Um Amor Adormecido escrita por Naslir


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Gente, espero que gostem! Lá vai! Boa leitura!



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Caminhava distraída pela floresta com Mary, minha leal cadelinha, ao lado. Havia acabado de completar minha missão, que optei por fazer sozinha, já que fazer com os outros integrantes da GC sempre me tira do sério.

Tinha baixado a guarda, e ordenei para que Mary fosse embora. Sentei-me em baixo de uma árvore qualquer para descansar as pernas que, por causa da grande caminhada, estavam meio doloridas. A lua cheia brilhava com intensidade, nunca tinha a visto tão esplendida como naquela noite. As folhas das árvores farfalhavam em harmonia, os animais cantavam em uma perfeita orquestra da fauna e o vento gélido brincava com meus cabelos rosados e de fazer leves cócegas em meu rosto.

Suspirei. Logo me assusto ao ver o motivo daquele suspiro... Por que pensava tanto nele? Sempre vem sua imagem em minha cabeça, me envolvendo em seus braços fortes e aconchegantes, dando-me pequenos e rápidos beijos em minha face. Sentia sua falta, queria estar ao seu lado sempre, a toda hora... Por que estou sentindo isso?...

Balancei a cabeça tentando afastar aquele pensamento. Mas de nada adiantou. Mais imagens dele vieram a minha cabeça, e senti meu rosto corar de leve e meu coração acelerar apenas com isso.

Então decidi fechar os olhos e contemplar aquele silencio que me rondava, deixar que a música da floresta me guiasse naquele momento. A paz e o sossego são interrompidos por um barulho de folhas sendo bruscamente empurradas em meio a um arbusto. Lentamente abro meus olhos e bufo com raiva, não queria que nada atrapalhasse meus "sonhos" com ele, mesmo sem saber por que desejava aquilo. Novamente o barulho. Dessa vez tomei atitude, ajeitei minha manopla e levantei-me rapidamente, ficando em posição de ataque.

- Saia de onde estiver para que poça me enfrentar, bicho asqueroso. - falei em um tom ameaçador olhando para de onde tinha ouvido o som. 

- Insensível como sempre. Você nunca vai mudar não, Rey? - algo que estava dentro do arbusto falou, e nesse instante, meu coração acelera. Só conseguia ver dois olhos brilhantes e um meio sorriso acompanhados por duas e belas presas saindo deste. Essa voz...

- O que pensa que está fazendo ai? - falei saindo da posição de ataque e colocando as mãos na cintura, tentando mostrar superioridade, ainda procurando o dono daquela magnífica voz.

- Pare com essa teimosia. Somos amigos lembra-se? - e aquele ser com os olhos e a voz que tanto conhecia saiu da escuridão onde se encontrava e andou poucos passos a frente, revelando sua verdadeira aparência. Senti meu coração acelerar novamente, porém, mais forte do que antes.

- Ainda não respondeu minha pergunta. - disse virando-me de costas para este com os braços cruzados. Ele bofou.

- Vim buscar ajuda. - ele disse e no mesmo instante me viro para saber do que se trata a ajuda que ele mencionava. Ele mostra seu tronco com um corte que tomava conta de uma grande parte de sua barriga. Usava uma camiseta, obviamente, rasgada bem onde tinha o corte. - Meus curativos acabaram. Vi você passando e queria saber se poderia me ajudar.

- E por que deveria? - disse virando novamente de costas tentando esconder meu rosto levemente corado de seus olhares.

- Porque nos conhecemos a muito tempo e acho que mereço pelo menos isso de você. - falou ele meio sarcástico, segurando em meu ombro e me virando fazendo com que ficássemos frente a frente. Olhava intensamente para sua face sem emoção, séria, com seus olhos roxeados, apesar de demonstrar sofrimento de mágoas passadas, ficavam ainda mais brilhantes naquela noite.

- C-certo... Então me larga... - gaguejei tentando desviar meu rosto levemente corado do dele.

Volto para onde tinha deixado meu quite de primeiros socorros, fui verificar se ainda tinha alguns curativos para enfaixá-lo.

- Deu sorte bobalhão. - falei pegando as faixas e me virando em sua direção. Ele havia tirado a camiseta deixando exposto seu tórax bem definido com o corte à mostra. Coro violentamente ao olhar para ele, que por sorte, não percebeu minha reação. Me aproximo, já recuperada, para ajudá-lo com aquele machucado.

- Ai... - ele reclama quando trisco o pedaço de algodão com um remédio para cicatrizar o corte.

- Desculpe. - disse terminando de limpar o local. - Teve sorte de ter me encontrado, a ferida foi funda, e se não fosse tratada logo, ia ser uma dor de cabeça para você. - falei começando a dar as voltas com a fiaxa, claro que suavemente para que ele não se incomodasse com a dor.

- Origado. Te devo uma. - ele disse analisando o meu rosto.

