Kizuna escrita por teffy-chan


Capítulo 17
Capítulo 17 - O Desejo Secreto da Rainha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/223745/chapter/17


Em uma mansão do Japão Feudal, uma linda Princesa estava sempre sozinha devido ao fato de seus pais e seu irmão estarem sempre fora, ocupados demais com os negócios da família. Ela passaria seus dias mergulhada em completa solidão se não fosse pelo único servo que havia ficado ao seu lado para cuidar dela e atender a todos os seus desejos.


– O almoço está servido, Ojousama - o belo servo anunciou, depositando uma grande variedade de pratos à sua frente - Hoje o prato principal é sushi otoro
– - Otoro de novo...? Já estou cansada de comer isso - a jovem dama respondeu entediada, mas comeu assim mesmo - Hummm está bem melhor que da última vez. Você melhorou na cozinha, hein... Tadase
– Agradeço o elogio, Nadeshiko-Ojousama - o loiro fez uma reverência - Então, deixarei a senhorita à vontade para almoçar em paz. Com sua licença
– Espere - ela o chamou antes que o servo se retirasse - É muito chato fazer uma refeição sozinha. Fique comigo
– Como minha Ojousama desejar - o garoto retornou à sua posição inicial - Então, deseja que eu lhe ajude a comer? - ele pegou os hashis, pescou um pedaço da deliciosa carne e levou até a boca da garota
– Não precisa fazer isso, eu sei comer sozinha! - ela virou o rosto, fingindo irritação para disfarçar o embaraço
– Perdão, eu queria apenas ajudá-la. Sabe que faço qualquer coisa pela minha Ojousama... qualquer coisa mesmo


Nadeshiko virou-se de frente para ele para lhe dizer que essa era a obrigação dele, já que o garoto trabalhava para sua família afinal, quando viu que o rosto dele estava mais próximo do que ela imaginou. Estava há centímetros do rosto dela por sinal.


– Nee Ojousama... ao invés da comida, você não quer que eu lhe dê outra coisa? Ao invés do sushi otoro, a senhorita não prefere algo mais leve, como um chá? Ou quem sabe prefira tomar um banho primeiro? Ou talvez... eu-zi-nho?


E antes que Nadeshiko pudesse compreender o que ele queria dizer com aquilo, o rapaz tomou seus lábios para si, beijando-a ferozmente. Nadeshiko ofegou com o susto, e acabou caindo no chão em uma tentativa inútil de recuar, fazendo com que o garoto caísse por cima dela. Ela podia sentir claramente a língua dele invadindo o interior de sua boca, e explorando toda sua cavidade bucal. Depois de algum esforço, conseguiu afastá-lo dela.


– Q-Que atrevimento... f-fazer uma coisa dessas! - ela gaguejou entre um ataque de tosse, com um filete de saliva escorrendo pelo canto da boca - Como se atreve a me tocar desse jeito?! Você não passa de um mero serviçal, e sabe disso!!
– Ora, então quer dizer que a Ojousama não gostou do que eu fiz? - Tadase perguntou, encarando-a diretamente nos olhos, sem piscar uma única vez. Aqueles belos olhos escarlate pareciam hipnotizá-la, a ponto de de impedí-la de mentir e dizer que não gostou. E a vermelhidão dos olhos do rapaz pareceu contaminar toda sua face, que ruborizou instantaneamente
– N-Não diga tolices... eu quis dizer que... q-que você não deve fazer essas coisas sem o meu consentimento! - ela exclamou o mais séria que pôde, virando o rosto para o lado e desviando os olhos dele
– Entendido. Minhas desculpas, Ojousama - ele disse solenemente - Então, Nadeshiko-Ojousama... eu tenho sua permissão para tocá-la? Ou você quer que eu me afaste? Se quiser, é só dizer... que eu nunca mais colocarei minhas mãos na senhorita
– E-Então... bem... s-só dessa vez, ouviu?! - ela exclamou sem encará-lo, ainda com o rosto ruborizado - E se eu não gostar do seu desempenho... você será demitido!
– Hai! Entendido, Ojousama - ele voltou a sorrir - Darei o melhor de mim para agradá-la.


Nadeshiko não teve tempo de soltar uma última ofensa ou ameaça, como pretendia fazer. Antes que percebesse, seus lábios haviam sido tomados novamente pelo loiro em cima dela. Ele beijou-a com uma paixão jamais vista antes e, algum tempo depois, separou seus lábios dos dela para deixar a garota respirar um pouco, e começou a distribuir beijos pelo seu corpo. Beijava-lhe carinhosamente no pescoço, enquanto abria o kimono dela sem pressa, às vezes variando entre lamber-lhe a pele, e mordiscar-lhe a orelha, arrancando suspiros e exclamações da garota. Quando começou a descer com os lábios pelo corpo dela, começou a arrancar-lhe alguns gemidos involuntários também. E antes que o rapaz pudesse despí-la por completo, Nadeshiko ouviu um som ao longe.


TRIIIIIIIIIIMMMM!!!!!


