Aos Meus Olhos escrita por Pitty-chan


Capítulo 4
E Eu Esqueci De Dizer Que Te Amava - Parte FINAL


Notas iniciais do capítulo

Visto que foste precioso aos meus olhos, foste honrado, e eu te amei.



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[E Eu Esqueci De Dizer Que Te Amava – Parte Final]

O QUÊ?!

É isso mesmo que você ouviu, Sensei.”

Um momento de silêncio.

Não, pára tudo...!” Quebrei o momento, sacudindo a cabeça negativamente e levantando as mãos no ar em choque, sem acreditar. Me aproximei de você, virando e apontando pro meu ouvido. “Repete pra mim, devagar, em alto e bom som.”

Jiraiya-sensei.” Você disse pausadamente, como se eu fosse uma criança retardada tendo problemas para compreender algo muito básico. “Eu. Me. Casei.”

Você se casou.” Eu repeti. Você girou os olhos.

É. Me casei.”

E foi assim. Em um segundo você saíra para uma missão de emboscada e assassinato, e no outro voltara com alguns arranhões a mais e... com uma mulher?

QUE DIABOS?!

Ah, Sensei, não faça drama.”

Sério, algumas vezes eu tinha vontade de te socar.

Você não sabia nada sobre Kushina quando a trouxe para dentro de Konoha, direto para debaixo do próprio teto. Você não sabia nada sobre ela, nem sobre seus poderes, nem sobre suas intenções.

Era assim que funcionava. Se uma pessoa passasse no seu julgamento de caráter logo de cara, caía em suas graças com o notório certificado de ‘absolutamente confiável’. Não que fosse uma atitude puramente irresponsável, não era isso. Se algum dia andou sobre esta terra alguém que soubesse julgar um caráter, este alguém se chamou Namikaze Minato, mas, mesmo assim, você me deixava apavorado com a velocidade em que deixava que as pessoas entrassem na sua vida.

Porém, talvez essa tenha sido a maior das qualidades que o fizeram se tornar o líder que foi: capacidade de julgamento imparcial e confiança inabalável no ser humano. Era desse jeito. Era assim que você era, por mais enervante que se possa parecer a qualquer pessoa com um pingo de sensatez – observe que quem está falando sou eu.

E, por isso, chegava a ser engraçada a maneira como após te conhecerem todos se sentiam irreparavelmente atraídos a você, como a um ímã de poder irresistível. A maneira como qualquer pessoa com o mínimo de humanidade em si era fadada a baixar as paredes para deixar você entrar.

E eu surpreendo a mim mesmo às vezes, mas acho que apesar de ter te conhecido por toda sua vida, nem mesmo eu pude dizer como reagiria quanto aos resultados daquele dia. Porque eu também havia sido atraído pelo seu ímã de poder irresistível há muito tempo atrás, e não havia volta.

A vida é uma coisa tão engraçada e relativa.

Eu me lembro de estar lá no meio do campo de batalha após tudo terminar. De olhar ao redor e ver fogo, destruição e morte, e saber que tudo só não foi pior porque alguém teve que fazer algo. Olhar pra baixo, e...

O corpo ainda quente do moleque que cavou um lugar para si dentro de mim ainda cabe perfeitamente nos meus braços – sua pele ainda está transpirando pelo exercício das atividades. As células ainda não morreram – algumas irão sobreviver por horas a fio, mesmo após seu coração parar de bater.

Mas você está morto.

E, no dia de hoje, a sua memória ainda marca cada coisa que eu faço.

Konoha amanhece lentamente sob o refúgio das horas, o ar parece mais rarefeito que de costume. É inverno e véspera de Natal. Eu me levanto da cama e me estico, aparentemente fascinado com a falta da tensão nos músculos por não ter tido que passar a noite no relento, sobre o chão de uma terra qualquer. É isso que acontece quando você passa muito tempo longe de casa, a noção de uma caneca quente de chá e um estofado macio te parece forasteira.

Ando pelo corredor do apartamento devagar, sem me importar com a poeira e o caos dos objetos. Estar de volta a Konoha depois um longo tempo sempre remexe lembranças e reabre as feridas de coisas não terminadas que ficaram pra trás. São coisas que por mais que sua memória tente apagar, seus sentidos nunca esquecem.

O som de uma risada de criança.

O som de uma risada de criança que conheceu a crueldade do mundo.

O som.

E, antes que perceba, a memória é mais vívida do que eu jamais iria querer que fosse. Porque quando eu viro o corredor, penso que estou ficando louco, porque aos meus olhos você parece real.

.......

Eu o encontro na minha cozinha. É uma manhã como qualquer outra em que o sol de inverno se desvia da cortina e penetra pela janela. Eu não o vejo há doze anos, mas mesmo assim aqui ele está; joelhos machucados puxados contra o corpo, a luz aterrissando sobre seu cabelo como ouro envelhecido.

