Tendo Um Fim Doce...um Amargo Não Conta! escrita por Iulia


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

E aê povo gato? Gente to lastimosa: O horário de verão começou! Eu vou acordar cinco horas da manhã agora! Ok, ok, economiza e talz, mas eu forever vou sofrer com isso e meus filhos vão também, aposto. Ou não. Mas enfim, não estou lastimosa de verdade. Acabou Avenida Brasil, a única novela que eu assistia ~oi oi oi~. Abapha. Já repararam que eu só uso aqui pra falar da minha vida e fazer os comentários Spoilers do capítulo? Sou podre mesmo. Nesse o Cato está na Arena. (OH GOD! OH GOD! COMO SOU MÁ). Mas sabem a situação né?



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 Subimos os degraus do aerodelizador juntos. Uma mulher da Capital nos espera na porta. Ela me diz para esperá-lo do lado. Uma corrente o paralisa e a médica enfia o rastreador no seu braço. Uma sorte Snow nos odiando tanto ter permitido que tirassem o nosso quando saímos da Arena. Se você tiver isso, eles podem te rastrear e muitas outras coisas. Se eu precisasse marcar meus inimigos não abriria mão desse negócio. Tirá-lo foi bom para mim e uma idiotice para ele.

 O aerodeslizador decola e eu deito minha cabeça no ombro de Cato. Ele passa um braço a meu redor e ficamos assim até os Avoxes colocarem o café da manhã na mesa.

 Ergo minha cabeça e olho para ele.

 -Vem. Tem que comer. –eu me levanto e o puxo, porém ele continua imóvel. –O que foi?

 -Eu não quero comer. –ele diz, com as sobrancelhas erguidas, como se fosse óbvio. E, bem... É. Quer dizer, seria se ele não fosse o Cato. Aposto que ano passado nessa hora comia como um animal enjaulado, pensando em formas de me matar.

 -Deixa de frescura. Aposto que vai ser o único que não comeu nada. –Exceto talvez os do 12.

 -Clove, eu só não estou com fome.

 -Então beba água. –eu encho um copo com raiva sem motivo e o coloco embaixo do seu nariz.

 -Clove. Por favor.

 -Eu não sou de favores, não. Você quer morrer? –ele ergue as sobrancelhas e sorri um pouco da minha falsa histeria. –Quer me deixar sozinha? –eu sussurro. Ele fecha a cara e pega o copo de água. Ele bebe enquanto eu pego a jarra e encho o copo vezes seguidas com um sorriso.

 -Acho que já deu. Eu bebi muita água, não fico com sede por um tempo.

 -Eu não sei como vai ser a Arena. Mas água é sempre difícil de encontrar se você não é da aliança original dos Carreiristas. –eu digo, oferecendo frutas a ele - o que é o seu caso.

 Ele aceita, me observando falar.

 -Então quer que eu beba mais água? –ele ergue as sobrancelhas.

 -Estou com um pressentimento ruim com água, Cato. E tributos confiam em seus mentores –arregalo os olhos- Ainda mais quando esses tributos e mentores iam se casar.

 Ou seja, faça o que eu mandar.

 -Ah, eu confio.

 -Então come. E bebe a água. –eu indico com a cabeça a água.

 Ele acaba não contestando mais e eu fico sem o que fazer. Saio caminhando, olhando as janelas fechadas com persianas escuras

 Me sento de novo do seu lado, batendo os pés no chão. É, quem deveria estar nervoso era ele. Mas Cato segue as minhas ordens e continua comendo.

 -Clove, olha aqui pra mim. –ele passa os olhos por mim e depois os volta, como se tivesse visto algo estranho. Eu o faço -Você está pálida. –ele passa mão pelo meu rosto colocando o copo de água de volta na mesa.

 -Eu sei... Eu estou bem. –coloco a mão sobre a dele e a tiro mesmo não estando tão bem assim. Eu descanso novamente a cabeça em seu ombro, mordendo os lábios.

