Uma semana depois...

Nada mudou em uma semana, e uma das piores coisas aconteceu: As pessoas estavam perdendo a fé. Achavam que Bella não ia mais suportar porque ela continuava do mesmo jeito, sem nenhum traço de melhora. Eu trouxe novamente nosso filho para vê-la, porque talvez ele fosse uma melhora para ela, como é para mim. Ele me deixa feliz quando estou prestes a desabar. Agora, ele a olhava agitado, como sempre ficava perto dela..

- Olha Thomas, sua mamãe.- Falei pegando a mão dela, e tocando nele. Ele segurou seu dedo e ficou esperando ela esboçar alguma reação, como eu, e com uma certa surpresa, vi seu coração acelerar um pouco.

- Aqui de novo?- Emmett abriu a porta do quarto e sorriu largamente, vindo pegar meu filho.- Não pode deixar meu sobrinho deprimido, vamos pra casa da vovó Esme.- Ele falou.- Certo, Edward?

- O que?- Perguntei, vendo meu filho chupar a própria mãozinha.- O que tem lá?- Emmett arregalou os olhos.

- Se esqueceu mano?! Reunião de família, é o aniversário de casamento da mamãe e do papai!- Falou, me fazendo olhá-lo com uma sobrancelha arqueada.

- Eu não vou.- Falei e quando ele abriu a boca pare questionar, o interrompi.- Reunião de família, pelo menos pra mim, é quando a família está toda unida. E no momento, a minha esposa está em coma, então, eu não vou à essa comemoração sem ela.

- Edward, pelo amor de Deus! Vai deixar de fazer tudo agora?- Perguntou.- O aniversário da Ang é daqui a dois meses. Não vai aparecer lá também?

- Quem disse que ela vai estar em coma até lá?- Perguntei irritado.

- Quem disse que ela não vai? Os médicos já cansaram de dizer, que ela precisa apresentar qualquer sinal que os medicamentos estão funcionando, porque senão pode ser irreversível!- Falou. Ele e Bella, nunca se deram bem. Jamais. No máximo, se aturavam, mas quando meu irmão ficava na pior, Bella não me desencorajava, nem me impedia de ajudá-lo...

- Lembre-se que Bella sempre tentava ajudá-lo, e você está aqui me dizendo que praticamente não tem mais jeito.- Falei e ele me olhou incrédulo.

- Bella nunca gostou de mim, Edward! Nunca se importou!- Falou tentando acalmar o meu filho, que já estava agitado novamente.

- Quem você acha que te ajudou quando você foi preso?- Perguntei e ele ficou quieto.- Você tinha feito uma baita burrada com aqueles seus amigos, se metendo nessas apostas, brigando, e bebendo, e quando conseguiram o que queriam, foram pegos. Acha que eu ia te ajudar a sair de lá, Emmett? Por mais que você seja meu irmão, você tinha que aprender, mas quem chegou pra mim e falou: "Amor, meu pai é policial, eu posso falar com ele pra soltar seu irmão.."?!- Apontei para Bella.

- Ela não fez isso por mim, fez isso pela nossa família.- Falou irritado.

- Não interessa.- Bufei.

- Edward, ela vai morrer.- Ele afirmou, e nunca estive tão perto de socar a cara dele.- Precisa cair na real.

- Sai daqui Emmett!- Falei pegando meu filho.- É sério!- Quase gritei, assustando meu filho, e vi Emmett sair do quarto irritado.- Você não vai morrer.- Sussurrei para Bella, segurando sua mão, e beijando sua testa.

- Senhor? Precisa sair por um tempo. Temos que aplicar os remédios.- Uma enfermeira falou, e senti meu coração pesar.

Levei Thomas para casa, com lágrimas caindo pelo meu rosto. Ela não vai morrer! Olhei para meu filho que estava no bebê conforto e "mastigava" sua mão e olhava para tudo no carro. Dirigi para a cada dos meus pais, e quando entrei, vi que vários familiares estavam presentes, e todos me olharam surpresos.

Fui até Alice, que estava em um dos quartos no andar de cima, e ela me olhou preocupada.

- Cuida do Thomas pra mim? Eu vou em casa.- Perguntei, e lhe entreguei meu filho, que resmungou. Beijei sua cabeça, e olhei para Alice.

- Edward... Não precisa vir mais tarde, eu sei que...

