Kizuna escrita por teffy-chan


Capítulo 10
Capítulo 10 - Garotas VS Garotos?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado para Shiroyuki-chan, já que foi por causa dela que eu escrevi uma cena de flash-back que só eu sei o trabalho que deu -.- Espero que goste, Shiro-chan XD
Boa leitura^^



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No dia seguinte, por mais que não quisessem, os Guardiões acabaram indo para a escola. Assim como Nagihiko previu, as alunas estavam completamente ensandecidas. Era bem pior do que de costume, ou do que no dia anterior, quando choveu cartas de amor para os três Guardiões garotos. E de alguma forma, parece que a notícia sobre os três terem brigado com suas namoradas ao mesmo tempo (o que não era bem o caso de Kukai, já que ele mantinha seu relacionamento em segredo, mas ainda assim descobriram que ele tinha brigado com Yaya) foi descoberta e espalhada rapidamente entre os estudantes, de modo que as alunas pareciam estar ainda mais enlouquecidas e assustadoras do que o normal. Kukai e Nagihiko tinham cogitado a hipótese de aceitarem os chocolates das alunas só pra implicar com Yaya e Amu, mas, no último instante, acabaram seguindo o exemplo do Rei e rejeitando todos.


Por sua vez, as três Guardiãs tinham até cogitado conversar com eles quando chegassem à escola, mas logo perceberam que seria impossível com tantas alunas em volta, então decidiram adiar isso até a hora de irem para o Royal Garden, ou até a saída da escola, isso se ainda sentissem vontade de conversar até lá, pois o assédio frequente das alunas só estava irritando ainda mais as três garotas.
Amu e Yaya pareciam ser as mais zangadas e, por causa disso, a Coringa decidiu acompanhar a mais nova até a classe dela, tanto para não ver o assédio frequentes das alunas em relação à Nagihiko, quanto para acalmar a amiga em relação à Kukai, uma tentando acalmar a outra. Nadeshiko preferiu ir para sua classe primeiro. Olhou da porta e viu que, felizmente para ela, Tadase ainda não estava em seu lugar. Aproveitando que o Rei ainda não tinha chegado, ela entrou, deixou a mochila em seu lugar de sempre e foi falar com o irmão.


– Oi Nagi, bom dia
– É... não sei se é tão bom assim, mas enfim...
– Você devia estar mais contente, aposto que ganhou montanhas de chocolate só no caminho até a sala - ela comentou como quem não quer nada
– Não... as garotas até que me ofereceram chocolates, mas eu recusei todos
– Ah, sério? Que surpresa, eu pensei que aceitaria depois do que houve ontem. E não me diga que vai rejeitar o chocolate da sua linda irmãzinha também? - ela lhe estendeu uma caixa embrulhada em papel liás, amarrado com uma fita prateada
– Não... acho que o seu eu posso aceitar. Obrigado - ele pegou a caixa meio surpreso - Não pensei que fosse fosse fazer chocolates depois do que aconteceu
– Eu não ia mesmo... mas meus amigos e meu irmão não têm nada a ver com meus problemas pessoas, e eu sempre faço pra eles mesmo. Entreguei uma caixa pro Souma-kun agora a pouco também, e ele também ficou bem surpreso
– Humm... e pro Hotori, você não fez? - Nagihiko perguntou, com a boca cheia de chocolate que ele já tinha aberto - Quer um pedaço?
– Não obrigada. E isso é... bom... e-eu não sei se devo dar chocolates pra ele depois do que houve ontem - ela abaixou a cabeça, entre envergonahda e abatida - Nee Nagi... Amu-chan me contou o que aconteceu com vocês. Você não beijou a Yamabuki Saaya porque quis, beijou? Não posso acreditar que você tenha feito uma coisa dessas de livre e espontânea vontade depois de tudo o que ela aprontou com você e comigo
– Ehh... então ela já foi fazer fofoca pra você, é? Vocês garotas não perdem tempo, hein?! - ele comentou mal-humroado
– Nós garotas conversamos sobre nossos problemas para ajudarmos umas às outras. E nem vem tentar me dar lição de moral que eu sei muito bem que você foi pra casa do Souma-kun ontem, e aposto que o Hotori-kun estava lá também
– "Hotori-kun"... você voltou a chamar ele pelo sobrenome?? - o Valete perguntou
– Eu não sou mais namorada dele mesmo... por que deveria chamá-lo pelo primeiro nome afinal? M-Mas isso não vem ao caso agora. Responda minha pergunta, você fez aquilo porque quis, sim ou não??
– Hunf... como se eu pudesse fazer algo assim por vontade própria. Nem no Chara Change eu faria uma loucura dessas! - o garoto respondeu aborrecido, virando o rosto pro lado - Foi aquela garota que apareceu do nada e me roubou um beijo. Ela me encurralou contra uma parede de repente, e... antes que eu me desse conta, ela já estava... m-me beijando... e a Amu-chan tinha que chegar justamente nessa hora e ver tudo, foi por isso que ela interpretou mal os fatos!
– Então ela realmente te roubou um beijo né... bem, eu imaginei que teria sido algo assim
– E precisou vir aqui me perguntar pra ter certeza, é??
– Eu tinha um palpite de que algo assim teria acontecido, mas precisava ter a certeza de que meu irmão não era um canalha traidor, por isso vim falar com você - Nadeshiko respondeu incrivelmente séria - Mas agora... você sabe que não adianta se explicar só comigo, não é? Tem que falar isso pra Amu-chan também
– Se ela estiver tão zangada quanto ontem, não vai adiantar nada eu ir falar com ela... sem falar que a culpa não é minha, é da Yamabuki Saaya! Então por que eu deveria ir me explicar e pedir desculpas pra Amu-chan?!
– Pode até não ser culpa sua, mas a Amu-chan é menos culpada ainda - Nadeshiko argumentou - E não se preocupe, Amu-chan está mais calma hoje... você só precisa escolher o momento certo pra falar com ela
– Eu sei que precisamos conversar, mas... é mais fácil falar do que fazer - ele tornou a virar o rosto para o lado, um tanto aflito
– Ohayou minna! Sei que estão todos agitados por causa do dia de hoje, mas está na hora da aula agora, então sentem-se em seus lugares, por favor! - Nikaidou adentrou a sala de aula sorridente, carregando uma enorme pilha de livros mal equilibrada em seus braços
– Eu preciso ir me sentar agora, depois conversarmos - Nadeshiko já ia voltar ao seu lugar, quando Nagihiko a segurou pelo pulso, detendo-a
– Ei, Naddy. Você sabe que não sou o único que tem problemas pra resolver, não é? Você devia falar com o Hotori também, e quanto mais rápido, melhor
– Eu sei disso. Mas, como você mesmo disse... é mais fácil falar do que fazer - ela respondeu de cabeça baixa, voltando para o seu lugar em seguida.