– Nadeshiko... desliga esse despertador, pelo amor de Deus, estou ficando com dor de cabeça! - Temari resmungou sonolenta lá do seu ovo. Só então percebeu que sua dona havia se sentado bruscamente na cama, com os olhos arregalados, boca entreaberta, o rosto inteiramente vermelho, e suada demais para alguém que acabou de acordar em plena primavera - Ei, Nadeshiko... você está bem?? Está passando mal? Não está com febre, está??
– Mas que raio... de sonho... foi esse?! - foi a primeira frase que a garota disse ao acordar. Em seguida, identificou o som que a despertara desse sonho insano. Pegou o despertador e o jogou longe, fazendo ele bater contra a parede e perder as pilhas, finalmente parando de apitar - Porcaria de despertador... não sei se fico aliviada ou com raiva dele ter me acordado
– Ei, Nadeshiko... o que aconteceu com você?? Está toda suada e vermelha... tem certeza de que não está com febre?? - sua Chara insistiu, quando um repentino pensamento lhe passou pela cabeça - Ah, espera aí... você disse "sonho"... n-não me diga que... t-teve algum sonho estranho com o Tadase-kun?!
– M-M-Mas o que você está dizendo Temari?! - ela gaguejou nervosa, corando mais ainda, se é que isso era possível - E-E-Eu não sonhei nada, viu, absolutamente nada!!
– Mas você está toda vermelha e suando - Temari insistiu - Eu pensei que estivesse com febre, mas você acordou falando em um sonho, então eu pensei...
– Já disse que não é nada! - ela interrompeu - Eu não estou com febre, estou muito bem, viu, estou ótima! E não se atreva a falar sobre essa história de sonho com mais ninguém, ouviu?! - ela se trancou no banheiro
– Ehh... pelo visto acertei em cheio - Temari murmurou, ainda encarando a porta por onde sua dona desaparecera - Um sonho com o Tadase-kun, né... o que será que ela sonhou?




–--------------------------------




Ainda naquela manhã, Nadeshiko tomava seu café, sem prestar muita atenção no que estava comendo, pois não conseguia tirar aquele sonho estranho da cabeça. Alguns dias haviam se passado desde a viagem às fontes, e agora eles estavam em pleno fim de semana, o que significava que ela não precisaria ver Tadase hoje, o que no momento era um alívio, pois não sabia como iria encará-lo depois de ter um sonho tão sem noção quanto esse. Ainda não entendia como isso tinha acontecido. Como ela foi sonhar uma coisa tão indecente e lasciva quanto essa?! Será que a versão megalomaníaca do Chara Change do Rei andava influenciando-a de alguma forma? Seria uma boa explicação, mas isso não esclarecia o porquê da parte pervertida do sonho. Imaginou o que sua mãe tão rígida diria se soubesse que sua preciosa filha, a suposta "dama perfeita", andava sonhando tais obcenidades... sentiu um calafrio só em imaginar a reação dela, e por isso mesmo decidiu não contar sobre isso para ninguém, nem mesmo para Temari, com medo de que a notícia se espalhasse.


– Naddy... ei, Naddy, tá me ouvindo? ACORDA MULHER ESTOU FALANDO COM VOCÊ!!!
– Aaaai!! O que... o que foi Nagi?! Não precisa gritar no meu ouvido... - ela coçou a orelha, por onde o irmão tinha berrado
– Ahh preciso sim, você parece estar no mundo da lua! - ele exclamou - O que foi que deu em você?!
– Nada... não foi nada, só estou com sono ainda. O que você quer?
– Eu estava te perguntando se você tem alguma sugestão de um bom presente que eu possa dar pra Amu-chan!
– Presente pra Amu-chan? - ela repetiu confusa - Mas por que? Não é o aniversário dela
– Eu sei que não é o aniversário, mas você se esqueceu de que dia é hoje?!
– Hãn... sábado?
– Hoje é o White Day! - ele exclamou impaciente
– Ahh... - ela murmurou vagamente, totalmente esquecida da data - E você deixou pra comprar um presente em cima da hora, é?
– I-Isso não vem ao caso! - ele desconversou - Você tem alguma boa sugestão pra me dar ou não??
– Algumas, mas... tem certeza de que não tem problema consultar outra pessoa sobre isso? Quero dizer, você não devia escolher o presente sozinho?
– Nem vem, eu sei muito bem que vocês meninas conversam entre si sobre qual melhor chocolate fazer no Dia dos Namorados! - ele tornou a desconversar - E do que me adianta ter uma irmã mulher se sem sequer posso pedir esses tipos de conselhos pra ela, hein?! Afinal, quem entenderia melhor a cabeça das garotas do que uma garota?
– É... isso até que é verdade - ela concordou - Bem, então... por que você não cozinha alguma coisa pra ela? Tipo biscoitos, uma torta, ou coisa assim... você até que cozinha bem pra um garoto
– Sem essa, não estou afim de ficar cozinhando, isso é coisa de menina! - ele virou a cara emburrado
– Bem, então... você pode comprar alguma coisa pra ela... tipo uma pulseira, brincos, ou coisa do tipo...
– Pois aí é que está! - ele apontou um dedo dramaticamente na cara da irmã - Também pensei nisso, mas... Amu-chan sempre fica dividida entre comprar coisas bonitinhas cor-de-rosa, ou coisas pretas, estilo rockeira, pra combinar com aquele jeito "Cool and Spicy"... e essas coisas são completamente diferentes uma da outra! Então eu não sei o que comprar...
– Bem, nesse caso... por que você não à leva pra sair? Daí pode dizer que comprará o que ela quiser hoje, e deixa que ela mesma escolha o presente... desse jeito você não corre o risco de comprar uma coisa que ela não goste, e ao mesmo tempo, passa por uma garoto gentil e atencioso, que se preocupa com os interesses da namorada, não importando se isso é ou não verdade

– Ei, calma lá! Eu me preocupo com os interesses da minha namorada sim, ouviu?! - ele exclamou, meio ofendido - Mas essa até que não é uma má idéia afinal... é uma idéia muito boa na verdade... Naddy, é brilhante!!! - o Valete exclamou eufórico - Adorei, é isso mesmo que eu vou fazer!! Valeu Naddy você é demais!! - ele deu um forte abraço na irmã, terminou de engolir o café, e se dirigiu à porta - E o melhor de tudo é que não ficarei aqui pra ver o que vocês vão fazer, é perfeito!
– "Vocês"... como assim? - ela repetiu confusa
– Ué, hoje é o White Day afinal! Significa que o Hotori também deve ter preparado alguma coisa pra você, certo? - Nagihiko respondeu - Bom, também nem me interessa, não quero ficar aqui pra ver. E você deu sorte, já que a mamãe saiu hoje cedo, acho que foi no salão de beleza ou coisa assim... ela fica horas quando vai lá, é impressionante... então, você terá a casa toda só pra você, olha que beleza! Até mais Naddy, divirta-se e me deseje sorte! - o garoto saiu antes que ela pudesse dizer alguma coisa.


