Bloodlust escrita por pseudowriter


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Fic nova no pedaço, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/221894/chapter/1

Um rosnado alto e furioso irrompeu o silêncio da noite.

"O cachorrinho quer brincar, é?"

A mulher era alta, tinha cabelos ruivos e seus lábios ardiam com a cor vermelha do sangue. As sombras da noite pareciam ficar mais escuras e densas ao se aproximar de sua silhueta.

Mais um rosnado.

À sua frente estava um ser bípede meio humanóide coberto de pêlos negros e de vívidos olhos verdes. Um lycan.

"Aaah, que fofinho!" A mulher, Sophie, sorriu e revelou seus dentes afiados. "Que vontade de morder!"

O lycan deu um forte impulso com suas pernas e pulou na direção dela.

Sophie também pulou e desferiu um soco no abdômen do licantropo. A criatura virou o pescoço para mordê-la, mas a vampira foi mais rápida e a segurou pelo pescoço. Sophie jogou todo o seu peso em direção ao chão e os dois caíram com força.

"Verme..." O lycan se desprendeu do abraço. "Jareth, você já foi mais rápido." Sophie disse enquanto se levantava.

"Ora, sua pirralha, como ousa me tratar com tanto desprezo?" O lycan saltou para o lado e começou a rodear a vampira.

"É sério que você vai apelar para as frases feitas de filmes clichês?" A ruiva jogou o cabelo para trás e estreitou os olhos. "Esta luta durou tempo demais. Só existe lugar para um de nós aqui." Ela abriu a boca e mostrou todos os seus dentes afiados. "Hasta la vista, baby." Sophie retesou as pernas e deu um pequeno salto na direção do lycan.

Jareth deu um salto de mais de um metro para trás.

A vampira explodiu em uma gargalhada.

"Eu me recuso a matá-lo em sua forma semidespertada, Jareth! Vamos lá, não há nenhuma cidade a ser destruída por perto! Desperte, libere o Berserker dentro de si!" Sophie colocou as mãos nos bolsos da calça.

"Você realmente acha que eu preciso abrir mão da minha humanidade para poder derrotá-la? Pirralha iludida."

"Claro, você tem razão. Um licantropo em plena lua cheia com o corpo semidespertado tem muita humanidade dentro de si." A voz de Sophie pingava com sarcasmo. "Agora vamos, me alegre, libere a fera dentro de-"

O lycan avançou para cima dela e mordeu seu ombro com força.

Sophie sorriu e pulou para trás. O sangue escorria de seu ombro. O licantropo atacou de novo, dessa vez com suas garras, mas a ruiva se defendeu com as mãos. Sophie deu um soco com força no rosto do lycan seguido de dois chutes no abdômen. Jareth desviou do último chute e cravou suas garras na perna da vampira com força.

"Isso está começando a perder a graça." Sophie tirou um objeto afiado de um dos bolsos de sua jaqueta e o cravou com força na carne do lycan.

Ele uivou de dor.

"Prata pura e mais alguns segredinhos caseiros... Agradável, não?"

Os olhos de Jareth se tornaram negros e seus pêlos se eriçaram.

"E agora? O que acha da sensação de despertar?" Sophie sorriu e sacou uma adaga de outro bolso.

O lycan olhou para ela e seu corpo começou a tremer. Ele havia despertado. Sophie cravou sua adaga na garganta do monstro, mas ele foi para cima dela do mesmo jeito. Arranhando e rosnando, o lycan deixou cortes profundos na pele cor de marfim da vampira. Sophie tentou morder a pata do adversário, mas a luta havia mudado de nível. Mesmo com duas adagas de prata pura encrustadas em sua carne, Jareth era agora um Berserker vicioso que só pensava em matar.

As garras sujas do monstro deixaram linhas de sangue no rosto da vampira e continuaram a cortar alucinadamente. O lycan jogou todo o seu peso contra Sophie e a prendeu no chão com seus pés enquanto continuava a arranhá-la com as garras das mãos.

Um grito estrangulado saiu da boca de Sophie e o lycan pareceu sorrir. O rosto da vampira era uma mistura de sangue e carne lacerada, mas mesmo com a dor infernal que ela estava sentindo, a herdeira do trono Thead sorriu e fechou os olhos.

E a noite pareceu escurecer ainda mais.

O lycan sentiu um arrepio percorrer sua espinha mas ignorou-o, tinha uma vítima indefesa sob suas patas e estava se divertindo em vê-la morrer.

Sophie Thead abriu os olhos. Eles estavam cinzas e não tinham pupilas.

A batalha havia acabado de ser ganha.

O lycan hesitou e a vampira se libertou, pôs-se de pé e com um tapa o lançou para longe. Jareth sacudiu o pêlo, arreganhou os dentes e pulou para cima dela.