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As aulas terminaram surpreendentemente rápido naquele dia. Em contrapartida, o horário de intervalo e de almoço pareceram se arrastar terrivelmente devagar. Geralmente isso seria uma coisa boa, mas para os Guardiões, era um fato terrivelmente cansativo e constrangedor. Não que eles não estivessem acostumados a receber chocolates no Dia dos Namorados. Pelo contrário, já estavam mais do que habituados a ter filas e mais filas de meninas lhe oferecendo chocolates caseiros. Só não estavam acostumados em ter que recusá-los, ainda mais quando estavam brigados com as meninas Guardiãs. O clima daquela tarde no Royal Garden foi de pura tensão. Quase dava pra ver a pressão imposta sobre eles, que nenhum dos seis sabia como resolver. Até queriam tentar acabar com isso e fazer com que as coisas voltassem a ser como antes, mas se já era difícil fazer isso quando estivessem à sós, mais difícil ainda seria fazer isso com mais gente em volta.


Por fim, eles não tiveram praticamente nenhum progresso com os documentos que deveriam revisar naquela tarde, sem falar nos do dia anterior que eles deixaram de lado por causa das cartas de amor que tiveram que responder e, vendo que não conseguiriam se concentrar nos documentos mesmo, decidiram deixar isso para outro dia e sair mais cedo, pelo menos era melhor do que fazer um trabalho mal-feito.

Ou pelo menos assim eles planejaram.


Yaya havia retornado até a sala do sexto ano para buscar sua mochila que ela esqueceu na sala de aula. Mal saiu da classe e se chocou com alguma coisa grande que estava e seu caminho. Pouco antes de cair, viu um borrão azul à sua frente e tentou se segurar nele para que não levasse um tombo, mas, a única coisa que conseguiu foi fazer com que o "borrão azul" caísse junto com ela, e em cima dela ainda por cima.


Yaya reclamou de dor por causa do tombo por alguns segundos, mas, assim que abriu os olhos, esqueceu-se da dor completamente. Isso porque acabou descobrindo que o "borrão azul" que acabou caindo em cima dela era verdade ninguém mais, ninguém menos do que Souma Kukai. Yaya sentiu-se estática por um momento, ao ver aquele lindo par de esmeraldas encarando-a tão de perto. Estavam tão próximos que a garota podia sentir a respiração ofegante e quente dele batendo em seu rosto. Kukai também sentiu-se completamente paralizado. Nunca havia estado em uma situação dessas com garota nenhuma, era uma coisa completamente nova para ele, aliás, para ambos, na verdade. Enquanto encarava o rosto corado da menina embaixo dele, Kukai foi tomado por uma súbita vontade de beijá-la e sentir o sabor daqueles lábios doces mais uma vez. Desejo que não pôde ser cumprido devido à recente briga entre eles. Sua primeira briga na verdade. Kukai forçou-se a desviar os olhos do rosto dela, para assim resistir à tentação de beijá-la, e finalmente se levantou, estendendo uma mão para ela em seguida. Yaya segurou a mão que ele lhe oferecia, ainda que um tanto hesitante, e Kukai ergueu-a de uma só vez, aparentemente sem fazer o menor esforço.


– D-Desculpe... pelo tombo. Foi sem querer - ele murmurou quando a menina ficou de pé e soltou a mão dele
– Não... tudo bem, a Yaya também... não estava prestando atenção - a Às murmurou em resposta, sem encará-lo - Bom... e-então acho que já vou ind...
– Nee Yaya - Kukai a interrompeu - Por que... por que nós temos que brigar afinal? Decidimos manter isso em segredo porque, tanto você quanto eu temos razões para não querer assumir um namoro em público, mas... o principal motivo não era porque não queríamos passar pelos mesmos problemas que, tanto a Nadeshiko e o Tadase, quanto a Hinamori e o Nagi passaram? Eles enfrentaram todo o tipo de encrenca quando o resto da escola, e as famílias deles descobriram sobre o namoro, e nós achamos que, se mantivéssemos isso em segredo, não teríamos que passar por esse tipo de problemas. Você se lembra... do dia em que resolvemos ficar juntos, não lembra?



** Início do flash-back **

Há alguns meses atrás, antes das aulas começarem, quando todos ainda estavam de férias...