Apesar do frio ele só está vestindo uma bermuda qualquer sob uma camiseta cinza velha, que está pelo menos dois tamanhos larga demais. Ao ouvir o som dos meus passos seus olhos se levantam na minha direção, largando a kunai tridentada sobre a mesa. A lâmina só está um pouco mais trincada que as mãos que a carregam, cheias de finas cicatrizes que jamais irão desaparecer.

Seu cabelo ainda é loiro e arrepiado, e ele o prende atrás da orelha em um movimento que faz as sombras debaixo de seus olhos ganharem destaque. Seu rosto é sombrio, mas um sorriso largo quebra o silêncio em dois, e pelo menor dos momentos eu me choco contra o súbito ímpeto de vida. Aqueles olhos que me encararam pela primeira vez no meio do sangue; choro de criança; a primeira vez que senti seu peso nos meus braços, seu coração pequeno batendo como uma borboleta contra mim.

E eu teria que passar por muitas vésperas de natal e joelhos arranhados até fazer com que meus olhos chegassem ao presente de novo, mas seus lábios ainda estão abertos naquele sorriso radiante, e na voz mais calma que tem ele me cumprimenta.

Olá, sensei.”

Ele parece tão magro quando o puxo em um abraço que eu tenho medo que a vida que há em mim vá quebrá-lo. Seu cheiro é estrangeiro; como luz, metal e chuva. Eu me ocupo em caçar um pacote de ramen de galinha nos armários sem nem parar pra pensar se ele ainda é o seu favorito, porque existem algumas coisas – como amor de pais e filhos – que são escritas na solidez da alma. Não faço muitas perguntas, porque não há razão para questionar o motivo quando uma parte perdida do seu coração volta para você, mesmo se essa parte estiver morta e com sombras mais fundas que poços de desejos embaixo dos olhos.

Nós conversamos sobre coisas triviais e ele joga a cabeça pra trás, risada emergindo como redenção entre garfadas de ramen. Eu me aqueço no calor do seu sorriso, e internamente sei que, não importa se ele estiver vivo ou morto, eu nunca o verei como nada além de um moleque de cinco anos; seus cabelos de ouro brilhando através de olhos azuis e dedos ágeis subindo uma árvore e me ensinando a mágica não do mundo em guerra, mas da vida através do olhar de uma criança.

.......

Eu paro, olhando para a cadeira na mesa da cozinha em frente a mim. Há uma tigela de ramen em minhas mãos e um sorriso interrompido no meu rosto. O pó está sobre os móveis e o vento gelado entra pela janela, de onde o sol não atravessa mais pela cortina. Passaram-se doze anos.

Não há ninguém na cadeira.

.......

Esse é o problema de ser um shinobi por tanto tempo. No fim das contas você fica invariavelmente... louco.

Dê-me um desconto.

Coloco as chaves no bolso e desço as escadas do apartamento, andando sem direção pelas ruas. Meus pés comandam antes de mim, e antes que eu perceba já estou andando na rota que leva ao sobrado de cores apagadas. Ele é decadente. Mesmo naquela época já não era o mais bonito dos prédios, mas doze anos depois parece não conter nenhuma centelha de vida. Apenas os insetos conhecem suas paredes.

Paro na porta do sobrado. A cena que se desenrola em frente aos meus olhos pertence há muito tempo atrás, estávamos nós dois andando pela mesma viela quando eu tinha acabado de te encontrar.

Puxei o assunto.

O que estava fazendo até ainda há pouco? Não era sua folga?”

Era. Estava entregando os presentes de natal.”

Ao ouvir aquilo abri um sorriso oportunista.

É mesmo? E onde está o meu?”

Você me enviou um olhar de ‘que interesseiro...’, e eu apenas o devolvi outro sorriso oportunista.

Lá em casa.” Parou, olhando para trás para me ver. “Vai passar lá ou eu te entrego amanhã?”

Isso depende. Tem comida naquela espelunca?”

Um sorriso pequeno brincou nos seus lábios.

Tem sim, mas não é nenhuma ceia de Natal Hyuuga. A gororoba de sempre.”

Fiz uma cara de desgosto, mas meu estômago rangeu.

Ótimo. Vamos lá.”

Entramos pela porta e subimos as escadas em silêncio. Você estava mais calado que o normal e muito pensativo. Eu pensei em preencher o vácuo com alguma conversa casual, mas o ar ao seu redor estava solene demais para permitir aquilo. Enruguei o nariz, apenas seguindo ao seu lado sem fazer caso.

Chegamos ao apartamento acendendo as luzes, me joguei no sofá enquanto você ia até a cozinha. Eu vi enquanto sua figura apoiava as mãos na pia e abaixava a cabeça. Aquilo estava estranho. Estranho demais. O que estava acontecendo?

Minato?”

Hum?”

