“Harry e Ron. Preciso ver Harry e Ron!” disse Granger, empurrando a bruxa para o lado e entrando na casa.

Bill Weasley estava parado no meio da sala, com a varinha em mãos e parecendo pronto para um duelo. O rosto do ruivo assumiu uma expressão surpresa, mas não demorou muito para a atenção de Hermione ser desviada dele.

Sentado em uma poltrona, havia um homem de cabelos brancos e rosto enrugado. A garota o conhecia muito bem, nunca iria se esquecer do dia em que aquele bruxo lhe entregara a sua primeira varinha, mas agora, tudo o que conseguia pensar era em como ele havia envelhecido. Os olhos, no entanto, continuavam com aquele mesmo brilho corvinal.

“Deu certo,” ela murmurou, sentindo os olhos encherem de lágrimas outra vez enquanto via Garrick Ollivander se levantar de onde estava sentado. “Estou b-bem.”

O fabricante de varinhas parecia cansado e machucado, seu rosto exibindo algumas escoriações, mas, mesmo assim, sorriu. Bill e Fleur continuavam em silêncio, apenas observando a cena com as varinhas erguidas.

“Onde estão Harry e Ron...?” ela perguntou, virando-se para o casal.

“Eles disseram que iriam para Hogwarts,” a loira falou e só então Hermione notou que ela usava um vestido negro que não condizia com o estilo dela. Parecia pesado e quase sombrio. “Hermione, o que aconteceu?”

“É uma longa história, mas eu preciso... preciso encontrá-los. O que aconteceu?”

Bill aproximou-se em silêncio, observando-a dos pés à cabeça.

“Qual foi o livro que Viktor Krum usou para puxar assunto com você durante o Torneio Tribruxo?” o ruivo perguntou.

A bruxa franziu o cenho, confusa. O que diabos era aquilo? Por que Bill queria saber sobre Viktor? Depois de alguns segundos encarando o homem, a pergunta começou a fazer sentido. É claro! Ela havia desaparecido e voltado sem explicação alguma. Eles achavam que ela era uma impostora! Aquela fora a pergunta que combinara com alguns membros da Ordem da Fênix para ser feita em caso de precisarem confirmar a sua identidade.

“Maldições Históricas e Suas Consequências, de E. S. Shelley,” ela falou, vendo o casal suspirar, aliviados.

“Hermione...” Bill murmurou, aproximando-se a passos largos e a abraçando com força. “O que diabos aconteceu? Onde você estava?”

“Eu...” As lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto. Por cima do ombro de Weasley, ela olhou Ollivander. “Não posso explicar agora. Não dá tempo. Preciso achar Harry e Ron, preciso ajudá-los.”

“Arry e Ron estão bem,” disse Fleur, quando o homem a soltou. “Nós acabamos de... Bom, acabamos de roubar um cofre do Gringotts. Arry disse que precisava pegar uma... taça que estava no cofre dos Lestrange. Funcionou. Nós fugimos.”

Hermione arregalou os olhos. Então Harry seguiu em frente com o seu plano e ele dera certo.

“Você disse que eles haviam ido para Hogwarts?”

“Sim, Arry teve... ele parecia estar tendo uma visão? Disse que Você-Sabe-Quem sabia o que estavam procurando e que a última coisa estava em Hogwarts. Disse que devia ser algo que pertencia à uma das fundadoras da escola,” a loira explicou, parecendo confusa. “Tentei impedi-los, disse que era muito perigoso, mas ele é teimoso.” A mulher bufou baixinho. “Voltei para avisar Bill.”

“Faz cinco minutos que a Ordem mandou a mensagem de que todos devemos ir até a escola,” o Weasley falou. “Você-Sabe-Quem está indo para lá. Não podemos deixar os alunos no castelo...”

“Vocês estão indo?”

“Oui,” disse Fleur. “Você quer...?”

“Sim, quero ir junto, mas antes... Preciso pelo menos trocar essas roupas.” A garota olhou para si mesmo. A saia e o suéter estavam sujos e rasgados em alguns lugares. “Vou ser rápida, prometo.”

O ruivo assentiu e Fleur indicou a escada que levava para o segundo andar. Encontrar um banheiro não foi difícil e, ainda lutando contra todas as emoções e a adrenalina, Hermione trocou-se. Pegou a primeira roupa que encontrou quando enfiou a mão dentro da bolsinha de contas e que não fosse uma saia. Passou as mãos pelos cabelos, tentando mantê-los fora do rosto, e certificou-se de que a varinha de teixo estava em seu bolso.

Quando saiu do banheiro, no entanto, deu de cara com Garrick Ollivander.