– Yoo! E aí Yaya, pronta pra ir? - Kukai perguntou, à porta da casa da garota, quando ela finalmente saiu para encontrá-lo
– Prontinha! - ela deu uma volta, rodopiando em um pé só - Aonde vamos?
– Naquele parque de diversões novo que inaugurou na semana passada, você não falou que queria ir lá? - Kukai respondeu, reparando em seguida no visual da mais nova - Uau, está toda produzida, hein garota... parece até que vai pra um encontro
– Ah tá, só se for com você, né seu bobo?! - ela riu sem graça, tentando disfarçar o nervosismo - M-Mas não diga essas coisas, a Yaya é muito nova pra isso... e bebês não têm encontros, ouviu?! - ela virou para o lado, retirando um pacote de biscoitos da bolsa em seguida, numa tentativa de fazer com que Kukai não reparasse no quanto seu rosto estava vermelho por causa de um simples elogio, e colocou um biscoito inteiro na boca de uma só vez
– Nossa, já vai comer, é, sua gulosa?!
– É que a Naddy passou aqui em casa hoje de manhã e fez uns biscoitos pra mim - a Às esclareceu, falando de boca cheia - Eu estava com tanta saudade dos biscoitos dela! Mas agora a Naddy passa o tempo todo grudada no Tadase, e quase não posso mais provar da comida deliciosa dela, é tão sem graç...


Antes que ela pudesse terminar a frase, Kukai mordeu o pedaço do biscoito que ainda estava para fora da boca de Yaya, selando seus lábios nos dela em seguida. Invadiu os lábios inexperientes da menina, em um beijo desajeitado, porém à tempos secretamente desejado pelos dois. Ele segurou o rosto dela com uma das mãos, trazendo-a mais para perto, enquanto à abraçava pela cintura com a outra. Quando começou a sentir falta de ar, soltou a "amiga".


– K-K-Ku-Kukai... o que... q-que f-foi que você fez, seu...?! - ela gaguejou nervosa, tampando os lábios maculados com as mãos - V-Vo-Você roubou o primeiro beijo da Yaya, seu pervertido!!!
– Bom... tecnicamente, não foi seu primeiro beijo, já que eu já tinha te beijado antes, durante aquele Baile dos Guardiões há dois anos atrás, lembra? - ele recordou, coçando a cabeça sem graça
– Não me lembre disso!! Ninguém lembra mais disso, seu tonto!! - ela gritou exaltada, o rosto tão vermelho quanto seus cabelos ruivos - D-De q-qualquer forma, você roubou o primeiro beijo da Yaya, seu descarado!!! Q-Que foi que deu em você, queria tanto assim provar os biscoitos da Naddy, é?! Se for isso, por que não me pediu, a Yaya dividia com você, não precisava roubar o biscoito que estava na minha boca... e ainda por cima me roubar um b-beijo!!
– É, eu queria mesmo, a Nadeshiko é realmente uma ótima cozinheira... mas hoje, eu queria provar uma outra coisa também - ele falou, um tanto sério demais, embora estivesse terrivelmente corado - Eu queria... queria provar você, Yaya. Você sabe que nos conhecemos há bastante tempo, que nos damos super bem, e que eu gosto muito de você... mas, ultimamente, esse meu "gostar de você" tem crescido cada vez mais... eu sinto como se ficar perto de você, e sair com você pra passearmos e nos divertimos como fazemos sempre já não fosse mais o suficiente... eu tenho vontade de te ver todos os dias, e de ficar mais perto de você... eu acho que... q-que você deixou de ser apenas uma amiga pra mim... você é mais do que minha melhor amiga, ou uma amiga de infância. Você é... mais especial do que isso
– Não acredito... que você está me dizendo isso - ela murmurou boquiaberta. Seu coração estava terrivelmente acelerado, e seu rosto queimava como se tivessem ateado fogo nele, mas nada disso parecia importar agora - Kukai, eu... já faz muito tempo que venho pensando que você... é muito importante e especial pra mim também... é como um companheiro pra todas as horas, que está sempre ao meu lado... realmente te considero bem mais do que um amigo. Mas... s-sempre pensei que isso fosse um delírio da minha cabeça... q-que isso era só impressão minha, que estava enganada e confundindo as coisas... e, mesmo se o que eu sinto fosse mesmo... m-mais do que amizade, você... você jamais olharia pra uma garotinha infantil e desnutrida como a Yaya... afinal, eu... m-mesmo se eu não agisse dessa forma imatura, como um bebezinho, eu sou realmente pequena pra minha idade, e existem milhares de garotas mais bonitas e atraentes por aí, você poderia ter qualquer uma delas... por isso sempre achei que você nunca teria olhos pra mim... que a Yaya seria sempre apenas como uma irmãzinha pra você... e, de certa forma, isso teria um lado bom, já que, se a Yaya tivesse um namorado, não poderia mais fazer manha e agir como um bebê, mas... m-mas agora você vem, me b-beija, e fala todas essas coisas lindas... a-assim você me confunde!!
– Tudo o que eu disse é a mais pura verdade. Cada palavra - Kukai falou, rindo da teoria da garota - É verdade que você é infantil sim... mas, por algum motivo, isso me faz gostar ainda mais de você. E convenhamos, se eu gostasse de garotas que vivem se arrumando e se preocupando com roupas, maquiagem e essas coisas, seria por uma garota assim que eu teria me... a-ap-apaixonado... e não por você... não acha?
– A-Apaixonado?! - Yaya repetiu, corando mais ainda - V-Você está dizendo que está a-apaixonado pela Yaya?!
– É... bom... eu gosto muito de você, pra mim você é mais do que uma amiga, e eu sinto vontade de fazer coisas... c-como aquela que fiz agora à pouco, então... a-acho que a palavra é essa - ele ponderou, coçando a cabeça sem graça, ainda meio em dúvida se tinha dito aquilo corretamente - Então, Yaya... agora a questão é: Eu já falei que, pra mim, você é mais do que uma amiga... e você respondeu que sente o mesmo, então... bem... você quer... que sejamos mais do que amigos?
– Isto seria... um pedido de namoro? - ela perguntou hesitante, ainda terrivelmente envergonahda
– Pois é, acho devia ser, mas... você disse que, se você namorar, não poderá mais fazer mais pirraça e agir como um bebê... e, sinceramente, também acho meio complicado ter uma namorada, quero dizer, eu vi pelo que nossos amigos passaram, e acho que poderíamos ter complicações se fizéssemos isso, então... - ele fez uma pausa, coçando o queixo, enquanto pensava em como concluir aquela frase - Bom... o que acha de então... continuarmos agindo como sempre na frente de outras pessoas, mas... f-fazer esse tipo de coisa que... "pessoas que são mais que amigos" fazem quando estivermos sozinhos... é, acho que é isso. O que acha?
– Eu acho que o termo mais curto e correto pra essa sua frase seria "namorar escondido" - Yaya respondeu, rindo do atrapalhamento do rapaz, ao mesmo tempo que achava aquilo muito fofo - E, se for isso mesmo o que você quis dizer... a Yaya acha uma ótima idéia - ela respondeu, atirando seus braços ao redor do pescoço dele e beijando-o.


