Músicas Para A Vida escrita por Polly S


Capítulo 17
Capítulo 16 - Girl In The Moon, Feeling Blue


Notas iniciais do capítulo

Boa Noite girls...
Aqui mais um capítulo.
Beijos.



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Ultimamente ela não vinha tento muito tempo... Era da escola para o estúdio, do estúdio para o Sue’s, do Sue’s para casa. E em casa ela tomava um copo de leite e caía na cama.

Mas era sexta-feira. E ela sabia que não teria o final de semana livre. Sue deu folga a ela e disse que Keith chegaria no sábado. Isso a deixou alegre.

Ela adorava Keith Black. Era um homem bem humorado, divertido, sábio e que adorava conversar. Ela havia perdido as contas de quantas vezes eles ficaram conversando horas e horas sem perceber o tempo passar, o que resultava em Bella ligando para saber onde ela estava.

No momento ela estava tentando fazer o seu dever de casa de álgebra quando aquela pessoa chegou.

– Olá. – disse uma voz.

Ela olhou para a voz.

– Oi. Você é Garrett Keller, não é? – ela perguntou.

– Sim, sou eu. Autógrafos mais tarde, mas pra você eu faço questão de dar em um jantar a luz de velas. – ele disse jogando seu charme.

Ela rolou os olhos.

– Cai fora. – disse voltando sua atenção a seu livro.

– Ok, tudo bem. Você não gosta de piadas. Ta fazendo o que? – ele perguntou.

– Dever de casa. – disse ela simplesmente – e adoraria que você fosse embora por onde entrou e me deixe terminar isso.

Ele levantou as mãos como se estivesse se rendendo.

– Ok. Tudo bem. – ele disse e foi saindo ao mesmo tempo em que outra figura masculina entrava. – Aí, eu ficaria longe. Ela ta fazendo dever de casa. – avisou.

O outro rolou os olhos e passou por ele fechando a porta do escritório.

Nessie ergueu os olhos para ver quem entrava e ficou tensa.

– O que você quer? – ela perguntou rudemente.

– Conversar. – disse Jacob erguendo um lenço branco.

Ela fechou a cara, engoliu em seco e se ajeitou na poltrona do pai.

– Eu pensei muito... nessa semana que passou. – ele disse sentando-se na cadeira de frente para ela – e decidi que já e hora de colocar tudo em pratos limpos com você.

– Ainda está sujo? – ela perguntou irônica e levemente surpresa.

– Sim, ainda tem muita coisa pra te contar... O que me levou a... a fazer... você sabe o que! – ele disse corando.

Nessie arqueou uma sobrancelha.

– Foi pouco depois de Seth ter entrado para o time de basquete. – ele começou – Eu odiei aquilo. Afinal, eu era o popular e ele o bastardo. Ele não poderia entrar na equipe. Porque era minha equipe. Eu comecei a fazer de tudo para que ele fosse expulso, para que pedisse pra sair. Joguei água no uniforme dele, arrumei briga no vestiário... nada adiantava. Até que eu percebi o quanto ele considerava as amigas. Eu não sabia que você era amiga dele, você nunca andava com eles estava apenas conversando ocasionalmente, almoçando com eles e não me parecia uma amizade como a que ele tinha com Carrie e Leah... foi aí que eu bolei a idéia mais estúpida e ridícula da minha vida. Iria dormir com as amigas dele, jogar na cara delas, fazê-las sofrer, ele iria ficar puto comigo, me dar uma surra – a qual eu não iria revidar – e iria ser expulso do time. Simples assim... Tudo ia bem... até eu descobrir sobre você... eu iria fazer a mesma coisa com você que havia feito com suas amigas. Foi por isso que me aproximei de você, mas você era diferente. Ficava irritada comigo por qualquer coisinha e, nossa, como eu te achei chata! Mas você chamou a minha atenção porque não ficou babando por mim. Você tratou de me colocar no lugar e de ser quem era. De agir do seu modo. E eu amei isso em você. Eu estava me apaixonando e nem sabia disso... e quando descobri, eu soube que você me detestava e eu disse a mim mesmo que não te merecia. Até que você me mostrou aquela tatuagem.

