Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 48
Um visitante e um telefonema inesperados


Notas iniciais do capítulo

Eu vou chorar aqui... Eu estou demorando pra postar, as ideias estão acabando, e então eu ganho mais uma recomendação. Pessoal, eu amo muito vocês. Vocês já ouviram isso diversas vezes, mas eu vou continuar repetindo. Luce Cullen, valeu mesmo.
Eu prometo, vou finalizar esta obra do melhor jeito que eu puder. Acho que posso dizer que essa é a última semana da fic, mas vou garantir que será bem feita. Ah, e aqueles que quiserem saber dos próximos volumes por MP, não deixem de falar nos comentários!



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Meu pai disse uma vez, que "Existem coisas na vida que a gente não entende, e é melhor nem entender mesmo.". Na época eu não havia compreendido muito bem suas palavras. Como poderia ser melhor não entender algo?

Bom, agora, obviamente, eu penso o contrário. Minha vida deu uma mudança radical, por causa de uma única pessoa. E é então que a gente começa a se perguntar "Por quê ela?" ou "Como ela pôde mexer tanto comigo" ou até quem sabe "Será que isso deveria mesmo ter acontecido" mas, quer saber? Essas coisas ficam melhores sem resposta.

Acho que tem a ver com aquele papo de "é o que é". Se está acontecendo ou já aconteceu, pra quê questionar? Acho que é melhor só viver. Se ficar se perguntando demais, acaba não conseguindo curtir. Perdi muito da minha vida com isso.

─ Woof! ─ Fênix me encara, com a bolinha na boca. Ele senta, vira a cabeça e abana o rabo. 

─ Ok, eu brinco com você. ─ Fui pegar o brinquedo, mas o cão saiu correndo. ─ Você quer que eu te persiga, é isso? Tá bom, mas é melhor correr muito!

Ficamos num incterminável pega-pega no andar de cima, que se extendeu até o andar de baixo. Tropecei no penúltimo degrau da escada, bati de cara no chão, mas continuamos brincando. Fazia tempos que eu não me dava ao luxo de me divertir assim. 

─ Peguei! ─ Consegui alcançá-lo, e tirar sua tão querida bolinha. Daí, era só jogar ela longe de novo e recomeçar o processo. Preferimos ficar no quintal, onde era maior.

─ Você parece uma criança. ─ Meu pai bufou, mas feliz, de certa forma.

─ Quando vai ser o próximo feriado? ─ Sentei na grama, e gritei de lá, cansado.

─ Acho que segunda e terça que vem. ─ Ele respondeu.

─ Que dia é hoje mesmo?

─ Quarta. 

Eram umas seis e meia da tarde. Não fazia muito tempo que eu voltara do trabalho.

─ Tô com fome. ─ Reclamei.

─ Já já eu termino aqui. Por favor, pergunte pra Sarah onde ela guardou o liquidificador. Não consigo achar... ─ Ele disse, remexendo os armários.

─ SARAH, ONDE VOCÊ GUARDOU O LIQUIDIFICADOR?! ─ Gritei, alto o suficiente para o vizinho ouvir.

─ Se fosse pra gritar eu já teria gritado!

─ Então por quê não gritou?! ─ Perguntei, inconformado.

─ TÁ NO SEGUNDO ARMÁRIO, EM CIMA DO FOGÃO! TÁ LOGO ATRÁS DE UMA SACOLA! ─ Ela gritou de volta.

─ Vocês se dão incrivelmente bem... ─ Meu pai suspirou, pegando o dito cujo e o colocando sobre a bancada.

─ Falta menos de um mês pras férias né... Vamos viajar? ─ Perguntei, entrando em casa e chamando Fênix também. Só que, ao invés de vir só ele, um outro cachorro veio junto. E estava com a bolinha do meu cão na boca.

Ele, ou melhor, ela, se parecia mais ou menos assim:

Tinha umas duas vezes o tamanho do Fênix. Não que a visitante fosse grande, o meu cão que era pequeno mesmo. Ela deixou a bolinha aos meus pés e foi embora.

─ Haha, acho que veio devolver. ─ Comentei, colocando o objeto em um canto qualquer. ─ E então, vamos viajar nessas férias?

─ Pra onde você quer ir? ─ Ele perguntou.

