Aos Meus Olhos escrita por Pitty-chan


Capítulo 1
E Eu Esqueci De Dizer Que Te Amava - Parte UM


Notas iniciais do capítulo

Porque aos meus olhos você era só um moleque. Não importava a sua idade, você sempre tinha que olhar pra cima pra falar comigo – o que invariavelmente dava um golpe fulminante no seu ego e te deixava muitas vezes frustrado.

Mas, sabe, Minato, aquilo era uma afirmação de que para mim você seria sempre criança.



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Índice:

 

I - Jiraiya – E Eu Esqueci De Dizer Que Te Amava

 

II - Kakashi – E Eu Não Sabia Que Te Amava

 

III - Kushina – E Eu Não Pude Dizer Que Te Amava

 

IV - Naruto – E Eu Não Sabia Que Você Me Amava

 

 

 

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Aos Meus Olhos

 

por Pitty M. de Moraes

 

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[E Eu Esqueci De Dizer Que Te Amava - Parte Um]

 

 

Tá, eu confesso.

 

Nunca fui um excelente exemplo de uma pessoa de sensibilidade. Não me lembro a última vez que pensei algo do tipo ‘nossa, isso é traumatizante’ desde aquela vez que vi o Orochimaru sem roupa. Mas, qual é! Eu realmente achava que naquele momento qualquer criança sairia gritando e correndo ou pelo menos abrindo o berreiro.

 

Mas ele não fez nada.

 

Só ficou ali parado, deitado no meio do sangue, com aqueles imensos olhos azuis cravados em mim. Sem brincadeira, na hora eu achei que aquele moleque tinha algum tipo de doujutsu, porque não consegui desviar. Por mais que eu quisesse, era como se um magnetismo estivesse atraindo o meu olhar para ele.

 

Lembro que fiquei ali parado ao lado da soleira da porta por cerca de dois minutos esperando. Esperando qualquer coisa. Um grito, uma lágrima, qualquer sinal. Uma hora ele iria ter que cair em si e perceber que havia uma multidão de corpos ao seu redor, e que a culpa era dele. E que ele era o responsável. E que ele tinha que chorar, porque qualquer criança choraria.

 

Mas para a total perplexidade dos meus sentidos, ele não chorou.

 

É, mas isso já faz muito tempo. Se eu não me engano, vinte anos e alguns quebrados. O que ainda hoje me deixa completamente confuso ao tentar entender a psiquê estranha daquele pivete, que no fim cresceu para se tornar você... Não que isso faça diferença, claro, você não mudou tanto assim ao longo do tempo.

 

Sempre foi o mesmo fedelho-gênio irritante.

 

Olhei para dentro da janela pelo lado de fora. Você estava sentado no chão da sala e compenetrado em sua tarefa, as sobrancelhas franzidas, fita durex grudando nos dedos. Por um momento aquela visão de um Minato tão absorto e inconsciente ao que acontecia ao seu redor me deu uma vontade quase incontrolável de te pregar uma peça.

 

Ah, faça-me o favor, você parecia tão concentrado que apenas a perspectiva de te dar um susto dos infernos era de dar dó. Mas não o suficiente para me dar dó, digamos assim.

 

Agachei silenciosamente, em modo de batalha... Quase lá, o ângulo quase perfeito para abrir a janela com violência, saltar no meio da sala só pra ver...

 

...você de pé, parado ao lado da janela, me oferecendo a mão para entrar com uma caneca de chá quente e um sorriso cegante no rosto.

 

Maldito.

 

Ignorei sua mão e o sorriso cretino o máximo que pude pulando pra dentro, enquanto murmurava algo consideravelmente depreciativo a respeito de certo discípulo sabe-tudo e dissimulado que tinha que ficar sempre tão atento e ‘todo ninja’ o tempo todo. Mas não demorou muito e quem já estava me ignorando era o tal discípulo, que voltara à sua batalha campal com o durex.

 

Aquilo me fez semicerrar os olhos sem entender, até que uma memória me atingiu precisa como uma flecha: era véspera de Natal.

 

Lancei um olhar acusador ao redor. A cena era algo parecido a um carnaval de papéis de presente, cartões, pacotes embrulhados pela metade e pilhas de bagunça pra todos os lados. A mesa de centro tinha dúzias de pedaços de fita adesiva colados nas quinas.

 

Até que algo chamou a minha atenção.

 

“Ei, aquilo ali é um laço?”

 

“É.”

 

“Ah, mas que mocinha que você é...”

 

“Diz a pessoa que tem o cabelo mais comprido que eu já vi.”

 

Eu bufei e você sorriu, voltando a concentrar-se na façanha de embrulhar presentes.

