Desculpa, Se Te Chamo De Amor escrita por Raquel Alle


Capítulo 7
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Notas iniciais do capítulo

Bom está ai, desculpe qualquer erro de escrita não deu pra revisar. Obrigada por comentarem, e pelos parabéns! Espero que gostem.



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Depois que a Rosálie foi embora naquela fatídica manhã de domingo, eu não tinha mais animo pra nada. Desci as escadas de minha casa, em direção a cozinha, não havia mais ninguém nela, só a mesa posta para o meu café, já que eu ainda não havia tomado. Me sentei na cadeira, meio enjoada, e fiz um esforço tremendo pra comer. Quando terminei meu quase café da manhã, voltei para o meu quarto, sem me preocupar em saber onde estariam meu pais. Tranquei-me em meu refugio seguro, em minha torre longe de qualquer tormento, mas nessa torre eu sabia, não viria nenhum príncipe me salvar.

Na segunda teria prova. Mas eu não tinha cabeça para estudar, não tinha cabeça pra nada na verdade, a não ser deitar em minha cama e dormir. Fingir que nada realmente aconteceu.

Alice apareceu só na segunda pela manhã com a Rose para me buscar, e pelo visto já sabia de toda a historia, não fiz questão de cumprimentá-las, só entrei no carro e me encostei-me à janela do banco de trás, enquanto a paisagem corria por minha vista. Alice tentou puxar conversa algumas vezes, mas eu não dei muita atenção. Passei a manhã toda aérea, minha prova foi uma porcaria, encontrei as meninas no intervalo e me sentei com elas.

– Bella a culpa não foi sua por ele ter ido embora. Sei que está pensando isso. – Falou Alice.

– Carlisle é um idiota! – Disse Rosálie concordando com Alice.

– E também... – Alice iria continuar mais eu a cortei.

– Eu não quero mais saber da opinião de vocês, só me deixem em paz, por favor. – Falei com raiva, me levantei e fui sentar na área verde que havia no colégio. Só queria ficar sozinha, não pensar em nada, esquecer tudo que aconteceu, odiava pena e eu sabia que era o único sentimento que elas sentiam por mim agora, não as culpava, também sentiria pena de uma adolescente idiota que se apaixonou por um homem sem sentimentos..

A semana passou voando e já eram as provas para o recesso que teria em junho, eu nunca havia perdido em nenhuma matéria, mas quando eu peguei meu boletim na semana depois que havia feito às provas, tomei um susto.

– Querida eu não entendo, você é a melhor aluna de todo colégio, e tira essas notas tão baixas. Está as acontecendo algo que precisamos saber?

– Não está acontecendo nada Senhora Sullivan – Falei ainda em choque pelas minhas notas baixas.

– Você perdeu em todas as matérias senhorita Swan, vou ter que avisar aos seus pais.

– Não, por favor, diretora, deixa que eu mesma conte a eles – A olhei suplicante – Por favor. – Ela estranhou um pouco minha reação, mas assentiu.

– Pode se retirar senhorita Swan. Tenha um bom recesso.

Se meus pais souberem, estremeci só de pensar no que eles fariam. Pra eles eu tinha que ser a filha exemplo, e seguir todas as suas regras, me formar em Harvard e em medicina – é claro. Desde que o Ben se foi, é assim.

Já iria fazer quase um mês que não via Carlisle e patética como eu sou, meu amor só fazia aumentar. Meu aniversário está se aproximando, e eu não fazia mínima questão de festa, mas com certeza meus pais iriam fazer uma festança, para mostrar a sociedade, a filha perfeita deles, e a família perfeita que eles formaram, mesmo depois da morte de um membro. O status, isso é a única coisa que conta para os meus pais. Suspirei cansada.