“O que... O que aconteceu?” ela perguntou, engolindo em seco. Precisava ser rápida, mas também precisava saber. “Quero dizer, como as coisas aconteceram nos últimos anos?”

O senhor suspirou e apoiou uma mão no ombro dela, guiando-a para uma das portas que estavam abertas no corredor. Uma vez dentro do quarto, a garota respirou fundo, sentindo o cheiro da maresia que entrava pela janela aberta.

“Vou tentar ser rápido,” disse Ollivander, fechando a porta atrás de si. Ele suspirou e deixou os ombros caírem, parecendo ainda mais cansado. “Alguns anos após a sua partida, os rumores começaram a ficar mais evidentes e todos falavam de um bruxo das trevas que estava espalhando ideias sobre pureza do sangue. Ninguém falava o nome dele, chamavam-no de Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, mas... Bom, você sabe quem ele é.”

Hermione sentiu os olhos arderem ainda mais e o estômago revirar. A garota sabia que as chances de tudo aquilo mudar eram mínimas, mas uma pequena parte de si ainda tinha esperanças, as quais estavam sendo despedaçadas com cada palavra que o fabricante de varinhas falava.

“Bom, ele... Ficou muito poderoso e, por um longo tempo, todos o temiam. Foram tempos difíceis, o mundo bruxo estava abalado e todos temiam dar de cara com algum Comensal da Morte,” Ollivander continuou explicando e a garota pôde ver um brilho diferente em seus olhos. “Todos foram afetados de alguma forma... Todos conheciam alguém que fora atacado ou morto por um deles. Eu, em particular, me considero com sorte de saber que a pessoa que eu conhecia não sofreu.”

“Garrick...” a garota murmurou, sentindo agora as lágrimas escorrerem pelo rosto.

“Anna sempre perguntava de você,” o bruxo falou e Hermione sentiu o coração pular uma batida. “Se eu sabia onde você estava, se havia tido notícias suas... Eu dizia que ela teria que esperar um pouco, que um dia iria vê-la de novo.” Um sorriso triste esticou os lábios do homem. “Os Comensais não deixaram ela esperar tudo o que precisava, mas... Como disse, ela não sofreu. É assim que eu tento pensar.”

Hermione ficou em silêncio. Não sabia se conseguia falar sem começar a soluçar ou ficar com vontade de vomitar. Anna, que sempre fora tão gentil e alegre, que a recebera com tanto carinho no orfanato e que ficava esperando as suas cartas, havia morrido pelas mãos de Comensais da Morte. E não apenas isso, mas a morte dela afetara Garrick, que... a conhecera graças à Hermione.

“Vocês...?”

“Vivemos juntos por algum tempo.” O homem sorriu. “Depois que você voltou, continuamos a nos encontrar... Discutir sobre livros e histórias, tomar um café ou um chá. Alguns anos depois, acabamos ficando mais próximos. Foi quando contei da magia e, bom, fiquei esperando ela simplesmente me dar as costas e ir embora, mas ela acreditou e ficou.”

“O que ela fez? Depois de sair do orfanato.”

“Anna continuou trabalhando no orfanato por um ou dois anos e depois começou a estudar para dar aula. Ela ensinava História.”

Hermione sentiu-se sorrir, apesar de seu coração parecer doer a cada batida. Tentava imaginar Anna alguns anos mais velha, dando aula para uma classe de crianças e, ao fim do dia, voltando para uma casa cheia de magia onde Ollivander a esperava. Ao mesmo tempo que as imagens que lhe vinham à mente eram bonitas, não podia deixar de imaginar o final que a amiga tivera: morta por Comensais, muito provavelmente à mando de Tom, que teria lembrado da colega de orfanato.

“Me desculpe...” a garota murmurou.

“Você não tem pelo que se desculpar, Hermione,” disse Garrick. “A única coisa pela qual é culpada foi de ter nos apresentado um ao outro.”

Mas não era só isso, a mente da bruxa dizia. Talvez, se ela tivesse ficado, Voldemort e os Comensais não tivessem existido. No entanto, qualquer ‘talvez’ era traiçoeiro demais para ser discutido em voz alta.

“O que mais aconteceu?”

“Você conhece o resto da história: Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado tentou matar os Potter e foi derrotado pelo bebê deles, o seu amigo, Harry,” o homem continuou. “Anos depois, o Sr. Potter entrou na minha loja e comprou uma varinha. Alguns dias depois, foi a sua vez... Não precisei mais de dois segundos para reconhecê-la quando entrou na loja.” Ele riu, sacudindo a cabeça. “Videira, núcleo de fibra de coração de dragão... Você só faltava sair saltitando com a varinha na mão. Seus pais estavam muito orgulhosos.”