 

“Eu me recuso a aceitar tais insultos à minha pessoa.” Comecei a mexer nos pacotes, jogando tudo pelos ares. Ouvi seu suspiro de exasperação, que não se dera ao trabalho de ralhar comigo dessa vez. “Onde está o meu presente?”

 

“Eu sempre embrulho o seu primeiro. Todo ano você vem aqui espionar!”

 

Não respondi nada, encarando os embrulhos como se de repente um byakugan pudesse surgir em meus olhos e permitir que eu olhasse dentro deles. (Isso porque imaginei que certo discípulo daria um ataque parecido com o do ano anterior se eu rasgasse os pacotes procurando outra vez.

 

É, provavelmente.)

 

“Ainda não entendo por que você acha que tem que dar presentes de Natal até pros seus comandados da ANBU.”

 

“Isso se chama educação.”

 

“Não, isso se chama compulsão!”

 

“Jiraiya-sensei...! Você está me desconcentrando!”

 

“Que seja!”

 

Sentei no sofá emburrado, agarrando a caneca de chá e entornando-a como se fosse uma garrafa de sake. Aquilo era um absurdo! O que você estava gastando só de papel causaria o desmatamento das florestas do País do Fogo por dez anos!

 

Além do mais, que maluquice era aquela de querer dar presente pra meio mundo? Eu só esperava que você nunca chegasse a Hokage, senão entraria em parafuso ao querer dar lembrancinhas de Natal para a vila inteira.

 

Tenha dó.

 

Mas, enfim, havia finalmente uma coisa na qual você era péssimo. Hah. Digo, terrível mesmo, um zero a esquerda, um bosta, um...- É, acho que já deu pra entender.

 

Como empacotador você era um excelente ninja.

 

Em um ápice da boa vontade, surrupiei o projeto de embrulho das suas mãos e comecei a ajeitá-lo para que a pessoa que o recebesse não tivesse vontade de cortar a própria garganta ante a algo tão horripilante. Sério, deveriam me canonizar quando eu morrer. Eu sou um cara tão legal.

 

“Sensei! Esse lado aqui vai ficar sem papel s...-”

 

“Gaki, é impressão minha ou você tá querendo ensinar o padre a rezar a missa? Eu sei fazer isso muito melhor do que vossa senhoria. Agora vai buscar algo pra eu comer que eu acabei de voltar de uma missão e estou faminto.”

 

A cara que você fez em reação a isso foi muito engraçada.

 

“Assim eu vou entrar em falência! Por que você só vem aqui quando está com fome?”

 

“Porque em geral não tenho dinheiro pra comer.”

 

“Não tem dinheiro? E o que faz com o dinheiro que ganha?”

 

“Eu preciso mesmo responder a essa pergunta?” Sorri meu sorriso mais sacana da forma mais larga que pude, e você me devolveu uma expressão de profundo asco. “Semana passada eu fui até um bordel no País da Água que tinha uma mulher que...-”

 

“Pode parar. Eu prefiro suportar setenta e duas horas de Tsukiyomi a ouvir os detalhes das suas aventuras pornográficas grotescas.”

 

Levantei as mãos fingindo inocência, e sua figura se distanciou até a cozinha, derrotada. Era impressionante, não importava quantas vezes eu a usasse - essa tática sempre funcionava contigo.

 

“E me traga algo gostoso, não uma daquelas gororobas horrendas que você faz!”

 

Sua resposta veio em meio a uma nuvem de irritação e barulho de pratos sujos sendo jogados sem o menor cuidado dentro da pia.

                                                                                    

“Quem fila comida não tem direito de reclamar no Serviço de Atendimento ao Consumidor!”

 

Sorri me esticando no sofá, colocando as mãos atrás da cabeça como apoio. Você e eu éramos como pai e filho, não? Exatamente como pai e filho. Apesar de que algumas vezes os papéis se invertiam e era meio difícil saber quem era o pai... Vá lá.

 

Isso ainda hoje me faz sorrir sozinho quando passo em frente ao edifício em que você morava, sabe? Exato, aquele mesmo, de paredes descascadas e castigadas pelo sol.

 

Porque aos meus olhos você era só um moleque. Não importava a sua idade, você sempre tinha que olhar pra cima pra falar comigo – o que invariavelmente dava um golpe fulminante no seu ego e te deixava muitas vezes frustrado.

 

Mas, sabe Minato, aquilo era uma afirmação de que para mim você seria sempre criança.

 

Não importava como eu aparecesse na sua frente: bêbado, sujo, com cheiro de umas vinte mulheres diferentes. Você nunca me julgava, nunca me tratava de maneira inferior. Você sempre me aceitava.

 

E eu imagino como seria minha vida se eu nunca tivesse ido à aquela missão e te conhecido. E eu imagino como ela não teria tido nenhum valor se aquilo não tivesse acontecido.

