Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 28
Se adaptando


Notas iniciais do capítulo

Quase 100 reviews *-*
E já estamos no capítulo 28? O tempo voa XD



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O despertador estava tocando, mas eu teimava em não acordar. Me revirei na cama, incomodado com o barulho. Estava de férias, por quê diabos o despertador estava tocando?

Peguei o celular e olhei na tela. "Buscar Sarah". "Ah, é mesmo... Droga, eu queria dormir até as 13hrs hoje". Me levantei relutante e fui até o banheiro, lavar meu rosto e aproveitar para tomar um banho.

Saí do quarto e meu pai já estava quase pronto, apenas terminando o café da manhã.

─ Conseguiu tirar folga hoje? Mas você já não folgou essa semana? ─ Perguntei, pegando uma torrada em cima do balcão.

─ Hoje é sábado, caso tenha esquecido. ─ Ele riu, enquanto tomava seu café forte que tanto gostava.

─ É verdade... ─ Falei comigo mesmo, coçando a cabeça.

─ Ligue para a sua "amiga", e avise que já vamos sair. ─ Ele mandou, fazendo aspas imaginárias no ar.

─ Não faça aspas. Ela é minha amiga, e ponto final. Pare de tentar forçar um relacionamento. E por quê eu? ─ Resmunguei.

─ Você tem o telefone e ela que é sua "amiga". ─ Ele continuou fazendo, apenas para me irritar. Peguei meu celular bufando, e disquei seu número, que estava gravado na lista de chamadas recebidas.

...

─ É aqui. ─ Falei pro meu pai, dentro do carro, olhando um papel onde estava escrito o endereço. Levantei-me, saí e toquei a campainha. Algum tempo depois aquela garota de cabelos castanhos abriu a porta, com um sorriso.

─ Ah, você já chegou! Espera só um pouquinho, que eu ainda estou terminando de trazer as malas para a sala. ─ Ela avisou.

─ Quer que eu ajude? Vai mais rápido. Assim eu posso voltar pro computador mais cedo. ─ Ofereci-me e olhei para trás. Meu pai fazia uma "joinha" com a mão, e eu revirei os olhos.

─ C-Claro! Valeu! ─ Ela foi entrando e eu fui atrás. Seu pai estava sentado no sofá, e nos olhamos com aquele ódio de sempre. Ele não pronunciou uma única palavra.

O quarto dela era simples, as paredes eram de cor rosa fraco, com uma cama no canto com um criado-mudo e uma mesinha em outro canto, que supus que fosse para notebook. O armário do lado estava vazio, e algumas caixas estavam espalhadas.

─ Só faltam essas, o resto está na sala. ─ Sarah falou, carregando uma nos braços e, como eu estava com pressa, empilhei logo de uma vez três delas e levei diretamente até o carro. Sorte que o carro do meu pai era uma caminhonete.

Sarah deu um abraço de despedida no pai e foi embora. Este não mudou sua expressão durante todo o tempo, parecia uma criança fazendo birra.

─ Você não trouxe muita coisa. ─ Meu pai comentou, em um dos momentos do percurso.

─ É, eu não tenho muitas coisas. ─ Ela sorriu, olhando pela janela o movimento do mundo à sua volta.

─ Entendi. ─ Ele continuou prestando atenção na estrada. Nossas casas não eram muito longe uma da outra, pra falar a verdade. Eram 5 minutos, de carro.

Levamos as bagagens para o quarto de hóspedes, e eu fui pro meu quarto.

─ David! Saia já do quarto e vá ajudá-la a arrumar as malas! ─ Meu pai gritava do andar de baixo.

─ Faça isso você! ─ Gritei de volta.

─ AGORA! ─ Ele deu a ordem final e eu não pude fazer nada senão obedecer. Levantei sem vontade e segui até o quarto ao lado, onde Sarah desempacotava algumas coisas.

─ N-Não precisa me ajudar. ─ Ela falou, mas não adiantava, já que quem me mandara fazer isso foi o meu pai.

