Tendo Um Fim Doce...um Amargo Não Conta! escrita por Iulia


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Esse saiu monótono, quase sem sair, mas, como diz Bruna Barreco, ENJOY IT.



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Minha vida se resume a isso. Aparições, tardes doloridas, jantares, trem, janela, Cato. Eu começo a parecer freqüentemente cansada, os gritos de “o que houve com sua pele?” vão aumentando, eu já não sinto mais fome nem sono.

Olhos fechados já me lembram os olhares vazios dos tributos mortos e seus familiares. Os Distritos Carreiristas são os piores, junto com o 3. Eu convivi com eles na arena, não é fácil.

Marvel tinha uma namorada, tinha alguém que estava esperando por ele, pensando que ele iria voltar. Glimmer tinha uma família enorme, todos de cabelos claros e olhos verdes. Todos naquele distrito me lembravam eles. Mas quando eu comento com Cato sobre a namorada do Marvel ele me afirmou outra coisa.

–Eu achei que ele estava com a Glimmer. Seria estratégia? –Ele ergue as sobrancelhas.

–Mais? Já não bastava a gente e os do 12 ano passado? Para que mais casaizinhos?

Toquei em um ponto fraco. Ele sempre odeia quando eu sequer cito que o nosso romance era uma estratégia. Como é típico dele, ele suspira, vira o rosto para mim e encara a janela observando a estrada para a Capital.

–Cato você me entendeu. Eu só disse que...

Eu não estou com paciência para isso. Suspiro e desisto.

–Olha, você sabe o que eu quis dizer. Quando parar de teatro me procura eu estou no meu compartimento.

Ele continua me ignorando. Ele faz isso realmente bem. É também é bastante irritante. Ele revira o controle entre suas mãos, com uma expressão de descaso. Se pelo menos ele demonstrasse estar magoado...

Eu me viro e vou até o meu compartimento/o de Katniss e entro. E vejo a cena mais ridícula da minha vida. Katniss está dormindo, deitada em sua cama, e Peeta está deitado do lado dela, meio sentado, mexendo em seu cabelo e cantando uma música.

Espera aí, não fazemos isso com bebês?

Eu engulo a vontade de rir e entro no quarto fazendo a porta bater. Ele percebe a minha presença e ergue as sobrancelhas. Ele espera que eu saia? Ando tranquilamente até a minha cama e puxo a coberta. Ele continua cantando aquela música irritante que Katniss cantou uma vez nos Jogos “Bem no fundo da campina, embaixo do salgueiro...”

–Ela já não dormiu? –eu pergunto sarcástica me virando para ele. –Porque se tiver dormido, eu realmente não me importo se você parar.

Ele desvia os olhos de Katniss e os vira para mim. Eu ergo as sobrancelhas.

–Você não precisa de músicas para dormir, então devia ter mais compaixão por quem precisa.

–Não preciso mesmo, graças a Deus. E compaixão não é comigo, eu só mato quando preciso comer.

–Você deveria experimentar deixar ela em paz, Garota das Facas. Você era menos geniosa na arena.

–E você também. Sem a garota pra te proteger, quando era você por você, quando você precisava de joguinhos com os Carreiristas para tentar proteger a Katniss.

Ele suspira e se levanta.

–O.k, Clove, você é mesmo boa. Agora só deixa ela dormir. E a propósito, todos do trem sabem que você acorda a noite gritando. E acaba indo para a sala ficar com ele.

E fecha a porta atrás de si.

Oh sim, todos sabem. Maravilhoso. Será que todos tem razão, Peeta e o garoto do 9? Eu sou mesmo assim tão insensível e doentia? Eu mataria e torturaria alguém sem motivo algum sem me sobrasse brecha para isso? Não. Não, não e não.

Eu nem sei porque vim pra cá, contando com o fato de que não é surpresa para ninguém que eu não vou conseguir dormir. Na verdade sei sim. Cato estava me irritando muito e não posso me dar ao luxo de me irritar se não quiser chorar.

Começo a virar para os lados e chutar a coberta. Não, Glimmer morta de novo não. Rue está gritando... aqui no trem? Me levanto bruscamente da cama. Fechar os olhos não é uma opção. Vou até o sofá e me jogo lá.

Eu não deveria ter brigado com o Cato, se é que podemos chamar aquilo de briga. Ele salvou a minha vida várias vezes então não é como se eu pudesse reclamar muito dele. E ele gosta realmente de mim, mesmo sendo absolutamente irritante.