Isso mesmo, se hoje era o White Day, significava que Tadase viria visitá-la também. E justo hoje ela havia tido aquele maldito sonho que a fazia desejar com todas as forças não ver Tadase naquele dia... por que ela tinha que sonhar aquilo justo hoje?! Imediatamente sentiu seu rosto voltar a esquentar com a mera lembrança daquele sonho sugestivo, e começou a tirar a mesa e levar os pratos para a cozinha, tentando se ocupar de qualquer outra coisa para não pensar naquele sonho, isso sem falar que, à essa altura já não conseguiria comer mais nada mesmo. Quando terminou de lavar a louça, refugiou-se em seu quarto, se jogando na cama. Viu de relance o despertador quebrado que ainda jazia no chão, mas ela não sentia a menor vontade de recolhê-lo. Ainda não sabia se devia sentir raiva ou alívio por ele tê-la acordado.


– Nee Nadeshiko... o que deu em você hoje, hein?! - Temari voltou a perguntar - Você estava murmurando algumas coisas estranhas enquanto dormia, e... g-gemendo, eu acho... você sonhou com o Tadase-kun, não foi??
– É, Temari, sonhei sim - ela acabou admitindo - Mas isso é segredo, ouviu, ninguém pode saber que eu... espera aí, eu estava falando enquanto dormia? Essa não, isso é mal, muito mal... q-que foi que eu falei??
– Eu não entendi direito, o despertador abafou o som da sua voz - a pequenina respondeu, tentando se lembrar - Acho que falou algo sobre um servo... e sobre dar consentimento, algo assim. Andou assistindo Kuroshitsuji* até tarde de novo, é?
– É, andei sim, mas isso não vem ao caso agora... bem, mas se é só isso, então não é tão grave quanto eu pensei, eu acho - ela murmurou um pouco aliviada - Droga, preciso de um despertador novo... - ela virou para o lado, pensando se haveria algum jeito de escapar do White Day, quando ouviu a campainha tocar, e levantou-se de um salto
– É a campainha, Nadeshiko - Temari falou o óbvio - Não vai antender?
– Ahh... e-eu preciso mesmo?? - ela choramingou
– Claro que precisa! Vamos, talvez nem seja o Tadase-kun... pode ser um vendedor ou outra pessoa qualquer.


Ainda um tanto relutante, Nadeshiko se levantou e foi até a porta de entrada atender o visitante, e teve a prova de que a intuição feminina nunca falha: Seus pressentimentos concretizaram-se assim que ela abriu a porta e deu de cara com Hotori Tadase, sorrindo gentilmente para ela.


– Ohayou Nadeshiko-chan - ele cumprimentou, as bochechas levemente coradas, e com aquele maldito sorriso brilhante no rosto que parecia constrangê-la mais do que tudo no mundo
– O-Ohayou gozaimasu... - ela murmurou fracamente, tentando por tudo não pensar no sonho agora - Ano... o q-que faz aqui Tadase-kun? - ela perguntou, embora já soubesse a resposta
– É que... hoje o White Day, então... e-eu pensei em fazer uma visita - ele respondeu, coçando a cabeça sem graça
– Ah, certo. Entre - ela se afastou para o lado, para dar passagem ao garoto, que adentrou a casa - Vamos lá pra dentro, eu... err... e-eu vou lhe servir um chá
– Ao invés do chá, eu... gostaria de fazer uma coisa pra você - Tadase pronunciou-se, meio sem jeito - Demo... b-bem, eu realmente não sou muito bom na cozinha, então... tem alguma coisa que você queira, Nadeshiko-chan? Hoje eu farei o que você quiser, qualquer coisa!
– N-Não, não tem nada... q-que eu queira, realmente... - ela virou o rosto para o lado nervosa. Isso parecia terrivelmente com algo que Tadase havia dito no sonho dela. E parecia com alguma outra coisa também... - Espera aí... isso se parece com algo que eu disse ao Nagi mais cedo... você encontrou com meu irmão no caminho?
– Não, não encontrei - Tadase repondeu - Aliás, onde ele está? Não cumprimentei sua mãe também
– Ah, o Nagi foi ver a Amu-chan, e minha mãe foi ao salão de beleza - ela respondeu - Mas você realmente não o encontrou no caminho né??
– Não, eu não o vi hoje. Por que a pergunta?
– Não... não é nada, esquece
– Nee Nadeshiko-chan - Tadase se aproximou de repente do ouvido dela e sussurrou - Se tem alguma coisa que você quer que eu faça, me diga... mesmo se não for comida, se tiver alguma outra coisa, é só me falar que eu farei... atenderei todos os seus desejos hoje, então é só pedir.


Aquilo foi demais pra ela. A Rainha deixou escapar uma exclamação e corou furiosamente, recuando vários passos, enquanto cobria a boca com uma das mãos, e a orelha por onde ele sussurrou com a outra.


