Ucker :

A operação da Dulce ia ser feita à noite,enquanto estivéssemos dormindo,pra não haver preocupação com a nossa parte.Então,logo que acordei,fui procurar o doutor.Não estava achando ele em lugar nenhum,imagino que ele tenha dormido no quarto da Dulce,por que,sei lá,devem ter ficado de observação,não entendo dessas coisas.

Ultimamente a culpa de tudo vem caído em cima de mim.Eu brigo demais com a Dulce,ela fica nervosa,faz merda e a culpa cai em cima de mim.Tudo bem que era difícil por ela,mas e pra mim?Será que ninguém vê como eu me sinto?

Melhor eu pedir alguma coisa pra tomar café.Voltei pro quarto,e pedi.Logo Christian e Poncho acordaram.Christian não falava muito.Poncho tava,por alguma razão,nervoso.Até que ele quase explode quando alguém bate e na porta,e eu abro.

-Posso tomar café aqui com vocês? –Any falou,entrando.

-Óbvio que não!-Poncho falou.

-Óbvio que sim!-Eu falei.

-Chris? Eu posso ficar aqui,pra tomar café com vocês?-Any perguntou,sabendo que ele ia falar que sim , e ia ficar lá pra provocar o Poncho.

-Claro,se você quiser ...

-Então eu fico! –E sorriu pro Poncho-Já pediram ? Vai demorar?Eu também chamei a May...

E ficamos conversando lá enquanto a May e o café não chegavam.Entre indiretas e provocações , o tempo passou que nós nem vimos,logo os dois estavam lá.

Christian :

Depois do café,logo fomos ver a Dulce.O doutor disse que ocorreu tudo bem,e que ela devia ficar um tempo em repouso.Mas que se quiséssemos falar com ela,poderíamos,desde que não a deixássemos nervosa ou irritada.

-Semana que vem nós voltamos à rotina normal...-Ela disse.

-Ér.-Concordei.

Estávamos sem assunto nenhum,coisa que antes não acontecia.Talvez o reencontro não tivesse dado certo.Talvez não fôssemos mas os mesmos.Talvez não deveríamos ter aceitado.

 -Ultimamente estamos brigando muito...-Any começou.-Então,se eu fiz algo de mal pra vocês,me desculpem.Minha intenção não era a de estragar algo.

-IDEM –Christopher.

-IDEM-Poncho

-IDEM-eu.

-IDEM-Maite.

-IDEM-Dulce.

-Então,se uma certa forma estamos perdoados ?-Any perguntou.-Acho que sim né?

-Bom,sim.-Maite falou.

-Aham !-Falei.

-Claro.-Ucker

-Pode ser.-Poncho.

-Se todos concordam ...-Dul.

Concordamos.Uma atitude adulta dela,que de alguma forma,quebrou o gelo.Começamos a conversar,a sorrir,a trocar olhares,assim como antes.Meus pensamentos mudaram,e as respostas de tudo eram boas.Sim,o reencontro ia dar certo.Sim,ainda somos os mesmos.Sim,ter aceitado foi o melhor que fizemos.

-Yo digo R,tu dices BD –Any começou.

-RBD,RBD!-Todos dizemos juntos.

Anahí :

O resto daquela semana passou tranquilamente.A não ser pelas provocações que eu e Ucker fazíamos a Dulce e Poncho.Pelo que ele disse,que “era feliz com ela”,estavam juntos de verdade.Não parecia que estavam juntos mas,segundo ele,estavam.

Já estávamos voltando cada um pra sua casa,até que o produtor nos liga.

-Pedro?-Atendi.

-Oi Any,queria avisar vocês que a rotina de shows vai estar muuuuuuuito apertada,então por isso vocês vão ter que ficar na mesma casa.Eu já dei um jeito de arrumar ela pra vocês,só precisam de roupas.A limusine vai levar vocês ,cada um em sua casa,pra pegar suas coisas.Avisa todos aí.

Quando dei a notícia,começou o burburinho.”Não por causa disso,não por causa daquilo”.Mas no fim,todos aceitaram.Era melhor que um ônibus.

Primeiro fomos na minha casa,e Ucker se ofereceu pra entrar e me ajudar com as malas.Entramos,demoramos um pouco pra arrumar tudo mas ok,já estava tudo certo.

-Pode ir pra minha casa agora?É super pertinho ...-Dulce foi falando quando chegamos.

-Ok,só me passa o endereço.-O motorista disse.

Enquanto Dulce explicava,Maite e Christopher conversavam de um jeito diferente do habitual.Tipo,não estavam rindo.Eu e Ucker estávamos lá,no maior chamego,parecíamos namorados de verdade.E Poncho só olhando.Até que chegaram na casa da Dulce.

-Quer que eu te ajude a pegar as malas bebê?-Poncho falou.

-Ayy bebê,se não for te atrapalhar ...-Dulce respondeu .

-Imagina se vai me atrapalhar bebê!-Ele disse.

Quando eles foram,logo disse no ouvido do Ucker:”Eu tentei fazer as pazes,você viu no que deu,não param de nos provocar bebê”.

-Se é guerra que eles querem,é guerra que eles vão ter.Chegando lá na casa,nós vamos ter uma conversa muito boa com eles!Vamos acabar com essa história,isso já ta me dando nos nervos ...-Ele me respondeu.

-Concordo bebê.Isso já deu o que tinha que dar.

E voltaram,querendo atenção.Primeiro Poncho trouxe Dulce rindo igual uma Hiena no colo,e a colocou deitada em um bando inteiro.Depois foi e pegou as malas dela sozinho e guardou.

Ucker olhou pra mim.Eu olhei pro Ucker.Aquilo já tinha passado dos limites que querer atenção.

Passamos pela casa de todos,já estávamos prontos.Pedro tinha passado um endereço pra nós,porém o que estávamos indo pra uma rota completamente diferente,que eu nunca tinha ido.Pouco antes de chegar,o motorista distribuiu vendas pra nós.Disse que nos ajudaria a entrar na casa,e que eram ordens do Pedro.Colocamos né.Mais ou menos uns 10 minutos depois chegamos.Ele levou as malas pra dentro da casa,e depois levou cada um de nós.Depois que provavelmente estávamos todos lá,ele fechou a porta e gritou da janela :

-PODEM TIRAR AS VENDAS !

E ficamos todos surpresos com o lugar.Era uma casa no meio do mato,toda velha,suja,e com os móveis quebrados.Analisando o lugar,encontramos um bilhete do Pedro,que dizia:

“O lugar é este mesmo.Ajeitem suas coisas,e se possível lavem a louça e limpem tudo.Tem coisas de limpeza no banheiro.Tenho uma surpresa que vocês nem imaginam.”

-Gente,a porta ta trancada...-May falou.