Just a Life escrita por kahcherry


Capítulo 9
Capítulo 9 - Kitty e Renato: Os Gênios da Turma


Notas iniciais do capítulo

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   - Mãe, chegamos – disse Renato, entrando em casa como um rei andando entre seus súditos.

   - Olá garotos – disse tia Kelly – tudo bem?

   - Tudo bom tia – disse Kitty, sorridente, abraçada com Shawn.

   - Ô mãe, o Shawn pode dormir aqui hoje?

   - Pode, pode sim – disse tia Kelly.

   - Então beleza. Vamos pro meu quarto? – sugeriu Renato.

   - Vamos!

   Kitty, Shawn, Lígia, Marlon, Tico, Daron e Dawson se acomodaram no quarto do Renato. Kitty e Renato, com suas guitarras nas costas.

   - Bom, que tal ligarmos para o Corey – sugeriu Dawson – vamos ver se ele já falou com o policial.

   - Tá certo – disse Renato, correndo para o telefone – alguém sabe o número do celular dele?

   - Eu sei – disse Marlon, buscando seu celular no bolso – achei. Digita aí: 9564...

   - Tá chamando – disse Renato – vai atende seu vi... ah, alô! Corey?

   - Renato? Oi cara, tudo bem?

   - Beleza. E aí garoto, já falou com o seu amigo?
   - Já, já sim. O Filipe vai com a gente amanhã de manhã.

   - Oba, que bom! – disse Renato, sorridente – agora é só partir pro abraço!

   - Sim, sim. Onde vocês estão, cara? – perguntou Corey.

   - Na minha casa, por quê?

   - Não, por nada. Bom, vou desligar tá?

   - Certo, tchau! – desligou o telefone e disse aos outros – ele já falou com o tal Filipe, e ele está com a gente.

   - Hum, Rê, Daron e Dawson, eu escrevi uma música, e acho que vocês vão gostar – disse Kitty, tirando do bolso a música que tinha escrito de manhã – mas eu ainda preciso traduzir. Vejam se vocês gostam:

   Kitty começou a ler a música para os três garotos e seus quatro amigos, Shawn, Tico, Lígia e Marlon. Renato sorria mais a cada frase da música, e Daron, na metade da música, disse : ”Essa é a minha prima!”

   - ... não há nada que me impeça de morrer!” Gostaram? – perguntou Kitty, sorrindo.

   - Adorei – disse Dawson – muito da hora. Agora só falta um solo de guitarra. Tá preparada pra fazer um Kitty?

   - Quê?

   - É sim Kitty, está na hora de você fazer uma música pra gente. Eu te ajudo na bateria – disse Daron, dando palmadinhas nas costas da garota.

   - Isso mesmo! Você pode até fazer uma participação especial na música – disse Renato, abraçando a garota, que estava às lágrimas.

   - Ai... gente – balbuciou Kitty – eu não mereço isso! Não mesmo!

   - Claro que merece prima – disse Daron – você é uma das fundadoras dessa banda. Você merece ser aplaudida. Principalmente por não gostar mais de Wanessa Camargo.

 

Kitty iria dormir na casa de Renato. Ela estava lá com Shawn, Daron e Dawson. Tico, Lígia e Marlon tinham ido embora. Era quase oito horas da noite, e todos estavam sentados no sofá, assistindo a um DVD do Creatures. Então Renato teve uma idéia:

   - Hei, gente, tive uma idéia!

   - Diga Rê – falou Daron – qual é a sua fabulosa idéia de gênio!

   - Estou pensando no nosso clipe – disse o garoto, sorrindo.

   - E qual será o nosso primeiro hit? – perguntou Dawson.

   - Ah, sei lá, qual deve ser Kitty? – perguntou Renato à prima.

   - Hum... que tal “Shadow Of The Night”? Acho essa música tão linda, também né, fui eu que escrevi.

   - Nós escrevemos – disse Renato.

   - É, pode ser – disse Daron, sorrindo para sua priminha, que era atacada por Shawn – é uma idéia!

   - É, mas como vai ser o clipe? – perguntou Shawn.

   - Ora, se a música fala de sombras, acho que deve ter a banda tocando, mas só a sombra de vocês – sugeriu Kitty - vocês poderiam estar tocando em um cemitério, de noite, tipo a capa do cd!

   - Ai, ir a um cemitério de noite? – perguntou Renato – gostei da idéia!

   - É, e também poderiam ter vultos saindo dos túmulos – sugeriu Shawn.

