Me chamo Percy Jackson, filho de Poseidon e Sally Jackson (sim meu pai é o deus dos mares), se você estiver lendo isso é porque acompanhou grande parte das minhas aventuras, dentre elas a derrota do titã Cronos que ameaçava o Monte Olimpo, que se encontra no Empire State em Manhattan. Você deve está achando estranho, ou não, porque narro parte das minhas aventuras para semideuses como eu, para quem sabe, recrutá-los para o Acampamento Meio Sangue, passo parte do ano aqui, pra ser mais específico os verões. Tenho vários amigos aqui, Annabeth e Grover são os melhores, e sim não vou me esquecer de dizer que Annabeth é um pouco mais que... Hum... Minha amiga, somos namorados. Começamos a namorar logo após restaurarmos o equilíbrio e evitar que o mundo fosse destruído.
Annabeth... Me sinto constrangido quando o assunto envolve garotas, ainda mais quando essa era minha melhor amiga. Vamos mudar de assunto, três novos campistas apareceram aqui este ano, Jason (filho de Zeus ou Júpiter, como preferir), Piper (filha de Afrodite) e Léo (filho de Hefesto). Jason me lembra muito uma outra amiga minha Thalia exceto pelos cabelos , os dele eram loiros. Acho que é pelo fato deles serem irmãos de PAI E MÃE sim, você não leu errado, o meu querido tio Zeus, pulou a cerca duas vezes com a mesma mortal, uma vez na forma grega e outra na forma romana, mais que safadinho (um raio cai a poucos metros do meu chalé) o.k. tio, terei mais respeito ao falar do senhor. Continuando... Ond..

__ Percy – chamou Annabeth
__ Seria mais fácil de achar se você tirasse o boné sabidinha – resmunguei
__ Ah sim, me desculpe – ela retirou o boné e o colocou em cima do colchão e sentou-se ao meu lado – Sabe como é, uma hora dessas era pra eu estar dormindo...
__ Então... Bem, o que faz aqui? – fechei o notebook que ganhara de minha mãe pelos dezoito anos
__ É que desde que você voltou, parece estar me evitando, Percy, se você quiser a gente pode tentar ser apenas ami...
__ Não é isso – pressionei meu dedo sobre os lábios dela em sinal de silencio – é que não sei como lidar muito bem com garotas– minhas orelhas pegavam fogo
__ Você é um Cabeça de Alga mesmo, não precisa me evitar Percy, você é o meu primeiro namorado também – ela estava enrolando o rabo de cavalo com os dedos e olhava para baixo
__ Mais não sou o primeiro garoto de quem você gostou, teve o Luke – fiquei pesaroso após falar sobre ele
__ Com o Luke não era amor Percy, era mais como uma coisa entre irmãos – ela abaixou o rosto tristonha
__ Desculpa

Um momento de silêncio pairou sobre nós, só se ouvia as ondas na praia e alguns seres encantados da floresta. Annabeth como eu, tinha déficit de atenção, não conseguia ficar quieta, abrira meu notebook e olhava algumas coisas. Ouvi um crack vindo do lado de fora do chalé, em um pulo levantei e fui conferir, fiz um sinal de silêncio para Annabeth que entendeu rapidamente, ela mais que ninguém sabia que se fôssemos pegos juntos àquela hora iríamos ser expulsos com direito ao Sr. D chutando nossos traseiros . Abri a porta do chalé, deixando um pequeno filete que dava para visualizar bem ao redor, vi duas sobras, não poderia ser monstros, graças ao poder do Velocino de Ouro, notei que eram humanos e campistas, a camisa alaranjada era BEM chamativa, não conseguir distingui-los, estava escuro demais, tornei a fechar a porta e me virei. Vi Annabeth dormindo serenamente na minha cama.
Cheguei perto dela, retirei o computador que estava perto das pernas, arrumei o travesseiro abaixo de sua cabeça, deixando-a bem confortável, coloquei um cobertor sobre ela também, não estava frio, mas a brisa do mar por mais agradável que fosse deixava o ambiente mais gélido. Eu poderia ficar horas narrando para vocês o quanto Annabeth era linda dormindo, as rugas de expressão que ela tinha quando pensava desapareciam, deixando seu rosto muito sereno, os cabelos ondulados caiam suavemente sobre sua testa, os lábios se contraiam vez ou outra, talvez por algum sonho, não sei dizer quanto tempo fiquei olhando-a. Lutei comigo mesmo, até que decidi me acomodar ao seu lado, não ousei a passar a coberta por nós dois, mas deixei que meu braço a envolvesse, logo adormeci ao seu lado, sem sonhos.
Quando acordei, o sol estava alto, não sabia que horas eram, Annabeth não estava mais ao meu lado, muito menos no chalé, eu estava coberto com a coberta dela, o cheiro dela havia ficado no cobertor. Alguém esmurrava a porta impiedosamente, levantei, cambaleando um pouco por causa do sono, era Jason.