─ Duas pessoas vão mais rápido que uma. ─ Comentei, ajudando a arrumar seus pertences sobre a cômoda. ─ Onde eu coloco essa foto? ─ Era um porta-retrato com uma imagem do que julguei ser a família dela. Ela deveria ter uns 6 anos na época da foto. Estava com sua mãe, seu pai e um outro garoto um pouco mais velho que ela. "Deve ser um irmão"

─ Pode por do lado do notebook. ─ Ela disse, e eu o fiz.

Passamos mais um tempo arrumando as coisas, e depois de terminado, voltei para o meu RPG.

Por um momento esqueci-me de que ela estava lá, e tomei um susto ao vê-la sentada na mesa, no jantar.Acho que foi assim pelos próximos 3 dias.

Durante a noite, eu estava vendo televisão e meu pai chamou-me para seu quarto.

─ Sim? ─ Perguntei.

─ Leve este cobertor para a garota. Acho que a cama dela está sem. ─ Ele me estendeu o mesmo dobrado e eu, relutante, fui até o quarto de Sarah, mas ela já estava dormindo.

─ Ela está dormindo. ─ Voltei até o quarto do homem.

─ Cubra-a. ─ Ele ordenou.

─ Nem pensar! ─ Protestei.

─ Vai logo. ─ Ele ordenou mais uma vez, e eu, com raiva e bufando, fui até onde ela estava, parei na porta e bati palmas umas 3 vezes.

─ Ahn? ─ Ela acordou, meio grogue.

─ Cobertor. ─ Joguei o mesmo em cima dela, e voltei para a sala.

─ Não foi isso o que eu quis dizer! ─ Pude ouvir meu pai gritando do quarto, enquanto eu ria da sua irritação.

Acabei por dormir no sofá, assistindo uma maratona de um dos meus animes favoritos. Acordei às 4 da manhã com as costas doendo, e imediatamente senti falta da minha infância, em que eu dormia no sofá e acordava na cama. Meus tempos de pirralho não foram lá muito bons, mas eu não me importo, na verdade.

Não tive sonhos estranhos naquele dia, infelizmente. Eu até que gostava de sonhar com árvores de ponta cabeça e cães lutadores de boxe...

Consegui acordar as 13hrs no dia seguinte, mas era estranho como eu continuava com um tipo de "sono". Desci as escadas e Sarah estava na sala, brincando com o Fênix. Meu pai provavelmente saíra.

─ Que horas você acordou? ─ Perguntei, esfregando o olho.

─ Acho que por volta das 8 e meia. ─ Ela respondeu, afagando a barriga do cachorro, que adorava o tratamento VIP, já que ninguém na casa costumava dar tanta atenção à ele, apenas meu pai de vez em quando.

─ Qual é! ─ Joguei-me no sofá ─ Estamos de férias! E ninguém aqui em casa vai te olhar feio por acordar ao meio-dia. Eu também faço isso, afinal. ─ Ela ficou apenas paparicando o cão, mas dava pra perceber que pensava em outra coisa. Ela estava sorrindo, um sorriso diferente. Mas não dei muita atenção à isso. Preferi assistir meus desenhos animados, rindo feito um idiota com as piadas de criança. Acho que os preferia porque os temas eram assim mesmo, menos maduros, e não ia ter aquele negócio de romance também.

Mais tarde meu pai voltou para casa ─ Tinha ido no mercado.

─ Sarah, eu comprei uma escova de dente pra você. Você disse que esqueceu, não é? ─ Meu pai entregou a embalagem à garota, que agradeceu, um pouco envergonhada. Não era possível! Ela ficava envergonhada com tudo! Mas, de alguma forma, eu gostava de vê-la assim. Era bonitinho.

O resto do dia foi "normal". Bom, tinha uma garota morando na minha casa, e isso com certeza não era normal. Desde meus sete anos de idade não tinha uma presença feminina nesse lugar, e não sei dizer se isso era bom ou ruim. Acho que comparando a situação atual com a antiga eu conseguiria descobrir, certo? Certo. Estava lançado o "período de avaliação"!



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Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendações (*-*) ? Pedras? Facadas? Tomates? Dinheiro (O/)? Canetas(?)?
~Aya