Tudo bem?” A resposta demorou um pouco para vir, até que um ‘a-hã’ foi murmurado bem baixo. Não comprei aquela mesmo. “Tem certez-...?”

Jiraiya-sensei,” Sua voz me interrompeu e eu levantei a cabeça do sofá, observando enquanto você voltava para a sala. Sentei, alarmado, olhando para um Minato sem saber como dizer o que estava prestes a dizer. Naquele momento milhares de suposições horríveis que explicassem a razão pela qual você estava agindo daquele jeito me surgiram... De uma doença terminal à possibilidade de você estar prestes a me dizer que era gay. “se lembra que dia é hoje?”

Justo quando eu estava prestes a perguntar se você estava com alguma doença fatal ou apaixonado pelo Uchiha, a pergunta me pegou de surpresa. Não entendi a objetividade do que ela queria dizer.

Véspera de Natal...?”

Natal...” Você repetiu, pensativo outra vez. “É, Natal.”

A atmosfera estava muito estranha. Tentei amenizar o algo que eu não sabia o que era, trazendo meu melhor sorriso oportunista emanando alto grau de entusiasmo.

E onde é que está aquele meu presente?”

Negativo. Aquilo não foi a coisa certa a se dizer, foi o que eu pude perceber no momento, dado ao sorriso amarelo que me foi devolvido. Você se levantou do sofá como uma bala, virando o corredor com precisão ninja.

E-eu... Eu vou pegar.”

Com a sobrancelha levantada esperei pelos próximos vinte minutos enquanto você fazia o trajeto da sala até o quarto e do quarto até a sala como se estivesse indo do extremo norte ao extremo sul do mundo. Impaciente, levantei e fui atrás, encontrando-o no quarto com um embrulho mal feito de um cachecol vermelho na mão. Você levantou a cabeça. Contra a luz chocante da lua seus olhos se acenderam em safira. Sua voz saiu forçada e solene, como a brisa do vento sobre um campo de batalha.

Faz um ano hoje.”

De repente a percepção me atingiu no estômago como um soco. Fazia um ano desde aquele episódio da segunda chacina que você impetrara. A guerra havia esfriado prematuramente, deixando fios de batalhas aqui e ali e muitos ninjas com bagagens emocionais maiores do que poderiam suportar.

Faz sim.” Eu disse, pondo a mão em seu ombro e sentindo todos os ossos finos sob meus dedos. Você só tinha quinze anos, e qualquer mão mais forte poderia quebrá-lo em um snap. Em um segundo o invólucro da minha superproteção o envolveu. Ouvi um suspiro pesado.

Fui convocado à ANBU semana passada.”

Minha mão enfraqueceu-se em seu aperto inconscientemente, enquanto eu sentia todo o meu corpo se comprimir. Aquilo já era esperado. Para dizer a verdade eu apostara contra Sarutobi-sensei ao pensar que ele o recrutaria aos ranks o mais depressa que pudesse escrever sua carta de convocação, mas seu apreço por mim o devia ter feito hesitar. Consegui juntar os caquinhos de minha voz para formar uma frase.

E o que pensa disso?”

Você deu de ombros, fazendo com que minha mão subitamente perdesse a força e caísse.

Vou servir Konoha da maneira que tiver que servir.”

Com que estratégia?”

Seus olhos de safira se acenderam novamente ao me olhar.

Abater e escapar.”

Juntei saliva o bastante para engolir quase em seco. Aquele era o princípio máximo do credo da ANBU. O assassino invisível, capaz de chegar, matar e sumir sem ser notado. Olhei para aquela criaturinha loira que você era, que aos meus olhos nunca deixaria de ser uma mera criança assustada no meio do sangue me apontando uma kunai. Foi minha vez de suspirar. “É o suficiente, Minato?”

Tá tudo bem enquanto eu não vejo os corpos, é melhor desse jeito.” Você sussurrou, passando os dedos fracamente pelo embrulho mal feito. “Quando não vejo os corpos é só a explosão do meu ataque; se eu os vejo é um massacre.”

Aquilo não era o suficiente. Não estava nem perto de ser o bastante. Sem permitir que eu dissesse uma palavra a mais sobre o assunto, você me estendeu o pacote e reuniu toda sua força de vontade em um sorriso.

Feliz Natal, Jiraiya-sensei.”

Feliz Natal... Feliz Natal... Feliz Natal, gaki...

Em uma de suas missões ANBU Kushina havia entrado em cena. De alguma maneira você a havia resgatado ferida de um campo de batalha queimado enquanto conduzia um assassinato e decidira trazê-la para a vila. Muito tempo se passou até que eu pudesse entender o motivo para aquilo.

