Bella POV

Acordei com o telefone tocando. Não queria atender ninguém. Principalmente a pessoa que tenho quase certeza que esta me ligando. Tiro o rosto do travesseiro, estendo a mão ate o criado mudo, pego o celular e vejo quem é. Coloco o celular no silencioso. Mas depois decido desligar.

Tentei dormir de novo, mas não ia conseguir. Levantei, fui ao banheiro. Lavei o rosto e fiz minha higiene. Era sábado e já estava um pouco tarde. De repente, eu lembro.

Saio correndo pelas escadas e me jogo no sofá, graças a Deus, sem ninguém. Pego o controle ligo a TV e ainda não tinha começado. Dava tempo de tomar café antes dos meus desenhos começarem!!!

Deixo no canal, escondo o controle – afinal o fantasma do controle pode vir e esconder de mim [N/A: Eu acreditava nele, ele sempre roubava meu controle ¬¬] – e vou até a cozinha onde encontro minha mãe tomando café sozinha. Ela me olha e sorri.

– Bom dia, querida!

– Bom dia, mãe. – respondi sem o mesmo entusiasmo que ela.

– Você esta bem, querida? – ela perguntou com aquele jeito preocupado e maternal. Mas que isso, ela me olhou daquele jeito técnico, me analisando. – Aconteceu alguma coisa ontem?

– To bem. – não queria contar pra minha mãe. Não que não confiasse nela, mas, era melhor não envolve-la em mais uma de minhas depressões momentâneas. As vezes, quando algo me magoa ou deixa triste, eu fico assim, meio desanimada. Mas como eu disse, é momentânea e logo passa. – Não, não aconteceu nada de mais.

Ela não se deixou enganar, mas deixou passar. Tomamos café demoradamente.

(...)

Assim que terminei meu café, sai correndo pra sala e vi que já tinha perdido a abertura do primeiro desenho.

– Ah, não acredito. Perdi a arbetura do desenho. – disse triste.

Minha mãe me olhou com aquele olhar de “ Aonde eu errei?”.

(...)

Depois de assistir todos os meus desenhos de sábado, fui ate meu quarto como uma criança feliz. Escovei os dentes e fui até o closet. Escolhi uma roupa básica. Uma regata branca e uma bermuda jeans e uma havaianas. Do primeiro andar minha mãe gritou avisando que ia dar uma saída.

Terminei de me trocar e arrumei meu quarto. Peguei meu celular na escrivaninha e liguei. 13 chamadas perdida. Nem liguei. Nem vi de quer eram. Liguei pra lojinha de esfirras do bairro e pedi tudo o que eu tinha direito. Estava decidindo o que fazer até a comida chegar, quando a campainha toca.

Desço sem muito animo, sem acreditar como eles haviam sido rápidos. 20 minutos tinham se passado, no máximo.

Quando abro a porta, sem olhar no olho magico, me surpreendo. Porque, apesar de ser a ultima pessoa que eu pensei em ver naquele momento, era também a que eu mais queria ver. E ela não estava sozinha.