– N-N-Nã-Nã... não faça essas coisas de repente! V-Vo-Você me assustou!!! - ela gaguejou nervosa, sentindo as batidas descompassadas de seu coração que parecia que ia saltar pela boca a qualquer momento
– Ah gomen... mas, você está bem, Nadeshiko-chan? Parece estar... meio estranha hoje
– Ela está assim por sua causa, Tadase-kun! Por causa do sonho que teve com você hoje de manhã! - Temari intrometeu-se na conversa, dedurando a dona
– Temariii! Eu disse pra você não contar!! - Nadeshiko exclamou, seu rosto atingindo um tom vermelho-berrante
– Ora, então quer dizer que ela sonhou com o Tadase? Ela é realmente uma boa Rainha, pensa em seu Rei até mesmo enquanto dorme! - Kiseki intrometeu-se também, sorrindo orgulhoso - E o que foi que ela sonhou?
– É, Temari, conte como foi o sonho! - Tadase insistiu, entre empolgado e curioso - Talvez isso possa ajudar
– Bem, sobre isso... n-na verdade eu não sei, ela não quis me contar - Temari riu sem graça - Apenas ouvi ela murmurando algumas coisas enquanto dormia, e mais tarde ela me contou que tinha sonhado com você, Tadase-kun
– Mas se você a ouviu falando enquanto dormia, deve ter pelo menos uma idéia do que sua dona sonhou! - insistiu Kiseki
– Ter eu até tenho, mas... tenho a impressão de que você não iria gostar de ouvir isso, Kiseki... - a pequenina murmurou com uma gota na cabeça
– Parem de falar nesse maldito sonho!!! - a Rainha berrou, vermelha tanto de raiva quanto de vergonha
– Ihh Kiseki, melhor sairmos daqui, anda... é melhor eu ir pra longe antes que ela acabe entrando no Chara Change. Sem falar que eu tenho a impressão de que você não vai gostar de ver o que está por vir... - Temari arrastou o Reizinho com ela e os dois desapareceram
– Nadeshiko-chan - Tadase chamou - Por acaso o seu sonho... foi tão ruim assim?
– Hein? Não, não é que tenha sido ruim! - ela apressou-se a dizer - É só que... f-foi embaraçoso... tenho vergonha de contar essas coisas.


Tadase se calou por um momento, pensativo. Era bem fácil deixá-la constrangida, de modo que era difícil saber se foi alguma coisinha boba ou se foi algo realmente vergonhoso de se sonhar. Mas, por algum motivo, isso só fazia a curiosidade do garoto aumentar cada vez mais.


– Bem, então... não pode me contar nem um pedacinho desse sonho? Só as partes "não-embaraçosas"?
– Bom... no sonho eu era... era filha de um senhor feudal muito rico e poderoso... t-tipo uma Princesa, eu acho - ela contou, ainda embaraçada - E meus pais e meu irmão tinham viajado à negócios e me deixaram sozinha naquela mansão enorme... e você estava lá comigo. Eu não me sentia completamente sozinha porque... você estava lá. E você... trabalhava pra mim... tinha sido contatado pela minha família pra cuidar de mim na ausência deles
– Entendi... é como a história da Cinderela, só que ao contrário, né? Só que ao invés de ser uma moça pobre que se apaixona por um Príncipe, é o oposto - Tadase comentou pensativo, ainda que as histórias não fossem tão parecidas assim. Ao contrário do que Nadeshiko pensara, ele não parecia ter se ofendido nem um pouco com o fato de trabalhar para ela no sonho - Bom, então... hoje você será minha Princesa o dia todo! E eu realizarei todas as suas vontades... Nadeshiko-Himesama
– M-M-Mas o que você está dizendo agora?! - ela gaguejou nervosa, sentindo o rosto voltar a esquentar - E qual é a desse negócio de "Hime-sama"?!
– Bem, é que você disse que era uma Princesa no sonho, então... hoje você será uma Princesa o dia inteiro, Hime-sama! - Tadase repetiu sorridente - Hoje eu irei realizar o seu sonho e atenderei todos os seus desejos, então peça o que quiser, Hime-sama - ele fez uma reverência e ajoelhou-se diante dela
– No sonho - ela murmurou fracamente - Você me chamava de... "Ojousama"
– Ah, é? Mas você disse que você era uma Princesa...
– M-Mas eu não era uma dessas princesas de Contos de Fada, eu não morava em um Castelo! - ela exclamou nervosa - Eu era... filha de um senhor feudal, morava em uma mansão, usava um kimono lindo, como daquelas damas ricas de antigamente... essas coisas...
– Entendi. Como quiser então, Ojousama - Tadase tornou a curvar a cabeça, e Nadeshiko podia jurar que ele iria trazer o almoço com sushi otoro, para depois agarrá-la e roubar-lhe beijos a qualquer momento
– Ano... v-você tem certeza de que... não tem problema fazer isso? - ela perguntou uma última vez
– Claro que não, eu disse que hoje faria o que você quisesse, não disse, Ojousama? - Tadase falou, sorrindo docemente
– B-Bem, então... já que você está tão decidido a realizar meu sonho... p-primeiro temos que dar um jeito nas suas roupas. Elas não se parecem nem um pouco com as do sonho - ela falou, tentando se concentrar em qualquer coisa que lhe ajudasse a recuperar a compostura
– Tudo bem. O que quer que eu vista?
– Humm vejamos... ah, já sei! Espere aqui um minuto!


Ela saiu correndo para onde ficava os quartos, invadiu o quarto do irmão, depois de vasculhar o armário por alguns minutos, achou o que procurava, deixou a roupa em cima da cama e voltou para onde Tadase estava.


– Vá até o quarto do meu irmão. Deixei uma roupa em cima da cama... e quero que vista ela
– Está bem então... - Tadase murmurou, entre confuso e curioso, dirigindo-se ao quarto.


Enquanto Tadase se trocava, Nadeshiko foi até seu próprio quarto, e resolveu se trocar também. Se ia mesmo realizar o sonho insano daquela manhã, não custava nada ela também se vestir de acordo. O problema era até onde essa "realização do sonho" iria. A parte de Tadase lhe servir como se ela fosse uma Princesa já era embaraçosa, mas daria pra aguentar. O problema era o que viria à seguir. Jamais teria coragem de admitir que teve um sonho tão indecente com o Rei, não conseguia nem acreditar nisso ainda!!