Nessie corou e inconscientemente tocou na tatuagem. Jacob sorriu levemente.

– Eu fiquei louco, vou admitir. E eu decidi naquela hora que iria fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para merecer ter você ao meu lado. Mas você não deixava brechas e isso me deixava frustrado. Muito frustrado, eu tentei te conquistar e vi suas barreiras cederem lentamente. Aí eu te vi naquele musical e depois você pareceu tão... tão entregue a algo que eu não soube dizer o que. Você estava linda e eu juro que nunca vou sentir tanto orgulho de algo como eu senti de você naquela noite. E eu estraguei tudo. Mas eu senti que te amava. E senti que você também me amava e foi por isso que fui te procurar de manhã. Porque eu te amo, desde o primeiro momento em que te vi. Desde aquele momento na sala de tutoria onde você me dispensou na cara dura me deixando com a moral no chão.

Nessie percebeu que não estava respirando e se surpreendeu ao ver que lágrimas desciam por suas bochechas.

– Foi tudo por interesse, então? – ela perguntou – Esse tempo todo foram mentiras, interesses, manipulações... Existe algo que seja verdadeiro em você, Jacob? Existe algo sincero? Algo que não foi contaminado pelas suas mentiras, invenções, interesses... algo que você possa dizer, e eu não vou acreditar, que seja sincero?

– Nessie eu te amo. – ele disse a sinceridade e o desespero para que ela notasse a sinceridade em suas palavras saiu no tom de sua voz – Esse é o sentimento mais puro que já tive em toda a minha vida.

Ela enxugou as lágrimas e perguntou, deixando pela primeira vez ele notar o quão quebrada ela estava por dentro:

– Como é que eu posso acreditar em você, Jacob? Como é que eu posso confiar em você de novo?

Ele nada respondeu.

– Confiança é que nem papel... Uma vez amassada, dificilmente ficará intacto novamente. – ela disse com o coração pesando – Eu te dei o meu coração. E se isso não bastou para que você fosse sincero e honesto comigo, então eu não sou o bastante para você...

– Você não pode matar o sentimento que tem aí dentro. – ele disse num fio de voz.

– Não. – ela concordou – não posso! Você tem razão, mas eu posso ignorá-lo, posso colocar outras coisas em cima dele e vai chegar um dia, em que ele vai sumir. Vai ficar escondido. E vai ficar mais fácil seguir a vida. Eu tenho tentado não pensar no que aconteceu, tem sido difícil, mas eu tenho certeza de que um dia eu vou conseguir pensar e não sentir vontade de chorar, não sentir vontade de matar todos vocês com uma machadinha e vender os órgãos de vocês no mercado negro. Eu sei que vai. Minha mãe costuma dizer que o melhor remédio é o tempo... e eu acredito nela.

Jacob piscou para não chorar.

– Desculpe tomar o seu tempo. – ele disse forçando sua voz a sair firme. – Não vai mais se repetir. Boa sorte com sua carreira.

Ele ia saindo quando escutou a voz dela.

– Jake... – ela chamou, seu tom era implorativo, mas ele não se virou. Se olhasse para ela, se falasse mais alguma coisa, ele iria chorar. E não queria afligir o coração dela.

Ele sabia que se chorasse na frente dela, seria uma aflição para o coração dela. E ele não queria que ela sofresse mais por causa dele.

Nessie sentia-se uma pessoa horrível.

Ela fora sincera com Jacob, mas porque não sentia aquela leveza que sentia toda vez que era sincera com alguém? Porque sentia como se seu coração estivesse sendo apertado por correntes e carregando o peso do mundo?

Ela, que havia se levantado para conversar com ele caiu na cadeira entrando em um doloroso e alto choro.

Seus soluços balançavam seu corpo e tiravam-lhe o ar.

Sentiu uma mão quente, feminina e conhecida tocar-lhe os braços.

Ela ergueu os olhos, que já estavam vermelhos para fitar sua tia.