   Sinto que estou errada, que não posso deixar transparecer essa frescura recente. Ah eu nunca tive isso... Senão em vez de pensar onde vai enfiar a espada no inimigo, vai estar pensando se eu me cortei com a faca de manteiga.

  Ainda assim me afastar dele ou falar acima de uma voz baixa me soa irreal, impossível. Ao mesmo tempo que vejo quantos prejuízos isso vai rendê-lo, não penso em quaisquer prejuízos.

 Passo minha mão pesada no rosto pensando no que fazer quando voltar para a Capital. Eu adiei tanto esse momento que mesmo agora me parece distante. E ainda tem a coisa com os Pacificadores. Ainda não entendo o que queriam comigo.

 Não existe nada de fato que poderíamos dizer um para o outro. Já repetimos o que quer que existisse para falar várias vezes. A única coisa que me passaram é que em algum dia o 13 vai buscá-lo. Ao que me parece existem pessoas na Arena que vão cuidar disso. E de uma forma ou de outra eu não ficaria com essa coisa melosa.

 Sinto minha mão tremer e a escondo para que não exista nada que o preocupe lá.

 -Acho que você está com febre. Está suando frio. –ele diz, nos separando e segurando meus ombros. Ele coloca as costas da mão na minha testa.

 Faço que não com a cabeça.

 -Aqui só está frio. Estou bem, não tenho nada.

 -Acho que quem precisa comer agora é você.

 Isso é verdade. Desde que esse Massacre começou não como direito. Apenas digo para ele fazer o que eu não faço. Cato me oferece uma fruta e eu a pego, a examinando por um instante.

 -Vamos, baixinha. Come aí...

 Mordo a maçã.

 -Eu disse que não tinha que se preocupar comigo. Olha só quem está passando mal agora –ele ergue as sobrancelhas.

 Reviro meus olhos.

-Não estou passando mal.

 -É melhor admitir que está, porque senão na Arena vou ficar pensando em onde acabou jogada sem ajuda. Só porque não aceitou que estava passando mal.

 -Eu estou passando mal, droga! –ele está conseguindo me estressar mais ainda. - É nervosismo, depois isso passa. –abaixo o tom de voz, sacudindo a cabeça.

 -Olha só, estamos aterrissando. –Cato diz, depois de me olhar por um tempo.

 -Não, não, não... –eu sussurro, sentindo meus olhos se arregalarem e meu coração bater mais forte.

 -Calma. Você vai acabar desmaiando desse jeito. Clove, você não é disso... –ele se levanta e me estende a mão.

 Eu aceito e me levanto, esperando que alguém venha nos dizer para onde temos que ir. Nesse exato instante, as portas se abrem e do outro lado um Avox nos espera.

 Mordo meu lábio inferior e fecho meus olhos antes de começarmos a andar.

 Quando chegamos na sala de lançamento, digo a Cato para ir tomar um banho enquanto eu vasculho naquele armário onde estaria sua roupa.

 Ele vai e eu passo um tempo abrindo os compartimentos com todo tipo de coisa. Até perfume e maquiagens. Quem se maquia para o início dos Jogos eu não sei. Talvez alguns estilistas excêntricos façam isso com seus tributos.

 Penduro o macacão recém encontrado na barra do banheiro para que ele se vista quando sair. Sento-me novamente no banco gelado. Essa câmara é realmente fria. Daqui consigo me ver no espelho. É, estou um pouco pálida. Nem meus lábios estão tão vermelhos quanto geralmente são.

  Olho para baixo e vejo meus pés rodando em contornos tortos com força. Continuo tremendo. Espero realmente que Katniss não resolva não pensar e tente alguma coisa. Porque senão o pescoço do simbolozinho do 13 vai acabar quebrado.

 Sacudo a cabeça para espantar os pensamentos e puxo do decote da blusa meu colar. Espero que entregá-lo a Cato o faça ver que ele realmente precisa se esforçar. Quer dizer, não quero ficar sem as duas coisas que mais me lembram de casa. Não que Cato seja uma coisa, de qualquer modo.

