O Irmão Gêmeo escrita por VeronicaFerCard


Capítulo 3
Capítulo 3




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“Bom dia!” Não era dia da sopa, mas desde que eles se conheceram Arthur havia passado por lá quase todo dia. Ele gostava da companhia de Cathal. Havia um longo tempo desde que ele realmente desfrutava a companhia de alguém. Bem, havia Lance, mas aquilo era diferente. Não havia nada romântico em sua relação com Cathal. Eles eram bons amigos, e garoto era esperto. Ele estudou economia na faculdade, assim com Arthur então eles tinham muito sobre o que conversar.

“Você deveria voltar. Você poderia conseguir uma bolsa de estudos ou algo assim.” Arthur disse um dia.

“Para que? Não acho que iria fazer alguma diferença.” Cathal respondeu dando mais uma tragada em seu cigarro.

Arthur não respondeu de volta. Ele não havia dito a Cathal que ele era rico, não queria que ele se sentisse como um caso de caridade. Dinheiro pode fazer as pessoas se sentirem desconfortáveis.

“Bom dia, Arthur!”

“Você não se cansa disso?” Arthur perguntou apontando para o baseado.

“É minha fuga da realidade.” Cathal disse sorrindo. Ele estava sempre sorrindo... E fumando. Bem, talvez estivesse funcionando no final das contas. Quem era Arthur para julgar?

“Hey Cathal!” O sorriso de Cathal desapareceu assim que ele ouviu a voz.

Um homem quase careca usando um casaco preto aparece vindo de trás de Arthur, ele não viu de onde o homem veio, mas se tivesse que adivinhar diria que foi do carro preto parado atrás do carro onde Fred vivia.

“Arthur, eu acho que você deveria ir agora.” Cathal pulou do capô do carro onde ele estava sentado e foi na direção do homem.

Uma olhada para seu rosto e Arthur sabia exatamente do que aquilo se tratava. Ele gostava de Cathal, gostava de ajudar as pessoas, mas aquilo era um passo muito largo, e Arthur não estava disposto a dá-lo. Ele não iria se misturar com traficantes de droga.

oOo


Arthur não foi ver Cathal por uma semana. Ele disse a si mesmo que era porque ele tinha outras coisas para fazer, como checar como iam os negócios, não que ele não confiasse em Leon, mas ele era o dono e tinha que tomar conta do império que seu pai havia lhe deixado. Mas a verdade era que ele estava com medo de ir até lá de novo. Ele estava agindo como um covarde, e se odiava por isso. Mas aquele traficante... Arthur não queria ter nada haver com aquele tipo de pessoa. Seu pai arrancaria sua cabeça se soubesse que seu filho estava sequer no mesmo lugar que alguém envolvido com drogas.

Mas ele também era um Pendragon, e Uther também não iria gostar de saber que seu filho estava fugindo de um problema.

Não era dia da sopa então Arthur passou em um McDonald’s e comprou duas porções do maior lanche do lugar.

Quando ele chegou ao estacionamento ele encontrou Fred com uma expressão preocupada. Cathal não estava por perto.

“Olá, Fred!”

“Você viu o Cathal?” Arthur fez que não com a cabeça. “Você tem falado com ele ultimamente?”

“Eu não o vejo há uma semana. O que aconteceu?” Ele estava começando a se preocupar também.

“Aqueles traficantes. Eu disse a ele para parar de mexer com drogas. Ele estava indo bem, sabe. Eu acho que você realmente o inspirou. Mas ai você desapareceu! Ele disse que foi por causa do traficante que você viu no outro dia. Foi isso? Você fugiu porque não conseguiu lidar com a realidade? Como você pode trabalhar no serviço social se não pode nem ajudar um amigo? Ou isso é apenas um hobby? Uma pausa no mundo dos negócios?”

Arthur estava irritado. Quem Fred pensava que era para falar com ele daquele jeito? Mas aquela não era a pior parte. A pior parte era que ele estava certo. Arthur havia se acovardado quando ele viu o traficante, mas ele pensou que Fred, e até mesmo Cathal, entenderiam. Ele estava errado. E então Arthur percebeu outra coisa.

“Você sabe quem eu sou!” Não era para sair como uma acusação, mas ele estava estressado.

“É claro que eu sei quem você é. Você se esqueceu que eu morei em Londres?”

“Oh!” Ele lembrava, em uma de suas conversas com Cathal ele descobriu a história de Fred, mas ele nunca pensou na possibilidade de ser reconhecido. Ele não era nenhum ator ou coisa assim. “O Cathal sabe?”

“Sim, eu disse a ele. Eu disse a ele para pedir sua ajuda. Mas ele não quis. Disse que iria estragar a amizade de vocês.”

“O que você quer dizer, pedir minha ajuda? O que esta acontecendo?”

“Ele não contou a você, não é? Não achei que ele iria. O traficante. Cathal deve muito dinheiro a ele. Ele pediu ao pai dele, mas aquele desgraçado virou as costas para o próprio filho. É por isso que estou preocupado com ele. Eu peguei ele injetando!” Fred começou a andar de um lado para o outro passando a mão por seus cabelos. “Ele disse que não fazia isso. Eu fiquei tão bravo com ele. Deixei-o sozinho. E quando eu chego aqui eu encontro isso.”

Ele apontou para o chão e pela primeira vez Arthur olhou ao redor.

Estava uma bagunça.

O carro de Fred estava coberto de tinta vermelha, havia coisas escritas, mas Arthur não conseguia ler. Então ele olhou para o carro de Cathal.

Havia sangue por todo o lado, todas as janelas estavam quebradas agora. Havia cacos de vidro misturados com sangue no chão.

Arthur entrou em pânico. Por que ele não fez nada? Por que Cathal não contou a ele? E agora? Cathal sequer estava vivo?

oOo

Arthur ligou para todo mundo. Ele ligou para Peter, para a polícia e para Leon. Ele ligou até para Morgana – mas aquilo era só porque ele sabia que Leon ira contar para ela e ela não iria sair do pé dele até conseguir toda a história, ligar para ela pouparia tempo.

Fred por sua vez ligou para sua amiga, Jules. Ela não era muita ajuda, mas manteve-o calmo. A última coisa que Arthur precisava era alguém tendo um ataque cardíaco em suas mãos.

Eles procuraram por Cathal até o anoitecer. Não havia mais nada que Arthur pudesse fazer então ele foi para casa, deixando o numero de telefone com Fred no caso de algo acontecer.

Arthur chegou em casa, tomou banho, comeu o resto de um para viagem que ele achou na geladeira. Ele estava muito agitado para dormir, então quando ele ouviu um som familiar ele foi até a janela.

Fogos de artifício. Aquilo o fez lembrar-se de uma de suas conversas com Cathal.

“Meu pai levou a gente para ver um show de fogos de artificio uma vez. Grande dia, aquele!”

Arthur estava tão perdido em seus pensamentos que ele quase não ouviu o telefone. Ele correu e atendeu ao quarto toque.

Era Fred.

Cathal estava morto.



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