   - Né! É uma ótima idéia. Vamos falar pro Corey. Aí a gente filma o nosso clipe sombrio!

   - É isso aí Renato – disse Daron.

   - Garotos, venham jantar, está na mesa – chamou tia Kelly.

   - Opa!

   - Comer, comer, comer, comer, é o melhor para poder crescer! – saíram, cantando, Kitty e Renato.

   Os garotos riram o jantar inteirinho. Renato fazia piadas sobre tudo que tinha direito. Kitty era atacada por Shawn o tempo todo. Daron ajudava nas piadas de Renato, e ria muito também. Dawson fazia imitações de alguns artistas. Mas o melhor foi quando os cinco começaram a cantar as músicas que mais cantaram durante a infância: Mamonas Assassinas.

   - “... mas comigo, ela não quer se casar... na Brasília amarela com roda gaúcha ela não quer entrar...“

   - Garotos, olha a sobremesa – gritou tia Kelly, tentando abafar o coro de “Eu te I love you!” – hoje tem torta de sorvete de chocolate!

   - Opa – disse Daron, rindo, depois de terminarem de cantar. Renato não conseguia mais rir. Já tinha cantado muitas músicas, e agora descansava um pouco a voz.

   - Terminem a torta e vão dormir – disse tia Kelly – se não vocês não acordam amanhã.

   - Certo – disse Dawson – tudo bem... hum... essa torta tá muito boa tia!

   - Obrigado Daw – agradeceu tia Kelly – bom, vocês vão dormir aqui também?

   - Podemos? – perguntou Daron.

   - Ora, a casa é de vocês garotos – disse tia Kelly, sorrindo.

   Depois de algum tempo sentados no sofá, terminando de assistir a novela de tia Kelly, Renato, Daron, Daw, Kitty e Shawn subiram para dormir. Aí vinha o problema, onde eles ficariam? Kitty dormira muitas vezes na casa de Renato, no quarto dele, mas sempre ficava difícil colocar Daron, Dawson, Kitty e Renato no mesmo quarto. E sempre que conseguiam, eles ficavam apertadíssimos. Agora, tinha o Shawn também.

   - Ora, durmam metade no quarto de hóspedes e metade no quarto de Renato – sugeriu tia Kelly.

   - Não, ou é todo mundo ou não é ninguém – disse Renato - o jeito é dormirmos na garagem!

   - Levem os colchões até lá – disse tia Kelly, aprovando a idéia.

   - Mas... mas... lá não têm ratos não né? – perguntou Kitty, tremendo.

   - Nunca vi nenhum lá. De vez em quando entram alguns morcegos lá, mas ratos, eu nunca vi nenhum.

   - Não se preocupa, linda – disse Shawn, abraçando Kitty, que estava tremendo – se eu ver algum rato, eu mato ele. Pode deixar.

   - Ai Shawn, obrigado – sorriu Kitty, beijando o namorado.

   - Bom, vamos arrumar lá embaixo – disse Renato, tentando levar todos os lençóis ao mesmo tempo, e derrubando alguns.

   - Vai, cada um leva o seu colchão – disse Daron, com um colchão na cabeça. Os garotos desceram as escadas e entraram pela porta que levava à garagem. Daron teve outra idéia mais da hora ainda:

   - Vamos colocar os colchões na escada da garagem e escorregar! – e foi isso que ele fez. Sentou no colchão e deslizou rapidamente pela escada, rindo de se acabar.

   - Ahhhh, estou voltando a ter quatorze anos – gritou, chegando ao chão - vamos comigo? – perguntou a Kitty e Shawn, que estavam na porta da escada, então subiu as escadas e se acomodou, sentado no colchão de Kitty, seguido pela garota e por Shawn. Então os três escorregaram felizes, gritando. Até que Dawson apareceu na porta e disse:

   - O que vocês estão fazendo?

   - Bom, eu estou voltando a ter quatorze anos – disse Daron, se levantando e arrumando os colchões. Até que Renato apareceu na porta e começou a jogar os travesseiros nos garotos.

   - Ah, é guerra? – gritou Kitty – quer guerra? Então você vai ter guerra! – pegou dois travesseiros do chão e jogou em Renato, que caiu pra trás e levantou-se rapidamente, mas viu que era atacado por mais três travesseiros, dessa vez de Daw, Daron e Shawn. Caiu no chão de novo, e levantou com os cinco travesseiros na mão, gritando:

   - Guerra!!!

