Até Semideuses Sofrem Com Romances escrita por jessyweasley


Capítulo 8
Apolo quase vira um taxista




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Entramos na sala aos tropeços. Piper estava tentando conter Jason, sai na frente de Annabeth e vi o que acontecia. Jason estava tendo um ataque, tremia feito um louco, seus olhos estavam virados e saia uma baba de cor muito estranha pelo canto da boca.

Fui ajudar Piper a segurá-lo.

__ Piper, pegue o néctar que tem na mochila dele ali na sala – pedi a ela

Ela saiu correndo e virou a mochila toda no chão, Annabeth a substituiu me ajudando a contê-lo – o que era quase uma missão impossível, esse garoto tinha uma força e tanto – Piper voltou para cozinha, forcei o maxilar dele para que abrisse e ela despejou um pouco de néctar. Logo o tremor diminuiu e seus olhos voltaram ao normal.

__ O que aconteceu Piper? – perguntou Annabeth
__ Não sei... Eu... Eu desci pra pegar um pouco de água e voltar a dormir, mas ai quando vi Jason estava tremendo muito e ... – ela começou a soluçar

Abracei Piper – não antes de ter certeza da aprovação de Annabeth – ela desabou num choro que fez meu coração dar um nó. Não tenho certeza, mas acho que todas as nossas emoções se intensificam perto dela.

__ Ei, relaxa... Vamos voltar para o Acampamento hoje – eu disse dando palmadinhas de leve em suas costas
__ Hoje? – ela me olhou desconfiada
__ Sim – respondi sincero – só preciso de um tempo, pedir um favor a um deus ai

As duas entenderam e me deixaram a sós – não exatamente, Jason ainda estava desacordado na mesa da cozinha – sentei-me na cadeira e fechei os olhos, geralmente eu só rezava para meu pai, mas precisávamos de uma carona rápida e quente, já que ainda era dia.

“Oh Apolo deus do sol, espero que escute minhas preces, preciso urgentemente de sua ajuda, seu... Hum... irmão... precisa de uma carona veloz para o Acampamento, se puder me ajudar, além do mais você é o deus da medicina, se puder dar uma dica do que ele tem...”.

Assim que terminei minha oração peguei alguns pães sobre a bancada, ateei fogo na lata de lixo e joguei a “oferenda” para Apolo. Esperei o pão queimar totalmente para apagar.

Ouvi a campainha tocar. “Espero que não seja o pai de Annabeth, espero que não seja o pai de Annabeth...”, pensei.

__ Meus deuses que calor – ouvi da cozinha Annabeth falando com alguém
__ Alguém está a buscar, uma carona para um jovem salvar? – falou o homem que eu sabia que era Apolo

Eu surgi na porta, Apolo pareceu não me notar. Ele estava com uma regata vermelha com as escritas “Sou uma verdadeira tocha” – a vá é mesmo – com óculos escuros, os cabelos loiros fizeram minha vista arder, mas não mais que seus dentes superbancos que ele fazia questão de exibir.

__ Apolo... O que exatamente você faz aqui? – perguntou Piper
__ Bem gatinha – ele deu uma piscadela para Piper – alguém me chamou com pães torrados na lata de lixo
__ Fui eu – eu disse
__ Ah Percy, ai está você – ele abriu um sorriso de cegar qualquer um – continua bonitão primo, mas tanto quanto eu, a cada dia você parece ainda mais com seu pai.

Senti meu rosto esquentar

__ Bem... Obrigado, mas deixo esse papel de beleza para os filhos de Afrodite – sorri para Piper, logo em seguida me voltei para Apolo – Pode nos dar uma carona e ajudar nosso amigo?
__ Claro – ele olhou em um relógio esquisito no pulso – Mas não posso me demorar, logo mais terei que guardar meu brilho pra minha maninha dar o ar da graça. Onde está o enfermo?

O chamei para cozinha, ele se aproximou de Jason, observou-o por alguns instantes e passou a mão por seu rosto deformado. Como em um passe de mágica – ou como posso dizer, como um milagre dos deuses – o rosto de Jason voltava ao estado normal, com uma pequena cicatriz na bochecha. A cor voltara rapidamente ao seu rosto e ele já abria os olhos tão azuis quanto um céu de verão. Jason tentou por se de pé, mas fraquejou e bateu as costas na mesa.

__ Precisa descansar herói – Apolo fez um sinal para eu pagar Jason nos ombros – Veneno de Manticora é coisa séria, não sei como não tinha morrido ainda. Acho que é melhor irmos.