Quando eu o perguntara quem era ela, você sorrira e me dissera que Kushina não era como nenhuma mulher que você já havia conhecido. Ela tinha a honra de um homem, mas sua linha de raciocínio possuía tantos desdobramentos e mudanças de direção que ela não poderia ser nada além de uma mulher. A amizade levou grande tempo até se tornar paixão, mas nem por um momento eu duvidei da existência dela desde que a ouvi chamar seu nome naquela véspera de Natal.

Quando uma pessoa te ama, o jeito que ela fala seu nome é diferente.

.......

Saio da soleira da porta do sobrado, indo até os limites da cidade. Os ninjas tem muito o que fazer entre missões, treinamentos e pilhas de papéis. Tsunade está de mau humor. É véspera de Natal e não tenho ninguém para espezinhar.

.......

A linha do meu pensamento age em círculos.

De tempos em tempos volto ao ponto de partida e me soco e chuto e me autodestruo com palavras ao me dizer de novo e de novo e de novo que eu nunca devia ter deixado acontecer. Que você não devia ter um dia pisado no campo de batalha. Que não devia ter sido ANBU. Que nunca deveria ter chegado à Hokage. Que nunca lutaria com a Kyuubi.

Mas é como um filhote de águia... você não pode atar suas asas simplesmente porque decidiu que aquele pássaro não deve voar.

O pássaro irá voar... e se ele for preso e engaiolado irá apenas morrer uma morte lenta e dolorosa pela perda de sua liberdade.

Ser o melhor significa deixar este mundo no auge, fazendo com que a audiência se lembre apenas dos triunfos. E, exatamente por isso, para que seus nomes possam viver para sempre...

Todas as lendas morrem jovens.

.......

Vocês, humanos, fazem com que tudo fique tão complicado.” Gamabunta respondeu, quando contei o motivo infame de tê-lo invocado naquela tarde simplesmente porque não tinha com quem conversar. “Vocês usam palavras para expressar como se sentem, mesmo apesar de palavras serem tão facilmente mal entendidas.”

Eu dei de ombros, em uma clara expressão de falta de argumento.


“Não temos outra maneira de fazê-lo.”

O rei dos sapos apenas me olhou, negando.

As coisas mais importantes da vida não são ouvidas. São sentidas.”

.......

Anos após minha própria indagação de capacidade de comandar um time de crianças, você ganhou o seu próprio. Desses momentos apenas Kakashi tem lembranças. Você os criou com disciplina e afeto para seu próprio bem ou mal.

.......

Cruzei os braços, andando novamente pela cidade até chegar à Torre Hokage. A lembrança daquele dia era vívida como o dia de hoje.

E então, lá estava você novamente com seu péssimo hábito de ser todo ninja e todo alerta o tempo todo. Você vê, o problema é que aquele era realmente Minato, o mesmo cara que ganhara uma quantidade mais que interessante de dinheiro – em ryou e toda sorte de moeda corrente do mundo – de shinobis que apostaram contra o fato que um moleque como você jamais se tornaria Hokage.

Claro que seria justo dizer que oitenta por cento havia sido de apostas de Tsunade... Sendo assim, mesmo ali naquela hora eu fui capaz de sorrir ao lembrar a única frase que consegui dizer quando descobri que ela havia apostado contra a indicação do garoto para ser Hokage.

Já lhe dou os parabéns adiantados, gaki. Será que você pode fazer com que todas as casas de banho e fontes termais sejam compartilhadas quando conseguir o emprego?”

Desnecessário dizer que eu ainda tinha algo a mais a falar, mas Tsunade decidiu que eu parecia estar precisando de um cochilo via um de seus punhos.

Tudo aconteceu na velocidade de um relâmpago. Quando percebi a coisa já estava prestes a dar início, todas as engrenagens se movendo em seus lugares para permitir que o futuro viesse, brilhante e intenso como prometia ser. A vila estava prestes a ter seu novo Hokage. Sarutobi-sensei sentira que era sua hora de se aposentar, apesar da negativa e do debate sensacional que houvera entre os conselheiros da vila e ele para a escolha de quem o sucederia. A luta de palavras mais sangrenta que já vi, juro que vi alguém sacar até mesmo um alicate de unha.

E lá estava você no grande dia, vestido de branco dos pés à cabeça.

A cerimonia de iniciação acontecia no topo da Torre Hokage, acompanhada pelos oficiais de maiores patentes e por todo o pessoal administrativo da vila, que se aglomerava ao redor do círculo do Altar de Vidas de Konoha. Apesar de seu nome imponente, o Altar de Vidas não era muito além de uma fonte de alabastro de onde jorravam fios de água da montanha. Disposto atrás da fonte estava colocado um candelabro com uma única vela que cintilava na câmara em penumbra.

Eu o olhei novamente. Sua expressão caminhava entre a solenidade e a decisão, claramente preparando-se para o que viria em seguida. Sarutobi-sensei se levantou de sua cadeira em seu traje Hokage, fazendo com que a multidão parasse em seu burburinho, e se aproximou do candelabro. Olhou para todos os que ali se encontravam, tomando a vela cuidadosamente nas mãos, e levantou a voz.

