O Homem Invencível escrita por slytherina


Capítulo 2
Capítulo 1: Os amigos


Notas iniciais do capítulo

Primeira aventura de Conan nesta fanfiction, acompanhado de três amigos leais.



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          _Conan! Não precisava ter subido até aqui em cima, poderíamos ter facilmente contornado esta montanha e com isso poupado os cavalos. - Disse um homem alto, musculoso, de olhos azuis, barba e bigode louro platinado. Siobhan.

          _Você está ficando mole Siobhan. Vai ver é esse seu nome. Está lhe transformando em uma velha. - Respondeu-lhe o cimério Conan.

          _Você é muito engraçadinho Conan, mas sabe que eu tenho razão. - Falou Siobhan sem um pingo de raiva.

          _Ele tem razão Conan, mas eu te entendo. A vista daqui é maravilhosa. Deve te lembrar a Ciméria, não? - Argüiu um homem alto, musculoso, de olhos cor de mel, longos cabelos negros e um cavanhaque. Sprague.

          _E como, Sprague. - Respondeu-lhe Conan.

          _Se as velhas senhoras já cansaram de fofocar, que tal descermos de uma vez dessa montanha entediante? - Perguntou um homem alto, musculoso, de olhos cinzentos, cabelos louro escuro, curtos e ensebados. Declan.

          _Você é de uma gentileza assombrosa Declan. - Ironizou Siobhan.

          _Vamos de uma vez. - Decidiu Conan.

          Conan gostava de viver ao ar livre. Respirar ar fresco, gelado, com aroma de alfazema e pinho. Isso o lembrava da sua terra natal. A Ciméria, com seus campos gelados e seu vento seco cortante, com as cabras e bodes montanheses e aquele povo arisco, calado, mas muito resistente. Atualmente suas aventuras o tinham levado para longe da Ciméria. Ele estava numa área montanhosa. Tinha a companhia de seus amigos mais fiéis: Sprague, Declan e Siobhan.

          Sprague era um homem corajoso, audacioso, excelente espadachim e lutador formidável. Com ele ao seu lado, Conan tinha certeza da vitória. Sprague tinha também uma alma nobre e um coração leal. Conquistava facilmente o coração das mulheres e a simpatia dos homens. Era como se os anos não passassem para ele, que conservava sempre o mesmo espírito heróico e o semblante jovial.

          Declan era um homem mais afeito às coisas materiais. Gostava de guerrear, de saquear e de pilhar. Freqüentemente se envolvia em disputas sanguinárias por ouro, mulheres ou por opiniões e pontos de vista diferentes dos seus. Suas feições faciais assustavam as pessoas como se sua alma estivesse refletida no seu semblante. Freqüentemente Conan tinha que sair fugido por conta das inúmeras querelas em que Declan se envolvia.

          Siobhan era um homem do povo. Conhecia seus costumes, gostos, festas e ídolos de adoração. Ficava à vontade em qualquer lugar e todos ficavam à vontade com ele. Se não gostasse de Conan e de viver aventuras, já teria constituído família e se assentaria em uma das inúmeras cidadezinhas, que eles conheciam ao longo de sua jornada. Ele era um homem doméstico e previsível.

          Os quatro amigos chegaram ao reino de Quezatl. Era uma cidade construída com pedras e calcário. O palácio do rei era construído com mármore. Havia também uma milícia bem treinada. Conan e seus amigos apresentaram-se ao rei e ofereceram seus serviços.

          _Há um serviço para os senhores. Uma pequena parte de meus tesouros foi roubada enquanto era transportada por estrada, para este palácio. Todos sabem que foi roubado pelo bando de Marco, famoso salteador local, mas ninguém sabe seu esconderijo, nem quem são seus parentes e amigos, para podermos interrogá-los. Então estamos sem opções a não ser colocar sua cabeça a prêmio. - Disse o rei Coatl, um homem gordo e pançudo, careca no alto da cabeça, com um rabo de cavalo adornado com pedras preciosas. Entretanto seu semblante era calmo e amistoso.

