A bateria e guitarra estavam em harmonia com a voz perfeitamente afinada do vocalista magrelo, embora os três estivessem bem nervosos, não por menos, estavam sendo observados por Jared, Tomo e Shannon, mesmo que este estivesse mais preocupado com seu sanduiche.

– Com licença! – Emma os interrompia e os seis presentes pararam para olhá-la, notando que a mesma não tinha na face uma expressão muito boa.

– Aconteceu alguma coisa?! – Jared se manifestou.

– Não, não...É que o William tem uma visita...

– Aquela visita?!

– Isso mesmo! – ela balançou a cabeça e ele, após soltar um palavrão saiu correndo.

– Ela está na sala de entrada. – Emma gritou antes dele sair.

William desceu as escadas da imensa casa branca e ao adentrar na sala de visitas deparou-se com uma figura grotesca. Baixa, loira, usava óculos escuros redondo, a lá John Lenon, shorts curto com meias rasgadas e uma blusa de lã meio surrada.

– Bill! – correu ao encontro dele e o abraçou apertado.

– Oi...oi – a abraçou, mas mesmo assim tentou evitá-la, a afastando rapidamente.

– Veja só, bela casa...

– Não é minha...

– É de quem?! Da Emma?! OMG – colocou a mão na boca – Garoto de sorte esse Mike hein?! – piscou para ele.

– Tá, mas me diga, o que você quer ?!

– Como assim o que eu quero?! Eu vim aqui visitar meu irmãozinho querido! – sorriu e começou a mexer nas coisas, até pegar uma foto – Nossa esse é irmão da Emma?! Não sabia que...

– Não, esse é o dono da casa! Patrão da Emma!

– Ah, o cara da tal banda que você me contou?!

– Esse! Agora deixas as coisas no lugar tá?! – pegou nervoso o porta retrato e o ajeitou.

– Ta, desculpa! – sorriu.

– Mas voltando ao nosso assunto, o que você quer?!

– Porque acha que eu quero alguma coisa?!

– Porque faz mais de 4 meses que não te vejo pessoalmente, você está toda suja e fede a bebida, quer mais alguma coisa ou só isso está bom?!

– Nossa, que nojento você! Mas tem razão, é que...

–... você precisa de grana não é?!

– É...

– O que houve com o Scott?!

– Bom, vamos deixar essa questão de fora tá?

– E seu emprego?!

– Fui demitida... mas na boa, vai me emprestar ou não?!

– De quanto precisa?!

– De 5 mil...

– 5 mil pratas?!

– É! Sabe, a vida em L.A. é muito cara! – piscou para ele.

– Tá! Passa amanhã aqui que te dou o dinheiro!

– Ah! Seu lindo, muitoooooo obrigada! – o agarrou e beijou a bochecha – Não sei o que seria de mim sem você!

Ele não disse nada, apenas a olhou com certa pena, não dava mais que 5 anos para encontrá-la morta por aí, mas não podia fazer nada, já tinha tentado de tudo, e nada resolveu o jeito da moça, igualzinha a mãe.

–-

Já era tarde da noite e ele estava na cozinha bebendo leite, estava sem sono e preocupado com a nova turnê quando ouviu um barulho vindo da sala, correu para lá.Andava caltelosamente, evitando ser notado, quando tropeçou em algo no chão que quase o fez cair.

– Mas o que é isso?!- ascendeu a luz e deparou-se com uma figura um tanto grotesca.

– Shiuu, ou vai acordar o dono da casa! - tentava se levantar, cambaleando um pouco.

– Eu sou o dono da casa! E eu vou chamar a polícia, isos é invasão de domicílio!

– Não, por favor, não faça isso, eu não posso ir em cana, sabe o que fariam com um rostinho bonitinho desse?! - começou a rir descompassada - Vem, grandão, me ajude a encontrar algo valioso para que eu possa vender, prometo lhe dar um trocado! - começou a andar mas ele lhe puxou pela gola da blusa, e ela começou a rir mais ainda.

– Garota, você não ouviu ou está completamente bebada para isso?! Eu sou o dono da casa! - disse nervoso.

– Segunda opção?!

– Que?! Eu vou é chamar a polícia...

– Por favor, não faça isos moço, eu to aqui esperando meu irmão, ele disse para eu não atrasar...

– Seu irmão?! Como assim o miniatura de Johnny Depp ?

– Oh, você é o dono da casa?! - assustou-se.

– É louca?! Estou tentando te dizer isso a...

– Bonitão não olha agora mas aquilo ali não é uma... - ele virou para onde ela indicara e, aproveitando-se da distração dele, pegou um pesado cinzeiro em cima da mesinha de centro e deu-lhe na cabeça, o que fez ele cair desacordado no chão.

Aproveitou a situação e, apesar de bebada, teve medo de encontrá-lhe na manhã seguinte, o levando até o sofá e ajeitando as coisas tudo em seu devido lugar. Aproveitou para roubar algumas coisas que achou não terem importância e que possuiriam algum valor material.

Apagou a luz e, sorrateiramente, saiu da casa, não ficando muito longe dali, para ser mais precisa, acabou por dormir na grama do vizinho, não tinha lugar para ir, ou melhor, não queria voltar para o lugar que costumava chamar de casa.