Músicas Para A Vida escrita por Polly S


Capítulo 3
Capítulo 3 - Past


Notas iniciais do capítulo

Oi, o capitulo é meio intenso. Sim, Edward e Bella eram dois doidões da vida. Dois viciados. Daí o pq disso. O primeiro flashback é leve, os outros são mais pesados envolvendo violência e drogas. Por isso mudei a censura.



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Não podia ser!

Isabella Swan, a pessoa que o deixara no momento em que ele mais precisou dela...

Ele se lembrava até hoje.

Flashback

Estava nervoso, agitado.

Ele precisava dela.

Precisava da heroína.

Bella era contra e fez questão de dizer isso ao terminar com ele. Grande santa ela era! Cheirava que nem uma doida, maconheira de primeira, mas de acordo com as palavras dela: “Maconha e Cocaína são uma coisa. Heroína é outra totalmente diferente. Não vou injetar merda nenhuma no meu braço, Edward”.

Ele a chamou de idiota, ela disse que se não injetar fosse idiotice ela seria idiota com o maior prazer.

E desde aquele dia eles nunca mais se viram.

- Edward, pelo amor de Deus. – Esme chorava. – Você não precisa disso.

Ela tinha razão. Ele sabia que estava nervoso era porque precisava ver Bella, e de heroína depois.

Ele tentava parar, mas era cada vez mais difícil.

Emmett perdeu a paciência.

- Porra, Edward. – ele exclamou com raiva antes de jogar o irmão sobre o ombro e ir até o carro onde prendeu Edward.

- PARA ONDE VOCÊ TÁ ME LEVANDO SEU FILHO DA PUTA?

- Sua mãe é a mesma que a minha então lave sua boca antes de falar dela. – Emmett advertiu serenamente – Eu estou te levando para a sua cura.

Erroneamente, Edward pensou que era Bella, mas não. Era uma cínica de reabilitação.

Ele se debateu, mas Emmett era mais forte.

Carregou o irmão até a recepção e calmamente conversou com a recepcionista, apesar de ter o irmão o xingando, esmurrando e amaldiçoando em seu ombro.

Foram três meses de pura agonia.

Agora, ele não sentia mais falta da heroína. O que ele sentia falta era de Bella.

Em dois dias seria o aniversário dela. Dezesseis anos. Uma idade que ela almejava com ardor.

Ele tentara falar com ela, mas o máximo que conseguira fora Charlie Swan mandando-o deixar sua filha em paz, porque não queria um viciado perto dela. Edward pensou a quanto tempo Bella havia parado de se drogar, por que ela nunca escondeu de ninguém que cheirava, fumava ou fazia qualquer coisa.

Mesmo assim ele continuou tentando. Ao ponto de Bella atender e se passar por Tanya.

Então ele soube que acabou.

Fim do flashback

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Nessie desceu do palco após ser ovacionada por todos os presentes, e logo foi ‘atacada’ por Leah e Carrie que ‘voaram’ em cima dela dando um abraço apertado na ruiva falando rapidamente ambas ao mesmo tempo de modo que ninguém conseguia entender nada.

No entanto Carrie teve que ir cumprimentar todos os 800 convidados de sua mãe e Leah e Nessie seguiram para o louge onde seus amigos estavam.

- Nessie, meus parabéns. – Seth abraçou a amiga.

- Obrigado Seth. – ela agradeceu.

- Ei alguém aqui quer vodca? – era o tio de Carrie. Emmett que aparecia com uma garrafa escondida dentro do terno.

Os adolescentes explodiram em risadas.

- Brincadeira, galerinha. – ele disse sorrindo – Se eu der isso a você Alice arranca um rim meu e minha mão arranca o outro e eu vou ficar doente com tanto líquido e possivelmente vou morrer afogado na minha cama.

Os adolescentes riam.

- Nessie, garota, parabéns. Cadê a sua mãe eu vou ter a chance de conhecê-la algum dia?

- Ela queria vir, mas tinha um concerto na escola de música. Mas ela apareceu no vídeo.

Emmett ficou sério.

Olhou para ela atentamente... e depois sorriu. Um sorriso emocionado.

- Você cantou muito bem, da aqui um abraço, garota!

Ele a abraçou como se ela fosse a coisa mais linda do mundo. A mais frágil.

- Emmett... – ela disse sem ar. – Eu realmente gosto do ar, sabe? Ele é bom e eu gosto muito dele.

Ele a soltou.

- Tem alguém que eu sei que gostaria de conhecer. – ele disse e saiu puxando-a.