Entrei no carro onde as meninas me esperavam pra voltar para casa, nesse tempo que se passou, me resumia a um simples oi com elas, nem mesmo com a Rose tenho falado direito. Infelizmente me afastei de minhas amigas, não foi por querer, eu precisava de um tempo comigo para reajeitar as coisas. Cheguei em casa e corri para o quarto, na verdade tentei correr, porque no meio do caminho me deu uma tonteira quase cai, tive que me segurar no corrimão da escada. Droga deveria ter comido algo no almoço, voltei a descer as escadas mais devagar o possível e fui em direção à cozinha arranjar algo pra meu ''almoço''.

Onde estava Sue? Fazia tempo que eu não a via por aqui, a comida estava pronta, mas eu estava meio enjoada, só iria comer algo para enganar o estômago. Peguei uma maçã quando eu ia mordê-la ouvi um barulho na porta, estranhei, quando eu cheguei lá meus pais estavam entrando.

– Vocês não estavam de plantão? – Perguntei.

– Estávamos, mas a diretora do seu colégio ligou. - Falou meu pai segurando a raiva. Merda, que velha mentirosa – Que notas são essas Isabella? – Perguntou ele, jogando uma copia do boletim na minha cara. Quando eu ia argumentar, ele continuou. – Como quer ir pra Harvard assim? Nós te damos tudo, e é assim que retribui? – Falou vindo em minha direção e segurando meu braço com força, minha mãe só fez se encostar-se à parede para assistir a cena. Eu estava estressada com tudo que já vinha acontecendo, não aguentava mais só ficar ouvindo.

– O que é que vocês me dão em? Presentes caros? Isso não supre qualquer necessidade sentimental que eu possa ter. – Falei os enfrentando. – Você não me dá o mais importante pai, amor. – Falei já começando a chorar, isso só fez o deixar com mais raiva.

–Isso não importa menina idiota, amor não te faz chegar ao topo, amor não te dá dinheiro – Falou cuspindo as palavras na minha cara – Você só tem que entrar na merda daquela faculdade. Seu irmão nunca precisou de nada disso, ele sempre fez tudo que nós queríamos, ele era feliz, porque você não pode ser igual a ele em?

– O Ben feliz? - Ri em escárnio – Ele nunca foi feliz, foram vocês que o mataram, com esse desejo compulsivo de filhos perfeitos. Vocês são assassinos! – Falei exasperada, com a verdade entalada em minha garganta. – Ou vocês acham que ele se matou porque estava feliz? - Charlie me soltou com raiva no chão e Renne veio possessa em minha direção, puxou meus cabelos com força e me deu um tapa no rosto.

– Nunca mais, ouviu bem? Nunca mais fale de meu filho! Sua bastarda. – Eu chorei ainda mais, como se fosse possível – Eu nunca te quis aqui, seu pai que me pediu pra você ficar, você era apenas uma criança e não tinha culpa, o Benjamim te adorava e eu também, então eu deixei, te criei como minha filha, te dei tudo, tudo Isabella, e agora é assim que nos retribui? Não toque mais no nome dele! – Falou e saiu me deixando jogada no chão da sala, enquanto Charlie andava de um lado pro outro.

– Porque fez isso Isabella? Seu irmão era muito melhor que você, não nos desrespeitava, nos obedecia, ele era diferente, e tinha um futuro brilhante. – Ele iria continuar como sempre fazia, me maltratando, evidenciando que sempre iriam preferir o filho morto, enquanto eu estava aqui. Eu que sempre fiz tudo para chama-los a atenção, eu que sempre quis só um pouquinho mais de carinho, eles me desprezavam, só queriam uma filha para mostrar a sociedade que a família Swan era perfeita, mas estava bem longe disso.

– Pai – falei baixo, e ele continuou falando do Ben – Pai! – mas ele não me ouvia.

– PAAAAI! O BEINJAMIM ESTÁ MORTO! – gritei com raiva. Eu amava meu irmão com todas as forças do mundo, mas ele havia morrido e nem Renne nem Charlie haviam percebido isso. Ele me olhou, seus olhos queimavam, continuou distante mas falou:

– Você está proibida de falar o nome de seu irmão nessa casa. – Ele saiu da sala e foi por onde Renne havia saído. Levantei-me com dificuldade e subi lentamente para o meu quarto. Joguei-me em minha cama, e chorei como nunca havia chorado. Chorei pela morte do meu Irmão há três anos, chorei pelo o amor que sentia por Carlisle, chorei por ser uma menina boba e mesmo depois de tudo ainda amar meus pais, chorei por não ter ninguém para me defender, por estar sozinha.