Ainda pensando nisso, Nadeshiko retornou à sala e, poucos minutos depois, Tadase também saiu. Ele trajava um kimono parecido com o de um samurai, com as mangas azul-claras e o decote um pouco aberto demais, revelando apenas uma parte sugestiva de sua musculatura, e a parte debaixo bem larga e branca. Também tinha uma faixa branca, como a daqueles lutadores de artes marciais, amarrada à cabeça, deixando as duas pontas esvoaçarem atrás.


http://desmond.imageshack.us/Himg801/scaled.php?server=801&filename=tadashiko.jpg&res=landing


– Ano... a-assim está bom pra você? - ele perguntou sem jeito, e sem entender qual o propósito de usar aquela roupa
– K-K-Ka... kakkoi... - ela murmurou sem conseguir tirar os olhos dele, vermelha até a raíz dos cabelos. Não queria admitir, mas tinha ficado muito melhor do que no seu sonho. Nem em suas fantasias mais insanas e secretas, que nem ela mesma sabia que tinha, seria capaz de imaginar uma coisa tão perfeita como aquela
– S-Sério? - Tadase perguntou, ainda sem entender qual era a graça de usar aquela roupa - Bom, ainda bem que tinha essa roupa aqui então né...
– Meu irmão a usou no último ano-novo. Não cabe mais nele, então... achei que serviria em você - Nadeshiko respondeu, tentando se recompor
– Ah, entendi. Ué... você também trocou de roupa - o Rei comentou ao notar o kimono rosa e lilás que ela vestia
– Ah, sim. Eu usei esse kimono na apresentação de dança do ano passado, e... bem, ele é um pouco parecido com a roupa que eu usava no sonho, então resolvi vestir - ela explicou sem jeito
– Entendo. Você ficou linda assim... Ojousama - Tadase fez uma breve reverência segurando a mão da garota, levando-a até os lábios e beijou-a
– Ahh... etto... o-obrigada - ela gaguejou nervosa, afastando a mão e sentindo o rosto esquentar rapidamente, como se tivessem jogado água fervendo nele
– Então, quais suas ordens, Ojousama? - Tadase perguntou, se levantando
– Ano... t-tem certeza de que quer fazer isso Tadase-kun??
– Claro que tenho! Como você me pergunta isso depois de termos nos vestido assim? - ele falou, apontando para a própria roupa - Então, por favor, diga suas ordens, Ojousama
– E-Então... bem... acho que está na hora do almoço, não é? Vamos comer alguma coisa
– Hai, wakarimashita! - ele exclamou sorrindo, e já ia sair andando para a cozinha, quando se lembrou de um detalhe crucial, e acrescentou - Ano... v-você não está pedindo pra eu cozinhar alguma coisa... está? - ele indagou receoso. Realmente estava disposto a fazer qualquer coisa que ela pedisse hoje, mas cozinhar realmente não estava entre seus pontos fortes
– Hein? Ah, não, não! - ela apressou-se a dizer, lembrando que o garoto não tinha o menor dote culinário - Tem comida pronta na geladeira, só precisa esquentar e trazer pra sala. Etto... você sabe como esquentar comida, não sabe??
– Hai! Até mesmo alguém como eu pode esquentar comida - ele riu, coçando a cabeça sem graça - Então, eu cuidarei disso! Por favor acomode-se e espere, Ojousama!


Tadase saiu correndo em direção à cozinha, animado demais para alguém que estava servindo uma garota, e Nadeshiko sentou-se à mesa para esperar. Aquela era exatamente a mesma mesa em que comeu sushi otoro no seu sonho. A mesma mesa por trás da qual Tadase a derrubou no chão e beijou-a ferozmente, sem se importar com mais nada... tudo estava acontecendo exatamente como no seu sonho. Será que haveria a possibilidade de tudo continuar assim? E se continuasse... até onde eles iriam?


Antes que Nadeshiko concluísse esse pensamento, Tadase voltou, trazendo um prato de yakisoba.


– Aqui está, Ojousama - ele depositou o prato sobre a mesa
– Obrigada - ela sorriu sem jeito - Ué... só um? Você não vai comer Tadase-kun?
– Eu jamais poderia comer à mesa junto da minha Ojousama - ele se inclinou respeitosamente - Então, vá em frente
– Nada disso. Você vai comer comigo sim. É uma ordem da sua Ojousama - Nadeshiko falou o mais séria que pôde, embora ainda estivesse irremediavelmente corada
– Então... se minha Ojousama insiste - ele deu um sorrisinho sem graça - Mas, você primeiro.


Ele se apoderou dos hashis, pegou um pouco de yakisoba, e levou até os lábios da Rainha, que ofegou de surpresa com aquele gesto, mas comeu.


– Humm... delicioso - ela falou depois de engolir o alimento
– Que bom... apesar de que não fui eu que fiz a comida - ele riu sem graça - Então, abra a boca
– Não - ela o interrompeu - Agora é sua vez - ela tomou os hashis dele, pegou mais um pouco de yakisoba, e os levou até os lábios do garoto
– M-Mas... você não devia fazer isso... você é a Ojousama afinal
– Tudo bem. Eu... fiz isso no sonho - ela respondeu sem jeito. Isso não era bem verdade, mas realmente se sentiria culpada se o garoto ficasse com fome por culpa dela
– Hmm... está ótimo - Tadase disse feliz depois de engolir a comida - Mas Ojousama... esse é o mesmo hashi que você usou pra comer, não é?
– É sim, por que?
– Bem, então... isso é um beijo indireto, certo?
– M-M-Mas o q-que você está d-dizendo?!! - ela exclamou nervosa, com os olhos arregalados e o rosto tornando a se tingir de vermelho - Isso não faz diferença agora, faz?! Nós já... n-nos beijamos afinal...
– Tem razão, por favor, perdoe- me - ele se inclinou brevemente - Bem, agora diga "ahh".