- Não. Eu vou vir nesse jantar em família, não se preocupe.- Falei beijando seu rosto, e voltei para o meu carro, dirigindo para a minha casa.

Desci do carro e fui até o meu quarto, pegando uma caixa de remédios de Bella. Ela tinha um remédio pra dormir, que a fazia apagar em poucos minutos. Peguei um daqueles comprimidos e fui até a cozinha, colocando água num copo, e bebendo o remédio, esperando um pouco. Comecei a me sentir sonolento...

" Funcionara. Olhei para um banco em meio a flores, onde ela estava lá!

- Você é maluco.- Ela disse virando seu rosto na minha direção, sorrindo.- Não acredito que tomou um dos meus remédios.

- Se era o jeito de te ver.- Falei me sentando ao lado dela.- Eu preciso que você volte. Já cansei de ouvir que você vai partir... Me diz que você não vai.- A abracei e senti suas mãos acariciando meus cabelos.

- Você não precisa escutá-los. Eu vou voltar pra você, você só precisa esperar.- Uma lágrima desceu pelo seu lindo rosto.

- Cansei de esperar.- Sequei seu rosto.- Queria que tudo isso fosse um pesadelo, para acordar e te ver dormindo ao meu lado. Linda como sempre.- Ela sorriu.

- Obrigada por ficar levando o Thomas para me ver.- Acariciou meu rosto. O toque que eu tanto amava, e sentia falta.- Não quero que vá para esse jantar.

- Por que não?

- Porque você não pode ficar descontando minha doença nos seus pais. Vai acabar com a felicidade deles.- Chorei no colo dela.- E porque você está ficando maluco. Já pensou como esse jantar vai se tornar um fiasco com você nesse estado?- Brincou rindo, e não pude evitar de sorrir para ela.

- Volta pra mim, amor. Por favor.- Pedi mais uma vez, sentindo mais uma lágrima caindo.

- Eu te amo.- Falou com a voz chorosa.

E tudo sumiu! Ela, o jardim, o banco. Eu estava apenas na escuridão, sem nada..."

O celular tocava insistentemente, e eu apenas olhei à minha volta, me sentindo tonto. Eu estava na cozinha, segurando o copo, e me levantei atendendo o celular.

- Alô?- Atendi e minha voz saiu estranha.

- Edward, cadê você?- Alice perguntou, e eu podia ouvir muitas vozes ao fundo da ligação.

- Eu estou em casa. Vou só tomar um banho e pegar umas coisinhas do Thomas.- Falei, e ela concordou desligando.

Fiz o que havia falado à Alice, e depois, com as coisas do meu filho, e com meu presente para nossos pais, segui para a casa deles. Estacionei nem um pouco animado, e com sonolência do remédio que eu tinha tomado em casa, entrei no meio daquela "Reunião de Família". Estavam todos animados, e assim que entrei novamente com uma cara pior que antes, fui falar com Alice, que segurava meu filho.

- Você está bem?- Ela perguntou quando peguei meu filho.- EU dei um banho nele, e coloquei umas roupinhas que eram suas quando bebê. Ele não está uma gracinha?- Sorriu, e beijei meu filho, que estava dormindo.

- Oi filho.- Sorri para ele.

- Edward, por que está aqui?- Ela perguntou me olhando preocupada.

- É o aniversário de casamento dos nossos pais.- Sussurrei.

- Sinto muito. Soube que Emmett foi até lá.- Falou triste e bufei tentando não me lembrar, mas na hora, Emmett apareceu, vindo ver o meu filho.- Tente não brigar com ele.

- Ta.- Falei de cara fechada.

- Ei, meu sobrinho veio na reunião de família.- Emmett falou vindo pegar meu filho.- Saiu daquele hospital finalmente, Edward?- Perguntou mas o ignorei.- Algo deve ter acontecido lá!

- Emmett não começa!- Alice falou o afastando de mim, e pegando Thomas para levá-lo pra longe. Eu e Emmett ficamos nos encarando, e todos da festa.

- Eu não deveria ter vindo aqui, Alice.- Falei pra ela.

- O que houve com a Bella, mano?- Perguntou.- Pra você ter saído daquele lugar, só uma coisa é possível. Ela está morta?

Não me controlei e virei socando seu rosto, pondo toda a força no meu braço...