-Itachi, venha rápido aqui! Tem alguma coisa errada com a Hana! – implorou Kiba, o homem estava do lado de fora do quarto do irmão, esperando noticias, a equipe médica ainda não tinha saído.

-O que aconteceu?

-Eu não sei! Ela está no chão! Gritando de dor, está sangrando muito! O que eu faço?

-Traga-a pro hospital eu já estou aqui, quando chegarem me avise. Onde vocês estão?

-Na clinica veterinária, ela estava dando banho num cachorro quando aconteceu...

-Venha pro hospital, me ligue assim que chegar.

-Certo. – disse desligando.

-Quem era, querido? – perguntou Mikoto ainda aflita.

-Kiba. Parece que a Hana está tendo complicações.

-Ela já está quase no sétimo mês, não é...?

-É...

-As tragédias não param de acontecer... – comentou Karin infeliz.

A equipe médica saiu do quarto, eles pareciam aliviados.

-Como ele está? – perguntou Mikoto.

-O coração dele voltou... Paradas cardíacas são normais num estado de coma, mas quando se tem que tratar de um colega é mais complicado... Graças a Kami-sama ele está bem. Vamos mantê-lo em constante observação.

-Ele parecia estar melhorando... – comentou Karin.

-É assim mesmo. Um estado de coma é ilusório, o paciente está bem e decai rapidamente, até acordar são muitos altos e baixos... É imprudente eu falar essas coisas como médico, mas com amigo eu posso dizer que ele vai ficar bem, eu sei que vai.

Logo o celular de Itachi tocou, era Kiba.

-Estamos na emergência.

-Eu estou indo. – respondeu desligando – Já volto. – falou para os outros.

...

-Hina? Chegou cedo. – comentou Tenten vendo a amiga entrar em casa.

-Fugaku-san me liberou antes, ele disse que não estava com cabeça pra negociar minhas obras com os argentinos, aí eu voltei...

-O Sasuke piorou?

-Parece que sim... Naruto-kun me ligou há alguns minutos cancelando nosso encontro de hoje porque vai ficar no hospital com ele, eu vou pra lá mais tarde.

-Puxa... Tá complicado isso...

-Tá mesmo... Itachi-san nunca mais apareceu na empresa... Tá todo mundo pelos cantos, sabe... Todo mundo distraído... Eu nem vi mais a Sah-chan por aqui.

-Ela sumiu mesmo, deve tá cheia de trabalho, ela me disse um dia desses que tinham contratado outro médico pra ficar no lugar de Sasuke enquanto ele não melhorava e ela ia ter que habituá-lo, enfim...

-É triste, mas a vida tem que continuar...

-Sobre o que as moças estão conversando? – perguntou Neji chegando em casa e envolvendo a cintura da Mitsashi.

-Coisa de mulher. – provocou Tenten mentindo

-Mulheres...  – reclamou dando-lhe um rápido selinho e indo ao banheiro, deixando ambas confusas.

-O que foi isso mesmo? – perguntou Hinata tentando entender.

-Eu bem que gostaria de saber...

-Vocês tão namorando e não me contaram nada, Tenten? Que injusto!

-Não estamos, namorando, Hina.

-Claro que estão! Ele pegou sua cintura e lhe beijou!

-E-eu posso explicar!

-Acho bom.

-A gente ficou algumas vezes...

-Tenten, vocês não são mais adolescentes pra “ficar”...

-Hina! – repreendeu-a.

-É brincadeira. – disse risonha – Mas já está tudo certo? Já oficializaram? Vocês combinam tanto... Sempre torci por vocês.

-Não, Hina... Não tem nada certo. No meu ponto de vista não... A menos que pra namorar não precise mais pedir...

-Ah, se tá esperando o Neji fazer um pedido formalmente, esqueça, ele não vai pedir não.

-E por que não?

-É o jeito dele. A menos que você o tenha mudado. – disse com um sorrisinho.

...

-A bolsa dela estourou! – berrou um dos médicos e começou uma agitação no leito do hospital, alguns enfermeiros levaram a mulher, ainda desacordada, para a sala de cirurgia – Vamos ter que tirar a criança.

Itachi e Kiba ficaram na sala de espera, aguardando noticias.

-Onde está sua mãe, Kiba...? – perguntou o moreno, ele já estava bem abatido, cheio de olheiras, feições angustiadas, parecia sem forças.

-Está na Europa resolvendo algumas coisas...

-Ligou pra ela?

-Não... Acho que não precisa, a Hana vai ficar bem... – eles deram uma pausa dolorosa – Como é que o Sasuke tá...?

-Piorando... – sua voz saiu quase num murmúrio.

-Cara... Eu não devia ter te chamado, você tá acabado, precisa descansar.

-Eu estou bem...

-Não tá não, Itachi... Está dormindo direito? – o moreno revirou os olhos – Eu sabia que não.

Passou um bom tempo, os médicos não davam noticias, Kiba andava de um lado para o outro, agoniado, Itachi estava aéreo, pensando em várias coisas de uma só vez.