 Quando ele sai, com os cabelos molhados, estou com o colar quente em mãos.

 -Esse uniforme dá algum dica da Arena? –Cato pergunta, olhando para baixo.

 -Hum... –imagine meu vasto conhecimento sobre tecidos e roupas... –Deve dar. –dou de ombros- mas nada que eu saiba.

  O fato de eu estar aqui ao invés de uma pessoa que estudou anos para saber de cor cada nome e função desses tecidos já é uma grande desvantagem.

 De qualquer forma quando toquei no macacão azul colado percebi que é bem fino. Então não deve ser lá essas coisas. Me levanto e impeço a mão de Cato de subir até o pescoço o zíper.

 -Pega. –falo, colocando em sua mão o colar. Ele me olha fixamente antes de abaixar o olhar para o objeto em sua mão.

 -Esse não é o colar que seu irmão te deu? –Cato parece confuso e desconfiado.

 -É. No dia da Colheita ele me entregou. Mas estou te dando agora. Não dando, na verdade. Você vai me devolver. Continua sendo meu, entende?

 Ele sorri e ergue as sobrancelhas.

 -Um tipo de presente que tenho que devolver...- eu faço que sim com a cabeça. –Tudo bem então, eu te devolvo. Me ajuda a pôr, agora.

 -O.k então. Mas eu não alcanço seu pescoço, sabe? –digo, erguendo uma sobrancelha.

 -Ah, claro. Foi mal. –ele sorri.

 Ele se senta e me entrega o colar. Passo ele ao redor do seu pescoço e após certa dificuldade devido ao suor das minhas mãos consigo fechar.

 -Pronto.

 Cato fecha o zíper até o pescoço e depois se levanta. Tenho um pressentimento que não temos muito tempo. Logo a voz da mulher vai dizer que ele deve ir para a plataforma. E uma vez que o tubo desça...

 Ele abre os braços e eu ando até lá. Nós ficamos abraçados por um tempo, até que Cato ergue meu rosto com uma mão.

 -Eu te amo.

 -Eu também te amo.

 Ele junta nossas testas e encosta nossos lábios suavemente pedindo passagem com a língua.

 Me parece algo como a vida de outra pessoa acordar, ser arrumada e ir falar com patrocinadores sem ele do meu lado. Quer dizer, acabaram os comentários maldosos e os beijos fora de hora.

 Enfim, quando o beijo acaba, nenhum de nós pensa em se separar, portanto voltamos ao abraço, sem trocar qualquer palavra.

 A voz avisa que ele tem que ir. Ao seu menor sinal de desvencilhamento entro em um estado de temor estremo. Como se estivessem esperando, lágrimas quentes brotam dos meus olhos como uma cachoeira.

 -Até. Faz o que eu te pedi e se cuida. –ele diz, subindo na plataforma.

 Quando o vejo, pronto para ir, corro para frente.

 -Por favor, volta... –digo, com a voz embargada, colando os lábios.

 Ele faz que sim com a cabeça e passa o tempo restante me olhando, enquanto lágrimas correm pelo meu rosto.

 Quando ele começa a subir, acena com a mão e depois passa a mirar o vazio a frente. Até que um Avox abre a porta, seguido por dois Pacificadores.

 Cato olha para mim e para eles, notando a diferença no cenário.

 -O que foi? –eu pergunto para eles, de sobrancelhas erguidas.

 Um Pacificador empurra o Avox com as costas da mão e passa na sua frente. Tira o capacete e pigarreia.

 -Mentores têm que acompanhar o inicio do Jogos Vorazes. Eles não podem soar o gongo sem todos os mentores acompanhando. Então a senhorita deve nos acompanhar. –a voz dele é grave e me dá um pouco de medo.

 Bom, deveriam ter deixado a estilista vim. Olha só quantos problemas. Cato não deve conseguir escutar o que estamos falando. Olho para ele e sorrio, dizendo mudamente que está tudo bem. Quer dizer, acho que está.