– Isso passa. – disse Tanya abraçando a menina que se deixou abraçar.


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Rose e Emmett estavam mais juntos que unha e carne.

Primeiro porque unha e carne não transam e depois porque Emmett a chamou para morar com ele.

Ela hesitou, achando que seria melhor esperar mais, mas não resistiu quando ele a olhou com aquele olhar de Gato de Botas do Shrek, e muito menos quando Logan pediu a ela.

– Tem certeza de que quer isso? – Bella perguntou ajudando a irmã a arrumar suas coisas no guarda-roupa.

– Não. Mas as coisas são melhores quando são incertas. Lembra de quando a Nessie nasceu?

– Mas isso é diferente! – Bella protestou – Filho e namorado são coisas completamente distintas, Rosalie.

Rose sorriu.

Ela estava feliz. Isso era fato.

– E como vai a questão da mãe do Logan? – perguntou Bella.

Rose suspirou.

– Ainda na mesma. Ela fica pressionando, mas o Emmett tem medo.

– Já pensou em perguntar ao Logan sobre isso? – Bella sugeriu – Ele pode dizer se quer ou não conhecer a mãe. Ele é um menino esperto, inteligente e bem maduro para a idade dele.

Rose olhou para a irmã.

– Como eu nunca pensei nisso?

– Porque a mãe aqui sou eu e não você. De crianças espertas eu entendo. Sou mãe de uma menina esperta. – Bella disse fingindo arrogância.

Rose riu e atirou um vestido rosa brilhante na irmã.

Bella riu e pareceu prestar atenção a peça de roupa que a irmã lhe atirara.

– Pensei que tinha jogado esse vestido fora. – disse levantando o vestido.

Rose olhou a irmã como se ela fosse doida.

– Ficou maluca? – perguntou a mais velha – Esse vestido pode ser escandaloso, mas é perfeito para se usar no carnaval. E também... foi você quem me deu, lembra? Vinte e dois de agosto de 2002. Inesquecível.

– Você se lembra?

– Claro! Era o meu aniversário de vinte anos. Você tirou esse vestido da sacola e disse: É só uma brincadeira, mas é de coração. Nessie tinha quase três anos na época, lembra? Você fez a coitada usar esse vestido e não teve ninguém que não risse da menina. Estava tão engraçadinha...

– E qual foi o real motivo de você ter guardado isso por tantos anos? – Bella perguntou.

– Foi a primeira vez, desde que a Nessie tinha nascido que você tinha vindo pra casa. Eu fiquei realmente feliz com aquilo. E foi muito especial. Guardei de recordação.

Bella fitou a irmã emocionada.

– Não sabia que me amava tanto assim...

Rose sorriu e abraçou a irmã.

– Agora sabe. Outra coisa que eu adorei foi aquele FIGHT que teve entre a Jessica e a Tanya por causa do último bolinho de abacaxi da mamãe...

Bella sorriu.

– As duas sempre foram terríveis. – disse a caçula.

Rose riu e se afastou da irmã.

– Queria te pedir algo. – começou a mais velha.

– Sim.

- Bem... eu comprei o meu estabelecimento comercial... – a mais velha começou fazendo a caçula se animar.

– É mesmo? Que bom, Rose. – Bella se alegrou.

– Obrigada. E eu queria fazer uma abertura com estilo. Sabe, Buffet do Sue’s, bebidas do Jasper, porque ele faz umas bebidas excelentes e música... Eu queria que você e Nessie cantassem na abertura. Só as duas e um violão.

– Acho que ficaria ótimo. – Bella sorriu.

– Se tudo der certo, mês que vem eu faço a inauguração. – Rose disse.

Bella abraçou a irmã pelos ombros.

– Estou muito orgulhosa de você. – disse ela.

Rose riu.


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Nessie nunca imaginou que sua tia Tanya iria consolá-la.

Eram onze da noite e ela estava em seu quarto.

Seu facebook estava aberto e ela via as recentes notificações. Uma delas lhe chamou a atenção.