Esta vela representa a vontade de fogo desta vila. A chama de vida que nunca se desgasta. Hoje é o dia em que a vontade de fogo de Konoha se renova. O dia em que ela se apaga... para acender mais viva e mais forte.”

E, com sua última palavra, assoprou a vela, fazendo com que sua tênue chama se apagasse em um salto, recolocando-a em seu candelabro. A falta da chama fez com que a sala ficasse subitamente mais escura e mais fria, o que eu não pude deixar de notar que só podia ser psicológico. Cada um dos ninjas de Konoha possuía uma afeição ridiculamente descontrolada por aquela vela, e nenhum de nós parecia confortável em vê-la apagada. Aquela vela apagada era o sinal de luto da Vila da Folha. O sinal da falta de um sol para iluminar o caminho.

E foi então que em passadas leves e silenciosas você apareceu em seu traje branco. A brisa fria das janelas da torre envolveu o manto leve de seda alva e o fez chicotear ao redor de suas pernas. Um silêncio sobre-humano envolveu a sala quando sua mão foi em direção à vela e, conforme o ritual exigia, antes que pudesse alcançá-la ouviu-se por toda Konoha as badaladas do Sino de Fogo.

blém – blém – blém – blém –

Sua mão parou no ar antes de tocar a vela, e você esperou até que Sarutobi-sensei erguesse a pergunta ritual em grande voz.

Quem é digno de tocar a vela e acender o fogo?”

A sala mergulhou em silêncio sepulcral, somente as badaladas do Sino de Fogo podiam ser ouvidas enquanto ninguém dentre a multidão era achado digno de acender a vela e nem de tocá-la. Todos os olhares convergiram em você. Aquele era o momento que todos esperavam.

Em todas as vilas ocultas homens haviam sido escolhidos pelo conselho e chegado àquela sala antes, desistindo no momento exato por achar sua tarefa e seu fardo grande demais no momento de aceitá-lo. Homens haviam existido que na justa hora de tomar a vela haviam caído em desgraça e fugido dos olhares alheios por não acharem em si a força para... sangrar por sua vila.

Sarutobi-sensei repetiu sua pergunta em voz mais alta.

Quem é digno de tocar a vela e acender o fogo?”

Com os olhos repletos de concentração seu olhar caminhou por cada um dos rostos que se encontravam naquela sala até cair no meu. E eu observei com crescente terror enquanto você levantava a voz.

Somente aquele que sangrar.”

Você deixou a vela em seu candelabro e se ajoelhou de frente para a fonte límpida do Altar de Vidas. E, enquanto todos prendiam a respiração, sacou uma kunai de cabo de marfim de dentro das vestes, erguendo a mão direita e apoiando a ponta afiada da arma na ponta do dedo médio.

Estou aqui hoje para fazer uma aliança com Konoha. Me ofereço sem temor como sacrifício neste altar.” Senti meu estômago dar voltas quando a ponta da kunai afundou em seu dedo, descrevendo um rasgo carmesim e excessivamente fundo continuamente através de sua mão. “Me entrego como o servo que obedece, como o sentinela que protege, como o guerreiro que jamais foge à luta. Teço hoje com Konoha um pacto inquebrável, inabalável.”

A kunai floreou da ponta de seu dedo atravessando a mão, passando pelo pulso, até terminar descrevendo um arco em seu cotovelo. Sangue escorreu copiosamente pela ferida até o momento em que você pousou a mão sobre a fonte de alabastro.

Todos os olhos estavam pregados nela observando enquanto o branco era engolido pelo vermelho. A água límpida se tingiu de sangue.

Deu dois passos em direção à vela, pegando-a com a mão ferida. Sarutobi-sensei havia soprado-a para que se apagasse...

Com esta aliança eu juro ser fiel...” Você a segurou em frente aos lábios, e com um tênue sopro de katon ela mais uma vez se acendeu.

...até o fim.”

Mais um Hokage havia nascido.

Os sinos da torre pararam de badalar.

.......

Alguém me pergunta o que eu quero, o que me faz me mover, do que eu preciso.

Não respondo.

Tudo do que eu realmente preciso só me faz sangrar.

.......

Aquele dia nunca acabou. Ele continua se repetindo dia após dia após dia após dia. Uma vez atrás da outra.

Isso é tudo o que sei.

.......

Yahiko foi o primeiro a me chamar de sensei. Nagato foi o primeiro a me surpreender com sua força. Naruto foi o que, sem dúvidas, nasceu para ser aquele a quem eu procurava desde o início. Mas foi você, você, quem me ensinou o que era a vida e por que ela valia a pena ser vivida.

