Fico ali igual uma boba, sem reação. Estava tão feliz, mesmo depois de “ver” a cara da morte, eu ainda tenho o amor da minha vida e meu filho. Aliás, e meu filho? Era menino ou menina? Como ia se chamar? Como era sua aparência? Não hesitei em fazer mais perguntas.

- Daniel, e o bebê? É menino ou menina? Como vai se chamar?

- Julie, é uma menina. Eu me lembrei do nome que você queria, então agora ela se chama Samantha Castellamari de Almeida.

- É perfeito. – eu disse. – Quero vê-la.

- Calma aí, vou chamar a enfermeira.

Antes que ele pudesse sair da sala, entra uma enfermeira loira sorrindo, com um bebê em seus braços.

- Bom dia, Juliana! Que bom que acordou. Ansiosa pra ver sua filha, né?

- Muito! – respondi, meio impaciente.

- Aqui está. – ela diz, me entregando a menina.

Ela tinha cabelos castanhos encaracolados, era bem parecida com Daniel.

- A Sam tem os seus olhos. – ele sussurra ao meu ouvido.

Sorrio e a enfermeira nos deixa sozinhos.

- Nem acredito que tudo isso aconteceu tão rápido.

- Eu também não acredito. Mas hoje já é dia de ir pra casa.

- Então quer dizer que posso sair?

- Sim. A enfermeira já me disse que hoje é seu último dia aqui.

Depois de Daniel passar uns minutos fora do quarto, para acertar umas coisas com os médicos, tal, a enfermeira tirou o cateter do meu braço e eu pude sair daquela cama.

Quando eu, Sam e meu amor saímos do hospital, parecia que o mundo inteiro estava colorido. Aquele quarto branco realmente não era o melhor ambiente para se viver.

Daniel foi dirigindo até um lugar que eu não conhecia, para depois me levar até um prédio.

Me fez subir até o apartamento de olhos fechados, e só pude abri-los no quarto do bebê.

Era tudo lindo, de um rosa bem clarinho, cheio de bichinhos fofos espalhados.

- Daniel, é... É perfeito. – eu disse, quando abri os olhos.

- Que bom que você gosta, minha linda. E você ainda nem viu nosso quarto.

“Nosso”. Meu Deus do céu, “nosso”. Enfim. Deixei Samantha adormecida em seu lindo berço, e acompanhei Dan até nosso quarto.

Também era perfeito. Um quarto dividido: de um lado, rosa, cheio de coisas de menina. Do outro, tudo azul. Achei muito criativo e lindo. Fala sério. Amo meu namorado.

“Namorado” a palavra ecoou em minha cabeça. Namorado, mas até quando? Se já tínhamos uma filha, não deveríamos nos casar?

- Julie, esse lugar vai ficar ainda mais perfeito depois que a gente se casar.

Meu queixo caiu.

- Mas quando isso vai acontecer?

- No fim do ano. Olha aqui. – ele diz, me mostrando uma caixinha. Ao abri-la, vi que tinha um anel. Ele o tira da caixinha e põe em meu dedo.

- Nossa, nem sei o que dizer.

- Fala nada, não. Só me beija.