Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 10
Capítulo 10 Será mesmo?


Notas iniciais do capítulo

Heeeeello meus amores. Sabem quando você lê algo e instantaneamente fica vendo tudo rosa listrado de azul? Então, eu estou assim, mais do que feliz *-* Capítulo dedicado para minha linda leitora falsajulieta (que me mandou uma recomendação lindíssima) e para meu irmão mordedor Júnior Brito, que completa 32 anos hoje HUEHUEHUHUEHUEHE sem mais demora, lá vamos para mais um capítulo (:



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POV Percy

Aquilo realmente tinha acontecido? Repeti esta pergunta umas mil vezes em minha própria cabeça. Annabeth tinha quase me beijado. Se não fosse por aquele quase... Ela ia me dar um beijo no rosto e eu, acidentalmente, virei minha cabeça. Isso fez com que ela beijasse quase metade dos meus lábios. Isso é uma coisa boba, e pode parecer até infantil, mas foi o bastante para me deixar sorrindo como um bobo. Torci para que ela tivesse lido o meu bilhete. Era apenas um dos muitos que eu deixara com Grover para que ele pudesse entregá-los.

Não sei bem por quanto tempo fiquei sorrindo como um idiota dentro de meu próprio carro. Eu vi o modo como Annie me olhava na casa de sua mãe. Sempre gostei muito de crianças, nunca escondi isso. Mas hoje, enquanto eu brincava com os primos dela, tinha algo mais em seus olhos. E quando eu a encarei por um minuto, o prato que estava em suas mãos escorregou e se partiu em milhões de pedaços assim que encontrou com o chão. Tive que me segurar para não rir. Annie estava visivelmente corada, e parecia um tanto nervosa.

Eu tinha que fazer alguma coisa. Milhares de ideias surgiram em minha cabeça. Tinha tanta coisa que eu queria mandar para ela, mas ainda não tinha encontrado um jeito certo de dizer à ela sobre os bilhetes. E Annie nem sequer comentou sobre isso comigo. Mas eu a conhecia bem, sabia que ela não deixaria ninguém, além dela mesma, tocar naqueles bilhetes.

Cansado de ficar encarando o nada, liguei o carro e fui para o laboratório conversar com Grover. Mais uma música tinha vindo para minha cabeça, e se encaixaria perfeitamente a essa situação. Antes, mandei uma mensagem, perguntando se ele ainda estava no laboratório, e se estava sozinho. Não queria pegá-lo no flagra novamente. Aquilo fora... um tanto traumatizante.

Continuei dirigindo e escutando a música no rádio. Pensei conhecer os caras que a cantavam, suas vozes não me eram estranhas. A música dizia: " Eu quero estar com você. Eu quero sentir o seu amor. Eu quero estar do seu lado. Eu não posso esconder isso mesmo que eu tente". Era uma música extramente romântica. Cogitei a hipótese de cantá-la para Annie um dia desses.

You know I'll be

Your life, your voice,

Your reason to be my love

My heart is breathing for this

Moments in time

I'll find the words to say

Before you leave me today

A música continuava, e eu só conseguia pensar em Annabeth. Fazia tanto tempo... e só agora eu realmente tomara coragem para falar tudo para ela. Ou talvez não, afinal eu me escondia atrás daqueles bilhetes idiotas.

You know I'll be

Your life, your voice,

Your reason to be my love

My heart is breathing for this

Moments in time

I'll find the words to say

Before you leave me today

Repetindo o refrão, a música terminou e decidi desligar o rádio. Não tinha nem reparado que Grover havia me respondido.

"Estou no laboratório, pode vir aqui sim"

Não tinha lhe dito que o assunto seria Annabeth e mais um de meus bilhetes, mas acho que ele já havia deduzido. Estacionei meu camaro perto do laboratório e sai do carro. Ao me aproximar, vi que Grover já me esperava em frente. Ele me lançou um sorriso maroto e disse:

- Deixe-me adivinhar o motivo desse seu sorriso bobo... Annabeth? 

Dei risada e assenti. Annie era a garota mais incrível que eu conhecera. Tínhamos uma intimidade incrível. Não chegamos a tanto, como as meninas geralmente são. Por exemplo, nunca tomamos banho juntos. Me esforcei para não pensar em como seria tomar um banho com ela. 

Grover ainda me encarava com um sorriso malicioso. Foi então que notei que ainda estava sorrindo como um idiota. Senti meu rosto esquentar, isso começara a acontecer com frequencia desde que... bem, eu descobri o que sinto pela Annie.

- Ei, Menino Bode, me arranje um papel e uma caneta, preciso escrever. - eu disse entrando no laboratório.

- Não vai nem me contar o que aconteceu para que você ficasse com essa cara de bobão? - Grover perguntou revirando algumas gavetas em busca de uma caneta.

Contei para Grover o que tinha acontecido. O modo como vi Annie me encarando na hora do almoço, como ela havia ficado corada e nervosa, como ela tinha em dado um "meio-beijo" e ficado parecendo um pimentão... Ele escutava cada palavra com muita atençao.

E aquele sorriso idiota ainda não tinha saido de meus lábios.

- Espere, quer dizer que a Annabeth quase beijou você, e você não fez nada? - Grover disse com uma cara de indignação.

Assenti.

Ele me olhava com tamanha fúria que fiquei com medo de ser acertado por uma de suas flautas de bambu.

- Achou a caneta? - pergunto tentando mudar de assunto.