Ele tornou a se apoderar dos hashis, levando mais um punhado de yakisoba aos lábios dela que, ainda um tanto embaraçada e relutante, abocanhou a comida. Enquanto ela mastigava, ele comeu mais um pouco também, já que também estava com fome. E só quando ambos estavam terminando de mastigar é que Tadase percebeu que um dos fios de yakisoba que ela devorava estava com a outra ponta ligada à sua própria boca. Ele tornou a pegar os hashis e já ia cortar o fio no meio, quando Nadeshiko também notou isso e o deteve. Ele olhou para a Rainha perplexo, tentando explicar apenas com gestos a situação em que se encontravam, mas ela apenas balançou a cabeça, indicando que estava tudo bem. Tadase corou quase tanto quanto ela, e terminou de comer o fio de yakisoba que estava ligado aos lábios da Rainha, selando seus lábios nos dela. Logo engoliram o que restava do fio de yakisoba que os unia, mas não se afastaram. Aos poucos, Tadase foi movendo as mãos, apoiando-as nos ombros dela e deixando que escorresssem por seu corpo, abraçando-a carinhosamente pela cintura. Nadeshiko fez o mesmo e atirou seus braços ao redor do pescoço dele, envolvendo-o em um forte abraço. Tadase aprofundou mais o beijo, arrancando um gemido baixo dela, que sentiu o rosto esquentar ainda mais. E quando ela estava começando a sentir falta de ar, Tadase a soltou.


– Ano... você ainda quer comer, Ojousama? - Tadase perguntou, meio ofegante, e sem saber o que dizer
– N-Não... não estou mais com fome - ela respondeu, lentamente voltando ao seu lugar
– Bem, então... gostaria de uma massagem? - ele sugeriu
– Massagem?!
– Sim. Você parece estar meio tensa... talvez uma massagem lhe ajude a relaxar - o garoto insistiu, sem perceber que possuía grande parcela da culpa por ela estar tensa
– Sei... acho que uma massagem seria bom - ela acabou concordando. Aquilo não aparecia no seu sonho afinal... talvez não fosse tão perigoso.


Depois que Tadase recolheu a louça e a levou de volta para a cozinha, fez com que Nadeshiko sentasse em uma poltrona e se ajoelhou diante dela, apoiando seu pé esquerdo no próprio joelho. Ele mesmo já tinha recebido massagens antes graças aos seus surtos de Chara Change, que obrigavam quem quer que ocupasse o cargo de Valete a realizar tarefas sem sentido, dentre elas, aplicar massagens no Rei, então sabia exatamente quais áreas devia massagear. Começou a acariciar o pé macio, apertando nos lugares certos, fazendo a garota ofegar mais de uma vez. Depois de algum tempo, soltou-o e o trocou pelo pé direito, repetindo a mesma ação. Encarou o rosto corado da menina enquanto a massageava e a viu se contorcer na poltrona, tentando conter os próprios impulsos, e deixou escapar um sorrisisnho. Subiu um pouco mais a mão, massageando o tornozelo, e tocando aquela pele suave e clara, e avançou um pouco mais, abrindo um pouco parte do kimono da garota sem perceber, e deixando parte das pernas dela à mostra. Avançou um pouco mais e, quando ultrapassou o joelho, ela o deteve.


– E-Ei, até onde está pensando em ir, hein?! - ela exclamou assustada, vermelha até as orelhas, e segurando a mão de Tadase, impedindo-o de continuar
–Então, a Ojousama prefere que eu massageie seus ombros agora? - ele desconversou, se levantando e pondo-se atrás da garota
– O que?!
– Seus ombros pareciam um pouco tensos quando eu a abracei mais cedo. Talvez uma massagem resolva isso - ele insistiu, apoiando as duas mãos nos ombros dela. Em seguida abaixou-se, colocando a própria boca na altura do ouvido dela, e sussurrou - Ou você não quer?
– N-Não é isso... err... p-pode fazer - ela murmurou sem jeito, evitando olhar pra ele.
– Wakarimashita. Então, vou começar, Ojousama.


Mais uma vez, Tadase iniciou a massagem, pressionando seus ombros nos lugares certos. Não podia mais ver seu rosto corado agora que estava atrás dela, porém, agora que estava mais perto, podía ouví-la com mais clareza. Ouviu Nadeshiko ofegar várias vezes, sempre que ele a tocava em uma área mais sensível, e deixar escapar alguns gemidos involuntários. Tadase surpreendeu-se com aquilo. Não se lembrava de gemer nenhuma vez quando recebia massagens, então por que ela estava fazendo isso? Será que ele estava fazendo alguma coisa errada? Não, se fosse isso, ela provavelmente teria dito. Será que ela estava gemendo... por que era ele quem a estava tocando? Será?? Tadase queria muito perguntar isso, mas teve a sensação de que ela negaria veementemente, não importando se fosse ou não verdade. Resolveu então testar sua teoria de outra forma: Aumentou a velocidade e a intensidade do seu toque, à medida de como ela reagia. Ouviu outro gemido baixo e longo por parte da garota e sentiu-a tremer entre suas mãos. Agora que reparou, ela estava meio ofegante também. Ou melhor, muito ofegante, como se tivesse ficado debaixo d'agua por vários minutos sem respirar. Tadase ainda estava surpreso com aquilo, achava que era um exagero de reação, mas, por algum motivo, resolveu continuar. Queria ver até aonde a garota aguentaria, queria ouvir mais da voz dela. Depois de pensar alguns instantes se realmente valeria a pena ousar fazer o que tinha em mente, ele afastou um pouco a gola do kimono dela para os lados, afim de apalpar diretamente a pele, e consequentemente aumentando o decote do kimono.