Sua amiga, Zarah, de Nova York havia postado uma foto de uma menina na lua. A menina parecia estar cheia de sonhos, porém triste.

Era assim que ela se sentia.

Nessie pegou seu caderno de composições e começou a escrever a letra.

A melodia já estava pronta em sua cabeça. Ela já sabia como fazer.

Eram seus sentimentos expostos através de uma letra usando uma imagem de uma garota na lua para dar um sentido a música.

Porque ela se sentia tão triste, solitária e perdida quando uma garota presa na lua.


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Leah não agüentava mais.

Ouvia a melodia no quarto de Nessie e sabia que ela estava compondo.

Aliás, ela só fazia compor, trabalhar e estudar. Não fazia mais nada.

E Leah já estava cansada disso.

Ela queria sua melhor amiga de volta.

E não descansaria enquanto não tivesse.

Ela chutou as cobertas e calçou suas pantufas de coelhinhos cor de rosa.

Abriu a porta de seu quarto e foi direto para o quarto no fim do corredor, que era o de Nessie e entrou sem bater fazendo a garota cair de costas no chão de tanto susto.

– AI. – gritou a menina.

– Foi mal. – Leah pediu vendo que a menina se levantava. – Agora que está de pé eu te aconselho a sentar que eu vou fazer um monólogo.

– Eu não... – Nessie começou, mas Leah disse:

– Cala a boca, senta e escuta que o que eu tenho pra falar não é pouco. – ordenou.

Nessie bufou, mas obedeceu.

– É, o seguinte. Eu errei? Errei. Sou egoísta? Sou. Na verdade eu sou tudo o que você falou pra mim semana passada. Mas eu não escondi o que fiz de vocês porque iria me machucar. Talvez eu tivesse se isso realmente tivesse me machucado, mas não machucou e sabe por quê? Porque eu não amo o Jacob e nem ele me ama. Nunca rolou sentimento naquela putaria ridícula em que nós nos metemos. Sabe por que eu escondi? Porque eu fiquei com vergonha. Afinal, ele era o cara mais odiado entre nós. Porque eu haveria de contar a vocês que eu fraquejei com um idiota de calibre maior? Eu não contei porque além da vergonha eu tive medo de perder os meus amigos. Amigos que eu amo de todo o coração. Eu fui fraca, cedi por causa de um maldito fogo causado pela merda da puberdade e hormônios adolescentes que nunca servem para merda nenhuma, a não ser trazer problemas. Um sexo casual. Você se orgulha das suas fraquezas? Dos seus erros? Pois eu não. Tenho vergonha deles. Porque um erro cometido por um momento de fraqueza é o pior que tem. E você sabe disso. Vai me dizer que não se arrependeu de ter dado uns amassos no Drew? Se negasse estaria mentindo. Você era apaixonada por ele e ele nem ligou pra você. A mesma coisa comigo, só que sem o lado emocional, é claro. O fato é... – ela respirou fundo – eu cansei. Não agüento mais. Eu estou sofrendo também. Não quero te perder, você é minha melhor amiga. Eu te amo. Sei que quebrei a sua confiança, mas estou disposta a montar cada pedacinho dela novamente só pra te ter como amiga novamente. Me perdoa. Desculpa, por favor. Eu só peço desculpas, Nessie...

Nessie olhou para a melhor amiga, se levantou com o rosto duro e disse:

– É claro que eu te perdôo.

Leah respirou aliviada e correu para abraçar a amiga.

As duas amigas se abraçaram e começaram a chorar.

– Estou abraçando peitos. – Nessie brincou pelo fato de Leah ser mais alta que ela e ter um “equipamento” e tanto.

Leah caiu na gargalhada enxugando as lágrimas.


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Tanya sabia que Bella surtaria. E foi divertido vê-la ficando louca, e tal.

Só o que ela nunca teria imaginado fora Royce terminando com ela e deixando-a ali.

Ela agia de modo frio e descontraído depois que ele a deixou, mas por dentro estava destroçada. Quebrada.

Ela sabia que se continuasse ali, na casa de Bella, todos iriam vê-la sofrer e ficariam com pena dela. Achariam que ela era fraca, e isso ela não era.

