Come Be My Angel escrita por MyHusbandMalik, Isabelle Bernardes


Capítulo 26
Pieces


Notas iniciais do capítulo

O quê? Am? Sim, parou... "Deixem reviews :)"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/223614/chapter/26

      *Vitória Parte*

  Eu estava descabelada e com algumas unhadas, o vestido todo amarrotado, por conta da briga. Minha tontura, que fora causada pela bebida, já havia passado, então fui me re-arrumar. No banheiro, eu e Isa estávamos rindo, comentando sobre a briga até meu celular tocar.

  - Mãe? Está tudo bem? Sabia que ligação interurbana para celular é um absurdo de caro?

  - Vitória, tenho duas notícias para você. Uma que vai gostar e a outra... acho melhor se sentar. – Ela estava com uma voz rouca. Eu conheço muito bem minha mãe e sei que ela andou chorando.

  - O que houve mãe? Fala logo, pelo amor de Deus!

  - Ok. A boa é que seu pai e eu concordamos em você fazer faculdade ai, em Londres. – Dei um grito que deve tê-la deixado surda – E a outra...hm...

  - Mãe, fala, por favor.

  - Seu irmão... sofreu um acidente de moto e está muito mal, inconsciente. – Ela começou a soluçar e eu fiquei em choque. Isa me chamava, com uma voz bem distante, que eu não conseguia alcançar, não compreendia.

  Meu irmão sempre foi meu anjo da guarda, meu melhor amigo, parceiro para tudo, apesar das nossas brigas pelo vídeo game. Eu só olhava para um ponto fixo, enquanto sentia lágrimas escorrerem por meu rosto e Isa ainda tentava me fazer “voltar”. Cadê meu chão? Meu irmão “vida loca” que era feliz e me protegia?

  - Isa, preciso voltar para o Brasil agora. – Finalmente consegui dizer, entre soluços.

  - Amiga, o que aconteceu?

  - Meu irmão... – Foi tudo o que consegui dizer. O choro estava muito forte e eu sentia uma dor no peito muito forte.

  - Vi, não sai daqui, vou chamar Niall.

  No dia seguinte, às 10h da manhã, fui de táxi para o aeroporto, odiava despedidas e tinha combinado 10h30 com Niall, se eu tivesse sorte, não daria tempo dele chegar até aqui antes de eu embarcar. É tão dolorido isso, partir sem quem você ama... Isa também ficaria uma fera comigo. Mas fui.

  Ouvi o chamado do meu avião pronto para embarcar, peguei minhas malas e estava indo deixá-las no lugar que eu sempre esqueço o nome, quando escutei uma voz conhecida, arfando, gritando escandalosamente: “Vitória! Espera! Vi!”. Parei por instinto... Niall estava lindo como sempre, isso não é mais novidade e carregava uma mala grande, de cor chumbo.

  - Onde pensa que vai sem mim? Eu não nasci ontem mocinha.

  - Ni! – O abracei. – Eu não queria ser obrigada a me despedir de novo, chorar de novo...

  - Shh! Eu nunca a deixaria ir sozinha neste estado, nem se me implorasse.

  - Te amo.

  Embarcamos e dormi metade do caminho. A outra metade fiquei conversando com ele sobre como o clima do Brasil era bom e como eu estava preocupada com meu irmão. Quando chegamos, pegamos táxi e rumamos para minha casa. Deixamos as malas lá, já que todos provavelmente estariam no hospital e fomos também.

  Me desacostumei com o Brasil. É tudo tão mais complicado, tão mais lento, aqui. Minha mãe me abraçou forte e apresentou Niall a meu pai, que não gostou muito pela sua expressão, mas deixou subentendido, já que o momento era desapropriado para algum tipo de conflito. Perguntei para uma das moças de branco, provavelmente enfermeiras, se podia entrar para ver meu irmão e ela me mandou segui-la, dando algumas recomendações que eu já estava cansada de saber.

  Quando vi meu anjo lá, todo entubado, imóvel, com apenas 20 anos de idade. Meus olhos, já inchados, começaram a chorar, mesmo sem capacidade para isso, mesmo sem lágrimas para cair. Peguei sua mão e fiquei relembrando nossas bagunças juntos.

  - Lembra quando espalhamos óleo de cozinha pelo quarto inteiro da vovó, ela escorregou e levou um super tombo? Tivemos que lavar tudo depois, para não ficar sem nossos jogos de vídeo game preferidos. – O coração dele pulsou mais forte. Eu sabia que ele estava me ouvindo. – Lembra quando trancamos o filho chato da nossa vizinha no banheiro? E de quando você queria bater nas meninas que ficavam me chamando de lerda no colégio? Lembra quando prometeu me proteger para sempre? Eu te amo, ainda preciso de você aqui. Comigo. Meu único irmão, meu melhor amigo. – Seu coração dessa vez pulsou alguns segundos mais forte novamente... e parou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem reviews ou falem com a gente no twitter: @Iwishstyles e @Myhusbandmalik , é muito importante para nós :))))