** Fim do Flash-back **



– É claro que me lembro - Yaya respondeu por fim - Lembro como se fosse ontem. Como poderia me esquecer... do dia mais importante da minha vida?
– Pois é. Bom... nós combinamos que seria melhor namorar escondido para não ter que passar pelos mesmos problemas que nossos amigos passaram - Kukai repetiu, sentindo-se embaraçado e emocionado com as palavras da mais nova - Mas, no fim das contas, o mesmo tipo de coisa acabou acontecendo com a gente. Por que isso afinal? Se for pra gente brigar desse jeito, então de que adiantou esconder o namoro por todo esse tempo afinal? Eu não quero ficar brigado com você. Se você não quiser mais sair comigo, eu... bem, eu vou ficar arrasado com toda a certeza, mas ainda assim, gostaria que você voltasse pelo menos a ser minha amiga. Eu não quero me afastar de você por causa de uma briguinha boba, Yaya
– Kukai... é claro que... q-que a Yaya também não quer ficar longe de você. A Yaya te adora, você sabe disso - a Às falou sem jeito - Não... acho que é mais do que isso. Eu não apenas gosto de você... afinal, a Yaya também gosta do Tadase e do Nagi, mas o que sinto por você é diferente. Eu... eu te amo, Kukai. Amo com todas as minhas forças... acho que sempre te amei. Por isso que, quando vi aquelas senpais te entregando aquelas cartas e declarando seu amor pra você ontem... a Yaya perdeu a cabeça e ficou louca de ciúmes. Eu sabia que você ia acabar rejeitando todas elas. Mas você ficou tanto tempo conversando com as senpais, rindo e se divertindo com elas... que a Yaya pensou que, talvez fosse melhor se você ficasse com alguma delas mesmo. Afinal, as senpais são mais bonitas, mais experientes, e tem um corpo mais desenvolvido... e apesar de te amar, a Yaya nunca deixará de ser essa menininha infantil que você conhece. Mesmo te amando tanto quanto eu amo, a Yaya também não quer deixar de ser essa criança mimada, então... eu pensei que talvez fosse melhor mesmo pra você ficar com alguém da sua idade, mais madura do que a Yaya... por isso fiquei daquele jeito.


Yaya estava a ponto de cair no choro e sair correndo dali a qualquer momento, mas antes que o fizesse, Kukai realizou o desejo que não pôde ser cumprido antes e a beijou. Yaya arregalou os olhos e corou furiosamente ao sentir o garoto tomando os lábios dela para si. Podia sentir as mãos dele percorrendo seu corpo velozmente, e abraçando-a pela cintura. Inconscientemente, ela ergueu as próprias mãos e atirou seus braços ao redor do pescoço dele, bagunçando ainda mais os cabelos cor de fogo do garoto.
Alguns segundos depois, quando começaram a ficar sem ar, Kukai a soltou.


– E você realmente acha... que seu quisesse namorar uma garota mais velha ou da minha idade... eu já não estaria fazendo isso?! - Kukai perguntou, um tanto ofegante, limpando um pequeno fio de saliva que escorria pelo canto de sua boca - Francamente, se eu quisesse ficar com alguma daquelas senpais, eu já teria feito isso há muito tempo. Mas se eu não fiz, é porque eu não quero, isso não é óbvio?! Se eu estou com você, é porque é você que eu amo, e é com você que eu quero ficar, Yaya! Não me importa se você é infantil ou se é mais nova do que eu... eu amo tudo em você, cada detalhe, cada traço da sua personalidade e da sua aparência, tudo... eu te amo por quem você é, ainda não percebeu isso, sua boba?!
– Bom... e-então acho que só posso ficar feliz por você gostar dessa boba... e por ser um papa-anjo - ela riu sem graça, o rosto ainda extremamente corado
– Ei! Não me chame de papa-anjo, sua... sua papa-coroas!
– Ahahahaha! Você sabe que desse jeito também está ofendendo a si mesmo, não sabe?? - ela riu ainda mais alto
– Hein?! Ah, é... bom, então... f-fique quieta sua baka! Apenas fique quieta e me beije.


Kukai roubou outro beijo dela, mas dessa vez ela conseguu desvencilhar-se mais rapidamente.


– Hai, hai, já entendi que você quer "comemorar a reconciliação"... mas antes disso, a Yaya quer te entregar uma coisa - ela tirou uma caixa retangular embrulhada em um papel vermelho e entregou para ele
– Eh?! N-Não me diga que isso é...?
– Hai, é chocolate. Geralmente a Yaya compra pronto, mas... c-como esse ano era especial, decidi fazer eu mesma dessa vez... n-não tenho tanta certeza se ficou bom... a Naddy e a Amu-chi me ajudaram, mas é a primeira vez que a Yaya fez chocolate, então...
– Não se preocupe. Eu comeria ele todinho mesmo se tivesse gosto da coisa mais podre e nojenta desse mundo
– Ei, isso era pra ser uma coisa romântica?! Não sei porque, mas soou como uma ofensa... - Yaya comentou com uma gota na cabeça
– Hahahahaha... gomen, gomen, não sou muito bom com essas coisas - Kukai coçou a cabeça sem graça - Mas o qu eu quis dizer é que... você depositou seus sentimentos nele enquanto fazia o chocolate, então é claro que eu vou comer! Arigatou, Yaya!