Ajudei Jason a ficar de pé – óbvio que eu fiquei carregando a maior parte de seu peso – e arrastei-o até o carro conversível de Apolo. Era uma linda Ferrari amarela, com rodas com aros de bronze e bancos de couro. O couro me lembrou aquelas vacas sagradas. Apolo abriu a porta para as garotas e me ajudou a jogar Jason no banco de trás junto com Piper. Esperei Annabeth entrar e bati a porta, só Apolo ainda permanecia do lado de fora olhando o céu.

__ Percy... Entra logo – pediu Annabeth
__ Eu não vou... – disse serenamente
__ Como é que é? Você prometeu que vinha – esbravejou ela
__ Não me lembro disso – sorri

Annabeth forçou a porta do carro, mas como eu era mais forte empurrei de volta com facilidade – deuses me protejam, quando eu terminasse a missão e voltasse seria um adolescente morto – ela tornou a tentar sair, fui mais enérgico e a empurrei com mais força, me enfiei pela janela e passei o cinto em torno dela dando um nó bem firme.

__ Crianças cuidado com a pintura – reclamou Apolo
__ Desculpe – murmurei – Agora senhorita Chase, trate de ser uma boa passageira e fique sentadinha
__ Percy o que você fez com esse maldito cinto? – ela dava puxões no mesmo
__ Annabeth, me escuta – coloquei a mão em seu rosto – eu tenho que terminar essa missão logo ok? Então não me peça pra voltar agora, quando tudo terminar eu prometo que voltarei, em segurança.
__ Percy não é seguro você viajar sozinho, agora que Gaia esta acordando... Nada pode acontecer com você, por favor, deixe-me ir!
__ Ultima chamada para o voo de Apolo o deus do sol – berrou Apolo como se estivesse em um aeroporto
__ Se cuida Annabeth – sorri para ela e lhe dei um beijo breve.

Ela ainda tentou desfazer o nó do cinto, mas Apolo já começava a movimentar o carro – sol – Annabeth enfiou a cabeça para fora do carro, os cabelos loiros balançando loucamente e berrou algo como “Se você morrer eu vou até o Mundo Inferior e te mato de novo”. Fiquei parado ali algum tempo, pensando como eu acharia o caduceu.

Voltei para a casa de Annabeth, peguei as quatro mochilas e esparramei tudo em cima da mesa, selecionei o que seria de maior necessidade e coloquei em uma mochila que eu levaria comigo. Analisei os armários e abasteci a mochila de biscoitos infantis e água, o que sobrou eu coloquei em um saco de lixo enorme. Subi até o quarto de Annabeth, peguei um cofre em forma de coruja e o quebrei – Atena, não receba isso como um insulto – catei o dinheiro e enfiei no bolso.

__ Quando eu chegar ao Acampamento prometo que te reponho – falei sozinho

A porta da sala foi aberta – pra falar a verdade estava mais como “ela foi escancarada” – fui até a porta do quarto e espiei lá em baixo. Xinguei tudo que existia de pior no vocabulário grego. Um homem de cabelos cor de areia, dois garotinhos e uma mulher oriental passavam pela porta. O pai de Annabeth olhou o caos que estava à cozinha. Creio que ele tenha pensado: “Ou um bando de bandidos porcos invadiram minha casa, ou Annabeth tem se esquecido de lavar a louça quando volta pra casa”.

__ Annabeth, você está ai? – perguntou ele do andar de baixo

Continuei em silêncio. O senhor Chase era um cara legal, tinha aceitado numa boa o meu namoro com sua filha, contudo acho que ele não acharia muito comum eu estar em sua casa sem ninguém muito menos Annabeth. Andei na ponta dos pés até a janela, abri a mesma bem lentamente. Ok eu estava mesmo ferrado. Do quarto dela até o chão dava no mínimo uns 3 metros e era impossível eu cair sem fazer algum barulho.

Ouvi passos apressados subindo as escadas, duas crianças brigavam nesse meio tempo e a madrasta de Annabeth tentava apartá-los. Olhei pela janela de novo, era agora ou nunca. Esperei o grito dos gêmeos ficar mais perto e saltei – nessas horas que vemos o quão importante é o treino que recebemos – cai da forma mais suave possível, pra minha surpresa com pouco barulho. Antes de chegar à rua dei uma ultima olhava pela janelinha espatifada da porta, o senhor Chase estava arrumando a bagunça na cozinha e os gêmeos ainda brigavam. Dei as costas e corri o mais rápido que pude, encontrei um ponto de táxi. Pedi ao motorista que me levasse o mais próximo possível do Monte Otris. Olhei para trás uma ultima vez.

__ E que seja o que os deuses quiserem – falei baixinho.



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Notas finais do capítulo

Queridos leitores fantasmas, caso não tenham se manifestado ainda, acooordem Nico chama vocês ~le muitos mcdonalds~ Não esqueçam do review, eu e o Gui ficamos muito felizes quando vocês comentam



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