Sophie fechou os olhos, estendeu a sua mão e separou os dedos em uma fração de segundo.

Ploc.

Os dedos da mulher estavam cravados nos globos oculares do animal.

Um uivo longo, estrangulado e cheio de dor foi ouvido.

A vampira aproveitou o embalo do corpo do lycan e deu um soco no tórax dele. A carne rompeu-se sob seus dedos e sua mão fechou-se em torno de algo quente e pulsante.

Sophie arrancou o coração do lycan, lambeu a ponta dos dedos e limpou a mão que houvera cegado o licantropo. Ela chutou o corpo do monstro para longe e virou as costas.

Foi quando finalmente abriu seus olhos. E eles estavam azuis novamente.


–--------------------//----------------------------------------//---------------

"Um Miceli?!" Sophie perguntou para o vampiro que a acompanhou até a cadeira do julgamento.

"O Miceli." O jovem a amarrou sentada e postou-se ao seu lado em posição de guarda.

"Angrisano?! Aquele canalha?!"

"Ele e o filhote."

Sophie havia se entregado à Corte logo após o assassinato do líder da matilha Lycan, Jareth, e seu julgamento fora marcado para a manhã do dia seguinte.

"Angrisano Miceli será o responsável pela sentença de morte de Sophie Thead, imagino como o clã dele está feliz." O garoto prosseguiu.

"Não é como se você se importasse, Wright. No final é só mais uma estaca para cravar e mais sangue para você."

"Não venha me dar lições de moral, Thead, seu clã é metido com livros e magia e ninguém pergunta o que vocês tanto pesquisam."

"Respeito comigo, Tobias, eu posso estar amarrada em uma cadeira e prestes à ser condenada à morte, mas eu ainda sou a herdeira do trono Thead e estou num nível infinitamente superior ao seu. Ponha-se em seu lugar e não fale sobre o que não sabe, Carniceiro."

O garoto virou as costas e saiu.

Depois de uns quinze minutos, todo o Comitê de Julgamento entrou na sala com grandes pilares de mármore branco. Exill Lars, um fantasma, As Logel, um elfo, Angrisano Miceli, um vampiro e Garrett, um Lycan em forma humana.

O Supremo Comitê. Um habitante de cada raça, escolhidos entre os clãs mais altos (ou com mais dinheiro no caso de Angrisano), juntos ali para um simples veredito.

"A réu Sophie Thead, assassina confessa de Jareth Lycan, líder do clã Lycan, está aguardando seu veredicto." Exill Lars falou com sua voz... morta.

A vampira sorriu.

"Essa sou eu!"

"Sophie Thead, você tem algo a falar em sua defesa?" O fantasma perguntou.

"Não em minha defesa, mas muito relevante à minha pessoa."

"Pois diga."

"Angrisano, isso é um julgamento, não um remake de ''Drácula'', então como meu último desejo por favor tire essa capa que é um atentado aos meus olhos já condenados."

"Como ousas?! Tu és apenas uma reles condenada, não exerces influência nenhuma sobre a minha pessoa para proferir tal afronta à minha vestimenta!"

"Alguém entendeu uma palavra do que ele falou? É sério, Angrisano, eu me senti numa feira renascentista agora."

"Já chega!" O lycan Garrett gritou. "A Thead confessa ter sido a autora do assassinato brutal e sem piedade de Jareth Lycan?"

"Yep."

"Sabe que a punição para tal crime é a morte?" O elfo de cabelos brancos perguntou.

"'Em nome da palavra de Deus eu livro do mundo mais um ser demoníaco através das ferramentas divinas. Em nome do pai eu perfuro o corpo com a estaca santa, em nome do filho eu a queimo com a Santíssima Água, e em nome do espírito-santo eu expurgo esse ser do Além para as portas do Inferno.' Acertei, não é?" Sophie sorriu.

Todos os membros do Comitê se reviraram em suas cadeiras. Aquelas eram palavras de Exorcistas, humanos que tinham como missão exterminar seres do Além.

"De fato." Angrisano Miceli levantou-se. "O veredicto final foi decidido. Sophie Thead está condenada à morte pelo assassinato de Jareth Lycan e por quebra do Tratado do Além."

Todos se levantaram e disseram em coro:

"Culpada."

"Estou impressionada com a rapidez do julgamento. Ótimo trabalho, Angrisano interpretou uma pessoa decente perfeitamente, eu até poderia acreditar no seu papel caso não o conhecesse. Mas só tem um probleminha..."

"E qual seria esse?" O lycan perguntou.

"Vocês precisam me capturar primeiro." Sophie abriu um sorriso largo e fechou os olhos.

O mundo pareceu vibrar com cores antes de ficar negro.

Nenhuma luz iluminou o salão por cinco segundos.

Quando tudo clareou, a cadeira do réu estava vazia.

Sophie havia escapado.










Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bloodlust" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.