Edward estava estático. A lembrança de Bella depois de 15 anos o atormentava.

E pensar que eles partilharam um amor pelas mesmas coisas. Amor pelas HQs. Amor pelo Rock, amor intenso e descontrolado que sentia um pelo outro, amor pelas drogas, amor pela bebida... Tudo, eles era iguais em muitas coisas, e diferentes em tantas outras.

Flashback

Ele abriu os olhos, era a segunda vez que usava heroína.

Estava orgulhoso de si por isso. Superara seu medo de agulhas. E usava uma droga que o fazia ficar alto como nunca.

No entanto ao olhar ao redor percebeu que não era o único ali.

Bella estava lá.

Ela estava sentada na escrivaninha dele os cotovelos apoiados na mesa. Séria, impassível e com o olhar perdido, não o fitando. Fitando o nada na janela do quarto dele.

Ele se sentou e houve um silêncio tenso.

- Bella... – ele começou envergonhado por ter sido pego por ela.

- Quando iria me contar que estava usando heroína? – ela soltou logo de cara.

Ele hesitou.

- Quando eu me sentisse pronto! – ele admitiu.

Ela o olhou e ele pode ver seus olhos magoados e vermelhos, mas ele sabia que não era porque ela queria chorar ou havia chorado. Ela estava em abstinência. Coisa que ele achava muito improvável já que ela era a maior viciada em cocaína que ele já vira na vida.

- E quando seria isso? – ela perguntou furiosa. – Da próxima vez que você estivesse chapado e me desse um susto? Ou seria quando você tivesse uma overdose? Você não planejava me contar não é mesmo, Edward?

- Eu planejava sim. – ele confessou – Planejava, só estava esperando o momento certo por que... eu quero que você faça essa experiência comigo. Quero que você sinta o que eu senti e caralho, Bella é bom demais.

Ela o encarou. Completamente incrédula.

- Você está se ouvindo? – ela perguntou – Edward, você jurou. Nós juramos que nunca iríamos tocar nessa merda. Maconha e Cocaína é uma coisa. Heroína é algo totalmente diferente. Isso mata mesmo. Cara você viu o que aconteceu com o Laurent e com o Tyler. O mesmo aconteceu com Kurt Cobain e você quer terminar como eles?

- O que você veio fazer aqui, Bella? Quer transar? Ótimo vamos nessa to precisando de uma transa legal!

- Eu não vim buscar sexo. – ela disse magoada, agora com lágrimas nos olhos. – Eu vim te contar algo muito importante.

- Claro, sobre o perigo da heroína. Bella, troca a fita eu escuto essa desde a sétima série. – ele resmungou.

- Não é sobre heroína. Dá pra você me escutar?

- Vai experimentar comigo? – ele perguntou esperançoso.

- Eu desisto. – ela disse. Uma lágrima caindo por sua bochecha. Ele se sentiu mal por fazê-la chorar. – Eu vou embora e não me procure, porque tudo o que a gente tinha acabou aqui Edward. Eu não gosto de me repetir, mas você está me forçando a isso. Maconha e Cocaína são uma coisa. Heroína é outra totalmente diferente. Não vou injetar merda nenhuma no meu braço. Morra se você quiser, mas ir com você nessa eu não vou.

E dizendo isso ela se levantou e caminhou até a porta, mas antes de sair se virou e disse:

- Se você se arrepender do que está fazendo. Sinto dizer, mas vai ser tarde demais. Eu estou tentando parar com as drogas e o cigarro. Não quero ser uma drogada depressiva e infeliz. Estou indo pra reabilitação hoje. Não me procure e me faça um favor. Vai pra puta que paril, porque você é um canalha. Eu me enganei com você e me arrependo. Adeus e se fode.

Ela bateu com força a porta do quarto dele.

Ele suspirou.

Drama! Bella era dramática demais. Logo, logo ela estaria de volta.

Ela era quase tão louca por ele quanto ele por ela. Ela voltaria e toparia experimentar heroína. Então eles transariam loucamente e ficariam horas nesse vai e vem de drogas e sexo.

Ele pegou uma segunda seringa com a substância preta e injetou certo de que ela voltaria correndo em menos de três horas.

Mas não foi isso o que aconteceu.

Passaram-se duas semanas e ele já estava realmente preocupado.

Foi até a casa dela, mas Sam e James os irmãos de Bella quase o bateram.

Rosalie a irmã Punk de Bella o xingou de um modo tão horrível que deixaria um marinheiro envergonhado e boquiaberto.

Então ele soube que ela falara a verdade.

Fim de flashback

Ele saiu de suas lembranças com o grito animado de seu irmão.