 -A senhorita tem que nos acompanhar. –ele repete.

 -Já vou. –aceno para Cato e faço um gesto para que ele olhe para frente.

Percebo que ele continua me olhando enquanto sigo o grupo para fora da sala. Sorrio para ele uma última vez quando fecham a porta.

-No aerodeslizador temos televisões. A senhorita assistirá lá. Quando chegarmos o estilista vai te arrumar e depois te guiará para a sala onde os mentores assistem os Jogos, com os Patrocinadores. –ele diz autoritariamente enquanto andamos rapidamente pelo corredor rumo ao aerodeslizador. Tento secar as lágrimas discretamente. Pelo menos não fiz um escândalo e nem tentei quebrar o tubo. Não que eu não quisesse fazer isso.

 Quando alcançamos o aerodeslizador, o Pacificadores se mantêm do meu lado, como se eu fosse fugir ou coisa assim. Eles me guiam até uma sala no fim do corredor que eu sequer sabia que existia.

 Lá dentro tem uma TV e Claudius e Caesar estão em suas mesas, prestes a começarem os comentários dos Jogos.

 -Pode se sentar, senhorita. –o Pacificador fala, me indicando uma poltrona exatamente na frente.

 Faço uma carranca e olho friamente para ele, porém o obedecendo.

 -E mais um ano estamos aqui, Claudius! –diz Caesar, ajeitando os cabelos.

 -Exatamente meu caro. Mas essa não é uma edição comum. É o Terceiro Massacre Quartenário!

 -Essa edição será uma das melhores! –Caesar fala uma última vez, antes deles focarem atrás das cadeiras dos dois, onde existe um telão. Eles focam na Arena.

 O mar é o principal cenário. A Cornucópia está no centro do círculo de tributos, em terra. Dela irradiam doze finas faixas de terra. Dois pratos de tributos entre elas. É o que conseguimos ver, até os tributos alcançarem a Cornucópia e serem obrigados a mostrar para onde eles seguirão. Por enquanto, apenas de onde eles sairão.

 Os tributos começam a subir. A câmera foca em Katniss, parecendo atordoada e assustada. Ou esperamos demais dela, ou algo aconteceu. Do seu lado está Woof, do 8. Peeta divide sua fatia com a mulher do 5. Cato aparece. Ele está com a mesma expressão da Arena passada. E após tanto tempo sem vê-la, que bom, ela me assusta um pouco. Se eu que conheço tanto ele me assusto, imagine os tributos do ano passado, que o encontravam olhando para eles desse jeito sem motivo algum.

 Meu coração começa a querer abrir um buraco no meu peito de tanto bater.

 -Senhoras e senhores, está aberta a septuagésima quinta edição dos Jogos Vorazes!

 Nós só podemos ouvir a voz estrondosa de Claudius berrando. E a partir dali, existe apenas um minuto antes do jogo começar. 


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Notas finais do capítulo

Gente apareceu uma ex fantasminha! Vamos comemorar! Ah, um assusto sério: Vocês acham que a Clove deve engravidar? Tipo, eu não sei se eu gosto muito da ideia, sei lá... Me sinto apressando as coisas e também não sei se saberia trabalhar com isso. Mas por outro lado eu acho legalzinho. Mas é claro, se fosse outra pessoa escrevendo. Enfim, me falem. E outra coisa, vou mudar a capa agora. Vou a linda ClaraQ que fez ela pra mim, ou seja NÃO FUI EU QUE FIZ! Obrigada a Clovely Fuhrman que também fez uma linda linda. Então quando acabar de ler, vê lá, eu achei linda. Só isso por hoje, acho. Se esqueci alguma coisa falo no próximo. Enfim, quero mais fantasminhas se manifestando hoje! Beijos sabor tapioca de doce com coco e leite condensado. (Gente, nunca tinha gostado, mas aí minha tia fez. E eu comi. E meu Deus é muito bom!