Eu queria meu irmão aqui agora, ele iria me colocar em seu colo e me ninar como um bebê iria me aconselhar, e me falar que amanha seria um dia bem mais feliz e que ele sempre estaria La pra me ajudar. Porque me deixou Ben? Eu tentava seguir a vida como se o Ben fosse uma memória bem distante do meu passado, eu tentava seguir em frente, e não lembrar dele durante os dias que se seguiam, mas em dias como esses, era bem difícil esquecer de meu irmão.

Levantei-me da cama, e fui até meu closet, em cima do armário havia uma caixa pequena onde eu guardava tudo nosso, peguei a carta que ele escreveu pra mim antes de se matar.

De Benjamim, seu irmão preferido.

Desculpe-me querida por te deixar sozinha, eu sei que havia prometido nunca te deixar. Você me perdoa? Eu sou fraco! Você sabe que sim, não aguento mais a pressão deles, não aguento mais ser o filho perfeito, e depois que Anne me deixou, não vejo mais razão pra continuar, eu só continuava por aqui, porque tinha que cuidar de você, mas agora está grandinha não é? Não deixe que Renne e Charlie te envenenem com os sonhos deles, não deixe que meus pais façam você deixar seus próprios sonhos pelo os deles, não se deixe levar como eu fiz. Eu vi a menina linda e doce que você se tornou, não deixe seu brilho se apagar, ninguém pode tirar isso de você! Continue assim essa menina sonhadora e amável, corra atrás de seus sonhos minha linda, e ame mais que tudo. Lembra daquela frase que uma vez você leu em um livro e veio correndo me contar? ''Errar é humano perdoar é amor'' Então, espero que me perdoe. Eu te amo, mais que tudo.

Eu nunca vou te deixar verdadeiramente, sempre vou estar em seu coração.

Adeus.

Eu estava acabada psicologicamente, não aguentava mais, me sentei ali mesmo no chão do closet, e fique lá, não sei se foi por horas ou minutos, só vi a hora que Rosálie entrou em meu quarto.

– BELLA? – Quando ela me viu colocou a mão no peito – Te liguei milhões de vezes mas você não atende, fiquei preocupada. E se abaixou pra ficar de minha altura – O que aconteceu? – perguntou tirando o cabelo de meu rosto. Ela olhou por todo closet e viu a caixinha aberta – A não Bella, olhando de novo a carta do Ben? Eu não... – Ela iria continuar só que olhou concentradamente para o chão e foi subindo até minha perna, e franziu a testa. – Bella você ta menstruada?

– Não Rosálie, nem veio esse mês ainda! – Olhei pra baixo e me assustei também quando vi sangue escorrendo por minha coxa, tomei um susto. – Rose eu... – Tentei lhe falar algo, mas estava ficando tonta e depois tudo escureceu.


Carlisle PDV

– Qual seria? – Perguntei entediado.

– Isabella Swan.- Ao ouvi aquele nome, meu coração perdeu uma batida.- Consegue se lembrar da garota que você fez questão de quebrar o coração a uns dois meses atrás?

– O que aconteceu? – Perguntei alarmado.

– Agora você está preocupado? Some por mais de um mês depois de tirar toda a inocência de minha amiga.

– Ela era só uma criança Rosálie, e você também.

– Mas com certeza você não pensou nisso na hora de tela na cama não é?

– Rosálie Hale eu não admito que fale isso de mim. – Falei tentando me acalmar - Depois que eu vi o que havia feito, seria pior pra ela se eu ficasse só iria machuca-la, ficarmos juntos era quase impossível, ela só tem 16 e eu 39. – Falei o que eu já estava guardando por algum tempo.