Não quero subestimar o seu amor por Naruto nem o que você sentiu quando teve que deixá-lo para trás e morrer. Porém, nem mesmo você, Minato. Nem mesmo você saberia a dor que me assolou quando eu te senti morrer em minhas mãos.

Porque você amou Naruto com amor eterno, mas apenas por nove meses. Eu te amei desde aquela primeira vez que te vi abrir os olhos há mais de vinte anos atrás naquele dia de chacina. Desde aquele dia... até você fechar os olhos de vez.

Eu te amei como se você fosse sangue do meu sangue e carne da minha carne, como se fosse meu próprio filho. Como se parte de você tivesse sido gerada de parte de mim.

.......

Não havia outra decisão a não ser lutar. Aquele dia deveria ser um dia feliz. Era o dia em que sua família finalmente se constituiria em uma unidade, Kushina traria o bebê para casa em breve... Você até chegou a fazer uma torta de carne horrorosa para comemorar.

Enquanto você se movia no campo de batalha, desviando das caudas da raposa e estendendo o alcance do genjutsu para além de nossa visão, a única coisa em que eu podia pensar era que a torta havia ficado, não terminada, na geladeira. O terremoto das caudas sacudia o chão de pedras com tanta força que a terra tremeu. Os homens tombavam uns sobre os outros como dominós.

A raposa o intimidou com palavras. Você cerrou os punhos, e o ar formigou com o cheiro estranho de ozônio, como durante uma tempestade de raios.

Rasengan. A bola de chakra contra o pelo do demônio. Você a pressionou a avançar, o fogo em volta desvanecendo para longe da bola de chakra intenso, como se o próprio fogo soubesse que era melhor fugir do que tentar conflitar. Era uma técnica refinada de controle.

Transformar impacto em impulso.

A ferida, porém, não durou um pentelhésimo de segundo, começou a se fechar antes do esperado, e, com uma velocidade estonteante o atingiu em cheio no rosto, lançando-o dezenas de metros para longe em pilhas de fumaça.

Quando o vi de novo, você parecia um tanto chocado por ter encontrado a si mesmo esparramado no chão, como se não estivesse lá por escolha própria. Levantou-se o mais rápido que pôde para evitar a segunda colisão.

Era mais do que qualquer um de nós podia suportar. A única saída...

Era a morte.

.......

Eu não tinha ido até lá pra te deixar. Não tinha chegado até lá para te perder. Você não tinha esperado todos aqueles anos pra construir sua felicidade e ter que morrer lá naquele dia. Saí em disparada para penetrar na ilusão e impedi-lo de fazer aquela loucura, eu conhecia aqueles selos, eu sabia o que significavam.

Sarutobi-sensei saltou sobre mim e me lançou ao solo, gritando que a escolha era sua e que aquilo não tinha que ser decidido por ninguém além de você...

Salve-se! Salve-se!” Eu implorei aos berros, tentando me soltar, mas nada aconteceu. E você não pôde salvar a si mesmo.

.......

Acende a chama que uma vez brilhou... Vem limpar, brilhar, resplandecer...

.......

Era o fim.

A superfície da terra estava chamuscada de fogo e no lugar onde estivera a raposa restavam apenas cinzas e devastação. A minha mão fechou-se em seus cabelos com muito mais força que o necessário. Como se pudesse impedi-lo de ir embora, de que o Shinigami levasse sua alma...

Como se pudesse impedi-lo de morrer.

Talvez você ainda não soubesse o significado de eternidade. Talvez fora aquilo, aquele o motivo de ter feito uma coisa tão idiota como jogar sua alma fora por uma vila que deixaria de pranteá-lo depressa tão certo quanto o raiar do dia. Talvez você simplesmente não soubesse que o eterno é pra sempre, e que pra sempre significaria que eu nunca mais poderia te ver.

É, talvez fosse isso.

Caminhei pela cidade com você nos braços enquanto as ruínas de pessoas se aproximavam pelas ruínas das ruas.


O Sino de Fogo badalava anunciando a morte do Hokage.

A chama da vela do Altar de Vidas se apagou.

.......

E então... nada.

Kakashi me encontrou sentado na viela que levava ao seu apartamento com o bebê no colo. Tentou me dá-lo enquanto eu apenas o observava com olhos baços.

Você fez uma péssima escolha para padrinho.

Tenha razão em nunca me perdoar.

.......

Subi as escadas e arrombei a porta do sobrado.

Uma torta horrorosa na geladeira. A última coisa que você fez. Tirei-a da geladeira e coloquei em cima da mesa. Sentei na cadeira e trouxe um prato e um garfo. A cada mordida era uma lágrima. Era o último pedaço de você indo embora, e hoje eu daria tudo para prová-la mais uma última vez.

Porque eu sinto falta até do gosto horrendo da comida que você fazia.

Eu sinto falta de quando você saía dançando e cantando na escova de dente como se ela fosse um microfone, de quando bebia leite pra ficar com um bigode branco, de quando eu pegava meus relatórios ao Hokage e descobria que você tinha desenhado neles.