Hermione abaixou o rosto e esfregou os olhos com os dedos, tentando se livrar das lágrimas. A menção de seus pais fez mais uma leva de sentimentos emergir de algum lugar dentro de si, tornando difícil controlar as emoções.

“E depois...?”

“Muita coisa aconteceu, Hermione,” disse Garrick.

A garota lembrou-se de Tom Riddle em Hornsea, com o rosto queimado pelo sol e os cabelos bagunçados, sorrindo cada vez que Abraxas falava algo que o agradava. Lembrou-se da noite em que ele chegara em casa com os olhos vermelhos de choro e balbuciando confissões. Lembrou-se de Malfoy praticamente implorando para que ela ficasse. Devagar, começando com uma respiração entrecortada, os soluços vieram junto com as lágrimas até o choro tomar conta de todo o seu corpo. Ela se lembrava tão bem daqueles dois garotos, lembrava-se de como confiara neles e como se preocupara com eles... E agora percebia que tudo isso foi em vão. Tom nunca fora apenas Tom e Abraxas nunca tivera poder suficiente para controlá-lo. E, no fundo, Hermione sabia que ela também não tinha.

O destino, ela agora sabia, era imutável. O destino de Tom Riddle era ser Lord Voldemort e assim foi. Ninguém, nem mesmo ela ou o herdeiro dos Malfoy, tinha o poder de mudar isso. E, no fundo, Hermione ainda não sabia se o que mais machucava era a noção de impotência que sentia ou a dor de ter acreditado em algo que era impossível.

***

Quando Hermione chegou em Hogwarts, depois de passar pelo Cabeça de Javali, o castelo já parecia uma bagunça sem fim. A Sala Precisa estava cheia de alunos alvoroçados e alguns membros da Ordem.

Ela não sabia o que mais a afetara: estar de volta em Hogwarts ou ver Ron. O ruivo a abraçou com tanta força que quase a impediu de respirar. No calor do momento, ele nem quis saber o que havia acontecido, apenas se ela estava bem e tudo o que Hermione pôde fazer foi dizer que sim, ela estava bem (apesar de a sua aparência dizer o contrário), antes de sair correndo da sala.

No fundo, a bruxa sabia que não tinha a menor ideia do que estava fazendo. Ela sabia que Harry havia ido até o castelo para encontrar a última hocrux, algo pertencente à Rowena Ravenclaw, e agora queria apenas encontrar o fantasma da Dama Cinzenta... A razão para querer encontrar o espírito, no entanto, ainda lhe era desconhecida: parte de si dizia que queria ajudar o amigo enquanto outra queria saber sobre Tom Riddle.

Não foi difícil encontrá-la. Apesar do caos nos corredores, com alunos sendo evacuados e professores tentando proteger o local, o corredor onde o vitral do casal Ravenclaw se encontrava estava vazio. E lá, parada ao lado da janela colorida, estava Helena Ravenclaw.

“Helena?” a garota a chamara, sem fôlego depois de correr vários lances de escada.

O espírito virou-se, fazendo seus cabelos cacheados flutuarem ao redor de sua cabeça, e seus olhos claros se fixaram na bruxa. Hermione viu as sobrancelhas da jovem se franzirem e observou enquanto ela virava o rosto para olhar algo invisível ao seu lado.

“Eu conheço você,” o fantasma falou, sua voz soando baixa e distante, quase temerosa.

“Conhece,” disse Granger, mordendo o lábio inferior. “Eu preciso saber... Helena, o que aconteceu com Tom Riddle?”

Novamente, Helena desviou o olhar para o lado e Hermione se perguntou o que o fantasma via ali. Ela parecia entretida, como se estivesse ouvindo alguma coisa, antes de assentir lentamente e a olhar de novo.

“Você é a menina Elston,” Ravenclaw murmurou, pendendo a cabeça para um lado enquanto a observava. Novamente, ela desviou o olhar e suspirou. “Não sei se isso vai ajudar em muita coisa...” Um momento de silêncio se seguiu e a jovem sacudiu a cabeça. “Acho que podemos deixar as explicações para depois...” Uma risada fraca escapou da boca dela. “É, a morte faz a gente perder a noção de urgência.”

Hermione apenas franziu o cenho. Com quem diabos Ravenclaw estava falando? Então lembrou-se da vez em que encontrara o espírito pelos corredores de Hogwarts, no passado: Helena Ravenclaw estava conversando com alguém, um fantasma, ela lhe dissera, que não era visível para a bruxa.

