Depois Daquele Adeus ... escrita por ro_dollores


Capítulo 2
Capítulo 2




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_Grissom … Você está bem ?

_Sim … por que ?

Sofia o encarava com os olhos críticos.

_Precisa de alguma coisa ?

_Não !

Ele entrou em sua sala e ela continuou atrás dele.

_Ainda … estão juntos ?

_Sim … - Ele queria dizer que não sabia, que era uma pergunta difícil. Estava magoado com a atitude dela, mas Sofia não precisava saber. Além do mais, ele a amava mais que tudo.

_Se precisar de alguma coisa … não exite, saiba que estarei aqui.

Sem ter resposta, ela o deixou com seus pensamentos.

Ele se sentou pesadamente em sua cadeira e levou as mãos em seu rosto.

Ele queria um motivo real, não dela precisar de tempo, de se libertar daquela cidade. Mas um motivo que o fizesse entender aquele abandono.

Na verdade, sabendo o quanto a amava, ela poderia simplesmente, tirar uma licença por um tempo razoável, mas que não precisasse ser daquela maneira tão radical.

Ela podia descansar em casa, visitar sua mãe por uns dias, ou até mesmo que fizesse uma viagem em algum lugar que lhe trouxesse paz.

Mas que voltasse para casa, para seus braços, que o fizesse estar ciente que ela só precisava de outros ares, sem o deixar no abandono. Talvez, que voltasse nos finas de semana, ou simplesmente que voltasse.

Mas não ! Ela fez as malas, e desapareceu de sua vida e ele nem fazia ideia por quanto tempo.

_Deus, Sara ! Por quê ?

Seus olhos coçavam e ele buscou forças de dentro para lutar contra a vontade de se deixar enfraquecer.

_Gil ?

_Oi Cath …

Ele levantou os olhos para ela e endireitou o corpo, depois mexeu em alguns papéis, apenas para ocupar suas mãos.

_Como você está ?

_Bem.

Ela sabia que não era verdade, os olhos dele estavam vermelhos, talvez pelo esforço de não chorar.

_Tem falado com ela ?

_Sim …

_Então …. sabe onde ela está ?

_Na casa da mãe.

_E vocês ?

_Eu … não sei.

_Precisa dar um tempo a ela, Gil. Acredite, deve ter sido muito difícil tomar essa decisão.

_É …

Ele estava péssimo e Cath teve vontade de falar com ela, mas não ia se meter naquilo, eles eram reservados ao extremo, não havia muita chance para abertura.

_Se precisar … de alguma coisa …

_Obrigado Cath, mas não se preocupe, estou bem.

.......

A semana passou devagar, o torturando. Suas noites eram voltadas ao trabalho, seus dias em mais trabalho, suas horas extras estourando.

E aquela saudade lhe apertando o peito, ela era sua companhia quando perdia o sono, quando estava no chuveiro, na cozinha, na sala, no quarto. Em todo lugar.

Ele precisava ser forte. Precisava resistir.

Mas, “droga”, não estava conseguindo, de verdade.

Não havia progresso, não havia alento, nada ! Apenas aquela solidão que lhe cavava a alma, e todo seu mundo ao redor.

Seu trabalho deixou de ser tão interessante, sua casa, antes refúgio, se tornou uma prisão, como se seu quarto fosse uma masmorra no subsolo de um castelo de trevas.

Ele precisa respirar outros ares, talvez mudar o curso das coisas. Falar com pessoas diferentes.

Que não fosse trabalho, que não fosse ela !

Em um momento, quando voltava para casa, resolveu passar em frente ao estádio e comprar ingresso para o jogo de beisebol, desta vez não assistiria pela TV, até porque a última vez que o fizera, estava com ela.

.......

O estádio estava lotado, ele se sentou sozinho logo abaixo da cabine de uma famosa rádio local.

Grissom olhou ao redor, estava no meio daquela multidão se sentindo solitário o suficiente para trazer mais angústia em seu coração. Lembranças, lembranças e mais lembranças.


Na tentativa de obter alguma atenção para si, já que, segundo ela, o jogo era sua terceira paixão, sempre o manipulava para lhe dar um alento, querendo chamar para si uma parte de seus cuidados.