- EDWARD! – ele gritava sorrindo feito uma criança, coisa que ele só vira no dia do casamento de Alice e Jasper 12 anos atrás. – Olha só quem eu trouxe pra te conhecer.

Atrás dele era uma adolescente. Ruiva, confusa e com os olhos arregalados.

Ele a reconheceu de imediato. Era a garota que cantara.

Assumiu imediatamente sua postura profissional.

- Boa noite Srta. – ele disse – Meus parabéns pela música. É excelente.

Ela abriu um sorriso enorme e ele notou que ela tinha duas covinhas nas bochechas.

- Obrigada! – ela agradeceu.

- Ele é produtor musical. – Emmett explicou – Eu vou falar com Carrie, com licença.

Ele saiu deixando os dois lá.

- Quer se sentar? – ele perguntou e se levantou para puxar a cadeira para ela.

Ela deu ombros e sentou-se.

- Eu não sei se está interessada, mas eu gostaria que você gravasse comigo. Você tem talento, presença de palco, compõe suas músicas e é bonita.

Ela corou, mas sorriu.

- Agradeço mais uma vez, mas... O senhor quer que eu grave um CD com o senhor? Isso é o máximo, mas é grande demais. Eu não sou isso tudo não.

- O que você é então?

- Sou Nessie Bob Swan filha única de uma mãe de 29 anos, uma família que adora fazer bebês e quando os faz é de monte. Sou tutora na escola, sou chamada de Nerd o tempo inteiro, não sou popular. Não tenho pai e pra ser eu tem que ser muito forte porque a minha família é de louco. Eu não passo de uma garota comum e americana com problemas como todo mundo. E se o CD fizer sucesso? Não quero que as pessoas idealizem que sou perfeita e tal só porque estou cantando algo em cima de um palco.

Edward quase sorriu. Era com esse tipo de pessoa com quem valia a pena trabalhar.

- Sei que não. Mas uma pessoa faz a sua reputação. Pense em Kurt Cobain.

- Ele foi um astro do Rock. – ela disse – Nirvana foi a primeira banda de Rock do mundo a se vestir com roupas normais e não como astros do Rock. Ele foi um músico brilhante, compositor melancólico e sombrio. Drogado, pai de família e, aparentemente suicida, embora eu prefira acreditar que a mulher louca dele tenha mandado matá-lo.

- Também acho isso. Mas veja por ele. Ele fazia questão de dizer que não era perfeito e as pessoas o viam apenas como um drogado talentoso e não como um deus ou algo assim. E uma pergunta... O seu segundo nome é Bob?

Ela corou.

- É. Quando eu nasci meus avós tinham um cachorrinho que era emburrado e valentão, e quando minha avó me segurou no colo disse que eu era emburrada feito o Bob, e aí ficou. Nessie Bob.

Ele conteve a gargalhada.

Ela olhou para ele e disse:

- Eu sei, é engraçado. Meu segundo nome é em homenagem a um cachorro. Pode rir. Mas eu tenho o maior orgulho desse nome.

Ele deu um pequeno sorriso antes de explodir em uma gargalhada.

- Minha mãe também gosta, apesar de eu achar que ela deveria estar drogada quando me deu esse nome.

Isso o fez parar de rir.

- Sua mãe estava drogada?

- Não. Ela disse que já se drogou algumas vezes na adolescência, mas parou quando descobriu que estava grávida. Bem louco. Eu sei.

Ele olhou bem para ela. Ela o lembrava, levemente Rosalie e Ângela, mas o jeito era todinho de Bella. Ela era uma Swan, disso ele não tinha dúvida. Mas, Ângela nunca se drogou. Rosalie sugeriu a Bella, mas ninguém nunca soube ao certo se ela se drogava ou não, e Bella era a maior drogada que ele já vira depois dele mesmo.

- De qualquer modo eu vou pensar no seu caso. Qualquer coisa eu falo com a Carrie. – ela disse e se levantou, voltando para perto dos adolescentes.

Ele olhou para ela e depois se levantou indo em direção a Carrie.

- Como vai a minha sobrinha favorita? – ele perguntou forçando um sorriso.

- Sou a única sobrinha que você tem tio Edward. – Carrie riu feliz.

Ele sorriu.

- Detalhe de mínima importância. Aquela sua amiga que cantou hoje...

- Nessie? Ah sim... Já sei. O nome dela é...

- Nessie Bob Swan, eu sei. – ele interrompeu.

Carrie o olhou surpresa e continuou.

- Ela tem 14 anos e o nome da mãe dela é Isabella...

