Louis’ POV

Caroline acabou dormindo em meu colo e eu simplesmente não consegui pregar os olhos um segundo sequer. Fiquei o tempo todo afagando seus longos cabelos e fazendo leves carinhos por sua pele extremamente branca.

Ouvi várias vozes no andar de baixo e deduzi ser minha mãe e minhas irmãs com os outros. Nem me dei ao trabalho de levantar e ir falar com eles, pois sabia que dentro de poucos minutos minhas irmãs estariam invadindo meu quarto.

Dito e feito. A porta foi aberta com certa violência e Lottie colocou somente a cabeça para dentro. Fiz sinal de silêncio para não acordar Carol e vi seus olhos brilharem.

- Olha isso, Fizzy! – ela sussurrou e abriu a porta toda.

Senti minhas bochechas corarem com os olhares maliciosos que elas lançaram para mim e Carol. Vou internar minhas irmãs, na boa. Elas estão mais safadas que o Harry e a Caroline juntos! Exagerei, mas ok.

- Que lindos. – Fizzy fez uma careta fofa e elas riram.

- Vazem daqui! – revirei os olhos e elas fecharam a porta, soltando risinhos.

Olhei para Caroline, que ainda dormia profundamente agarrada à minha camiseta. Nunca entendi direito porque ela fazia aquilo. Era como um bebê que segura a blusa da mãe quando está sendo amamentado. É adorável de se ver.

Ouvi alguns passos em direção ao meu quarto e deduzi ser da minha mãe. A porta foi aberta e ela entrou. O sorriso que estava em seus lábios foi desfeito assim que viu Caroline em meus braços.

- O que aconteceu?

- Senta aqui, é uma longa história... – apontei para o espaço vago na cama e ela se sentou.

Contei tudo, sobre o empréstimo da ração animal até os socos que Adam levou. Só não contei a parte do passado de Caroline, porque ela me pediu para não contar para ninguém e eu não iria conseguir contar aquilo.

- Estou chocada. – minha mãe olhou para Carol com pena nos olhos.

- Imagina como eu fiquei ao ver aquela cena. – cerrei os dentes, lembrando do estado que ela tinha ficado.

- Ele a machucou?

- Os pulsos ficaram marcados e... – tirei uma parte do cabelo de Caroline que cobria os vermelhos de seu pescoço, mostrando para minha mãe.

- Céus, isso vai ficar horrível amanhã, Louis!

- Eu sei. – suspirei.

Conversamos mais um pouco até minha mãe resolver dormir. Já estava bem tarde e o sono tinha me atingido. Me ajeitei melhor na cama, ainda com Caroline em meu colo, e dormi.

[...]

Estava tudo escuro. Não conseguia ver nada. De repente uma luz intensa foi acesa a cima de mim. Fechei os olhos instintivamente e quando tornei a abri-los notei que estava em uma sala completamente branca.

- Olá, Tomlinson. – uma voz grossa preencheu o lugar e eu olhei para todos os lados, procurando a fonte daquela voz. Não vi nada. – Você não pode me ver. Eu sou o futuro. E você não pode ver o seu futuro. Se pudesse vê-lo... – a tal voz soltou uma risada desdenhosa. – Você se acha o dono do mundo, não é Tomlinson?

- Não me chama de Tomlinson! – protestei. – Eu odeio que me chamem assim.

- Você será chamado muito assim, Tomlinson. Se acostume.

- Por que? Apenas uma pessoa me chama assim... – me referi à Caroline.

- E é justamente essa pessoa que te chamará incansáveis vezes de Tomlinson. Quando ela falar com você, é claro. – a voz riu desdenhosa novamente. Mas que porra estava acontecendo?

- O que estou fazendo aqui?

- Vim lhe dar um conselho, mas infelizmente não vai adiantar de nada.

- Conselho? Que merda é essa? Eu quero ir embora! – tentei me levantar da cadeira, mas não consegui.

- Hiperativo como sempre, não consegue para quieto um segundo. Que seja. Me responda uma pergunta, Tomlinson: você é burro?

- Não! – falei rapidamente e juro que se pudesse ver essa tal voz ela estaria revirando os olhos.

- Sim Tomlinson, você é burro. Você sabe valorizar as pessoas?

- Claro!

- Tem certeza? Pense bem...

Ok, aquilo estava estranho demais. O que tudo isso significa? Não passa de um sonho idiota, não é mesmo? Então por que eu estou com medo? Estou com o coração apertado?

- Muitas pessoas já falaram para você dar valor ao seu mundo. Seus amigos vivem dizendo isso, mas você parece não os escutar. Você não se cansa de fazer burradas?

- Como? – arregalei os olhos.