“Esse é... o seu mesmo amigo de 1944?” a garota perguntou, chamando a atenção de Helena para si outra vez. “Ele continua tímido demais para aparecer?”

Ravenclaw encarou-a por um momento, antes de um sorriso discreto repuxar os cantos de seus lábios e seu rosto sardento parecer relaxar. Em silêncio, a garota sentiu-se honrada: poucas pessoas deviam ver a Dama Cinzenta sorrindo, mas ali estava ela, notando o quão jovem o fantasma na verdade era, o quão humana ela podia ser se apenas deixasse de lado a seriedade.

“A timidez é um problema.” Helena encolheu os ombros e, ainda sorrindo de forma carinhosa, olhou para seja lá quem estivesse ao seu lado.

Antes que Hermione pudesse falar qualquer coisa, uma voz ecoou pelos corredores. Fria e distinta, a voz parecia vir das paredes ao mesmo tempo que parecia ecoar dentro da própria cabeça da garota. Ravenclaw arregalou os olhos e ergueu as mãos até os ouvidos, encolhendo os ombros e parecendo muito desconfortável.

“Eu sei que vocês estão se preparando para lutar.” Ao longe, a garota podia ouvir alguns gritos. Alunos apavorados. “Seus esforços são inúteis. Vocês não podem lutar contra mim. Não quero matá-los, sei que muitos de vocês são bruxos e bruxas puros, uma geração para ser cultivada. Não desejo derramar sangue mágico.”

A garota observou o fantasma, que olhava em volta quase que em desespero, as mãos apertando a própria cabeça com força.

“Entreguem-me Harry Potter,” disse a voz de Voldemort. “E ninguém sairá ferido. Entreguem-me Harry Potter e eu deixarei a escola em paz. Entreguem-me Harry Potter e serão recompensados. Vocês têm até meia noite.”

O silêncio surgiu outra vez, preenchendo o espaço que antes era ocupado pela voz fria do bruxo das trevas. Ravenclaw ainda parecia perturbada quando abaixou as mãos e olhou para o nada ao seu lado, murmurando algo que Hermione entendeu como ‘Magia ruim. Magia ruim dentro do nosso castelo. Não está certo, não está’.

“Helena, por favor...” a garota aproximou-se da jovem. Atrás dela, as cores do vitral estavam apagadas pela falta do sol, mas a bruxa conseguia ainda ver bem o desenho de Rowena Ravenclaw e o marido trouxa do qual Abraxas falara. Na cabeça da fundadora, havia o que parecia ser uma tiara. O diadema que Harry estava procurando. “T-Tom Riddle... O que aconteceu com Tom Riddle?”

Mais uma vez naquele dia que parecia interminável, Hermione Granger sentiu vontade de sentar-se em algum canto daquele corredor e chorar. Seu corpo estava reclamando, sua cabeça doía, seu coração parecia apertado e seus olhos ardiam. Sua mente não fazia sentido, com memórias e ideias e medos a enchendo de pensamentos que não pareciam seguir uma linha de raciocínio. E agora, depois de ouvir o aviso de Lord Voldemort, a menina queria apenas poder desistir daquele dia... A presença do bruxo a fez ter certeza de que nada havia mudado e aquilo a machucava de tal maneira que seu corpo queria apenas desistir.

O fantasma olhou para o lado uma última vez, antes de abrir a boca para responder. No entanto, antes que pudesse falar qualquer coisa, passos rápidos ecoaram atrás de Hermione. Helena ergueu o rosto e encarou alguma coisa no fundo do corredor.

Franzindo o cenho e apertando a varinha entre os dedos, Granger virou-se, pronta para lançar um feitiço estuporante caso fosse preciso. O que ela encontrou, porém, não foi um Comensal da Morte, mas sim um homem que ela nunca havia visto na vida. Um membro da Ordem, muito provavelmente, com cabelos escuros já salpicado por fios brancos e olhos claros. Ele usava vestes de um tom azul escuro e sua fisionomia deixava a entender que ele devia ter em torno de seus sessenta anos, talvez um pouco mais. O rosto pálido exibia algumas sardas no nariz, além de rugas ao redor dos olhos e da boca. Com a varinha na mão e a postura defensiva, o bruxo a encarou, boquiaberto, por um momento.

“Hermione?” o homem murmurou, finalmente abaixando a varinha.


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Notas finais do capítulo

Ahm... eu não sei o que falar desse capítulo? Acho que vou ficar com o 'por favor, digam o que acharam' e 'espero que tenham gostado', porque realmente não sei o que achei dele :| e, sim, estamos em uma reta final.



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