Finchel e outras histórias escrita por julinmi


Capítulo 8
"Merry" Christmas


Notas iniciais do capítulo

Não tem muito a ver, mas acho que vocês vão gostar.



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    O dia 24 de dezembro nascia vagarosamente na minha janela. Havia passado a noite anterior em um pesadelo horrível, e meu sono fora conturbado. Me levantei e olhei para rua, que estava totalmente coberta de neve. Estava de férias, e tinha Nova Iorque aos meus pés para fazer o que bem entendesse. Meu celular começou a tocar alto, e eu vi o nome e a foto de Rachel Berry no visor. Ela tinha o cabelo amarrado, e estava comendo uma rosquinha de caramelo.

“Alô?”

“Finn!”

“Oi Rach”

“Tudo bem?”

“Tudo, planos para a noite?”

“Não, e é por isso que estou te ligando. Estava pensando em ir patinar e depois comer alguma coisa, eu estou preparando”

“Sim, sim. Onde está Quinn?”

“ Quinn foi visitar Sam, Jesse para casa dos pais no interior,e Puckerman está doente, seremos só nós dois..”

Sorri.

“Claro, claro. Passo aí as 4:00”

E desliguei o telefone sem ao menos me despedir.

As quatro horas chegaram em um instante, andei até a casa de Rachel. Ela estava vestindo milhões de roupas de frio, e acabava se perdendo no meio dos casacos, pois era muito pequena, mas estava adorável.

“Oi Finn”

Ela me beijou na bochecha e andamos, enquanto ela segurava no meu braço. Eu estava triste. Não queria continuar fingindo que não amava Rachel. Mas era preciso, eu queria ela do meu lado.

Chegamos a pista do central park. O local estava vazio,não havia sequer um pássaro e até temíamos um assalto ou algo, mas era noite de natal, ninguém se daria o trabalho de assaltar ninguém em uma noite tão bonita.

As músicas natalinas estavam tocanando e nós dois patinávamos no tédio, arrastando os pés enquanto conversávamos sobre trabalho.

 Do nada, como mágica, começou a tocar “more than a woman” . Eu e Rachel nos olhamos e soltamos uma longa risada. Estendi minha mão.

“Aceita?”

Ela segurou ainda rindo e nós começamos a rodopiar. Os olhinhos dela brilhavam, enquanto sua boca esboçava uma larga risada. Nós cantávamos e dançávamos feito loucos. Por um momento até pensei que ela me beijaria. E finalmente quando cansamos, paramos de dançar.

“Vamos Finn, a comida vai esfriar”

Nós dois corremos de meias pelo central park feito loucos. Ah.. o central park. Depois pela rua, e quando notei, nós estávamos sentados á mesa comendo peru.

“Senhorita Rachel Berry.. sua comida é estupenda.”

Ela sorriu e balançou a cabeça.

“Parece até o que a minha mãe fazia.. saudades da minha mãe”

O sorriso desapareceu bruscamente do rosto de Rachel e ela baixou a cabeça.

“O que houve? Eu te ofendi? Desculpa..”

“ Sabe Finn, minha mãe simplesmente me deu. E eu nunca tive problemas porque eu amo meus pais.”

Ela respirou fundo

“Mas quando eu era pequena,nas noites de natal, me trancava no quarto. Lá eu chorava, chorava. E meus pais me traziam água. Mas eles nunca souberam porque eu chorava. Era apenas porque eu queria presentear minha mãe. Eu só a vi algumas vezes, quando fazia Ensino Médio. Era muito bonita, uma mulher muito bonita.”

Deu um sorrisinho

“Só não mais talentosa que eu.”

“Ela cantava?”

“Sim, ela cantava. Sei onde ela mora, mas nunca tive vontade de visitá-la. Sozinha.”

Ela olhou para mim.

“Sabe Rachel, poderíamos visitar sua mãe”

“Não Finn, seria bobagem. Totalmente bobagem.”

“Não, não seria.”

Me levantei e peguei a chave do carro.

“Deixe-me pegar algo.”

 E ela veio do quarto com uma caixa. Não quis perguntar o que era.  Dirigi vários quilômetros até chegar ao “Asilo San Juan”. Entramos na sala principal e uma simpática funcionaria nos guiou até o quarto.

Shelby era o que se pode chamar de senhora bonita. Era idêntica a Rachel, a única diferença eram os fios brancos na cabeleira negra. As duas se olharam seriamente. E depois Rachel a cumprimentou com um beijo na bochecha. A funcionaria saiu e eu já ia a acompanhar quando Rachel me mandou ficar.

“Feliz Natal Rachel”

“Oi Shelby”

“Eu estava mesmo querendo te ver..”

“Eu que estava, mas antes. Que tal começarmos de outro jeito.”

Rachel entregou um papel a Shelby e sorriu. Consegui ver algo como Dream escrito. E as duas começaram a cantar..

I dreamed a dream in time gone by

When hopes were high and life worth living,

I dreamed that love would never die

I dreamed that God would be forgiving.

That I was young and unafraid,
And dreams were made and used and wasted.
There was no ransom to be payed,
No song unsung, no wine untasted.

But the tigers come at night,
With their voices soft as thunder,
As they tear your hope apart
As they turn your dreams to shame

And still I dreamed she'd come to me
That we would live the years together,
But there are dreams that cannot be
And there are storms we cannot weather.

I had a dream my life would be
So different from this hell I'm living
So different now from what it seemed
Now life has killed the dream
I dreamed. 

Elas derramavam lágrimas,e um longo silêncio permaneceu na sala. Rachel finalmente pegou o pacote e entregou a Shelby. Ela abriu, e tirou um lindo copo com várias estrelas desenhadas.

“Não preciso mais dele, não choro mais. Encontrei meus motivos para sorrir”

Ela terminou a frase e olhou para mim sorrindo.

“Eu também tenho algo para você”

Shelby se levantou com dificuldade e pegou um pacote roxo do armário. Rachel abriu e tirou do enorme saco uma boneca. Uma boneca realmente bonita. Que tinha cabelos pretos e uma boca vermelha.

Rachel começou a chorar.

“Eu tentei te entregar mil vezes,mas simplesmente não tive coragem. Mas eu te amo Rachel. E agora eu sei disso. Eu quero seu melhor, eu quero que você seja a maior estrela que a Broadway já viu. O que eu te fiz foi um erro e eu quero que me perdoe.”

“Eu também te amo”

Rachel disse isso acenando com a cabeça e beijando a bochecha da mãe. Depois, saiu da sala.

“Foi um prazer, Shelby”

“O prazer foi meu. Cuide bem da minha filha, e me chamem para o casamento.”

Eu não disse nada, apenas saí com um sorriso.

Rachel estava acertando com a funcionaria uma quantia que mandaria para sua mãe todos os meses.

Entramos no carro e Rachel continuou a chorar.

“Rachel.. desculpa”

“Não, estou feliz, acredite”

Aquele encontro mãe e filha simplesmente me inspirou. Me inspirou a tentar algo, a não ter medo de dizer eu te amo.


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Notas finais do capítulo

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