   - Ahhh, pára! – gritou Kitty, caindo no chão, atacada por Shawn, que a calou com um beijo. Os dois ficaram deitados no chão, se beijando por alguns segundos quando Kitty o empurrou e disse:

   - Não, Shawn, levanta – ela estava séria, quando se sentou no chão, e então começou a rir, ao ver que Renato estava com algumas penas na boca. Cuspiu as penas e disse:

   - O travesseiro estourou. Vou pedir pra mamãe costurar - Kitty se levantou e foi com ele, dizendo que iria ao armário de Renato pegar um pijama. Como ela dormia na casa do Rê de vez em quando (ou melhor, de vez em sempre), ela deixava algumas roupas lá. Mas sempre achava meio estranho que a cada dois meses tinha uma camiseta nova do Creatures ou dos Defloid’s lá, isso até olhar pra Renato e ver o sorriso que ele tinha no rosto. Shawn estava sentado no chão, do jeito que Kitty o deixara. Não entendera por que Kitty o empurrara.

   “O que eu fiz de errado?” se perguntava “será que ela pensara que eu queria... ai, o que eu fiz? Vou atrás dela!” então se levantou e começou a subir as escadas. “Não sei o que dizer, mas vou dizer!”.

   Quando entrou no quarto de Renato, Kitty estava de pijama, penteando seus cabelos, “aqueles lindos cabelos pretos e azuis”, pensou Shawn. Shawn pigarreou, tentando fazer com que Kitty olhasse pra ele:

   - Eh... Kitty... eu...

   - Shawn... – Kitty jogou a escova de cabelo na cama e foi até ele.

   - Me desculpa... eh... eu não queria que você... eh...

   - Tudo bem, Shawn – disse Kitty, com um sorriso meio forçado – eh...

   - Kitty... me desculpa, eu não queria que... eu não queria que você pensasse que eu... eh... eu não queria que... – uma lágrima escorreu pelo rosto de Shawn, e ele foi abraçado por Kitty, que também tinha uma lágrima em seus olhos, pronta pra escorrer. Mas foi quando Kitty disse na voz mais calma que poderia fazer que ela escorreu:

   - Eu te amo, Shawn!

   - Eu também te amo muito, e não quero te perder – outra lágrima escorreu pelo seu rosto – você promete que nunca vai me deixar?

   - Prometo, eu sempre vou estar aqui com você – disse Kitty, com outras lágrimas correndo de seus olhos – eu nunca vou te deixar...

 

   - Onde vocês estavam? – perguntou Renato a Kitty e Shawn, que desciam as escadas de mãos dadas – já arrumei as camas de vocês.

   - Obrigado Rê – disse Kitty, dando um beijo estalado no rosto do primo.

   - E agora, vamos cantar outra música dos Mamonas Assassinas? – perguntou Daron – hoje eu estou tão feliz!

   - Vocês não vão cantar nada – disse tia Kelly, aparecendo na porta – vocês vão é dormir entenderam?

   - Sim, sim – disse Renato – pode apagar a luz mamãe, eu estou com a lanterna.

   - Tá certo, filho. Boa noite garotos, e juízo amanhã!

   - Boa noite! – responderam todos juntos. A luz se apagou e Renato acendeu a lanterna. Esperou alguns minutos, rindo baixinho, e então se levantou, dizendo:

   - Eu vou pegar uns salgadinhos. Esperem aqui com a lanterna tá!

   - Falô – disse Kitty, que estava sentada no colchão, abraçada por Shawn. Daron e Dawson também estavam sentados. Kitty era beijada por Shawn, a cada cinco segundos. Kitty gostava muito do Shawn, e Shawn também gostava muito de Kitty. Dali a pouco, Renato desce de novo as escadas, trazendo cinco pacotes de salgadinho. Jogou os pacotes aos outros, e sentou-se, pegando a lanterna de Daron, e colocando embaixo do rosto, dizendo sombriamente:

   - Agora está na hora, das histórias de terror!

   - A Rê, pelo amor de Deus – interrompeu Kitty – se você for contar de novo a história do hospital, da mulher de branco e do carro no penhasco, eu te mato!

   - Não, não, não. Dessa vez eu vou contar uma história real, que foi contada pra mim pelo meu pai... Essa é a história dos rockeiros desaparecidos!

   - Oh, oh, diga Rê, qual é a fabulosa história dos rockeiros desaparecidos? – disse Daron, calmamente.