E era engraçado e tortuoso.

Ele balançou a cabeça, e como se revivesse as cenas, sua mente a viu perfeitamente de frente a ele, entre o sofá e a TV, batendo seus dedos longos e finos um contra o outro, em sua contagem maluca

...

_Trabalho, Hank, beisebol !

_Sara … por favor, pare com isso, sabe que não é assim.

_E como é então ?

_Precisa ter uma ordem exata ? Qual o problema de gostar de beisebol ?

_O problema é ter o “beisebol” em nossas folgas !

_E quer que eu assista quando estou trabalhando ?

Ele sempre sorria, depois a puxava para seus braços e acabavam assistindo o jogo juntos.

Como tinha o hábito de se interessar por tudo que ele gostava, acabou por aprender as regras e invariavelmente discutiam as jogadas. Seu raciocínio rápido e crítico lhe permitia novas visões. Era bem interessante vê – la discordar dos comentaristas. Na verdade, ele se divertia.

Com o tempo, ela tornou o evento algo especial, já que aquele “inimigo” era poderoso demais, então inteligentemente se uniu a ele !

Pipoca, cerveja, ou chocolate quente nos dias mais frios e uma torcida inusitada.

Os dias de jogo acabaram se tornando diferentes e agradáveis.

...”

Naquele momento sentiu o arrependimento bater à sua porta … agora tão frágil !

O barulho ensurdecedor não conseguiu desviar sua atenção para um lugar que fosse fora daquele seu mundo. Nem ao menos por alguns instantes.

Tentou se concentrar no jogo, mas logo se viu imaginando o que ela diria sobre uma outra jogada.

O pacote generoso de pipocas, intocado !

Ele se levantou vencido.

Um garoto curioso, sentado ao seu lado o encarava, foi então que percebeu que estava chorando.

Se sentindo fraco, desanimado e completamente idiota, saiu dali.

_Divirta -se garoto !

Ele colocou a pipoca em suas mãos e fugiu daquele calvário.

Pronto !

Ela havia conseguido destruir a concentração em seu trabalho, suas noites de sono conciliador, a sensação agradável de estar em casa e agora aquilo !

Sua paixão pelo beisebol.

Ele agora era metade do homem que costumava ser quando estava com ela.

Dirigindo sem rumo pelas ruas da cidade, tomou uma decisão.

Tinha que fazer aquilo, não podia viver apenas com metade de seu coração.

Estava sufocado, preso ao desgosto e tinha que fazer alguma coisa para acabar com aquele martírio.

.......

_Sara ?

_Olá … sou Laura … a mãe dela …

_Oh … desculpe, ela … não está ?

_No banho … quem chama por ela ?

_Posso ligar depois, não tem problema.

_Sim … alguns minutos mais, mas … pode me dizer seu nome ?

_Grissom !

Houve silêncio do outro lado da linha por tanto tempo que ele acreditou ter desligado.

_Hum … desculpe … é … o supervisor de minha filha ?

_Sim … era !

_Entendi … - outra vez silêncio.

Mas o que estava acontecendo ?

De repente uma sensação incômoda e diferente tomou conta dele.

_Ela … está bem ?

_Oh sim … bem … na medida do possível. Sabe deixar tudo … recomeçar .. é muito difícil.

Eles iam começar a discursar sobre a vida ? Ele pigarreou.

_Hum … pode avisá -la que liguei ?

_Claro … sei que vai ela ficar … feliz !

Em surpresa, ele abriu a boca para se despedir quando percebeu a voz dela do outro lado.

_Gris ?

A voz dela mais uma vez o transportou para além do imaginável.

_Sara … é você ?

_Oi … sim … Gris … ah … minha mãe está me ajudando com a mudança.

_Está dando certo ?

_Sim … muito certo, já me instalei e consegui fazer minha tia se juntar a ela.

_Sara … eu preciso saber se … posso vê – la.

_Me ver ? Você ! Vir até aqui ?

_Exato ! Você se importa ?

Estava se lixando para sua mágoa com ela, precisava vê – la, tocá – la, fazer alguma coisa que o fizesse se sentir vivo.

_O que ? Me importar ? Meu Deus … por favor … faça isso … Gris ! É tudo de que preciso !




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