Ela sentira-se bem pela tarde, consolando a sobrinha, mas ela sabia que tinha que ir embora.

Não suportava aquele ar de felicidade quando ela mesma não estava feliz.

Bella e Edward estavam no mel com chocolate: Doces e grudentos. Ela estava a ponto de adquirir uma diabetes com eles dois. Rose estava radiante o tempo inteiro. Nessie, estava melancólica e mal parava em casa.

Ela não poderia mais ficar ali.

Fechou a porta de seu quarto e desceu as escadas silenciosamente.

Abriu a porta da frente e saiu, indo embora.


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Leah acordou.

A primeira coisa que lhe veio a cabeça foi:

Leah. E onde merdas eu estou? Ah, estou no quarto da Nessie e ontem a noite a gente fez as pazes... Ai caramba eu preciso fazer xixi” ela disse se levantando e saindo em direção ao banheiro.

Como era sábado ela voltou para dormir mais um pouco, mas assim que deitou, Nessie levantou a cabeça e disse:

– Vai fechar a porta do banheiro.

– O que? – Leah perguntou.

– Você deixou a porta do banheiro aberta. Vai fechar. – disse.

Leah rolou os olhos e foi fechar a porta.

– Você tem cada frescura. – resmungou.

– Não é frescura é que eu não quero ter que sentir o odor do seu xixi sendo ‘descargado’. – disse a ruiva fazendo a amiga cair na gargalhada.

– Hoje vai ter jogo. – Leah disse – lá na escola. Vai ser a abertura do campeonato estadual de basquete, você vai?

– Não. Tenho que trabalhar. Mas eu mantenho contato com o Marvin, ele vai me passar as mensagens do jogo. – Nessie disse – e eu te dou um CD com a minha música nova. Que tal?

– Adorei o suborno. – Leah disse sarcástica, fazendo a amiga rir.


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Nessie estava cantarolando uma música de autoria de sua mãe. As duas ensaiaram rapidamente para cantar na abertura da galeria de Rose e iriam ensaiar todos os dias até a abertura da galeria.

– Com, licença. – uma voz soou e ela olho por cima dos ombros.

– KEITH! – gritou pulando o balcão para abraçar o amigo que sorria.

– Como vai pequena. – ele a abraçou de volta e depois se afastou para olhar para ela como um pai olha para o filho após muito tempo longe. – Olhe só pra você. Cresceu uns dez centímetros desde a última vez que te vi. E está diferente... Ah, é o seu cabelo que está escurecendo...

Nessie riu.

– Você está usando um bigode! – ela disse sorridente.

– Estou charmoso não estou? Na Europa os bigodes norte-americanos são a moda do momento.

Nessie balançou a cabeça.

– E aí, me conta. Soube que conheceu seu pai e está gravando um CD com ele.

Nessie sorriu, seus olhos brilhando e começou a contar o que acontecera com ela no tempo em que ele esteve fora.


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O jogo fora ridiculamente fácil, na opinião de Jacob.

Ele quase nem suou, e ganharam com vinte pontos de diferença.

Ele parabenizou o time enquanto enxugava os cabelos após o banho.

Sendo discreto ele foi até Embry e perguntou:

– Pode me arranjar uma coisa? – perguntou.

– O que?

– Calmantes. – disse.

Embry olhou para os lados.

– Jacob, cara, eu sei que ‘cê ta passando por uma barra, mas se drogar não vai te ajudar.

– São pra dormir, idiota. – ele mentiu.

– Ah, ta. Aqui. Pode usar esse aqui. – Embry estendeu um pote a ele – São fortes. ‘Cê vai dormir que nem Gato em bica.

Jacob pegou e enfiou o pote de comprimidos a ele.

– Valeu. Fico te devendo essa. – ele disse e pegou sua mochila, jogando os comprimidos dentro e saindo do vestiário.

Mal saiu e já foi abordado por um homem loiro, branco e alto.

– Jacob Black, não é? – perguntou o homem.

– Eu mesmo. – disse confuso.