__ Achei que estivesse morto cara – Jason abriu um sorriso que focou no corte que ele tinha no lábio
__ Que horas são? – perguntei, deixando-o entrar enquanto eu me vestia
__ Quase hora do almoço, tive que inventar uma desculpa para Quíron, ele não é de deixar nós dormindo até tarde, acho que você teve uma noite... um tanto difícil não? – ele abafou um risinho.
__ Do que você esta falando?
__ Annabeth cara, hoje cedo vi a porta do seu chalé abrindo “misteriosamente”.·.
__ Não sei do que está falando – tive vontade de fazer Jason afundar como o Titanic
__ Não tenha vergonha, estamos entre amigos, sei como é dormir em um chalé enorme e sem ninguém, sozinho e tal – Jason jogou uma armadura para mim – Enfim, vamos logo, acho que vamos ter visitas hoje.
__ Visitas? – perguntei
__ Sim, minha irmã e as outras caçadoras então vindo ai, não me pergunte o porque.

Saímos em direção ao refeitório, Jason foi se acomodar sozinho na mesa de Zeus, assim como eu fui para a minha. Avistei Clarisse com seu bando, Léo, que mostrava suas habilidades estranhas de fazer fogo, Piper (que estava cada vez mais linda) como monitora do chalé de Afrodite, o chalé de Hermes fazendo guerra de comida com o chalé de Apolo, procurei Annabeth no meio de tantos irmãos quase iguais, não a vi. Grover que vez ou outra vinha almoçar comigo havia partido em uma missão para buscar meio-sangues. Nico Di Angelo, filho de Hades acenou para mim de sua mesa, cumprimentei-o também. O almoço foi como sempre, farto. Oferenda aos deuses, comer, comer e comer e depois partir para mais atividades.
Fui praticar esgrima, Contracorrente ou Anaklusmos como preferir era minha espada de bronze celestial que ganhei quando eu tinha doze anos e cheguei ao acampamento, era uma caneta bic em suas horas vagas. Encontrei com Annabeth lutando com alguns de seus irmãos, ela era boa, não tão quanto eu, mais era boa. A desafiei, lutamos e no fim ela foi ao chão, seus irmãos bateram em minha armadura me cumprimentando e dando risinhos, não entendi muito bem, ajudei Annabeth a se levantar, ela tinha um olhar mortal, como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo, seus olhos cinzas pareciam tempestades carregadas vindo destruir o que tinha pela frente.