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Enquanto isso, Nagihiko estava no portão da escola, aparentemente esperando por alguém, até que avistou Amu. Ela parou de andar e o encarou por um instante, dividida entre a vontade de falar com ele ou sair andando pra longe dali o mais rápido possivel e ignorá-lo. Por fim, acabou perguntando:


– O que está fazendo em pé aí sozinho? Não me diga que estava me esperando, porque perdeu seu tempo
– Não, estava esperando minha irmã na verdade
– Ah... a-acho que a Nadeshiko ainda estava no Royal Garden quando eu saí de lá - Amu respondeu um tantinho desapontada
– Humm... então ela deve ter ido falar com o Hotori mesmo. Bom, paciência, vou pra casa sem ela mesmo - Nagihiko falou, começando a andar atrás de Amu.


Ela tentou ignorá-lo por um tempo, mas era impossível fingir que não estava sentindo a doce fragância que desprendia do corpo do garoto, sem falar que ele insistia em cantarolar o refrão de uma música qualquer que com certeza iria ficar em sua cabeça mais tarde, e ela não poderia cantar porque não conhecia a letra. Quando estavam na metade do caminho, Amu parou de andar, virou-se de frente para ele e disse:


– Nee quer parar de me seguir?? Você é algum tipo de stalker ou o que, hein?!
– Não posso fazer nada se a minha casa fica na mesma direção que a sua - ele respondeu, fingindo inocência, e voltando a cantarolar a mesma música de antes
– Aff pare de cantar essa música pelo menos, isso vai ficar na minha cabeça depois e vai ser culpa sua! - Amu exclamou, e o garoto parou de cantar. Alguns segundos de silêncio constrangedor depois, ela falou - Nee... e-eu soube que você recusou todos os chocolates que as alunas te ofereceram hoje, é verdade?
– É sim - ele confirmou sem encará-la - Ahh não, espere... a Yaya-chan e a Naddy me deram chocolate também, eu aceitei os delas. Elas sempre me dão, achei que seria falta de educação não aceitar esse ano
– Ahh sei... nós fizemos chocolate juntas ontem, elas me contaram que iam te dar - Amu informou, sem se importar - Mas o que eu estava falando era... b-bem, "ela" também não te deu chocolate? Você sabe... a Yamabuki Saaya
– Ahh... ela me ofereceu, é claro, mas eu recusei como faço sempre. Por que?
– Como "por que"... p-porque agora nada te impede de aceitar, não é?? - Amu falou, fingindo irritação para disfarçar o embaraço - Depois de ontem... nada te impede de aceitar cartas de amor, chocolates, ou os beijos dela. Ou será que ela cozinha tão mal assim, hein??
– Eu não sei, nunca provei a comida dela, e nem quero provar - Nagihiko respondeu um tanto impaciente - Olhe Amu-chan, nós precisamos conversar sobre ontem. Aquilo que você viu foi...
– Foi o que, você me traindo com a garota que espancou a sua irmã dois anos atrás?? - Amu o interrompeu, sentindo um nó na garganta ao dizer essas coisas - Não se preocupe Nagi, eu já entendi. Se você prefere aquela vaca do que à mim, então vai lá ficar com el...


Antes que Amu completasse a frase, Nagihiko a segurou pelos pulsos com os dois braços, encurralando-a contra uma parede e a beijou. Ela foi pega de surpresa, e tentou resistir no início, mas naquela situação não havia como ela fazer isso. Logo sentiu a língua do garoto invadindo o interior de sua boca, tomando seus lábios vorazmente para si. Havia certa urgência nos beijos dele, que estavam cada vez mais intensos e mais apressados, como se quisesse tocar cada canto de sua boca ao mesmo tempo. Amu logo se rendeu às carícias do Valete e retribuiu o beijo. Sentiu suas pernas bambearem, tendo a certeza de que, se ele não a estivesse segurando agora, suas pernas já teriam cedido e ela estaria no chão há muito tempo.
Depois de vários segundos, quando a Coringa já estava sentindo tonteiras por falta de oxigênio em seu corpo, o garoto a soltou. Amu rapidamente apoiou as mãos na parede, com medo de suas pernas realmente cederem.