– Eu sou Caius. Caius Williams. Diretor dos LA Lakers.

Jacob arregalou os olhos.

– É um prazer conhecê-lo, senhor. – disse apertando a mão estendida do homem.

– O prazer é todo meu, jovem. Eu notei o seu desempenho em quadra... e tenho que dizer que é surpreendente. Gostaria que fizesse um teste para ver se consegue entrar no meu time.

– LA Lakers. – Jacob murmurou. Ele hesitou, e logo descobriu o motivo de sua hesitação: Nessie. Mas ela havia deixado claro que eles haviam terminado. Que não havia mais nada entre eles. Porque hesitar? – Seria uma honra, senhor.

Caius sorriu.

– Se puder ir a Los Angeles terça-feira, eu ficaria feliz. – disse o homem. – Espero vê-lo na terça-feira, Jacob.

E dizendo isso o homem se foi.

Jacob mal podia acreditar na oportunidade que estava caindo de mãos beijadas em sua vida.

Deus podia querer ferrar com sua vida pessoal e emocional, mas ele estava dando conta de abençoar sua vida profissional.


– MÃE! MÃE! – ele entrou no Sue’s chamando por Sarah, mas apenas encontrou Nessie e Keith conversando. – Keith?

Keith se virou e abriu os braços.

Jacob, ainda confuso, abraçou o tio.

– Pensei que só voltaria semana que vem.

– Voltei antes, sabe... estava perdendo muita fofoca. Sarah não está saiu há pouco. O que foi rapaz?

– Eu acho que vou pra Los Angeles. – ele disse sorrindo.

– Fazer o que?

– Caius Williams me viu jogar hoje e me chamou para fazer um teste com ele na terça-feira. Se tudo der certo, quinta-feira eu serei um cidadão da grande Los Angeles.

O barulho de um copo quebrando chamou a atenção dos dois.

Nessie parecia em choque. E um choque bem triste, porque sua expressão parecia desesperada.

Ela pareceu acordar e se abaixou para juntar os cacos de vidro.

Jacob sabia como ela estava se sentindo. Porque ele também estava assim.

– Eu tenho que ir pra casa.

– Soube que saiu da casa do Billy. – disse o homem.

– Pois é, saí. Minha mãe está morando com o tio Cooper e eu aluguei um apartamento pequeno, perto da escola. Está dentro do meu orçamento por enquanto, mas se LA não der certo vou ter que arranjar um emprego.

– Se precisar disso, fale comigo. – disse Keith. – e sua passagem deixe que eu pago. Estou precisando de mecânicos na oficina que comprei.

– Que bom, Keith. E obrigado. Agora eu tenho que ir. Minha mãe tem que saber disse em primeira mão. – e dizendo isso rapaz saiu correndo.


..........................................


– Chocada, não? – Keith perguntou a Nessie que tentava afugentar as lágrimas.

– Um pouco. Nunca duvidei do talento dele, só não... só não esperava que fosse tão cedo...

Keith afagou as costas da menina.

– Se for pra acontecer, não vai acabar aqui. Pode parecer que sim, mas se for para vocês dois ficarem juntos... a distância não vai acabar com o amor que vocês. E outra: vocês são jovens têm tempo e vida de sobra.

Nessie deu um peque no sorriso.

– É... pode ser. Quer ouvir a minha nova música?

Ela ergueu um CD.

– É a mesma coisa que perguntar se um macaco quer banana. – disse Keith rolando os olhos.

Nessie colocou o CD no aparelho de música.

– É tipo uma canção de ninar. – avisou.

Uma melodia suave e delicada começou a tocar.


http://www.youtube.com/watch?v=HoFJdMLzovA


– É uma bela música. – Keith elogiou – mas é um pouco triste, a letra não combina muito com você.

Nessie abaixou o olhar.

– É que a garota na lua sou eu.

Keith fez um “Ah!” parecendo entender e disse:

– Tudo passa. A vida é feita de fases, as vezes as fases são mais longas. Essa tristeza vai passar... Por falar nisso... Sua tireóide vai bem?