- Um dia esse sonho fará sentido, mas por hora você está mais perdido que cego em tiroteio. – a voz irritante riu novamente. – Você terá que aprender a dar valor a seu mundo da pior maneira: perdendo-o.

A luz se apagou e a voz se calou. A escuridão me engoliu novamente e eu senti mais medo do que nunca. Senti o chão se abrir sobre meus pés e quando percebi estava caindo. Não me lembro de mais nada, pois acordei completamente ofegante.

[...]

Caroline’s POV

Acordei com a respiração ofegante de alguém bem perto do meu ouvido. Abri os olhos lentamente e me deparei com Louis respirando profundamente e todo suado. Estranhei, pois ele nunca acordava daquele jeito.

- O que aconteceu Louis? – perguntei e ele me olhou. Vi medo em seus olhos.

- Meu sonho... M-meu sonho f-f-foi... – sua voz estava muito trêmula.

- Calma Louis, já passou, calma. – o abracei forte e ele enterrou a cabeça no vão de meu pescoço.

Depois que Louis se acalmou, nos trocamos e descemos. Encontramos Jay e Dan na cozinha. Pietro assim que me viu correu em minha direção, se jogando em meu colo.

- Que saudades desse menino lindo! – dei um beijo estalado em sua bochecha.

- Tia Carol! – ele bateu palma e sorriu, me fazendo sorrir também.

- Feliz Natal, menininho lindo. – dei outro beijo em sua bochechinha gorda.

Dei Feliz Natal para Jay e Dan. Jay pediu para eu dar mamadeira para Pietro, então sentei no sofá da sala. Logo Louis sentou ao meu lado, me olhando com um sorriso sapeca.

- Feliz Natal, meu anjo. – ele se aproximou de mim e me deu um selinho demorado.

Sorri envergonhada e senti minhas bochechas esquentarem violentamente. Acho que nunca ia me acostumar em beijar Louis. Ou ia. Vai saber, não é mesmo?

- Feliz Natal, meu Boo Zebra.

Depois que Pietro terminou de tomar a mamadeira fomos acordar as meninas. Fizemos a maior baderna naquele quarto e Martin ficou olhando para nós assustado. Tadinho, não estava acostumado com as loucuras minhas e de Louis.

- FELIZ NATAL! – eu e Louis gritamos juntos.

- Feliz Natal, casalzinho do ano. – Lottie jogou um travesseiro em mim. – Agora tchau.

Começamos uma guerrinha básica de travesseiros e eu quase matei Louis sufocado. Ninguém mandou ele me desafiar. Só não o sufoquei porque não sabia como voltar para Londres direito.

Almoçamos em meio a risadas e muitas conversas animadas. Lottie e Fizzy vez ou outra faziam alguma piadinha comigo e com Louis, mas fingíamos que nem tínhamos ouvido.

A tarde Louis e Dan saíram para montar e eu fui para o quarto. Tomei um banho relaxante e fiquei pensando em tudo que tinha acontecido ontem. Foi um choque e tanto.

Senti meu celular vibrar e vi que era uma mensagem. Sorri ao ver quem tinha me mandado: Nathan. Lá vem.

‘Feliz Natal, menina linda! Muita saúde, paz, amor e blá blá blá. E aí, tudo bem? Já pegou o Tomlinson? Espero que sim, porque se ainda não pegou eu vou até aí e te pego. Haha. Então, tá sabendo que nosso clipe novo vai sair hoje? Pois é, se você for até seu lindo computador nesse exato momento já vai poder assisti-lo. Que tal? Aposto que você vai adorar!

Do cara mais gostoso que você já pegou, Nathan xoxoxoxoxoxo’

Dei risada com a mensagem. Nathan é um besta mesmo. Levantei para pegar meu notebook, mas lembrei que tinha deixado em casa. Não ia pegar o de Louis. Se ele soubesse que eu tinha pego o notebook dele só pra ver vídeo de The Wanted era capaz dele me matar.

Saí do quarto e fui até o das meninas. Elas com certeza me emprestariam o delas por alguns minutinhos. Quando estava quase entrando no quarto delas ouvi a voz de Louis e Dan. Corri e fechei a porta rápido.

- Anda logo, Fizzy! Põe o vídeo para carregar.

- Já vai, Lottie!

- Que vídeo? – me intrometi no meio das duas, que levaram um susto.

- Não conta pra ninguém que você viu a gente vendo esse vídeo, ok?

- Principalmente para Louis.

- Ok, mas que vídeo tão proibido é esse? – perguntei erguendo as sobrancelhas.

- É o vídeo novo do The Wanted. – Lottie respondeu suspirando apaixonada e eu dei risada.

- Chega pra lá, quero ver também! Nathan acabou de me mandar uma mensagem falando para eu ver o vídeo. – me sentei ao lado dela.

- VOCÊ TEM O NÚMERO DO NATHAN SYKES?