Ele se desligou dela nesse momento.

Flashback

O frio e a tremedeira pareciam não ter fim.

Reabilitação era duro, ele sabia. Ele precisava dela. Precisava da Heroína, como nunca precisara de nada na vida. Ele necessitava dela.

Nunca se imaginara naquela situação. Ela o controlara de um modo que ele nunca esperava ser controlado. Achava que poderia parar quando quisesse. Achava que não era um viciado.

Olhou ao redor de seu quarto, foi quando se viu olhando para uma foto dela.

Bella. Ela estava com suas velhas mexas roxas no cabelo, um sorriso brilhante e olhando para a câmera esticando sua camiseta preta do System of a Down.

Ele, então notou que não sentia mais a tremedeira. Era isso! Ele só precisava ocupar sua mente.

Lembrou do rosto dela. Seu sorriso sarcástico e feliz. Seus olhos castanhos brilhantes. Lembrou do calor dos lábios dela. Das carícias que trocaram. Da sensação de ter o corpo dela debaixo do seu. Da voz dela cantando qualquer música que não fosse Rock. Ela tinha uma queda por Country, ao mesmo tempo em que adorava Rock. Ela era tão única...

Logo, ele já não sentia nada a não ser saudades e raiva de si mesmo por tê-la perdido.

Queria morrer. Era uma pena que não tinha corda, espelho, faca e muito menos armas para ele se matar. Os psicólogos imbecis achavam que todos os drogados eram depressivos e sujeitos a suicídio.

Bem, ele estava querendo morrer agora, então talvez eles estivessem certos.

Ele estava com saudades, com raiva e depressão.

Foi quando a porta de seu quarto se abriu e ele viu quem menos esperava ver.

Rosalie Swan.

Bem, fazia sentido. O aniversário de 16 anos de Bella seria no dia seguinte, não seria bem novidade ela vir colocá-lo mais pra baixo do que ele já se sentia.

Eles se encararam por alguns segundos antes de ela comentar:

- Você ta um lixo ambulante, Cullen.

Ele bufou.

Rosalie sempre fora sensível com as palavras.

- Porque você veio aqui Rosalie?

- Pra ver a sua desgraça e te contar que há três meses a Bella saiu daqui. – ela disse despreocupadamente. – Ela está bem melhor agora. Tava chorando de felicidade dois dias atrás, xingando seu nome e deixando todo mundo assustado, mas ao menos ela está lúcida e sóbria. Vai tentar entrar em Juilliard. Vai voltar pro colégio no próximo semestre. Está seguindo em frente.

Aquela conversa estava o machucando mais do que ele demonstrava.

- E daí? – ele perguntou.

Ela suspirou e puxou uma cadeira sentando-se com as costas da cadeira virada para a sua frente e de pernas abertas.

Diferente da irmã, Rosalie era loira dos olhos azuis, completamente surtada, Punk e com mexas azuis, roxas, pretas e verdes no cabelo, fazendo o cabelo ficar esquisito.

- E daí que eu sei que você ainda gosta dela. Essa indiferença é fachada. Você pode estar tentando se livrar das drogas, mas ela ainda não quer ver a sua cara e ainda se refere a você com um ‘viciado filho da puta’. Palavras dela e antes que pense que estou aqui por minha própria conta vou cortar o teu barato. Sua mãe foi lá em casa pedir que ela o visitasse. Esme estava desesperada, você sabe que ela sempre gostou da Bella e sempre teve pena dela por usar drogas. Então, Bella me pediu para vir aqui e dizer pra você... – ela tirou um papel do bolso de sua jaqueta de couro e começou a ler - ficar na sua, esquecer que ela existe, cuidar da sua vida e ir pra puta que paril porque ela não quer te ver nem pintado de ouro.

Edward assentiu.

- Diga a ela que eu entendi o recado.

- Ótimo. Porque ela disse que se você aparecesse lá em casa ela iria te castrar.

Edward engoliu seco.

- Recado dado. Pode ir embora.

- Que bom! Você ta fedendo. Escovou os dentes hoje? Ta com bafo de cachorro.

E dizendo isso à loira saiu.

Fim do Flashback

Ele então viu Alice à fúria o fez ver vermelho.

Marchou em direção à irmã, deixando a sobrinha sem entender nada.

Puxou Alice pelo braço.

- Edward! – ela se queixou – O que você está fazendo seu ogro? Ai! Você ta me machucando.

Ele parou em frente a cozinha e a encarou com fúria.

- A quanto tempo mantém contato com Isabella Swan?


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Notas finais do capítulo

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