– Foi isso o que aconteceu ontem. Exatamente assim - Nagihiko falou, deixando a garota confusa - Ontem a Yamabuki Saaya me pegou de surpresa... ela se aproximou sem fazer barulho, pulou em cima de mim e me encurralou contra uma parede. Quando vi, ela já estava me beijando, não tive nem tempo pra resistir. Foi ela quem me roubou um beijo... do mesmo jeito que eu fiz com você agora. Sinto muito pelo que aconteceu, e lamento por você ter visto essa cena desagradável... mas entenda que eu sou tão vítima quanto você nessa história. Talvez até mais. Eu tentei te explicar o que aconteceu ontem, mas você nem quis me ouvir e foi embora... e ainda me deu um tapa!
– isso é mesmo verdade? - Amu pergunto, com o rosto ainda vermelho - Ela realmente te forçou a fazer aquelas coisas?
– Claro que sim! Acha mesmo que eu iria beijar a garota que quase mandou minha própria irmã pro hospital de livre e espontânea vontade?! Você realmente acha que eu sou o tipo de cara que trairia minha namorada com alguém como Yamabuki Saaya??
– Não... não acho. Se achasse, nem teria começado a te namorar pra início de conversa - Amu respondeu, abaixando a cabeça, de modo que a franja cobrisse-lhe os olhos - Me desculpe também... por não ter te ouvido antes. É que fiquei com tanta raiva na hora que não conseguia raciocinar direito... só conseguia pensar que você tinha me traído com a garota que eu mais odeio, e fiquei louca da vida pensando que isso podia ser verdade... não conseguia escutar ninguém, só queria correr pra longe dali. Então... desculpe por não ter te escutado antes, e também por ter te batido
– Aff... tudo bem. Desde que você tenha entendido que eu não fiz aquilo por querer
– Eu entendi - Amu respondeu - Aquilo de ontem foi... foi igual ao que você fez comigo agora, certo? Tipo uma emboscada
– Você falando assim faz parecer que eu cometi um crime - Nagihiko comentou com uma gota na cabeça - Mas é por aí... exceto que, ao contrário de ontem, o beijo de hoje acabou sendo correspondido né?
– C-Como assim "correspondido"?? Você me pegou de surpresa e me roubou um beijo, isso sim! Foi igual ao que aconteceu ontem sim senhor!
– É, mas ontem ela me pegou de surpresa e me roubou um beijo porque ela gosta de mim, mas como é um amor unilateral, o beijo não foi recíproco. E hoje, eu te roubei um beijo porque eu gosto de você, e você acabou correspondendo porque também me ama, não é?
– P-Por que você está falando uma coisa tão embaraçosa assim do nada?! - Amu recuou alguns passos, virando o rosto pro lado sem graça - N-Não fique todo convencido só por causa disso ouviu?!
– Ehh... falando assim até parece que o meu amor também é unilateral... magoei - ele falou fazendo biquinho, imitando uma criança manhosa
– Ora, deixa de ser manhoso! Você sabe muito bem que eu... t-também te amo... te amo mais do que tudo nesse mundo, não sabe? - a Coringa falou, seu rosto rapidamente atingindo um tom escarlate berrante - E-Então... etto... e-então pare de agir como uma criança mimada, ouviu?! Essa função já é da Yaya!
– Hai, hai... mas isso significa que você não está mais zangada com a "criança mimada" aqui, certo? - Nagihiko perguntou, só pra ter certeza
– S-Se eu ainda estivesse zangada, não iria te dar isso, iria? - Amu estendeu uma caixa retangular, embrulhada com papel roxo e com uma fita cor de mel, seu rosto tão vermelho e quente que ela podia jurar que estava pegando fogo
– É, acho que você não me daria isso se ainda estivesse zangada comigo - Nagihiko sorriu feliz, pegando o pacote que ela lhe estendia - Arigatou Amu-chan.




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E no Royal Garden...


Nadeshiko terminava de recolher o bule e as xícaras vazios deixados em um das mesas, tendo plena coinsciência de que Tadase a estava observando de longe. Ela queria queria fazer as pazes com ele, até pediria desculpas se fosse necesário (apesar de não achar que era ela que estava errada) mas não queria ter que ceder e aceitar que Tadase ainda teria algum contato com Saaya. Só o simples pensamento de que era ineviável que eles acabassem se vendo uma vez ou outra, e até conversassem de vez em quando já era mais do que suficiente para fazê-la perder a calma e querer correr para o mais longe possível dali.

Antes que pudesse decidir se tentava falar com ele ou se ignorava sua presença e ia pra casa o mais rápido possível, Tadase se aproximou sem que ela notasse, e começou a ajudá-la a recolher a bandeja e os pratos vazios que antes continham biscoitos.


– N-Não precisa fazer isso, pode deixar que eu recolho as bandejas - Nadeshiko falou sem encará-lo ao reparar no que o Rei estava fazendo
– Não se preocupe, eu quero te ajudar
– Mas não precisa. Eu posso cuidar disso sozinha, Hotori-kun - ela tomou a bandeja das mãos dele, levando-a de volta até a pequena cozinha interligada com a sala de arquivos
– Por que você... me chamou de "Hotori-kun" de novo? - ele perguntou surpreso, pra não dizer assustado, enquanto a seguia até a cozinha
– Como "por que"... é porque eu não sou mais sua namorada, então eu não tenho mais motivo pra te chamar pelo primeiro nome, é claro. E pare de me seguir, que coisa! - ela respondeu nervosa, enquanto tentava lavar a louça o mais depressa possível
– isso não é motivo. Eu acabei gostando... de você me chamar pelo primeiro nome - Tadase confessou, meio corado - Nee Nadeshiko-chan... por que nós temos que brigar justo hoje, hein? Quero dizer, eu preferia não brigar em nenhum dia do ano, mas... por que temos que discutir assim justo no Dia dos Namorados? Isso parece tão errado... tanto que deveria existir uma lei proibindo isso
– Não diga bobagens, por que fariam uma lei dessas afinal?! - Nadeshiko falou, reprimindo uma vontade de dar risada - Olhe, eu também não queria brigar com você, mas... talvez seja melhor assim. Talvez amigos não possam se tornar namorados afinal... talvez amigos de infância deveriam continuar sendo só amigos - ela terminou de lavar a louça, secou as mãos e já dar meia-volta pra ir embora, quando Tadase a segurou pelo braço, detendo-a
– Eu não acredito nisso. Não acredito que amigos de infância não possam se tornar namorados, e sei que você também não acredita. Se acreditasse, não teria começado a namorar comigo afinal... e não teria se apaixonado por mim - ele falou sério, encarando-a nos olhos com aquele belo par de rubis tão brilhantes e atraentes que eram seus próprios olhos, o que só servia para deixá-la cada vez mais nervosa e embaraçada - Sabe no que eu acredito, Nadeshiko-chan? Acredito que existem amigos de infância que continuam sendo apenas amigos por toda a vida sim. Que também existem amigos de infância que, por diversos motivos secundários, acabam brigando ou perdendo o contato, e eventualmente deixam de ser amigos. Mas também acredito que existem amigos de infância que, quando crescem, acabam se tornando muito mais do que apenas amigos, porque percebem que um sentimento mais forte do que a amizade os uniu. Esse sentimento se chama "amor" e o que os uniu se chama "destino". Eu também acredito... que esse seja o nosso caso, Nadeshiko-chan. Você se tornou minha namorada... mas você nunca deixou de ser minha amiga. Nossa relação apenas evoluiu com o passar do tempo. Você se tornou mais do que uma amiga de infância pra mim... você é minha amiga, minha companheira, minha confidente, minha conselheira, minha namorada, minha parceira... alguém com quem eu sei que posso contar em qualquer situação, alguém em que eu sei que posso confiar e que estará ao meu lado sempre, não importa o que aconteça. Então, por favor... não deixe que uma briga boba provocada por uma pessoa tão egoísta e desprezível estrague esse relacionamento que demos duro pra construir juntos... certo? Eu peço desculpas... se te magoei, ou se fiz alguma coisa errada sem perceber ontem... mas eu não quero continuar brigando com você. Eu não aguento... ficar longe de você.