Eu sinto falta de quando você mergulhava o biscoito no chá até ele ficar mole - e de quebra ainda bebia aquele pântano como se fosse a coisa mais gostosa do mundo. De quando estávamos em uma missão de reconhecimento e você ficava pra trás porque estava brincando de só pisar nas rachaduras dos galhos.

Eu sinto falta de como você tentava persuadir seus colegas de equipe a trocar de almoço com você, de como ficava atirando bolinhas de papel com cuspe por um canudo - e acabava acertando em cheio a testa de algum chuunin mal encarado. De como me olhava com cara de interrogação porque não entendia minhas piadas pervertidas. De como passou a me chamar de ‘ero-sensei’ quando começou a entendê-las.

E também de como você se recusava a comer a casca do pão, de como perguntava ‘por quê?’ o tempo todo, de como fazia cara feia quando alguém te dizia ‘não’, e até mesmo de como me perturbava até que eu concordasse em te ensinar alguma coisa nova.

Eu sinto falta de quando você aparecia pra treinar com sua camisa e sua calça preferidas, mesmo sabendo que elas não combinavam nem de longe. De quando comia a sobremesa primeiro. De quando franzia as sobrancelhas ao ser chamado de ‘Tanpopo’. De quando dizia ‘duh’ porque as coisas eram óbvias.

Ah, eu também sinto falta daquelas vezes em que você colocava uma fatia de laranja na boca com a casca pra fora, e saía pela vila sorrindo pras pessoas. Tsunade morria de nojo, e mesmo hoje em dia isso ainda me faz rir quando eu me lembro.

Eu sinto falta de resolver assaltar a despensa do seu apartamento, só pra abrir um pacote de biscoitos e descobrir que você tinha lambido o recheio de todos eles. Como disse, sinto falta até mesmo de comer aquele grude horroroso que você chamava de comida.

Sinto falta de nos dias de verão ter que te arrastar pela orelha, senão quando todo mundo menos esperasse você sairia correndo pelos jardins da propriedade Uchiha e se molhando todo com a água dos sprinklers, como se fosse um cachorro de rua.

Eu sinto falta de como você comia só a parte de chocolate do sorvete napolitano, de quando começava a pensar no presente do próximo Natal já no dia seguinte, de como subia nas árvores e ficava olhando as coisas do alto e se achando o Kage da Cocada Preta.

Porque eu queria que você tivesse tido tempo para aproveitar mais que isso.

Mas você viveu em uma era de conflitos mundiais intermináveis e teve poucos momentos de criança. Você era só mais um órfão de guerra em um mundo horrível... E mesmo assim eu não podia me impedir de desejar que você tivesse visto mais lugares, experimentado mais sensações, rido mais, chorado mais... – e não ter sido obrigado a chegar à casa do milhar em assassinatos antes dos quinze anos. Que você tivesse tido mais pessoas que o amavam do que fotos suas estampadas em bingo books.

Eu queria que você tivesse tido tempo para ser um pouco besta, porque todo garoto é idiota e meio retardado algumas vezes. E eu não queria que você fosse todo responsável e perdesse essa fase importante da passagem entre a infância e a maturidade. Que você tivesse tido pelo menos um ataque de rebeldia adolescente.

Mas você foi direto, Minato.

De criança você já foi adulto, e eu não pude fazer nada quanto a isso.

E eu aceitaria até alguns ataques de sharingan só pra deixar você correr em volta dos sprinklers dos Uchiha até parecer um pinto molhado, - se dessa forma pudesse voltar tudo atrás.

Eu queria que você tivesse xingado mais. Que tivesse ido a um prostíbulo só pra todo mundo ver que estava escrito na sua cara que você era homem de uma só mulher. Que tivesse ao menos uma vez bebido tanto ao ponto de cair.

Porque aí eu estaria lá pra te arrastar pra sua casa sem que te largassem dormindo na esquina... E no dia seguinte eu olharia pra sua cara e riria até ficar com as bochechas doendo. Eu te veria lá levando bronca da Kushina todo torto pela ressaca, e com cara de santo te diria que você não devia fazer isso nunca mais.

É, você devia ter ouvido um sermão pelo menos uma vez. Pra que então não tivesse que sentir sempre o peso de ser um ‘super-adulto’ nas suas costas. Se você fosse irresponsável ao menos uma vez as pessoas passariam a valorizar mais a sua responsabilidade.

Eu não queria que você tivesse que morrer para ser respeitado como alguém que sempre fez o melhor que pôde. Que não fosse só assim que as pessoas pudessem ver em você um Hokage, e não apenas um garoto que Sarutobi-sensei escolheu aleatoriamente para ficar em seu lugar, só porque já estava cansado.