          _Aceitamos o serviço. - Respondeu Conan.

          _Ótimo então. Considerem-se meus convidados para jantar esta noite. Será servido cervo, se isso não for contra sua religião. Teremos também danças e música, se for do seu agrado. - Ofereceu o rei.

          _Tudo bem, gostamos de tudo isso. - Respondeu um sorridente Siobhan.

          Declan olhou-o desgostoso. Ele preferia uma orgia e muita bebedeira. Trocaria de bom grado o jantar do rei pela taverna da cidade. Os amigos depuseram suas armas e assearam-se para o jantar com o rei.

          A comida era boa e o vinho era farto. A música apesar de tocada em estranhos instrumentos era agradável ao ouvido. As dançarinas eram graciosas e vestidas com vestes transparentes e douradas. Uma era mais bonita que a outra, mas Conan talvez por efeito do vinho ficou fascinado por uma dançarina em especial. Ela era um pouco alta e magra, tinha a pele azeitonada, cabelos cacheados e acobreados, braços e mãos divinos, com movimentos perfeitos e hipnotizantes. Parecia ser uma divindade que estava misturada com as pobres mortais que estavam a dançar a seu lado sem, contudo, chegar-lhe aos pés.

          Seus olhos se encontraram várias vezes. Conan não se importou em deixar claro que estava interessado na dançarina. Declan também a percebeu e já ia levantar-se para abordá-la enquanto dançava, quando Sprague agarrou seu braço e obrigou-o a sentar. Declan olhou-o irritado. Sprague apontou para Conan com um movimento de cabeça. Declan percebeu que Conan a tinha visto primeiro, logo a vez era dele. Ele respeitava muito sua amizade com Conan para não disputar mulher com o amigo. Naquela noite Conan dormiu acompanhado pela bela dançarina.

          Na manhã seguinte, os quatro amigos seguiram para as florestas que circundavam o reino. Embrenharam-se na mata até acharem o rastro do bando de Marco. Antes do sol se por localizaram o covil dos ladrões. Conan incumbiu-se do assalto. Siobhan ficou de vigia. Sprague foi procurar o tesouro roubado, enquanto Declan encarregou-se de eliminar as sentinelas.

          Conan logo chegou a uma caverna com dois guardas de segurança. Atirou sua faca em um deles, atingindo-o no peito, certeiro. O outro Conan enfrentou de mãos limpas. O ladrão ainda se empolgou achando que, porque tinha uma espada era páreo para Conan. Conan desviou-se facilmente de seu ataque e alcançou-lhe o pescoço, quebrando-o. Ao adentrar na câmara, Conan encontrou um homem dormindo.

          _Acorde Marco, não gosto de matar homens dormindo. - Conan gritou.

          O ladrão deu um salto e logo alcançou sua espada curva com a ponta quadrada. Ela era pesada, mas ele a manuseava com destreza. Conan empunhou sua espada e partiu para o ataque. Marco era um ótimo oponente, mas Conan já havia enfrentado e vencido os invencíveis. Logo Marco estava ao chão com a bota de Conan no seu pescoço. Conan decapitou-o.

          Com o tesouro encontrado e a cabeça de Marco exposta em um cepo, o resto da quadrilha de ladrões, fugiu. Os que resolveram ficar e lutar tombaram na ponta da espada de Declan. Antes do amanhecer eles estavam de volta ao reino de Quezatl e entregaram ao rei o tesouro roubado, bem como a cabeça de Marco, o chefe dos ladrões.

          _Você é assombroso Conan. Espero nunca tê-lo como inimigo. - O rei Coatl estava vivamente impressionado e assustado. Bateu palmas, chamando seus lacaios.

          _Diga-me Conan, quatro ânforas de ouro pagam os seus serviços? - O rei perguntou, procurando encerrar seus negócios com Conan.