Tadase tocou o rosto dela de leve, acariciando-o com delcadeza, e Nadeshiko fechou os olhos para apreciar melhor aquela sensação. Quase que imediatamente, pôde sentir a mesma sensação, ainda mais intensa, em sua boca. Mas ele não a estava tocando com as mãos dessa vez, e sim com os lábios. Nadeshiko sentiu-o pressionar seus lábios contra os dela, primeiro de leve, como se hesitasse que ela fosse rejeitar aquele gesto, mas ela não o fez. Tadase foi aprofudando o beijo aos poucos, enquanto deixava suas mãos escorrerem pelo corpo dela, até abraçá-la pela cintura. Nadeshiko não resistiu por muito tempo e também acabou retribiundo aquele gesto, atirando seus braços ao redor do pescoço dele, apertando-o em um forte abraço. Havia sido só um dia, mas parecia que eles tinham ficado separados por tanto tempo, que a saudade era quase sufocante, como se tivessem se esquecido do gosto um do outro. Tadase forçou a língua entre os lábios dela, um tanto hesitante, e Nadeshiko entreabriu um pouco mais a boca, permitindo-lhe que aprofundasse o beijo. Podia sentir a textura macia e quente daquela língua aveludada contra a sua, tocando-a, e se movento em um ritmo perfeito, como se dançassem uma música lenta sem trilha sonora. Conforme aprofundava o beijo, Nadeshiko deixava escapar uns gemidos ocasionais, o que só fazia com que ela corasse ainda mais, e que também, por algum motivo, fazia com que Tadase tivesse cada vez mais vontade de aprofundar o beijo, só para ouví-la fazer aqueles sons de novo.

Porém, para a sorte (ou azar) da Rainha, os dois logo começaram a sentir falta de ar por causa da falta de oxigênio em seus corpos, e Tadase a soltou, encerrando o beijo. Um pequeno fio de saliva ainda ligava os lábios dos dois.


– Gomen... gomen nee Hotori-kun - Nadeshiko falou, ainda ofegante - Gomen por ontem... eu também estava errada no fim das contas. Mesmo você tendo me explicado o que aconteceu, eu fui teimosa... até entendo que o que você me contou é verdade, aquela garota é capaz de tudo afinal... mas mesmo assim, eu teimei em te culpar. É que eu... na hora fiquei tão irritada que perdi a cabeça... naquela hora não conseguia pensar em outra coisa que não fosse o fato de você estar falando à sós com ela. E aquela garota já me fez tanto mal que eu não consigo nem olhar pra cara dela... mas parece ser ainda pior o fato de ela estar sozinha com você. Eu fiquei com medo... tive medo de que ela te roubasse de mim de novo. E você tem razão no que disse antes. Mesmo eu tendo todos os motivos do mundo para odiá-la, eu... não importa o tipo de relacionamento que tenhamos, eu simplesmente não tenho o direito de mandar em você. Assim como você não tem o direito de mandar em mim. Então, não é certo um querer proibir o outro de fazer alguma coisa ou de falar com alguém, não é assim que funciona. Por mais que me incomode ver você perto dela, eu não posso te proibir de falar com aquela garota, mas... mas eu posso te pedir... que me faça o favor de nunca mais dirigir a palavra, nem olhar na cara da Yamabuki Saaya... onegai?
– Olha, infelizmente eu acho que isso é uma coisa meio impossível de acontecer, pelo menos enquanto ainda estudarmos na mesma escola, mas... eu prometo me esforçar ao máximo pra que eu nunca mais tenha que falar com ela de novo
– Acho que por enquanto é o bastante... arigatou, Hotori-kun - ela segurou a mão dele entre as suas sorrindo sem graça
– Não me agradeça ainda - ele falou - Eu vou te prometer fazer isso, mas só se... - ele se aproximou do ouvido dela e sussurrou - Se você também prometer que vai voltar a me chamar pelo primeiro nome. Sinto falta disso
– Hai, entendi... T-Tadase-kun - ela murmurou em resposta, sorrindo, levemente corada
– Por que está com vergonha agora?! Você já me chamava de "Tadase-kun" antes! - ele lembrou
– S-Sim, mas... b-bom, eu passei a maior parte da vida te chamando de "Hotori-kun", então...
– Mesmo assim, não faz sentido - Tadase falou com uma gota na cabeça - Bem, não importa. Você fica uma gracinha quando está envergonhada... eu adoro te ver assim, sabia? - ele falou, beijando sua face
– P-Pare de dizer essas coisas, só está me deixando mais sem graça ainda! - Nadeshiko pediu, desviando os olhos dele e tentando pensar em alguma outra coisa pra dizer, para poder mudar de assunto - Ahh sim! Eu... b-bom, apesar de tudo, eu acabei fazendo, então... s-se quiser, tome - ela estendeu uma caixa embrulhada com um papel dourado e amarrada com uma fita rosa
– Pra mim? Arigatou Nadeshiko-chan! - ele pegou a caixa extasiado e envolveu a garota em um forte abraço. Nadeshiko pôde sentir uma deliciosa fragância de morangos vinda do cabelo dele, deixando-a inebriada por alguns instantes
– N-Não... não precisa agradecer - ela falou sem graça, soltando-se do abraço dele - A-Além do mais, não é como se você só tivesse ganhado esse chocolate, não é? Aposto que as outras alunas te encheram de chocolates o dia inteiro...
– Sim, mas eu não aceitei - Tadase contou - Ahh, exceto os da Yuiki-san e da Hinamori-san. Como elas me dão todo ano, eu achei que não tinha problema... v-você não se importa, não é??
– Não, elas me perguntaram antes se podiam te dar chocolates - Nadeshiko contou - Além do mais, eu também dei chocolate pro Nagi e pro Souma-kun, então estamos quites, certo? Ou você... se incomoda de eu ter feito isso?
– Claro que não, são seus amigos e seu irmão afinal - Tadase sorriu despreocupado - Nee, que acha de irmos embora agora? Já está ficando tarde... ou você ia voltar pra casa com seu irmão?
– Até ia, mas pela hora, ele já deve ter ido embora há muito tempo
– Espero que ele também tenha feito as pazes com a Hinamori-san... e também o Souma-kun com a Yuiki-san, os dois estavam tão chateados ontem...
– Ah, eles devem ter se entendido sim. Elas também fizeram chocolates afinal
– Ahahahaha não fale como se o que importasse fosse só o chocolate! - Tadase riu - São os sentimentos contidos nele que realmente contam.