Que não te olhassem como uma máquina de guerra, ou como válvula de escape, ou como salvação quando ninguém mais sabia o que fazer. Porque você não era um robô programado somente para proteger, - você era um ser humano que sorria, chorava, respirava, sangrava, amava.

E eu queria que você fosse mais menino do que homem, mais homem do que ninja, mais ninja do que Hokage, e mais Hokage do que Ás de Konoha. E eu queria que você fosse simplesmente mais Minato do que tudo isso junto.

Porque sendo Minato já era mais do que o suficiente. Você não precisava ser nada além de Minato para ser insubstituível. Você já era muito mais do que qualquer um de nós podia pedir sendo apenas Minato. E pra morrer tão jovem... Você se foi muito cedo. Cedo demais. Cedo o bastante para que hoje quando eu olhe para o Naruto só me lembre de você. E dói...

Dói muito.

Dói porque olhando para ele, olhando nos olhos dele - espelho infinitesimal dos seus - eu vejo o que você poderia ter sido e não foi. E também o que ele poderia ter sido e não foi. Tudo porque a sua vida foi ceifada cedo demais pra que vocês tivessem permanecido juntos o suficiente para que ele te reconhecesse. Para que ele olhasse para o seu rosto gravado no Memorial Hokage e dissesse: aquele é o meu pai.

E isso só me faz imaginar...

O que seria do Naruto se ele tivesse crescido ao seu lado? Se vocês tivessem sido uma família normal, com todas as alegrias, afetos e o escambau? Pensar nisso me faz sorrir. Porque vocês seriam insuportáveis de tão felizes. Vocês pareceriam aquelas propagandas de pasta de dente, que emanam uma felicidade tão ofuscante que dá arrepios.

Mas vocês não foram. E ao olhar para ele no dia em que você morreu, sozinho e abandonado, um sentimento de desamparo consumiu a minha alma e eu não pude suportar.

Por isso eu te peço perdão. Te peço perdão por não ter amparado seu filho ao longo do crescimento dele como eu te prometi. Eu simplesmente não pude, me foi impossível olhar nos olhos daquela criança e saber que você nunca mais iria voltar. Que você estaria sofrendo pela eternidade... a custo de que? A custo das nossas vidas? Quem foi que exigiu o seu sacrifício, Minato? Quem mandou você tomar essa incumbência em suas mãos?

Quem disse que ela era só sua?

Você era o Hokage. Você era o líder. Você era o sol de Konoha... O sol que atraía todas as folhas e as dava sustento. Você deveria protegê-la, mas isso não queria dizer que era seu trabalho lutar sozinho.

No que você estava pensando?

Porque fazendo aquilo você não somente deixou de viver... Você privou o Naruto de ter uma família e de ter uma vida normal. Você apagou a luz da vila, deixando as folhas morrerem sem seu sol. E você me deixou com um vazio cruel. Um vazio como se tivessem arrancado uma parte estranha de mim com a qual eu já não sabia mais viver sem.

Eu precisava ouvir a sua voz, precisava ver o seu sorriso. E ainda preciso. Tenho memórias, e tal, mas não é o mesmo que ter você aqui na minha frente.



E sabe de uma coisa? Sabe o que é mais triste nisso tudo? Quando olho para trás, quando penso em todos os momentos em que passei com você, tem uma coisa que eu simplesmente não consigo me lembrar de ter dito.



E agora me sinto um perfeito idiota, porque fisicamente falando, palavras são coisas relativamente fáceis de serem ditas. Mas também carregam um peso tremendo. Por isso talvez você teria rido de mim, como eu tenho vontade de fazer agora.



Ou talvez não.



Hoje eu olho pra trás e vejo que aos meus olhos você foi o filho que eu sempre quis ter...



E eu me esqueci de dizer que te amava.

Visto que foste precioso aos meus olhos, foste honrado, e eu te amei.”

Isaias 43:4a


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Notas finais do capítulo

Enfim, após uma luta de meses e meses, finalmente este arco da fic se encerra! E então, o que acharam? Devo dizer que faltou inspiração para colocar tudo isso de uma vez. Tenho ciclos de inspiração que funcionam em tempos escassos para muitas histórias... xD

Esse é o fim do arco Jiraiya dessa fic, onde vemos tudo pelos olhos do nosso primeiro narrador. Exatamente porque o Sensei foi quem esteve ao lado dele por toda a vida que o arco de história dele foi tão longo. Não pretendo fazer o mesmo com os outros narradores, que devem ter de um a dois capítulos, no máximo, para contarem o que sabem.

Devo dizer também que essa fic é interligada à Shiki Fuujin (e tem suas interligações com Himitsu também, mais para frente do que está postado). São histórias de leitura independente, mas o leitor é sempre bem vindo e vai perceber as sutilezas de interligação se for esperto o bastante. hahaha

Bom, por hoje é só! O próximo arco virá... com reviews. ahahhaha Até mais.



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