Grover revirou os olhos e me entregou uma caneta azul. Peguei um pequeno pedaço de papel rosa e comecei a escrever a música que eu havia me lembrado. Não era meu estilo preferido, mas tinha uma letra muito linda. Em cada palavra que eu escrevia, senti que um pouco de meus sentimentos por Annabeth, ficavam grudados ao papel também. Queria me declarar de verdade pra ela, mas não sabia ao certo como fazer isso.

Sou o cara mais covarde e desastrado que conheço, como poderia fazer uma declaração perfeita? Eu certamente trocaria as palavras, ou então começaria a gaguejar... Não, pelo menos por enquanto, eu não poderia para Annie que eu era seu admirador secreto. 

E ainda tinha Luke.

Afinal, o que aquele desgraçado estava fazendo de volta por aqui? Eu o odiava com todas as minhas forças. Já odiava na época em que ele e Annie namoraram, imagine agora então. Ele é mentiroso, falso, mulherengo, e não está nem ai para o que as mulheres sentem. Se ele magoar Annabeth novamente, juro por tudo que é mais sagrado que o mato. Já a vi chorar demais por causa dele.

Terminei de escrever e entreguei o bilhete para Grover.

- Entregua para mim? Não precisa ser agora, pode ser quando você estiver indo embora. Ou então amanhã... Sim, amanhã parece bom. Você deve estar muito ocupado... 

- Percy, pode ficar calma. Eu entregarei seu bilhete. - Grover disse me transmitindo segurança.

Estava tão feliz que poderia até abraçá-lo, mesmo que isso deixasse as coisas um tanto estranhas. Grover sempre me ajudara, eu era muito grato a ele. 

Levei um susto ao sentir meu celular vibrar. O peguei de meu bolso e vejo um número conhecido. O atendi por obrigação.

- Alô? - digo secamente.

- Percy? Ah! que bom que atendeu. Estava aqui na sorveteria perto de sua casa e pensei que talvez você pudesse vir até aqui me fazer companhia. Venha, Percy, como nos velhos tempos. - era Rachel.

Desde que ela voltara de Londres, me ligava toda noite. Saímos duas vezes, mas eu senti que não ia dar certo. Ela ainda gostava de mim, mas eu não sentia nada além de amizade por ela. Me sentia mal toda vez que a despensava. Mas eu não poderia alimentar seus sentimentos.

- Olha, Rachel, hoje eu não posso. Tenho que terminar um... trabalho. Vou ficar aqui no laboratório com Grover até tarde. Quem sabe outro dia. - eu disse.

- Ah!, claro. Até mais Percy.

Assim que ela disse isso, desliguei meu celular. Rachel era uma garota extremamente bonita. Um corpo bem formado, cabelos cacheados totalmente ruivos, olhos verdes, um pouco mais claro do que os meus; e pequenas sardas no nariz que lhe davam um charme a parte. Apesar de tudo, não era com ela que eu sonhava todas as noites. Era com a garota loira, que lia livros de Direito mesmo ainda estando no 1º ano, que tinha os mais belos olhos acinzentados que já vi, que era mal-humorada, que não ligava para estar com o cabelos sempre arrumado, que comia hambúguer e batatas-fritas comigo... Annabeth era perfeita, para mim. Só esperava que um dia ela se desse conta disso.

- Deixe-me adivinhar novamente - Grover disse, me tirando daquele devaneio - Rachel?

- Sim, não sei o que fazer para ela parar. 

Ele revirou os olhos como quem diz "Mentira, você só não quer dizer que ama outra para não magoar ela".

Olhei para o relógio e vi que era melhor ir para casa. Amanhã iríamos voltar para a casa de Zeus e tentar encontrar mais coisas. Mesmo ele dizendo que já vasculhou cada centímetro quadrado daquela casa, Annie insiste em vasculhá-la mais uma vez. Como não queria ser chato, concordei com minha parceira.

Me despedi de Grover e saí ruma até meu carro. Antes que pudesse chegar perto, Grover me perguntou de longe.

- Não acha que já está na hora da Annie saber a verdade? 

Eu sabia que sim, mas tinha medo. Tinha medo dela não sentir o mesmo e perdê-la para sempre.

- Não sei, cara. Acho que eu ainda não estou pronto para falar. - eu disse com pesar.

Me declarar para ela e escutar de seus lábios que ela sentia o mesmo era um sonho.

Grover assentiu e eu voltei para meu carro.

Dirigi sem pressa até minha casa. Sabia que não conseguiria dormir cedo, então fui direto tomar um banho. Deixei a água quente escorrer, queria que ela levasse, além da sujeira, toda essa minha preocupação. Estamos acostumados a ver em filmes casais se declarando um para o outro o tempo todo. Mas são apenas isso, filmes. Na vida real é diferente. Não podemos simplesmente chegar para alguém e dizer: "Oi, lembra de mim? Então, só queria dizer que estou completamente apaixonado por você e queria saber o que você sentia".

Eu não sabia ao certo se conseguiria. Mas de qualquer forma, continuaria mandando meus bilhetes secretamente para Annabeth.


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Notas finais do capítulo

Momento "Percy completamente abobalhado". Fazer o que né? O amor faz isso com as pessoas, as deixa completamente confusas. Faz as coisas mais feias se tornarem lindas, e as mais impossível se tornarem possível. Espero que tenham gostado, até amanhã NHAC :3