─ Sei lá... Só não quero ir em praia. É tão... Chato. Qual a graça de ficar numa água salgada em que você sente sujo ou ficar deitado em uma cadeira, debaixo do sol, para ficar com a pele um pouco mais escura? Não tem graça. Quem sabe poderíamos ir à algum lugar que tenha rios ou cachoeiras, o que acha? ─ Sugeri.

─ Pode ser. Pergunte para a Sarah o que ela acha. Escolham um lugar que esteja dentro do meu orçamento e nós poderemos ir, talvez. ─ Ele sorriu, e eu soltei um "Uhuuu!" enquanto saí correndo para o andar de cima.

Fazia um bom tempo que eu havia viajado. Uns 4 anos, na verdade. Dessa vez, não era culpa minha. Ou não tínhamos dinheiro para ir ou simplesmente não estávamos com vontade ou ideias de lugares para ir.

─ Ei, para onde nós vamos? ─ "Invadi" o quarto da garota(estava de porta aberta) e deitei em um pulo em sua cama. A mesma estava usando o notebook, sentada no outro lado da cama. Por algum motivo, todas as camas da casa eram grandes, então não haveria problema para duas pessoas dormirem juntas em cada uma. Não que eu estivesse planejando isso.

─ Como assim? ─ Ela perguntou, sem tirar a atenção da tela da máquina.

─ Meu pai disse que nós poderíamos escolher um lugar, desde que barato, para passar as férias. Onde quer ir? Tudo menos praia, por favor. ─ Fiquei encarando o teto.

─ Eu gosto de acampar... ─ Falou, pensativa.

─ Seu plano de férias é ir acampar na floresta?

─ Na verdade, seria aqui no quintal mesmo. ─ Ela explicou, e eu fiquei perplexo.

─ Tudo bem que eu disse que devia ser barato, mas nós podemos sair alguns kilômetros de casa, ok?

─ Hm... ─ Ela olhou para a direita(n/a - curiosidade do dia: Quando pensamos em algo, costumamos olhar para a direita, lado relacionado ao hemisfério direito do cérebro, responsável pela imaginação), e ficou um tempo assim. ─ Podemos ir em uma casa de campo. Tem umas bem baratas numa cidade não muito longe daqui. Eu fui lá uma vez, é bem gostoso de ficar.

─ Bom, se o aluguel não for muito caro como você diz, não vejo o porquê de não irmos. Mas a casa tem que ter piscina. E um lago por perto. Eu sempre quis pescar. ─ Sorri ─ Vou falar com o meu pai. 

─ Tá. ─ Fiz menção de me levantar, mas fui agarrado pela manga. ─ Hey, Give me a kiss*!

─ Mas... ─ Hesitei por um segundo. ─ Ok, ok...

Demos um beijo normal, nem muito curto, nem muito longo. Sabe, eu estava começando a me acostumar com aquilo.

Quase tropecei outra vez, mas consegui me segurar no corrimão e não cair da escada. Meu pai tampava uma panela e caminhava em direção à televisão.

─ Pai, vamos pro campo? ─ Perguntei, empolgado.

─ Interior, é? De onde você tirou essa ideia? Não sabia que você gostava de lugares assim. ─ Ele falou, pegando o controle e apertando o botão de ligar.

─ A Sarah que sugeriu. Deve ser legal lá. ─ Falei, sorrindo e me apoiando nas costas do sofá.

─ Tudo bem, então. Depois nós procuramos uma pousada ou alugamos uma casa. 

─ Yay! ─ Saí saltitando até o andar de cima, fui correndo até o quarto da Sarah. Mas, ao invés de vê-la feliz e nós estarmos comemorando juntos, ela estava com o celular no ouvido, em estado de choque.  ─ ... O que aconteceu?

─ ... ─ Ela não dizia nada.

─ Ei, o que aconteceu? ─ A chacoalhei, e a mesma deixou o celular cair no chão. Um número que não reconheci aparecia no visor. ─ SARAH, ME RESPONDEEEEE!

Ela, ainda com os olhos vidrados no nada, começou a falar, em um tom extremamente baixo.

─ Meu pai... Meu pai foi preso.


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Notas finais do capítulo

* Give me a kiss = Me dê um beijo
Reviews? ♥
~Aya