Ela olhou confusa para o amigo.

– Vai, porque?

– Hipotireoeidismo... Causa depressão e desanimo, falta de fome, dificuldade de respirar, o cabelo cai, as unhas ficam fracas, a pessoa fica cansada o tempo inteiro... é melhor você procurar um endócrino. Quanto mais cedo melhor.

Nessie rolou os olhos.

– Eu estou ótima, Keith, agradeço a preocupação.

Keith deu ombros.

– Você quem sabe, mas quando começar a engordar e não saber o motivo eu vou dizer “Eu te avisei” a tireóide é uma coisa porreta dos infernos.

Nessie gargalhou.

– Só você mesmo, Keith. – ela disse – e meu ciclo menstrual está normal, esqueceu desse sintoma.

Keith gargalhou.

Nessie continuava informada.

Ele nunca conseguira pegar a garota em nada. Nessie tinha que ter, por obrigação a última palavra. E por mais petulante que isso possa parecer, ela era assim. Petulante.




TERÇA-FEIRA 4:36 DA TARDE, NO ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO RED BEDROOM RECORDS...

Edward estava estranhando sua filha.

Ela era a pessoa mais atenta que ele conhecia e no momento parecia estar com a atenção em outro planeta.

Após regravarem nove vezes a mesma música, ele a chamou para conversar.

– O que está acontecendo? – ele perguntou.

– O que está acontecendo o que? – ela perguntou de volta, confusa.

– Porque está tão distraída? Você não é assim, Nessie. O que foi?

– Nada, são apenas as provas que estão se aproximando. – ela mentiu.

Edward sabia de apenas uma coisa:

– É o Jacob não é? – ele perguntou e Nessie, hesitante assentiu – Soube que ele está indo tentar a vida em Los Angeles. Tem algo a ver?

Nessie piscou para conter as lágrimas.

– Tem, mas eu não tenho que ficar pensando nisso. Nós terminamos e isso já passou.

– ‘Já passou’ uma ova! – Edward exclamou – Me responde uma coisa com sinceridade absoluta... Você o ama?

– Pai... – ela começou reclamando, mas ele insistiu.

– Sinceridade, Nessie! Você o ama?

Ela mordeu o lábio.

– Sim. – disse por fim – eu o amo mais que tudo.

Para Edward, aquilo bastava.

– Pega a chave do carro pra mim? – ele pediu e disse aos músicos – POR HOJE TÁ ÓTIMO PESSOAL. TODO MUNDO LIBERADO MAIS CEDO. Vamos, Nessie!

– Pra onde? – ela perguntou.

– Pro aeroporto. – disse como se fosse óbvio – vamos buscar o seu Almofadinha.

Nessie sorriu e seguiu o pai correndo a porta a fora.


MEIA HORA DEPOIS...


Nessie costumava ter medo do modo de dirigir de Rosalie, mas ao ver seu pai cortando o trânsito e burlando quaisquer que fossem as leis de trânsito ela sabia que tinha algo mais assustador que Rose dirigindo com uma fantasia de palhaço: Seu pai dirigindo.

Eles chegaram ao aeroporto e Nessie pulou desesperada para fora do carro correndo em direção a balconista.

– Posso ajudar? – a mulher loira perguntou.

– Pode me dizer se os passageiros para o vôo que vai pra Los Angeles já embarcaram? – ela pediu e seu desespero era visto a olhos nus.

– Vou verificar. – disse a balconista digitando algo no teclado de seu computador. – Sinto muito! Já foram. O avião já está em pleno ar a essa hora.

Nessie soltou o ar que nem percebera estar prendendo e piscou para, novamente, afugentar as lágrimas.

– Obrigada. – disse e saiu dali para derramar suaves lágrimas enquanto ia de encontro a seu pai que parecia ansioso.

– Ele já foi não é? – perguntou e Nessie assentiu.

– Vamos pra casa... eu preciso falar com Carrie. – disse a menina.


Carrie obviamente estava depressiva.

Havia perdido muito peso e parecia desolada. Havia bolsas debaixo de seus belos olhos azuis.

