Era inicio de primavera, mês de setembro, havíamos acabado de nos mudar para nossa casa, ainda éramos dois jovens apaixonados, mas apesar disso, éramos maduros e responsáveis para começarmos uma vida realmente juntos.

Nossa casa ficava no interior da Califórnia, um pouco distante da cidade, o lugar era calmo e aconchegante, em frente a ela havia uma cerca delicada, um campo com grama verde, e pássaros cantando em nossa janela todas as manhãs.

Caitlin estava muito animada com a idéia de que agora teríamos uma vida de casal, somente eu e ela, e comigo não foi diferente. Fazíamos tudo junto ali, a parede da sala colorida e mal terminada, a janela dos fundos quebrada por culpa de um jogo de futbol, cada detalhe era precioso.

Era sábado de manhã, logo quando acordei me deparei com um bilhete atencioso de Caitlin acompanhado de uma garrafa de café quente e panquecas cobertas, peguei o bilhete e passei a ler, como imaginara, era de seu costume sair aos sábados para comprar livros, que era seu hobby favorito, ela provavelmente iria demorar um pouco para achar um que a agradasse, seu gosto por ficção e romance era apurado, por esse fato costumava a chamar de amante dos livros, se tinha uma coisa além de mim que ela daria vida, era a leitura.

Decidi esperá-la um pouco, pois eu tinha preparado uma simples surpresa. Quando finalmente terminei de tomar o café, decidi me aconchegar no sofá e esperar-la mais um tempo, quando estiquei minhas pernas no sofá, e as encolhi em seguida chutei em algo, parecia uma caixa, então por instinto curioso, fui verificar do que se tratava. Quando a abri dei de cara com algumas recordações de Cat, o qual guardava suas fotos de família, recordações de escola, fotos da infância, e bem no fundo encontrei seu diário grosso da adolescência, achei que seria melhor não abri-lo, achei que seria atrevimento de minha parte então tentei deixá-lo de lado, eu tentei, cheguei a fazer de tudo para me conter, mas minha vontade de ver era muito grande, então deixei o receio de lado e decidi tomar coragem para pegar no diário, quando o tentei abrir notei que estava encadeado, então me atrevi em procurar a chave, comecei a pensar em qual lugar ela colocaria como Cat era muito sentimental supus que guardaria em um lugar extremamente secreto, talvez em sua caixa de pedidos que, aliás, jamais me deixou chegar perto, dito, fui imediatamente em direção a sua caixa, a chave estava pendurada como um colar na bailarina, a tirei do pescoço e abri o diário, havia muitas páginas e elas eram enormes, então comecei a ler.