__ O que eu fiz dessa vez? – perguntei esperando um murro
__ O que você fez? Percy, o que você espalhou por ai sobre ontem à noite? – o momento de fúria havia passado e ela tinha uma cara de choro
__ Nada, que eu saiba, acordei com Jason, do que você está falando? - perguntei confuso
__ Espalharam que a gente... hum... dormiu junto, entende? – ela estava que nem um pimentão
__ O qu.. Hã?... Como assim? Quem foi o idiota? – meu rosto estava pegando fogo, mais não de vergonha, mas de ódio – A gente pode ser expulso por causa disso!
__ Esse é o meu medo, Quíron conhece a gente, mas ainda sim, se não foi você, não sei quem pode ter inventado isso, o que a gente faz Percy? Já pensou o que seria, minha mãe iria me amaldiçoar se eu fosse expulsa por uma coisa tão fútil – ela andava de um lado pra outro
__ Ei! Espera ai, ontem, o pessoal que tava andando do lado de fora, só pode ter sido eles.
__ Mais você viu quem eles eram? – ela me olhou esperançosa
__ Infelizmente não
__ Grande coisa cabeça de alga, argh como sempre eu vou pensar em alguma coisa pra tirar a gente dessa
__ Não precisa falar assim comigo – eu a encarei com raiva
__ Como você quer que eu fale Percy? Eu to a ponto de explodir por causa dessa mentira – ela gritou
­­__ Ninguém mandou você ir pro meu quarto à noite – explodi com ela – você ta agindo como se a culpa fosse toda minha, como se eu tivesse te chamado, Annabeth, você erra também, não é só porque você é filha de Atena que tem que acertar sempre, que saco.
__ Ah é assim Perseu? Você é um tremendo idiota que não tem nada na cabeça – ela saiu pisando firme e esbarrou de propósito deixando meu escudo tombar.

Continuei treinando, agindo como se nada tivesse acontecido. Até que fui interrompido, um cheiro de mar invadiu o local, olhei para o lado e lá estava ele com uma camisa de pescador, bermudas até o joelho, chinelo de dedo, óculos escuros, e um bronzeado inconfundível. Poseidon me olhava com um sorriso no canto do rosto.

__ Mulheres... Sempre difíceis de entender – de repente uma água de coco apareceu em sua mão – Perseu, meu filho, você ainda não viu nada, não se exalte assim com Annabeth, ela é como sua mãe, cabeça dura.
__ Pai? Hum... O que o senhor faz aqui? – tampei a Anaklusmos e ela se transformou em uma inofensiva caneta.
__ Sabe como é, vez ou outra tenho que fazer o meu papel de pai, dar conselhos ao meu filho – ele disse como se fosse a coisa mais natural do mundo
__ Achei que deuses não podiam intervir na vida de seres humanos, ou seus filhos
__ E não podem, não quando estão em missão – ele deu um ultimo gole no coco e o arremessou para a lixeira, acertando em cheio – 3 pontos garotão, bem Percy, você não está em uma missão está?
__ Não que eu saiba senhor – eu observava a lixeira com cautela, como se fossem nascer peixes a qualquer hora.
__ Pois bem. Como eu disse, mulheres são difíceis, eu que sei, foram tantas – ele pareceu pensativo – Hum... Quer dizer, Sally foi a mais especial, claro. Enfim, trate Annabeth com carinho filho, seja um garoto legal com ela, entenda o lado dela, vocês não podem se desentender agora, tem uma coisa vindo ai pra vocês, esperem só.
__ Mas o senhor, quer dizer, ta fazendo o papel de Afrodite? Juntando casais e tal – segurei para não rir, mesmo sendo meu pai, era um deus e estes eram orgulhosos e se ofendiam fácil.
__ Ah Perseu, você às vezes é mais lento que um barco a remo em alto mar – ele passou a mão pela barba espessa – Garoto, vocês terão uma missão em breve, não podem ser expulsos ou ficarem brigados, entende?

De repente Blackjack pousou na frente da sala de treinamentos relinchou para mim e para meu pai (era estranho estar tanto tempo na presença dele).
__ Senhor Poseidon, parece que alguns cavalos marinhos precisam da sua ajuda, estão lhe esperando perto da praia – disse Blackjack em pensamento, pude entender tudo.
__ Obrigado caro Pégaso, estou indo – ele se virou em minha direção – Pense no que eu disse Perseu, não me decepcione. Ah sim, dê alguns torrões de açúcar para esse Pégaso.

Me virei tapando meu rosto, um clarão invadiu a sala e sumiu tão depressa que levou o cheiro do mar consigo. Pensei no que meu pai havia dito, tinha que pedir desculpas a Annabeth antes que ela se zangasse mais.

__ Ouviu o que seu pai disse senhor, me dê torrões de açúcar – Blackjack relinchava alegremente.
__ Mais tarde Black, preciso resolver algumas coisas antes – sai do centro rumo ao chalé 6, tinha que me resolver com ela.