          _Não majestade. - Respondeu Conan imponente.

          Siobhan olhou preocupado para Conan. Sprague coçou a cabeça. Declan deu um grande sorriso e olhou para Conan como se somente agora reconhecesse o amigo.

          _Eu aceito as quatro ânforas de ouro, mas também quero a dançarina. - Falou Conan seriamente.

          Todos no salão de recepção ficaram perplexos. Coatl na mesma hora ordenou que trouxessem a dançarina Valéria. Esse era o nome da moça com pele de azeitona. Ela foi trazida por dois lacaios. Era belíssima, mesmo sem a roupa especial de dança. Trazia seus pertences em um saco que apertava contra o peito. Olhou para Conan temerosa.

          _Escrava Valéria, você agora pertence a este homem. Não lhe é mais permitido permanecer no meu reino. Vá com ele e obedeça-o.

          A pobre moça baixou a cabeça e aproximou-se de Conan, ficando um pouco atrás dele, sempre de cabeça baixa. Os cinco despediram-se do rei e retiraram-se.

          Os três amigos de Conan ficaram conversando entre si, mas de vez em quando olhavam para a moça que ia à garupa do cavalo de Conan. Eles gostavam de mulheres, mas não lhes parecia certo arrastar uma delas em suas aventuras. Seria preferível escolher uma delas em cada cidade por onde passavam, e ir-se embora no dia seguinte deixando-a no seu próprio ambiente. Mulheres eram seres frágeis, não agüentavam longas cavalgadas.

          Assim que saíram do perímetro daquele reino, Conan parou o cavalo. Os outros o imitaram.

          _Valéria desça. - Conan ordenou-lhe. A moça obedeceu.

          _Valéria, eu lhe devolvo sua liberdade. Não é mais minha escrava. Está livre para ir se quiser. - Falou Conan seriamente.

          _Eu estou livre? Posso ir embora? O senhor não é mais meu dono?

          _De agora em diante você é tão livre quanto eu. Pode ir e vir quando quiser, para onde quiser. - Conan falou tranquilamente.

          _Muito obrigada senhor, muito obrigada. Há muito não vejo minha família. Tenho muitas saudades. Eles não vão acreditar quando me virem. Adeus. Rezarei pelo senhor. - Valéria virou-se e saiu correndo mata adentro.

          _Conan você não acha que isso foi estupidez? - Perguntou Siobhan.

          Todos se viraram para olhá-lo. Era o tipo de coisa que esperariam de Declan, não dele.

          _Quero dizer, se não queria a moça, por que a pediu ao rei? Ou se a queria, por que a libertou? - Siobhan realmente parecia não entender nada.

          _Porque Conan está apaixonado. - Explicou-lhe Sprague.

          _Ah! - Siobhan suspirou. Certas coisas ele custava a perceber.

          _Ah, ah, ah, ah, ah, ah... - Declan divertia-se com tudo isso. Olhava para Conan com pena e desprezo. Olhava para Siobhan apenas com desprezo.

          Conan reconhecia que estava apaixonado, mas era mais que isso. Ele a amava e respeitava, por isso necessitou dar-lhe sua liberdade. Ele esperava que ela continuasse com ele, infelizmente não foi o que ela decidiu. Ele respeitou a decisão dela. Conan guardou as feições da moça em sua memória. Apesar de ter-lhe dado sua liberdade, Conan sentia como se ela lhe pertencesse, mesmo distante dele. Achava que ela deveria sentir-se da mesma forma. Prometeu a si mesmo procurar por Valéria quando se cansasse da vida de aventuras que levava.

 

Fim do Capítulo

 

 


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Notas finais do capítulo

Finalmente consegui escrever o segundo capítulo. Aleluia. Tenho até o enredo para o terceiro capítulo. That's so good baby! Fiz uma homenagem a L. Sprague de Camp, um dos melhores continuadores da obra de Robert E. Howard, "pai" de Conan.



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