Ainda rindo do comentário sobre chocolate da Rainha, Tadase segurou a mão dela e a guiou em direção à saída do Royal Garden. Nadeshiko entrelaçou seus dedos nos do Rei e caminhou junto à ele, pensando que Tadase tinha razão no que dissera anteriormente: Brigar no Dia dos Namorados devia ser um crime proibido por lei. Porém, crime ou não, eles prometeram a si mesmos que jamais fariam isso de novo.





*** Próximo Capítulo: Quem Escuta às Escondidas... Acaba Quebrando a Cara ***


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Notas finais do capítulo

Ohayou minna!
É, já estamos no décimo capítulo... nem acredito que essa fic já atingiu uma dezena de capítulos, que rápido! =O
Olha, vou contar uma coisa pra vocês... escrever TRÊS reconciliações em um só capítulo não é fácil!!! Sério, não é tarefa pra qualquer um não, viu, sinto-me como se tivesse acabado de realizar uma missão impossível aqui, estou tão orgulhosa de mim mesma, coisa que raramente sinto! *rindo convencida* /levatapa Pois é, sei que o capítulo ficou enorme de grande, mas foi por causa dessas três reconciliações mesmo, podem deixar que isso não vai se repetir, viu? Pelo menos não nessa fic =P
Ai, eu estava com TANTA saudade de escrever Kukaya!! Morri de rir enquanto escrevia a reconciliação deles, como podem ser tão fofos heeeein?! Acho que vou tentar colocar mais cenas românticas deles na fic, estava com saudade de escrever sobre esse casal! O que vocês acham, coloco mais Kukaya na fic?
E uma certa pessoa me disse uma vez que eu não conseguiria escrever uma cena decente de Amuhiko nessa fic, por causa de uma outra fic Tadahiko que eu estou ajudando a escrever, sabem... pois taí a prova, eu consegui, viu só?! Eu falei que ia conseguir escrever Amuhiko, não falei?! Toooooma!!! /levatijolada A propósito, a música que o Nagi estava cantarolando enquanto seguia a Amu era Princess Charleston da Kanon Wakeshima... não há nenhum motivo em especial pra isso, é só que eu estava ouvindo essa música enquanto escrevia a cena Amuhiko desse capítulo, e depois essa música ficou o dia inteeeeiro na minha cabeça, sendo que, assim como a Amu, eu tbm não conseguia cantar ela direito pq não sei a letra toda, muito mal sei o refrão, sabem... mas, POR FAVOR, não tentem imaginar o Nagi cantando isso, ou vocês terão uma crise de riso (como no meu caso) ou então vão infartar de desgosto com essa visão sinistra! o__o
E a parte Tadashiko nem preciso falar nada nee gente... que coisa mais fácil de escrever! XD /apanha Mas, sério, que coisinha mais moe-moe-kyun que eles são... como podem ser tão fofos, hein?! Deu vontade até de roubar o Tadase da Naddy nesse capítulo de tão fofo que ele estava!! >__< /apanhadenovo
E olhem (ninguém está lendo essa budega mesmo -.- ) depois de escrever três, eu repito, TRÊS reconciliações em um só capítulo... estou cansada!!! Sério, fazer três casais ultra-mega-fofos voltarem a se entender em um só capítulo cansa, eu estou exausta!!! @____@ Mas acho que o resultado ficou bom nee... então, pelo menos dessa vez, eu mereço comentários, né gente?! *faz cara de filhote kawaii que caiu do caminhão de mudança* Façam com que todo meu trabalho e esforço sejam recompensados, onegai, e deixem reviews pra euzinha aqui!!! Façam de mim uma autora feliz, onegaishimasu!!!! *o*