- Não agradeça idiota. - disse friamente, embora não fosse minha verdadeira intenção, tentando esconder o que sentia de verdade. - Acho que assim esta bom. - falei dando um nó para que a faixa não se desprendesse de seu corpo. - Está apertado demais? Se quiser eu posso...

- Não, assim está ótimo, obrigado. - falou ele após ter me interrompido. Tentou levantar, mas desistiu. Parece ter parado e pensado em algo, o que me fez ficar um pouco curiosa. Então, decidiu sentar-se debaixo daquela mesma árvore que eu estava antes. Levei um pequeno susto com a reação dele. - Ainda não consigo sair desse lugar sozinho, o único jeito é esperar. - aquela expressão séria em seu rosto continuava ali como sempre, porém com alguma coisa a mais, algo que eu não conseguia identificar.

- Nada disso! - disse escondendo o nervosismo de ele ficar ali, sozinho comigo. Isso nunca foi um problema já que desde crianças nossos pais nos deixavam juntos, mas incrivelmente, de uns dias para cá, comecei a sentir coisas diferentes em relação a ele, como se algo estivesse adormecido em mim a muito tempo... - Você não pode ficar aqui! Tem que voltar para a base e cuidar desse ferimento e sem contar que...

- Se você se incomoda com minha presença, eu vou indo. - ele me interrompeu com uma fala fria, que me arrepiou por dentro como nunca antes. Naquele momento eu agiria com arrogância, seria fria e não ficaria com remorso mais tarde, como sempre fazia quando ele falava algo daquele tipo. Mas agora era diferente, fiquei parada. Eu realmente queria que ele ficasse ali comigo, tinha que agir.

- E-espere... - gaguejei. O mesmo que já estava de pé apenas para, sem olhar para traz. - A-acho que você não esta em condições de andar por ai sozinho então... Eu estou mandando você ficar aqui! - falei com a cabeça abaixada, usando minha franja para esconder meu rosto corado.

Nesse instante, ele se vira e anda lentamente em minha direção, o que me fez recuar ate encostar na árvore, fazendo com que nós dois ficássemos, pela segunda vez naquela noite, frente a frente, porém muito mais próximos. Conseguia sentir sua respiração que, por causa do clima, batia um pouco gelada em minha face. Meu coração acelera violentamente enquanto olhava para seu rosto. Não acreditava no que via, ele tinha um olhar diferente, todo o ódio e sofrimento tinham desaparecido temporariamente, estava completamente hipnotizada com seus olhos roxeados. Sentia como se meu estômago desse mil voltas (o que chamam de borboletas no estômago), como se eu fosse ter uma parada cardíaca naquele instante. O que estava acontecendo comigo?...

- Rey, você sabe que eu sou resistente em relação à ferimentos. - ele falava fitando o meu rosto intensamente. Fico sem palavras e apenas afirmo com a cabeça. Ele bufa e se senta saindo da minha frente.

Me assusto com aquele comportamento. E decido saber o que estava acontecendo. Sento-me ao seu lado, embora meu rosto estivesse muito corado. Ele olhava para a lua com o olhar entristecido e desapontado. Ao vê-lo daquele jeito, acabo ficando triste também.

- O que ouve, Dio?... - falei me aproximando.

- Sabe quando você gosta muito de algo e tem muito medo de perde-lo? - falou sem tirar os olhos da lua, ainda com o olhar triste.

- P-por que está me perguntando isso?... - ele desvia o olhar da lua e passa a me olhar, fazendo com que eu corasse novamente.

- Você fica mais bonita corada. - ele falou mudando sua expressão. Surgiu um sorriso em sua face, não um sorriso sarcástico, mas um sorriso doce e, de certa forma, aconchegante. Fazia anos que não o via sorrir daquela maneira.

- C-como assim?... - coro mais ainda. Ele se vira e fica de joelhos em minha frente.

- Rey. – disse ainda com o sorriso e me olhando nos olhos - Sabe que eu sofri muito quando era menor e que você foi minha única amiga, mesmo que de vez em quando você fosse uma chatinha. - ele da uma pequena pausa para rir um pouco. - Certo?

- C-certo... - digo sem ligar para a parte "mesmo que de vez em quando você fosse uma chatinha".

- Não me lembro de ter agradecido alguma vez. - falou ele chegando mais perto.

- N-não precisa, Dio...

- Não precisa mesmo. Mas eu quero. - ele falou segurando meu queixo delicadamente ao mesmo tempo em que me envolvia pela cintura. Se aproxima ainda mais de mim. Antes que eu pudesse falar alguma coisa ele se coloca para frente e seus lábios quentes e macios tocam nos meus dando início a um beijo quente e aconchegante.

No início, me assustei, mas logo em seguida fecho os meus olhos e retribuo o beijo, mais como um tipo de instinto que me guiava naquele momento. Nossas línguas dançavam em completa harmonia, conseguia sentir os batimentos acelerados de seu coração por causa de nossos corpos extremamente juntos. Seus braços envolviam minha cintura por completo apertando-a com um pouco de força enquanto uma das minhas mãos acariciava sua nuca e a outra o abraçava. Mas sempre tem aquela falta de ar que atrapalha tudo.

