Quinn Fabray morava em Los Angeles, era uma atriz reconhecida por trabalhos importantes, mas nada muito grandioso ainda.

                Quinn Fabray era linda, uma das mulheres mais belas de Hollywood, quase todo o mês saia em algum editorial.

                Quinn Fabray tinha o namorado dos sonhos: lindo, famoso e apaixonado, tudo que ela já havia sonhado.

                Quinn Fabray tinha amigos, os melhores de todos.

                Mas o que Quinn mais prezava era Rachel Berry e ela a tinha. Pelo menos em sonhos.

                Todas as noites, a estrela da Broadway vinha de NYC para sua cama, linda, doce e apaixonada por ela. Era perfeito.

                Suas bocas se encontravam com facilidade, seus beijos duravam anos, seus corpos se completavam e o som do gemido de Rachel levava Quinn ao delírio. Seu nome sussurrado pela boca da morena? Matava Quinn pouco a pouco. Eram a pura definição da paixão.

                Não havia uma noite sequer, desde o último ano do McKinley, que Berry não a encontrasse... Quinn estava presa e não pensava em se libertar.

                Mas o sexo já não era mais suficiente. E como poderia ser? Quinn era perdidamente apaixonada pela morena. Ela precisava de Rachel para si todos os dias, tinha necessidade de prepara-lhe uma comida, de passear de mãos dadas por algum parque, de ser o motivo de seu sorriso... E mais de que tudo isso, Quinn Fabray queria que seu amor fosse correspondido.

                Todos os dias, a via em fotos. Feliz como nunca ao lado do marido, o namoradinho de colégio Finn, brilhando nos palcos e em New York.

Eram nessas horas que o altruísmo de Quinn, ou a covardia talvez, falava mais alto. Ela estava feliz com ele, afinal. Provavelmente como nunca seria com ela própria. Então eram nesses momentos que Quinn pedia, implorava para que seus sonhos parassem, para que ela conseguisse seguir em frente e buscar sua felicidade.

Mas Rachel sempre voltava. Calada, sexy, fatal. E era aí que Quinn se tornava sádica. Tomava Rachel para si porque era mais forte que ela, e chorava no dia seguinte por ser só uma ilusão.

Enquanto chorava, sempre ligava para Santana e era na voz de Satan que lhe vinha o pior de todos os sentimentos: esperança.

Esperança de que a vida de Rachel não era boa o suficiente, que ela ainda não tinha tudo, que se eu fosse corajosa eu poderia ter o amor dela.

E então saia uma notícia em algum tablóide mostrando os pombinhos felizes com a gravidez dela e o meu mundo desabava outra vez... O círculo vicioso começando novamente.

E dessa vez, Quinn não quer que sua Rachel deixe-a essa noite, mas pela primeira vez em muito tempo a morena a desaponta e Q. sabe que ela escapou por entre seus dedos de todas as formas.