   - Ela começa assim: “Há alguns anos atrás... antes de aqui ser construída a minha casa... existia um cemitério. Ninguém tinha a coragem de entrar nesse cemitério, porque o zelador tinha desaparecido, não se sabe como. Mas existia uma história sobre esse desaparecimento. Segundo algumas pessoas que moravam aqui perto, inclusive a vizinha do lado, que morrera a uns quatro anos, nas noites de lua cheia, ouviam-se gritos vindos dos túmulos. O zelador estava em sua casa, dentro do cemitério, quando ele começou a ouvir esses gritos. Olhou para o céu, e viu que era uma noite sem nenhuma nuvem no céu. Uma noite de lua cheia. O zelador pegou sua bengala e foi até o lugar de onde vinham os gritos. Quando estava chegando perto, ele ouviu um grito prolongado, e nunca mais foi encontrado...”

   - Tá bom, e onde estão os rockeiros desaparecidos? – perguntou Daron, escondendo o nervosismo. Shawn abraçava Kitty, que tremia um pouco.

   - Ora, espere, ainda não cheguei aí – reclamou Renato, se ajeitando no colchão – vai, deixa eu continuar: “... depois de algum tempo, numa noite de lua cheia, quatro rockeiros estavam andando por essas bandas. Era quase meia noite, quando o líder deles teve a idéia de entrar nesse cemitério. Os outros concordaram. Então eles pularam os portões e andaram calmamente pelo cemitério. Os mais novos deles olharam o relógio e disseram assim: ‘Vamos pra casa, já é quase meia noite. Nunca ouviram as histórias sobre esse cemitério?’. Os outros os chamaram de covardes, e disseram: ‘Então vão embora, medrosos’. E foi o que eles fizeram. Pularam o portão de novo, e ficaram lá fora, esperando eles voltarem. Quando bateu meia noite, os garoto mais novos ouviram um grito vindo de dentro do cemitério. Até que...” – nessa hora, Renato desligou a lanterna, e Kitty gritou:

   - Ahhhhhhhhhhhhhhhh!!!

   - Calma Kitty – disse Shawn, que mal conseguia segurar sua tremedeira.

   - Ah não, minha mãe acordou – reclamou Renato, reacendendo a lanterna – durmam, rápido!

   Os cinco entram de baixo das cobertas e desligam a lanterna bem na hora que tia Kelly abria a porta, e acendia a luz:

   - O que foi isso? – perguntou tia Kelly, brava.

   - Ah, hã? O quê? – fingiu Renato, cobrindo os olhos.

   - Ora, esse grito!

   - A mamãe, não ouvi nada. Acho que você sonhou.

   - O que aconteceu? – perguntou Daron, levantando, fingindo-se de assustado.

   - Nada, nada não – respondeu tia Kelly – acho que sonhei. Desculpa acordar vocês. Boa noite – apagou a luz e foi embora. Renato ligou a lanterna e disse:

   - Enganamos ela direitinho! Posso continuar a história?

   - Ah, po... pode – disse Kitty, se sentando de novo – des... desculpa!

   - Tudo bem priminha – disse Dawson – não tem problema.

   - Bom, então: “... os garotos nunca mais voltaram do cemitério!”

   Após alguns segundos de espera, Shawn perguntou:

   - É só isso?

   - É, só isso. Por quê? Você queria mais?

   - Ah, Rê, e quem garante que essa história é verdadeira? – perguntou Daron, de braços cruzados.

   - O meu pai.

   - E aonde o seu pai ouviu essa história? – perguntou Shawn, abraçando Kitty, que ainda não conseguira parar de tremer.

   - Meu pai não ouviu essa história. Meu pai era um desses garotos mais novos que foram embora do cemitério!

   Silêncio. Shawn sentiu o coração de Kitty bater mais depressa, então disse:

   - Eh, vamos dormir gente, está tarde.

   - Ah, tudo bem – disse Renato, encolhendo os ombros. Então jogou a lanterna para seu primo – toma Daron, depois você desliga.

   - Tá bom!

   Shawn ainda abraçava Kitty, quando perguntou:

   - Kitty, tudo bem?

   - Tudo... tudo bem... – disse a garota, tentando ficar calma.

   - Tem certeza?

   - Shawn... me abraça – pediu a garota, e Shawn não pensou duas vezes. Abraçou-a demoradamente, até sentir o coraçãozinho da garota voltar aos seus batimentos normais. Kitty olhou para o seu amado, e o beijou. Após alguns segundos, Shawn perguntou novamente:

   - Você está bem?

   - Estou melhor agora. Obrigado.

   Kitty deitou-se, ainda de mãos dadas com Shawn. Então disse:

   - Shawn, eu te amo...

   - Eu também te amo, minha linda. Eu também te amo...


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Notas finais do capítulo

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