– E porque não ficou para falar isso a ela? Nem um sinal, nem mensagem. Você não sabe o quanto Bella sofreu durante esse tempo, você quase a matou! Não só psicologicamente, mas fisicamente.

– Como assim, fisicamente? – Ela ficou me olhando durante um tempo, e começou a andar pela sala. – Me fale agora Rosálie Hale, porque fisicamente? – Falei alterando meu tom de voz.

– A Bella está internada Carlisle – Quando ouvi isso fiquei em choque, ela suspirou e sentou na cadeira em frente a minha mesa. – Eu fui à casa dela semana passada, e a encontrei jogada no chão do closet, em seu rosto tinha uma marca vermelha de mãos, com certeza foi de mais uma briga com os pais, deis que o irmão morreu é assim, mas isso só ela pode te contar, quando eu me aproximei dela, ela estava sagrando entre as pernas e logo desmaiou, levei-a ao hospital onde seus pais trabalham e logo ela foi atendida. – Ela fez uma pausa significativa e depois continuou. – Ela estava grávida, de você Carlisle, mas perdeu o filho. – Falou, deixando uma lágrima cair de seus olhos azuis, que logo foi enxugada por suas mãos.

Em choque me sentei, na cadeira. Bella, grávida de um filho meu? Meu Deus, o que eu fiz? Ela é só uma menina e já sentiu a dor que é perder um filho. Senti-me naquele momento como o pior dos homens, sensação que a muito não carregava em minhas costas. Passei as mãos por meus cabelos.

– Como ela está? – Ela levantou a cabeça para me olhar nos olhos.

– Agora está bem! Mas continua em observação, talvez ela não possa mais ter filhos. – ela me olhou profundamente, como se quisesse expressar toda sua raiva, como se estivesse me culpando por tudo, culpa que eu sabia, era minha!

– Mas... Como isso aconteceu, porque ela perdeu o bebê?

– O medico falou, que quando garotas novas engravidam, a gravidez é de risco, pois seu corpo ainda está em formação, ainda não está preparado para carregar um bebê. Ela sofreu muitas emoções nesse dia, coisa que não poderia acontecer. Olha Carlisle, eu nem deveria estar aqui, você não merece qualquer explicação, a culpa disso tudo é sua, mas Bella é minha amiga e eu devo isso a ela. – Ela se levantou e foi a uma grande janela de vidro que havia na sala. – Os pais de Bella são um pouco abusivos na forma de cria-la principalmente depois da morte do irmão mais velho dela. Eles querem a filha perfeita, coisa que nunca poderão ter, eu vim até aqui porque estou com medo do que vai acontecer quando ela voltar para casa, os pais dela são médicos famosos e não querem mais nada para manchar ainda mais o nome da família, quando os jornalistas souberem que Bella perdeu um filho ainda com 16 anos vão cair matando, e vai sobrar para ela, eu não quero que nada mais aconteça. – Ela veio em minha direção e parou em minha frente. – Por favor, se ai dentro de você ainda resta um pouco de humanidade, ou qualquer sentimento bom, não a deixe voltar para casa dos pais. Por favor, sei que alguma coisa ainda bate ai dentro, se não, nunca teria se aproximando de uma menina tão boa e doce quanto Bella. Faça isso por ela ou até mesmo para se redimir do que fez com ela. Só você pode ajudar.

Rosálie pegou sua bolsa na cadeira e foi em direção à porta.

– Adeus Carlisle. – Antes de ela sair fui a sua direção.

– Mas o que espera que eu faça? – Perguntei confuso.

– Você é ou não é Carlisle Cullen? – Com um sorriso no rosto Rosálie se foi. Deixando-me naquela sala enlouquecido com tanta informação para processar.


O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.

Martha Medeiros



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Notas finais do capítulo

Bom entenderam um pouquinho o que foi que aconteceu não é? Espero que tenham gostado meu amores. Até o próximo capitulo. Espero que não achem muita informação rs' com o tempo tudo vai ser explicado mais detalhadamente! Comeeeeeeeeeeentem! Beijão.