– Ei, Tadase-kun! O que pensa que está fazendo?! - ela exclamou, assustada ao notar o que ele estava fazendo
– Apenas pensei que a massagem teria mais efeito se eu pudesse tocá-la diretamente na pele, Ojousama - ele respondeu com o tom de voz mais inocente que conseguiu produzir
– M-Mas desse jeito, você vai... err... v-você.... v-você está querendo m-me despir?! - ela indagou nervosa, vermelha até a raíz dos cabelos
– De modo algum, Ojousama! - ele apressou-se a dizer - Eu apenas queria que a senhorita apreciasse melhor a massagem. Mas, se a senhorita não quer, eu paro - ele afastou as mãos dela
– E-Espere! Isso... v-você realmente só vai fazer uma massagem né?? - ela perguntou, mal acreditando que ousaria continuar com isso
– É claro. Eu disse que hoje faria tudo que minha Ojousama quisesse - ele lhe lembrou - Mas, se desejar alguma outra coisa que não seja massagem, é só dizer...
– N-Não, só a massagem está bom!
– Tem certeza?
– T-Tenho... espere - ela segurou o decote do kimono com força, usando as duas mãos - P-Pronto, pode continuar.


Ele afastou um pouco mais a gola, até que ela caísse por seus braços, deixando os ombros dela à mostra. Se Nadeshiko não estivesse segurando o decote do kimono, muito mais coisas do que apenas seus ombros estariam à mostra agora. Tadase já ia dar continuidade à massagem, quando reparou nas duas alças finas e brancas que passavam pelos ombros dela e desapareciam dentro da roupa.


– Ano... isso é...? - ele murmurou a pergunta incompleta, meio envergonhado, segurando uma das alças
– Ahh droga, esqueci! - ela exclamou - Isso... s-sim, é o que você está pensando. Você quer que eu tire por acaso??
– Não, não precisa!! - ele apressou-se a dizer, o rosto tingindo-se de vermelho tão rápido quanto um semáforo muda de cor
– Mesmo? Isso... pode atrapalhar, não?
– N-Não importa, eu... darei um jeito - Tadase respondeu, tentando evitar olhar para aquelas alças tão finas e delicadas que pareciam atrair seus olhos, e se esforçando ao máximo para não imaginar à quê elas estavam ligadas, embora ele já soubesse a resposta.


Continuou a massagem assim mesmo, tentando não tocar na parte da peça íntima da garota à mostra, pressionando seus ombros nos lugares certos. Quase se esqueceu do motivo de ter feito aquilo. Assim que aumentou a intensidade da massagem, ouviu-a soltar um gemido,dessa vez mais alto que antes. Estava tão entrertido em ouvir os diversos sons que a garota produzia, que quase não percebeu que suas mãos haviam descido demais, e agora tocavam mais do que apenas seus ombros. A garota soltou um grito assustada, e se levantou, esquecendo-se de continuar segurando o kimono por causa do susto, que deslizou suavemente pelo seu corpo, ficando preso apenas pela faixa amarrada à sua cintura. Para sua sorte, ela ainda estava de costas para Tadase, de modo que ele não viu nada que realmente não devia. Ainda assim, ela gritou ainda mais alto ao perceber o que aconteceu, e ajeitou a vestimenta o mais rápido que suas mãos trêmulas lhe permitiram. Quando terminou, virou-se de frente para Tadase, e falou:


– V-Você... q-q-que pensa que está fazendo, hein?! Me t-tocando desse jeito, e me despindo... v-você disse que ia apenas atender à todas as minhas vontades hoje, não era?! Pois não é isso que você está fazendo agora!! Isso é... é embaraçoso demais, eu... n-não consigo fazer esse tipo de coisa ainda!! - ela gaguejou nervosa, sem saber o que dizer nesse tipo de situação. Aquilo era exatamente como no sonho, quando Tadase começou a tocá-la tão despreocupadamente, sem se importar com limites, nem se ela queria ou não aquilo. Sabia que, se tivesse continuado sonhando, eles teriam feito muito mais do que aquilo, e tinha medo de algo assim acontecesse na vida real também.


– Gomen, eu... realmente não queria faltar com o respeito nem nada assim... gomen nee Nadeshiko-chan... q-quero dizer, Ojousama... por favor, não fique brava comigo. Eu só... b-bem, eu meio que me distraí olhando pra alça do seu... s-seu... seu s-s-su-sut... ahh você sabe!! E não vi... aonde estava tocando - ele concluiu sua explicação, tão embaraçado quanto a Rainha
– Você realmente... ficou distraído com isso? Relmente se distraiu tanto com isso a ponto de não ver aonde suas mãos tocavam?? - ela perguntou um tanto desconfiada
– Sim... desculpe - ele respondeu, com uma adorável carinha de filhote abandonado
– Nee... por que você se interessa tanto por isso afinal? Quando fomos àquela pousada com fontes termais foi a mesma coisa... por que isso atrai tanto assim a sua atenção?
– E-Eu não sei bem... acho que... fiquei apenas curioso. Já que eu... nunca tinha visto um desses, entende? - ele falou, embora soubesse que havia algo mais nisso que o atraía. Só não sabia bem o quê - D-De qualquer forma, me desculpe pelo que eu fiz antes
– Tudo bem... deixa pra lá - ela respondeu, um pouco mais calma - Quero dizer, você é meu namorado afinal, então acho que isso é normal, mas... v-você fez aquilo de repente, então... me pegou de surpresa. Devia existir algum tipo de aviso prévio pra isso, não se faz essas coisas assim do nada! Ainda mais porque... v-você nunca tinha feito algo assim antes... pelo menos não que eu me lembre. Então, quero dizer... eu sei que o normal seria... a-acabar fazendo essas coisas com o passar do tempo... e indo mais além, mas... não faça essas coisas assim do nada! Avise antes, ou coisa parecida, não faça isso de repente... a-ainda mais enquanto estiver atuando ser meu mordomo, e não meu namorado!
– Entendi, Ojousama. Então eu irei me retirar agora, e trarei seu namorado de volta... certo, Nadeshiko-chan? - ele falou, andando lentamente na direção dela, vendo que agora a garota estava mais calma
– Certo... Tadase-kun - ela deixou escapar um pequeno sorriso
– Então... eu posso te beijar agora? - ele perguntou, sussurrando em sua orelha
– C-Claro... n-não precisa pedir permissão pra isso! - ela exclamou, sentindo sua face tornar a esquentar
– Entendido, Ojousama
– Ei, não precisa mais me chamar de Ojou...!