 

Mas aconteceu.

 

E se eu não me engano, foi na véspera de Natal do Trigésimo Sexto Ano do Dragão.

 

Naquele ano a Segunda Guerra Mundial Secreta estava explodindo sobre nossas cabeças como vinte bombas de hidrogênio ao mesmo tempo, fazendo com que até um dia como aquele não tivesse nenhum significado de paz interior, harmonia e vamos cantar. Era um dia de mortes e sangue como qualquer outro; um dia em que famílias de civis teriam que ficar encolhidas nos abrigos subterrâneos como qualquer outro; um dia em que amigos meus morreriam ou seriam torturados de formas medonhas como qualquer outro.

 

Um dia em que eu mesmo poderia morrer ou ser torturado de formas medonhas como qualquer outro.

 

É.

 

Ser shinobi em uma guerra como aquela era ir para o paredão de fuzilamento e pedir para ser alvejado com jeitinho. Era brincar de roleta russa com um revólver totalmente carregado. Era rir na cara do perigo com alface nos dentes. Mas você sabe do que eu estou falando muito bem, não?

 

Bom, a questão era que ficar na brisa no meio daquilo tudo era ainda muito pior. Ou seja, o que eu queria era mesmo ir para o campo de batalha e arrancar cabeças com a mandíbula. Porém, contudo, todavia, especialmente naquele dia o velhote tinha que dar uma de complacente e nos enviar para uma missão de reconhecimento. Nós. Os lendários Sannin. Vai entender. Talvez a guerra já estivesse dando efeitos nos miolos do velho, coitado.

 

Lembro que até Orochimaru chiou por perder a chance de dar uma coça em certos hostis e colocar o pé (e possivelmente outras partes do corpo) em algumas bundas inimigas. Tsunade se resignou fácil por ter perdido uma aposta em dinheiro contra um ANBU que estava no bar no dia anterior, e tudo o que queria era sair da vila o mais rápido o possível para não ter que pagar. Nem que fosse para uma inútil, tediosa, maçante e indispensável missão de reconhecimento.

 

Nosso encargo era patrulhar o Perímetro Dez da fronteira entre nosso país e o aliado País da Terra, e assegurar que nenhum inimigo em potencial estava perambulando por nosso território.

 

Uma coisa sobre guerras mundiais ninjas: elas eram longas, sangrentas, silenciosas e por incrível que pareça - politicamente corretas.

 

Mesmo os ninjas de países aliados - como o País da Terra e o País do Vento -, não eram permitidos fora de seu território. Qualquer ninja que adentrasse a jurisdição alheia sem a expressa permissão do Kage do respectivo país era imediatamente considerado nukenin e morto como inimigo.

 

Esta era a base ínfima de confiança entre as vilas ocultas. O famoso ‘inocente até que se prove o contrário’ não era válido; qualquer um que estivesse andando a esmo fora de sua região era considerado um invasor. A recíproca era verdadeira para os outros países, de modo que as finas linhas de crédito dos tratados instáveis de guerra não se rasgassem de vez.

 

Em uma guerra coisas como confiança não têm nenhum significado real. O único valor da confiança é que você pode manipulá-la.

 

Assim, ao fim da Segunda Guerra Mundial, as alianças entre nós e o País da Terra estavam volúveis como o humor de uma mulher em crise de TPM. Os perímetros eram guardados acirradamente, mesmo os civis que cruzavam territórios eram vistos com insegurança e deportados. Já estava claro para quem pudesse ver que logo as fundações de confiança entre Konohagakure e Iwagakure iriam ruir.

 

Nosso time saiu da vila armado até os dentes. Dentro de três dias já estávamos percorrendo os limites entre os dois países com mapas topográficos à mão – Tsunade reclamando do calor, eu com meus pés cheios de bolhas e Orochimaru mais impaciente que o normal.

 

Devia estar no cio.

 

“Podemos parar um instante?” Transformei meus pensamentos em voz alta após checarmos pela última vez o quadrante oito do perímetro dez. “Se eu não comer algo agora as paredes do meu estômago vão colar pra sempre.”

 

Tsunade parou imediatamente, largando sua bolsa no chão.

 

“Concordo. Eu preciso de uma garrafa de sake neste exato momen-...”

 

Porém ela não chegou a terminar a frase. Um grito perfurador de tímpanos rasgou o ar como um kamaitachi.

 

No segundo seguinte já estávamos todos em posição de ataque, os nervos chocando-se alegremente contra os vasos sanguíneos.

 

“O que foi isso?”

 

Olhei ao redor, apurando meus sentidos.

 

“Veio do próximo quadrante, há mais ou menos oitocentos metros.” Calculei a distância precariamente, colocando uma mão sobre os olhos para fazer sombra. “Ainda é nosso território?”