O médico saiu da sala, seu semblante não era muito bom.

-Então o que aconteceu com ela? – perguntou Kiba.

-Nós tentamos tudo que estava ao nosso alcance.

-“...mas...”?

-Ela não resistiu... – disse cabisbaixo, Kiba deixou-se cair sob os joelhos - A criança está bem, vai precisar ficar na incubadora por um tempo até ganhar peso, mas a mãe teve hemorragia... Tinha algo errado, como se ela já tivesse tentado aborto.

-Ela tentou... Muitas vezes... – sussurrou Kiba – Mas...

-Nós fizemos tudo que podíamos...

Itachi encostou a cabeça na parede, fechou os olhos, respirou bem fundo, sentiu umas lágrimas finas percorrerem seu rosto sem sua permissão, Hana podia ser o que fosse, mas um dia ele a amou muito, ainda sentia algo por ela, querendo ou não, e sabia que ela já o amou também, mas agora estava morta.

Ela havia provocado sua própria morte, ambos sabiam disso, mas era inevitável. Kiba estava largado no chão do corredor, tentando entender porque aquilo acabou acontecendo, poderia ter sido mais fácil, pra começar ela poderia ter sido fiel, se não foi, poderia ao menos cuidar melhor da criança, mas ela não fez por onde, acabou sendo punida.

-Kiba... – chamou Itachi enxugando as próprias lágrimas – Foi uma fatalidade, mas ela tentou matar a própria filha, entende o que aconteceu?

-Está dizendo que ela foi punida, não é?

-A Hana era uma mulher adulta, esclarecida, bonita e inteligente... Não sei o que aconteceu com ela pra colocar na cabeça que tinha que abortar.

-Ela não andava bem da cabeça... – comentou Kiba mais pra ele que para o outro – De vez em quando eu a via conversando sozinha, traçando planos, tomando remédios que eu nunca ouvi falar...

-Ela não precisava fazer essas coisas... Eu já tinha dito que ia criar a menina...

-Ela endoidou...

...

-Oi, Naruto-kun. – cumprimentou Hinata encontrando-o na lanchonete do hospital.

-Oi, Hina-chan. – disse beijando-lhe. Ele ainda parecia um pouco triste.

-Como é que as coisas estão...?

-Não muito boas...

-Mas vão melhorar.

-Tomara...

-Onde estão seus pais? Não tinha ninguém na sua casa quando liguei pra lá...

-Meu pai está aqui no hospital resolvendo umas coisas com a Tsunade-obaa-san, e minha mãe disse que vinha dar uma força pra Mikoto... Você sabe, elas são velhas amigas... Enfim...

-Tá difícil... Mas a gente precisa desestressar também, não tem muito tempo que você saiu do coma, não seria legal ficar aqui nesse clima pesado... Vamos dar uma volta.

-Eu não sei...

-Vamos, Naruto-kun. – disse a moça puxando-o pelo braço, ele soltou-se das mãos dela e passou o braço em sua cintura, ela fez o mesmo e eles caminharam assim pra fora das dependências do hospital.

...

-O que você faz aqui? Eu já te liberei, lembra? – perguntou calmamente a loira olhando-o nos olhos, ela apoiava o queixo sobre as mãos cruzadas sustentadas pelos cotovelos sobre a sua mesa.

-Lembro...

-Então...? O que tá fazendo aqui?

-Eu estava no exterior e cheguei há dois dias, Temari me contou tudo o que aconteceu... Eu me sinto péssimo por não ter estado aqui quando você precisou...

-Eu estou ótima, Sabaku.

-Graças a Kami-sama!

-Por que está tão aflito? – perguntou curiosa.

-Como “por que”? Você ainda não entendeu? Yamanaka, eu te amo! Eu estava confuso depois do nosso encontro, não sabia ao certo o que estava acontecendo, mas depois dessa viajem tudo se encaixou.

-Eu disse que você estava curado. – disse com um sorrisinho convencido.

-Isso não tem nada a ver!

-Claro que tem. Você lembra qual era seu problema? Você não sentia atração por mulheres, não era?

-Não era bem assim.  Eu não conseguia amá-las.

-Então...

-Você sabia desde o começo?!

-Claro que sabia, Sabaku. 

-Por que fez todo aquele teatrinho então? – perguntou confuso.

-Porque é bom te provocar. – respondeu levantando de sua cadeira. Ela aproximou-se dele, acariciou seu rosto, o olhou com ternura, deixou suas mãos escorregarem até a gola de sua camisa e a usou para puxá-lo pra perto. Ela sentiu o peito duro dele batendo contra seus seios avantajados, ela o manteve perto, os braços dele a envolveram pela cintura e ela relaxou os seus envolta do pescoço do ruivo. A testa dela estava na altura da dele graças ao seu salto número 15, eles podiam sentir o hálito quente um do outro roçando em suas peles.

-Estou me sentindo muito provocado agora, loira.

-É? – disse em tom sedutor.

-Desisto, não consigo mais me segurar. – disse selando seus lábios nos dela, com amor, com fervor e com urgência.