Antes que ela completasse a frase, Tadase tomou mais uma vez seus lábios para si, abraçando-a pela cintura. Nadeshiko ofegou, um pouco surpresa, mas logo o abraçou de volta. Sentia as mãos dele deslizarem suavemente pelo seu corpo, enquanto entreabia os lábios, dando permissão para que a língua dele adentrasse sua boca, aprofundando o beijo. Sentiu-o apertar o abraço, colando ainda mais seus corpos, e deixou escapar um gemido rouco ao sentí-lo intensificar cada vez mais o beijo, suas línguas se tocando, como se dançassem em um ritmo perfeito, como em uma música lenta sem trilha sonora. Conforme escorria as mãos pelo corpo dela, acabou deslizando novamente a gola do kimono dela pelos seus ombros, deixando o traje meio caído novamente. Como a roupa dele já tinha naturalmente o decote mais aberto, Tadase pôde sentir claramente seus corpos se tocando, aquela pele tão macia e sedosa roçando na sua, e apertou ainda mais o abraço, só para sentir esse toque com mais clareza, fazendo com que ela deixasse escapar outro ruído rouco.
Vários minutos depois, quando ambos já estavam sem ar, eles se separaram.


– Nee... Nadeshiko-chan - ele chamou, com a respiração descompassada, colando a própria testa na dela
– O que... o que foi... Tadase-kun? - ela perguntou ofegante
– Daisuki...
– Humm... eu também. Suki dayo mo... Tadase-kun - ela respondeu sorrindo.





–-------------------------------------





Naquela noite...


– Cheguei! - Nagihiko exclamou, mais alto do que o necessário, adentrando o quarto da irmã - Naddy, valeu pela dica, deu certíssimo, foi incrível! Só uma garota mesmo pra entender o que outra garota pensa!
– Ah, é? Que bom que deu certo... - ela respondeu, deitada na cama, nem sei lembrar mais do que tinha dito pro irmão hoje de manhã
– Por que você está com essa carinha tão sonhadora, hein...? - ele indagou desconfiado
– Você estava certo, o Tadase-kun veio aqui hoje - Temari intrometeu-se, um tanto sorridente demais
– Ah, ele veio, é? E aí, como foi?
– Humm... tudo bem... - a Rainha respondeu vagamente
– Hum que misteriosa... bom, melhor assim, também não me interessa saber o que vocês fizeram - Nagihiko respondeu, tentanto não imaginar coisas
– Ahh mas eu sim quero saber! - intrometeu-se Rhythm, também sorrindo, só que de um jeito mais pervertido - Nee Temari, você sabe o que eles fizeram, não sabe?? Me conta, vai!
– E você acha que eu sou louca de ficar aqui pra ver?! É ruim hein, fui embora antes que a coisa esquentasse - a pequenina respondeu
– Ahh não pode ser!! - lamentou Rhythm - Mas nem espiar de longe você espiou?! Aposto que espiou, garotas adoram fazer essas coisas! Me conta por favoooor!!
– Já chega Rhythm, eu não quero saber o que eles fizeram, e se você descobrir, aposto que vai ficar falando isso aos quatro ventos, então é melhor que você não saiba também! - o Valete afastou seu Chara de Temari - Bom, eu só vim aqui mesmo pra agradecer, então... vou te deixar aí sonhando com aquele Rei pamonha, até mais - Nagihiko saiu do quarto da irmã, que provavelmente nem tinha ouvido a última frase do Valete, de tão perdida que estava em seus pensamentos
– É, a coisa deve ter sido boa mesmo... foi como no seu sonho, Nadeshiko? - Temari perguntou curiosa
– Sabe de uma coisa? - a Rainha falou - Foi muito melhor do que no sonho.








* Kuroshitsuji é um anime sobre um mordomo demoníaco que é obrigado a servir Ciel Phantomhive, um garoto de doze anos, cabeça da nobre família Phantomhive, devido a um contrato que fez com Ciel.







*** Próximo Capítulo: Pensando no Futuro ***




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ohayou minna!
E aí o que acharam? Surpresos de uma dama perfeita como a Nadeshiko ter sonhado uma coisa daquelas? É tudo culpa desses animes suspeitos que ela anda assistindo, viu, são uma péssima influência pra cabecinha dela u__u (mentira, é culpa da autora mesmo que se empolga escrevendo -.-" )
Eu devia ter feito o capítulo do White Day há mais tempo na verdade, parece que faz vários meses desde o Dia dos Namorados né... mas é tudo por causa daquela viagem que parece que demorou um mês, mas que na verdade só durou um único fim de semana pra eles =P
Ahh e me desculpem por esse desenho tosco, eu sei que tá horrível, na minha imaginação estava muito melhor do que isso, mas isso foi o melhor que consegui fazer... sem falar que aquele maldito cabelo de anteninha do Tadase é difícil demais de desenhar!!! @____@
E desculpem também pelo tamanho gigantesco do capítulo, quando fui ver que tava enorme assim tbm fiquei espantada... mas como eu disse, acabei me empolgando demais escrevendo XP Tentarei fazer o possível pra que isso não se repita! A menos que vocês gostem de capítulos longos, se gostarem, digam nos reviews onegai =D
Deixem reviews por favor! A cada review que você não deixa, um autor morre. Ajude a salvar os autores de fanfics comentando nas histórias! Não deixe os autores morrerem!!
Kissus e até semana que vem ^__^