 

Tsunade debruçou-se sobre o mapa. Orochimaru arqueando uma sobrancelha e aproximando a representação cartográfica dos olhos para enxergar melhor.

 

“Esta área está embaçada aqui no papel.” E logo dirigiu o pai dos olhares mortais à mim, aquele tipo de olhar que diz claramente ‘neste-exato-momento-eu-poderia-arrancar-sua-cabeça-e-comê-la’. “Jiraiya, você estava com o mapa ontem.”

 

“Foram só umas gotinhas de sake...”

 

Orochimaru me olhou como se eu fosse a forma de vida mais estúpida da face do planeta. Imediatamente fiz uma nota mental para parar de usar aquele olhar nos outros, ele doía.

 

Nos aproximamos, nos escondendo em uma árvore. Ali estava o limite onde no mapa a mancha de cores misturadas tornava a linha de divisão de territórios impossível de ser distinguida. À frente havia muita fumaça e fogo, um destacamento de ninjas de Iwa parecia estar tocando o terror em uma vila de camponeses nômades.

 

“O que vamos fazer agora?” A futura Hokage cruzou os braços, outros gritos se fazendo ouvir através da mata. “Não sabemos se o território é nosso. Se não for não podemos interferir, ainda mais na atual situação do tratado entre nossos países.”

 

Eu a olhei, sem acreditar.

 

“Civis estão sendo atacados e você quer pensar em política de territórios?” Me levantei, prestes a ir até lá e acabar com aquela baderna. “Isso é um insulto a todos os nossos valores.”

 

Orochimaru me puxou pelo braço outra vez, me fazendo esconder atrás dos galhos novamente.

 

“Você não vai a lugar algum, a menos que queira que nosso país ganhe mais um inimigo declarado.”

 

Ficamos trocando olhares mortais com uma séria dose de imobilidade ocular por alguns segundos, até Tsunade dar um chiado de irritação. Eu dirigi o olhar à Orochimaru de novo, cuspindo as palavras.

 

“O que quer fazer então, gênio?”

 

“Nada. Vamos observar, e quando eles se aproximarem o suficiente para que possamos pegá-los daqui acabaremos com todos.”

 

“Não fazer nada não é um plano. Mais especificamente, é a falta de um plano!”

 

“Ah, parem!” Tsunade levantou as mãos, calando ambas as nossas bocas. Nossos olhares se redirecionaram para ela, sem entender. “Não podemos ficar parados aqui esperando eles matarem todos esses civis.”

 

Fiz menção de falar algo em concordância, mas ela aumentou seu aperto descomunal, continuando:

 

“Vamos nos dividir. Um de nós vai voltar até Konoha para comunicar Sarutobi-sensei de uma possível invasão, o outro irá até o próximo perímetro checar o mapa do próximo grupo, e o outro ficará aqui atento a todos os movimentos.” Foi só quando ambos concordamos meneando a cabeça que ela nos permitiu respirar novamente. Aquela mulher absurda... “Ótimo. Quem vai fazer o que?”

 

A decisão foi rápida. Logo nos dividimos, Tsunade com a responsabilidade de ir até o próximo perímetro e Orochimaru rumando até Konoha. Eu fiquei ali, no mesmo lugar, rangendo os dentes para mim mesmo. Era difícil observar aquilo sem poder fazer nada.

 

Aqueles homens eram completamente despidos de moral.

 

Eu já havia visto muitos massacres, muita violência e muita atrocidade durante a guerra, mas aquela visão estava fazendo o meu sangue rugir dentro das veias. Eles estavam matando famílias inteiras -, pais na frente dos filhos, filhos na frente dos pais. Incendiando casas e pessoas, torturando, mutilando corpos, estuprando mulheres.

 

Até uma visão alcançar os meus olhos - um homem arrastando um menino de no máximo seis anos por seus cabelos loiros. Ele o jogou no chão de pedregulhos, enquanto outros dois traziam duas meninas logo atrás, colocando-as em frente ao garoto.

 

As três crianças se entreolharam apavoradas, chorando enquanto os homens riam e as chutavam, gritando algo que na distância que eu estava não dava para distinguir.

 

Neste ponto eu já estava me inclinando tanto para frente que não sei como o galho não se partiu. Mas nada conseguiu me preparar para o que eu vi em seguida. Senti o sangue congelar, e cada célula do meu corpo encontrar e acumular o ódio mais profundo que eu jamais senti.

 

Antes que eu soubesse já havia avançado.

 

 

 

 

 

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Notas finais do capítulo

Agradeço a todos os que leram até aqui! Esta parte do Jiraiya é maior do que as outras porque fala da infância do Minato, e como eles se conheceram. Por isso está dividida em dois.

Por favor, digam o que acharam desta primeira parte!