- Eu te amo... - ele sussurrou em meus ouvidos. Novamente meu estômago revira, e meu coração acelera... Então era verdade, tudo aquilo que eu estava sentindo naqueles dias... Dizem que o nome disso é amor, se é isso, por que não falar o que sinto por ele?

- Eu também te amo... - também sussurrei. Dio deu um sorriso, era um sorriso aberto, com pura felicidade.

Ele me puxa para baixo fazendo com que eu ficasse deitada na grama e ele de quatro sobre mim com uma de suas mãos massageando minha cintura e logo após, morde o meu lábio inferior, fazendo com que algumas gotas de sangue saíssem, mas ele as lambe logo depois como se quisesse fazer parar a dor que eu sentira. Me inclino para frente mordendo de leve a ponta de sua orelha, descendo com beijos por sua face. Dio começa a chupar e beijar, ao mesmo tempo, meu pescoço e a mão que massageava minha cintura sobe um pouco mais. Tiro sua camiseta como um impulso, ele faz o mesmo com a minha. A sensação de nossas peles se tocando era prazerosa. Procuro sua boca para dar inicio a um beijo mais intenso e ele faz o mesmo. Respiração ofegante, acelerada, era como estávamos naquela hora, o que dava um clima ainda melhor. Dio era selvagem, eu gosto disso, afinal eu também era. Não queria que aquilo acabasse, mas ele para ao lembrar de algo.

- Rey... - falou ele meio ofegante enquanto eu beijava seu pescoço. - Temos que voltar...

- Ainda não. - disse rapidamente para voltar a beija-lo o quanto antes.

- Sério Rey... - ele falou recuperando o fôlego enquanto me afastava. - Já é tarde. Temos que voltar, senão mandam buscar a gente.

- Para de ser certinho... Curte um pouco mais... - avanço para frente tentar beija-lo.

- Hey, calma... - ele disse se esquivando do beijo, insistia em ir em bora.

- Ah não... – disse de um jeito manhoso – Eu quero ficar mais aqui. – disse indignada e fazendo biquinho.

- Rey, não faz biquinho, eu adoro isso... - falou virando o rosto e tetando não me olhar.

- Por favor...

- Ahn... R-Rey... Sério, não vai dar. – ouve-se um barulho e algumas pessoas falando ao fundo, porém não tão longe de onde estávamos.

- Por que a gente tem que procurar eles... Eu to cansada...

- Porque a Lothos mandou, sabe que eu não tenho culpa Arme. Agora cale a boca e continue procurando.

- A GC! - falamos ao mesmo tempo.

- Se esconde! – falei puxando-o para traz de uma árvore e pegando nossas roupas ao mesmo tempo.

- Aqui não estão.

- Certo Lass, vamos procurar por ali.

- Ah não Elesis... Minhas pernas estão doendo...

- Quieta Amy!

- Af sua chata.

- Ainda não entendo por que a gente tem que procurar aqueles dois asmodianos. Que porril!

- Eu te entendo Lupus.

- ANDA SIEGHART!

- Calma ruivinha.

- NÃO ME CHAMA DE RUIVINHA!

- Já foram?... - sussurrei olhando para Dio que observava eles.

- Já. - ele falou saindo de traz da árvore e me levando junto segurando em meu pulso.

- Ok. Onde paramos?... - falei me aproximando.

- Rey, você viu que essa foi por pouco. Agora não vai dar! – disse segurando em meus ombros e me chacoalhando um pouco. Ele estava apreensivo, eu sabia que um dia o que ele tinha de certinho, mesmo que estivesse guardado bem no fundo, ia aparecer.

- Gr... Eu não quero! Quero ficar aqui com você... – nesse momento uma lágrima rola pelo meu rosto. Não era de tristeza, era apenas uma forma que eu tinha de convencer o Dio quando ele dava uma de teimoso.

- Er... Não chora... - ele disse limpando a lágrima de meu rosto, um gesto muito fofo por sua parte. - A gente vai ter outras oportunidades... - ele sorri de uma forma pervertida.

- Agora você está falando a minha língua! - falei com o mesmo tipo de sorriso no rosto. Procuro minha camiseta e como a de Dio estava do lado pego-a e a jogo para ele. Vestimos nossas camisetas e ele me me da um ultimo beijo antes de irmos em bora dali. Ele me abraça por traz. 

- Vamos bobalhão. - falei em um tom brincalhão, ele ri. Seguimos em frente com ele ainda me abraçando por traz.

- Sempre gostei de você, desde quando éramos crianças. - sussurrou em meus olvidos com um tom sincero, parecia vir de seu coração, o que havia acabado de falar. Sorri.

- Quem sabe... Eu também...

      FIM






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Notas finais do capítulo

Então é isso ^^. Reviwes gente! Não doí e faz bem pra autora! Beijins!