Nessie bateu suavemente na porta da menina que olhou surpresa para ela.

– Posso entrar? – sussurrou Nessie.

– Claro. – Carrie disse. – Nessie... me desculpe. Eu juro como...

Nessie não deixou a amiga terminar de falar e a puxou para um abraço.

– Eu já ter perdoei, Carrie. Só quero que você se perdoe também. – disse no ouvido da amiga.

Nessie não queria perder mais ninguém.

Se Carrie a deixasse da mesma maneira que Jacob fizera ela não saberia o que fazer.




UM MÊS E MEIO DEPOIS...


– Eu vou cantar no VMA? – Nessie pareceu surpresa.

– Vai. – Edward disse sorridente. – Seu clipe do I’m only me when I’m with you foi um dos mais reproduzidos, baixados e pedidos em todo o país. E você vai ter a chance de cantar sua música nova... Superman.

Nessie rolou os olhos.

Seth havia levado um filme do Superman e pedira para ela fazer uma música. Ela fez, seu pai gostou, ela gravou em estúdio e agora iria cantar no VMA.

– E eu vou com vocês. – Bella disse colocando a salada na mesa – Vamos todos como uma família feliz.

– Eu estou incluída, certo? – Leah perguntou.

– Claro que sim. Assim como Carrie e Seth, já que você e Seth não desgrudam um do outro desde que começaram a namorar. – Bella rolou os olhos.

Poucos dias após a ida de Jacob, Leah se declarara para Seth e os dois estavam namorando sério.

Demetri nunca ligou para Leah, não que ela se importasse ou quisesse que ele ligasse para ela.

– O VMA vai acontecer na sexta-feira. – Edward comentou – então iremos amanhã de manhã.

– E eu só fiquei sabendo disso agora? – Nessie perguntou.

– Eu havia esquecido. Acertaram comigo já tem umas cinco semanas. – ele comentou.

Nessie rolou os olhos e colocou sua comida no prato.

Ela havia feito duas novas músicas, mas não tinha coragem de mostrá-las ao pai.

Era orgulho misturado com medo.

Ela sabia que errara com Jacob e ele merecia receber suas desculpas, mas ele a machucara de uma maneira como ninguém jamais havia feito.

Ela não fizera nada para tê-lo de volta enquanto havia tempo. E agora, sofria por sua negligência. Ele a magoara e ela sofria por causa disso.

Mais tarde, naquela mesma noite, era faria Leah chorar ao ler as suas palavras de perdão e desculpas, e com o abrir de seu coração.


...................................


Jacob não sabia o que pensar.

– Por Deus, Emmett... – ele jogou suas mãos para o alto – eu sou um esportista, porque diabos do sétimo inferno eles iriam querer a minha presença em um evento musical?

– Isso vai ser bom para sua publicidade. – Emmett disse a ele – E foi a produção quem enviou os convites. Seria falta de educação não atender.

Jacob bufou.

– Ok. Eu vou. – concordou fazendo Emmett sorrir.

– Bela escolha. Agora eu tenho que ir. Logan e Rose estão me esperando em Newport Beach. Logan irá conhecer a mãe dele e eu quero ficar por perto daquela louca.

Jacob sorriu por um instante e assistiu seu agente sair de seu apartamento.

Ele foi até o seu quarto e na cabeceira estava um CD. O CD com suas composições.


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O CD dela ainda não havia saído ao público. Apenas alguns artistas e produtores haviam recebido, através de Edward.

Jacob recebera o seu exemplar havia duas semanas. E parecia que o ex-sogro estava de trollação pra cima dele. Afinal, Edward sabia o amor que Jacob tinha por sua filha e o quanto doía estar longe dela... E o filho da mãe ainda manda o CD dela.

Ele ouvia o mesmo sem parar. E de vez em quando se pegava cantando uma de suas músicas.

Ele passou a mão pelo nome dela no CD e suspirou.

– Sinto sua falta, baixinha. – ele sussurrou – sinto muito a sua falta.



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Notas finais do capítulo

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