Não me resta fazer nada enquanto ele não estiver aqui. Se ele vier, posso saber que ele não ficou realmente magoado. Mas se não... Bom, eu não quero parar no quarto dele então tento tirar ele da minha cabeça.

Como será que vai a minha família? Espero que estejam bem e que nenhum deles tenham parado de treinar. Eu sinto um aperto na garganta quando me lembro que todos eles podem ir parar na arena. Até Harry. É só esperar ele ter a idade, afinal, sorteios manipulados não são novidade na Capital nem no 2.

Tomara que meus pais tenham entendido a gravidade da situação e estejam obrigando todos eles a treinarem, porque do jeito que Snow me ama, ele pode perfeitamente abaixar ou aumentar a idade dos participantes dos Jogos. Ele pode fazer o que quiser para acabar comigo. É só eu não dar motivo.

–O que está fazendo aqui? –voz fina... Não é Cato.

Me levanto do sofá e vejo Katniss do lado, em pé, de pijama e cabelos bagunçados.

–Está procurando o Conquistador? Bem, não está aqui.

–Acho que ele está dormindo.

–Milagre não estar com ele.

Ele se senta do meu lado.

–Já tentou fechar os olhos? –ela pergunta.

Eu suspiro.

–Já. A experiência não é boa.

–Não. –ela concorda.

–Fui eu que te acordei?

–Não, é só que Peeta não estava mais lá, então...

–Você consegue dormir com ele lá?

Se for o caso, quando o Cato perder a raiva de mim, vou pedir para ele cantar para mim. Isso soa ridículo.

–Acho que sim. –Ela está sem graça. –Você não?

–Bom, nunca coloquei o Cato para cantar pra mim, isso parece bem ridículo com eu e ele como protagonistas dessa cena melodramática.

Nós sorrimos.

–É, isso é bem melodramático. – diz ela. – Peeta diz que vocês costumavam ficar deitados aqui no sofá.

–É, costumávamos. Mas... Ele ficou com raiva porque eu falei... algo que ele não gosta.

–Hum...

–E você e o Conquistador andavam ocupando o quarto, não? Não me diga que brigaram, temos que ter pelo menos um casal de pé para a Capital.

Ela dá uma risadinha.

–Eu acho que ele só quis tentar dormir de verdade um pouco. Algo que eu não posso fazer.

–Ele não matou ninguém.

Ela ergue os olhos como se dissesse “o que isso tem a ver?”

–Não porque?

–Não, estou falando que é por isso que ele consegue dormir, menos peso, sabe.

–Tem razão. Ninguém. Eu matei seus aliados.

–Me fez um favor com a Glimmer.

Ela arregala os olhos quando eu digo que ela me fez um favor matando alguém.

–Desculpa, o.k? Eu sei que a Glimmer é seu pior pesadelo.

Deve ser. Sabe, ter alguém deformado em seus sonhos não deve ser muito legal.

–Tudo bem... é só que não entendo vocês.

–Quem?

–Os Carreiristas. Olha, o Cato é todo normal, como se nada tivesse acontecido na arena, como se não tivesse matado tanta gente está dormindo agora. E você aqui...

–Nós tivemos treinamentos diferentes. Ele é diferente de mim.

–Hum... Ele gosta de você.

Eu abaixo a cabeça.

–É...

–E do irmão. Diria que são as únicas coisas que ele gosta de verdade. Assim com eu só tenho certeza de amar minha irmã.

–E Peeta não é?

Ela parece confusa.

–É, e Peeta também.

–Tem mais alguém no 12 não é?

–De certa forma, sim.

–Entendo.

–E você, não tinha mais ninguém no seu distrito?

–Não. Só ele.

–Seria mais fácil se comigo fosse assim. Mas termos de sobrevivência...

–Oh sim... –digo, sem sequer saber do que ela fala, perdida em meus próprios pensamentos.



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Notas finais do capítulo

NOTAS IMPORTANTES:
Olha povão, minha vida anda um caos. Peço sinceras desculpas pela demora infinita com a a qual os capítulos estão vindo, mas tenho que me concentrar nos meus estudos, já que nisso, sou uma vagabunda. Sempre que tenho uma brecha de 5 minutos, corro para o computador e tento atualizar minha vida social (kkk) e a fic. A frase "eu só mato quando preciso comer" veio da Alisson de PLL. Obrigada pelas recomendações, chorei de emoção aqui (soy emotiva perceberam?) Mais sorrys e beijões!



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