– Deixe-me só Grissom. Por favor.

Sara estava sentada no banco de uma praça vazia e escura. Seu coração não agüentava mais tudo isso. Eles não tinham tempo de se encontrarem, e quando tinham algo atrapalhava. Nunca conseguiam ficar a sós por muito tempo. Isso, com toda certeza, sufocava.

– Sara...

Ele estava perto, mas não se aproximou.

– Quero que me escute ok? – Disse suspirando.

– Não quero escutar, Grissom.

– Por quê? Apenas me escute! – Exclamou.

– Eu sei o que irá dizer. – Olhou-o com os olhos marejando. – Vai dizer que temos que continuar assim se quisermos ficar juntos, não é?

– Não coloque palavras na minha boca.

– Então fale. – Olhou para o chão novamente. – Eu te escuto.

– Ouça... – Ele começou a falar, se controlando. – O que você quer que eu faça? Hã? Me diz?

Ela o ouvia atentamente.

– Quer que eu largue tudo? Quer que eu fuja contigo?

Sua voz já estava um pouco alterada, seus olhos já estavam vermelhos e ardendo. Querendo colocar as lágrimas para fora.

– Diga Sara. Diga o que quer que eu faça... Eu farei!

– Griss...

Ela o olhou, mas ele não parou.

– Eu não sei o que fazer! – Passou as mãos pela cabeça, pelos cabelos, os desalinhando. – Diga pra mim, meu amor. Eu só não quero que você diga que acabou...

Agora foi até ela, ajoelhou-se para ficar em sua frente, pois ela permanecia sentada, e a abraçou. Deixando sua cabeça deitada em suas pernas. Ela acariciou os cabelos grisalhos, parou um pouco, e escutou soluços. Ele chorava.

– Não diga que acabou... – Grissom sussurrava.

Ela levantou seu rosto, limpou as lágrimas, lhe beijou na ponta do nariz e sorriu. Mesmo com o rosto vermelho pelo choro.

– Eu acho que... – Segurou seu rosto com as duas mãos, e olhou diretamente naqueles olhos azuis. – Que não adianta acabar se vamos sofrer, não é?

– Sim, baby... – Agora foi a vez dele segurar seu rosto.

– Então não precisa fazer nada.

– Precisa sim.

– Vamos deixar tudo como está... – Tentou mais uma vez.

– Não. – Disse mais alto. – Temos que fazer alguma coisa. Não consigo mais ficar um minuto sem te tocar, Sara.

– Eu também.

– Então? Deixe-me fazer algo... – Implorou. – Por nós.

– Se eu deixar... O que irá fazer?

Grissom fingiu pensar. Ainda de joelhos, deixou sua cabeça novamente descansar nas pernas de Sara, que também acariciou seus cabelos outra vez. Depois de alguns minutos, ele a olhou e disse.

– Casa comigo?

– O quê? – Assustou-se.

– Case comigo, baby... – Disse sorrindo.

Sara olhou no fundo dos seus olhos e ali encontrou sua felicidade, seu destino... A sua vida. Abraçou-o forte. Muito forte.

– Eu aceito.

Ao dizer sim, acontece o beijo apaixonado.

The End